segunda-feira, 30 de abril de 2012
Jovens brasileiros conciliam bem ciência e religião
JC e-mail 4487, de 30 de Abril de 2012.
Jovens brasileiros conciliam bem ciência e religião
Pesquisa revela que a maioria dos estudantes do ensino médio não vê a fé como barreira à aceitação da teoria evolutiva de Darwin.
A maioria dos jovens brasileiros vive em paz com suas crenças religiosas e a ciência da teoria evolutiva. Tem fé em Deus e, ao mesmo tempo, concorda com as premissas estabelecidas por Charles Darwin mais de 150 anos atrás, de que todas as espécies da Terra - incluindo o homem - evoluíram de um ancestral comum por meio da seleção natural. É o que sugere uma pesquisa realizada com mais de 2,3 mil alunos do ensino médio no País, coordenada pelo professor Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
A conclusão flui de um questionário sobre religião e ciência respondido por estudantes de escolas públicas e privadas de todas as regiões do País, com média de 15 anos de idade. A base de dados e a metodologia usadas na pesquisa foram as mesmas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), segundo Bizzo, para garantir que os resultados fossem estatisticamente representativos da população estudantil brasileira. "É o primeiro dado com representatividade nacional sobre esse assunto para esta faixa etária", diz o educador, que apresentou os dados pela primeira vez neste mês, em uma conferência na Itália.
"Ainda vamos fracionar e analisar mais profundamente as estatísticas, mas já dá para perceber que os alunos religiosos brasileiros são bem menos fundamentalistas do que se esperava", avalia Bizzo, que também é formado em Biologia e tem livros e trabalhos publicados sobre a história da teoria evolutiva. "É surpreendente. Algo que sugere que no futuro teremos uma população com uma interpretação mais elástica das doutrinas religiosas e mais sensível à ciência."
Aos 15 anos, diz Bizzo, os jovens estão passando por uma fase de definição moral, em que consolidam suas opiniões sobre temas fundamentais relacionados à ética e à moralidade. "É um período crucial. Dificilmente os conceitos de certo e errado mudam depois disso."
O questionário apresentava aos alunos 23 perguntas ou afirmações com as quais eles podiam concordar ou discordar em diferentes níveis. Mais de 70% disseram que se consideram pessoas religiosas e acreditam nas doutrinas de sua religião (52% católicos e 29% evangélicos, principalmente, além de 7,5% sem religião). Ao mesmo tempo, mais de 70% disseram que a religião não os impede de aceitar a evolução biológica; e 58%, que sua fé não contradiz as teorias científicas atuais. Cerca de 64% concordaram que "as espécies atuais de animais e plantas se originaram de outras espécies do passado".
Só quando a evolução se aplica ao homem e à origem da vida, as respostas ficam divididas. Há um empate técnico, em 43%, entre aqueles que concordam e discordam que a vida surgiu naturalmente na Terra por meio de "reações químicas que transformaram compostos inorgânicos em orgânicos". E também entre os que concordam (44%) e discordam (45%) que "o ser humano se originou da mesma forma como as demais espécies biológicas".
Sensibilidade - Os pesquisadores chamam atenção para o fato de que nenhuma das respostas que seriam consideradas fundamentalistas, do ponto de vista religioso, ultrapassam a casa dos 29%, porcentagem de entrevistados que se declararam evangélicos (denominação em que a rejeição à teoria evolutiva costuma ser mais forte). Apenas em dois casos elas ultrapassam 20%: entre os alunos que "discordam totalmente" que o ser humano se originou da mesma forma que as outras espécies (24%) e que os primeiros seres humanos viveram no ambiente africano (26%).
"A porcentagem dos que rejeitam completamente a origem biológica do homem é menor que a de evangélicos da amostra, o que é uma surpresa, já que os evangélicos no Brasil costumam ser os mais fundamentalistas na interpretação do relato bíblico", avalia Bizzo. "A teoria evolutiva é talvez a coisa mais difícil de ser aceita do ponto de vista moral pelos religiosos. Mesmo assim, os dados mostram que a juventude brasileira é sensível aos produtos da ciência."
Divulgada em 1859, com a publicação de A Origem das Espécies, a teoria evolutiva de Charles Darwin propõe que todos os seres vivos têm uma ancestralidade comum, e que as espécies evoluem e se diversificam por meio de processos de seleção natural puramente biológicos, sem a necessidade de intervenção divina ou de forças sobrenaturais - um conceito amplamente confirmado pela ciência desde então.
Apesar de ser frequentemente (e erroneamente) resumida como "a lei do mais forte", a teoria evolutiva é muito mais complexa que isso. A Origem das Espécies tinha 500 páginas, e Darwin ainda considerava isso muito pouco para explicá-la. Desde então, com o surgimento da genética e o desenvolvimento de várias outras linhas de pesquisa evolutiva, a complexidade da teoria só aumentou, dificultando ainda mais sua compreensão - e, possivelmente, sua aceitação - pelo público leigo.
"O problema é que a maioria dos estudantes - ainda mais com 15 anos - não tem muita clareza sobre o que está envolvido na teoria darwiniana. Com isso há o potencial de surgirem respostas contraditórias", avalia o físico e teólogo Eduardo Cruz, professor do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "Isso não tem a ver com a qualidade da pesquisa, mas com a pouca compreensão de temas tanto científicos quanto teológicos. Além do que, quando se trata de perguntas que envolvem a intimidade das pessoas, as respostas nem sempre são confiáveis. É como perguntar a rapazes de 15 anos se ainda são virgens."
Aceitação - Uma pesquisa nacional realizada pelo Datafolha em 2010, com 4.158 pessoas acima de 16 anos, indicou que 59% dos brasileiros acreditam que o homem é fruto de um processo evolutivo que levou milhões de anos, porém guiado por uma divindade inteligente. Só 8% acreditam que o homem evoluiu sem interferência divina. Os dados também mostram que a aceitação da teoria evolutiva cresce de acordo com a renda e a escolaridade das pessoas - o que pode ou não estar relacionado a uma melhor compreensão da teoria.
"Há uma discussão se a aceitação depende do entendimento, e uma análise mais precisa será realizada, mas uma análise superficial dos dados não encontrou essa correlação", afirma Bizzo sobre sua pesquisa, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Faculdade de Educação da USP. "Há indícios de que a compreensão básica seja acessível a todos e que a decisão de concordar que a espécie humana surgiu como todas as demais não depende de estudos aprofundados na escola."
Para a filósofa e educadora Roseli Fischmann, os resultados da pesquisa são "compatíveis com a capacidade dos jovens de viver o mundo de descoberta da ciência sem abalar sua fé".
"A fé, se bem sustentada, não é ameaçada pelo conhecimento científico", diz Roseli, coordenadora da Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista e professora da USP. "Sozinhas, nem a ciência nem a religião garantem que o ser humano seja bom e que o bem comum seja alcançado. É preciso a presença da ética, do respeito a todo ser humano, da consciência da responsabilidade individual na construção do bem comum."
Pensamento analítico - Pensar de maneira mais analítica induz as pessoas a acreditar menos em Deus, segundo um estudo publicado na edição passada da revista Science. Os pesquisadores, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, submeteram cerca de 180 alunos de graduação a uma bateria de testes e questionários e descobriram que, ao forçar os estudantes a pensar de forma mais analítica sobre algum assunto, esse raciocínio influenciava a sua fé, tornando-os menos religiosos.
Acredita-se que o cérebro humano tem dois "modus operandi" para processar informações e tomar decisões: um mais intuitivo e outro mais analítico. Os resultados do estudo sugerem que a religiosidade flui do modo intuitivo e perde força à medida que as pessoas são forçadas a pensar de modo mais analítico.
Em um dos testes aplicados, os alunos eram apresentados com problemas matemáticos que tinham uma resposta intuitiva errada e uma resposta analítica correta. Depois, respondiam a um questionário sobre sua fé e religiosidade. Os alunos que resolviam os problemas de forma analítica relatavam acreditar menos em Deus.
(O Estado de São Paulo - 29/4)
Belo Monte e Rio+20 , por Telma Monteiro
Via blog Telma Monteiro/Ecodebate
27.04.2012
27.04.2012
Obra
de Belo Monte Foto: Greenpeace
Versão
em português da entrevista sobre Belo
Monte e a Rio+20
concedida ao jornalista Mauro
Villone, do jornal La
Stampa, Itália.
Mauro Villone: Qual é a situação real atual do projeto da barragem? A
que ponto estão os trabalhos?
Telma Monteiro: Belo Monte já é uma grande cicatriz sangrando na Amazônia. As obras já
vão avançadas invadindo o leito do rio Xingu e imagens mostram árvores inteiras
e fragmentos de vegetação sendo arrastados pela correnteza, o rio turvo tingido
pela terra removida das margens. Neste momento estão sendo construidas as
ensecadeiras que permitirão secar uma parte dor rio para fazer a barragem.
Também estão sendo feitas as escavações na rocha para abrir 20 quilômetros de
canais que vão desviar grande parte das águas do Xingu para um reservatório
artificial. Ás águas desse reservatório artificial, contidas por dezenas de
diques no meio da floresta, vão fazer funcionar as turbinas da casa de força
principal. Este momento das obras é devastador para o rio que sofre com as
interferências no seu fluxo. É agora que as grandes máquinas escavadeiras
revolvem a terra para construir uma espécie de passagem dentro do rio Xingu; é
quando as árvores são derrubadas para dar lugar à destruição com sérias
consequências para a fauna e a flora. Outra grande interferência diz respeito
ao que chamam de "bota fora" ou seja, todo o material que é escavado, terra e
pedras, têm que ser depositados em algum lugar na região; o trânsito de
caminhões e a poluição aumentam os riscos para aqueles que moram nas comunidades
próximas. Neste momento a face da Volta Grande do Xingu está sendo alterada para
sempre. Continua
|
Tribunal de Contas aponta falhas de segurança em cadastro de transplantes
Via Estadão
Por Lígia Formenti
29.04.2012
Falta de comunicação entre o Sistema Nacional com o registro em SP possibilitaria fraudes
BRASÍLIA - Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou falhas na segurança do Sistema Nacional de Transplantes que abrem espaço para fraudes na fila de espera. O trabalho aponta, por exemplo, a existência, no Estado de São Paulo, de um sistema próprio de registro, independente e sem integração com a base de dados nacional.
Na avaliação de auditores, esse enclave paulista abre uma perigosa brecha para que uma pessoa se inscreva simultaneamente em duas listas de transplantes - o equivalente a concorrer a um prêmio com dois bilhetes, enquanto os demais entram na disputa com apenas um. Continua
Por Lígia Formenti
29.04.2012
Falta de comunicação entre o Sistema Nacional com o registro em SP possibilitaria fraudes
BRASÍLIA - Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou falhas na segurança do Sistema Nacional de Transplantes que abrem espaço para fraudes na fila de espera. O trabalho aponta, por exemplo, a existência, no Estado de São Paulo, de um sistema próprio de registro, independente e sem integração com a base de dados nacional.
Na avaliação de auditores, esse enclave paulista abre uma perigosa brecha para que uma pessoa se inscreva simultaneamente em duas listas de transplantes - o equivalente a concorrer a um prêmio com dois bilhetes, enquanto os demais entram na disputa com apenas um. Continua
Recordar é viver: Código Cabral (1) - 4/7/2011
Via blog do Noblat
29.04.2012
Comentário
“Sempre procurei separar minha vida privada da minha vida pública”. (Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro)
Dono de um patrimônio avaliado em 30 bilhões de dólares, apontado pela Revista Forbes como a 8ª pessoa mais rica do mundo, o empresário Eike Batista pode emprestar a quem quiser seu jato Legacy de 26 milhões de dólares. Mas nem todo mundo pode aceitar o empréstimo.
Como homem público, o governador Sérgio Cabral, por exemplo, não poderia.
Sabia-se que em outubro de 2009, Cabral voou no jato de Eike para assistir em Copenhague ao anúncio da escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016.
Soube-se que ele voou no mesmo jato para passar recente fim de semana em Porto Seguro, que culminou com a queda de um helicóptero e a morte de sete pessoas.
Agora se ficará sabendo que pelo menos uma outra vez Cabral voou à custa de Eike. No mesmo Legacy. E que não foi um vôo de ida e volta a algum lugar. Foi um vôo cheio de idas e voltas. Um vôo excepcional. Que mobilizou o jato de Eike durante uma semana. E que provocou uma canseira braba nos que o pilotaram.
Leia o texto completo: Recordar é viver: Código Cabral (1) - 4/7/2011
***
Leia também: Cabral diz que arcou com gastos pessoais em viagem
29.04.2012
Comentário
“Sempre procurei separar minha vida privada da minha vida pública”. (Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro)
Dono de um patrimônio avaliado em 30 bilhões de dólares, apontado pela Revista Forbes como a 8ª pessoa mais rica do mundo, o empresário Eike Batista pode emprestar a quem quiser seu jato Legacy de 26 milhões de dólares. Mas nem todo mundo pode aceitar o empréstimo.
Como homem público, o governador Sérgio Cabral, por exemplo, não poderia.
Sabia-se que em outubro de 2009, Cabral voou no jato de Eike para assistir em Copenhague ao anúncio da escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016.
Soube-se que ele voou no mesmo jato para passar recente fim de semana em Porto Seguro, que culminou com a queda de um helicóptero e a morte de sete pessoas.
Agora se ficará sabendo que pelo menos uma outra vez Cabral voou à custa de Eike. No mesmo Legacy. E que não foi um vôo de ida e volta a algum lugar. Foi um vôo cheio de idas e voltas. Um vôo excepcional. Que mobilizou o jato de Eike durante uma semana. E que provocou uma canseira braba nos que o pilotaram.
Leia o texto completo: Recordar é viver: Código Cabral (1) - 4/7/2011
***
Leia também: Cabral diz que arcou com gastos pessoais em viagem
domingo, 29 de abril de 2012
Grampos ensinam como a República funciona
Via blog do Noblat
28.04.2012
Blog de José Roberto de Toledo
A cada novo “grampo” vazado da Operação Monte Carlo se aprende um pouco mais sobre o funcionamento da República. Sabe-se, por exemplo, que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) era um ágil despachante dos interesses do empresário preso Carlinhos Cachoeira: pedia favores, cobrava contrapartidas, intercedia junto a agentes públicos.
Tudo em nome do amigo com quem manteve mais de 300 conversas telefônicas em curto período de tempo.
Aprende-se também que para ser nomeado para um cargo público de chefia no governo de Minas Gerais (e em Goiás, em Brasília etc) não é preciso nem currículo. Basta uma sequência de telefonemas entre poderosos e seus cupinxas e o emprego se materializa com rapidez de corar burocrata.
Mônica Vieira liga para o primo Carlinhos Cachoeira, que liga para o amigo Demóstenes Torres, que liga para o colega de Senado Aécio Neves, que obtém o aval do governador Antonio Anastasia para o secretário de Governo de Minas Gerais ligar para Mônica comunicando sua nomeação.
O ciclo se fecha com 4 graus de separação, ou melhor, de conhecimento. Na contabilidade do repórter Fausto Macedo, bastaram 12 dias e 7 telefonemas.
Se todo brasileiro desfrutasse de tanta presteza e gentileza do poder público o Brasil não seria o Brasil.
Mônica disse à reportagem do Estado que foi nomeada para ser chefe regional da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas por sua “competência”, por seus 25 anos de carreira. Pode ser, mas quem apadrinhou sua nomeação não sabia disso.
Aécio perdera o currículo de Mônica. Foi o que Demóstenes relatou a Cachoeira, em telefonema na noite de 20 de maio do ano passado.
Aos repórteres, o senador tucano disse desconhecer a origem do pedido de nomeação. Mesmo sabendo muito pouco ou quase nada, passou-o à frente. Talvez retribuísse algo, ou quisesse ficar com crédito junto a Demóstenes, contra quem até então “não recaía questionamento”, nas escolhidas palavras de Aécio.
Patrocinador da nomeação de Mônica, Cachoeira não enfatiza as qualidades profissionais da prima ao despachar com o amigo Demóstenes. O apelo é pessoal: “É importantíssimo pra mim. Você consegue por ela lá com o Aécio (…). Pô, a mãe dela morreu. É irmã da minha mãe”.
Só se preocupam com o salário, que não pode ser menos do que R$ 10 mil - “se não estou perdida”, na expressão de Mônica.
E quem não estaria? Uns 190 milhões de brasileiros.
Leia a íntegra em Grampos ensinam como a República funciona
***
Leia também:
Patrimônio de Demóstenes Torres quadruplicou
Conselho de Ética vai retirar da peça de defesa de Demóstenes ‘indícios’ de violação do decoro
28.04.2012
Blog de José Roberto de Toledo
A cada novo “grampo” vazado da Operação Monte Carlo se aprende um pouco mais sobre o funcionamento da República. Sabe-se, por exemplo, que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) era um ágil despachante dos interesses do empresário preso Carlinhos Cachoeira: pedia favores, cobrava contrapartidas, intercedia junto a agentes públicos.
Tudo em nome do amigo com quem manteve mais de 300 conversas telefônicas em curto período de tempo.
Aprende-se também que para ser nomeado para um cargo público de chefia no governo de Minas Gerais (e em Goiás, em Brasília etc) não é preciso nem currículo. Basta uma sequência de telefonemas entre poderosos e seus cupinxas e o emprego se materializa com rapidez de corar burocrata.
Mônica Vieira liga para o primo Carlinhos Cachoeira, que liga para o amigo Demóstenes Torres, que liga para o colega de Senado Aécio Neves, que obtém o aval do governador Antonio Anastasia para o secretário de Governo de Minas Gerais ligar para Mônica comunicando sua nomeação.
O ciclo se fecha com 4 graus de separação, ou melhor, de conhecimento. Na contabilidade do repórter Fausto Macedo, bastaram 12 dias e 7 telefonemas.
Se todo brasileiro desfrutasse de tanta presteza e gentileza do poder público o Brasil não seria o Brasil.
Mônica disse à reportagem do Estado que foi nomeada para ser chefe regional da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas por sua “competência”, por seus 25 anos de carreira. Pode ser, mas quem apadrinhou sua nomeação não sabia disso.
Aécio perdera o currículo de Mônica. Foi o que Demóstenes relatou a Cachoeira, em telefonema na noite de 20 de maio do ano passado.
Aos repórteres, o senador tucano disse desconhecer a origem do pedido de nomeação. Mesmo sabendo muito pouco ou quase nada, passou-o à frente. Talvez retribuísse algo, ou quisesse ficar com crédito junto a Demóstenes, contra quem até então “não recaía questionamento”, nas escolhidas palavras de Aécio.
Patrocinador da nomeação de Mônica, Cachoeira não enfatiza as qualidades profissionais da prima ao despachar com o amigo Demóstenes. O apelo é pessoal: “É importantíssimo pra mim. Você consegue por ela lá com o Aécio (…). Pô, a mãe dela morreu. É irmã da minha mãe”.
Só se preocupam com o salário, que não pode ser menos do que R$ 10 mil - “se não estou perdida”, na expressão de Mônica.
E quem não estaria? Uns 190 milhões de brasileiros.
Leia a íntegra em Grampos ensinam como a República funciona
***
Leia também:
Patrimônio de Demóstenes Torres quadruplicou
Conselho de Ética vai retirar da peça de defesa de Demóstenes ‘indícios’ de violação do decoro
Quanto vale um professor?
Via Estadão
Por Sergio Pompeu
28.04.2012
Brasil fica em 18º lugar em levantamento que comparou 28 países; estudo mostra que, em vários países, benefícios indiretos podem até superar salários
Na sociedade do conhecimento, o professor universitário é mal pago. Pior: em muitos casos, é visto não como um membro da elite intelectual, mas como mais um trabalhador qualificado. Essa é uma das conclusões de um estudo comparativo de 28 países publicado este mês pelo Center for International Higher Education do Boston College. Ele mostra que o Canadá é o país que melhor paga seus docentes (média de US$ 7,1 mil). O Brasil ficou numa posição de intermediária para baixa, 18.º lugar, com média de US$ 3,1 mil (veja abaixo).
O estudo usou na maior parte dos casos dados de universidades públicas. Os valores em dólares foram calculados com base no poder de compra de uma cesta de bens e serviços. Continua
Por Sergio Pompeu
28.04.2012
Brasil fica em 18º lugar em levantamento que comparou 28 países; estudo mostra que, em vários países, benefícios indiretos podem até superar salários
Na sociedade do conhecimento, o professor universitário é mal pago. Pior: em muitos casos, é visto não como um membro da elite intelectual, mas como mais um trabalhador qualificado. Essa é uma das conclusões de um estudo comparativo de 28 países publicado este mês pelo Center for International Higher Education do Boston College. Ele mostra que o Canadá é o país que melhor paga seus docentes (média de US$ 7,1 mil). O Brasil ficou numa posição de intermediária para baixa, 18.º lugar, com média de US$ 3,1 mil (veja abaixo).
O estudo usou na maior parte dos casos dados de universidades públicas. Os valores em dólares foram calculados com base no poder de compra de uma cesta de bens e serviços. Continua
Cumbica: camelôs vendem produtos até no check-in
Via Estadão
28.04.2012
Ilegais comercializam miudezas no aeroporto; Infraero diz que fiscalização é da prefeitura, que devolve responsabilidade para estatal
A cena é comum em semáforos ou locais de grande aglomeração, como os centros das cidades ou pontos turísticos: os pedestres passam e são assediados por vendedores de toda sorte, oferecendo vários tipos de quinquilharia. Agora, imagine em um saguão lotado, na fila do check-in e também no cafezinho, passageiros também sendo abordados pelos ambulantes. É o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, o maior do Brasil, agora também tomado pelo comércio informal. Continua
28.04.2012
Ilegais comercializam miudezas no aeroporto; Infraero diz que fiscalização é da prefeitura, que devolve responsabilidade para estatal
A cena é comum em semáforos ou locais de grande aglomeração, como os centros das cidades ou pontos turísticos: os pedestres passam e são assediados por vendedores de toda sorte, oferecendo vários tipos de quinquilharia. Agora, imagine em um saguão lotado, na fila do check-in e também no cafezinho, passageiros também sendo abordados pelos ambulantes. É o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, o maior do Brasil, agora também tomado pelo comércio informal. Continua
sábado, 28 de abril de 2012
Assis Valente - Olhar Brasileiro
Via Rádio USP/Olhar Brasileiro
04 de janeiro de 2007
04 de janeiro de 2007
Primeiro Bloco - Duração aproximada: 23 minutos
Ouvir em Windows Media (5,59 Mb)
Ouvir em Real Audio (5 B)
Segundo Bloco - Duração aproximada: 21 minutos
Ouvir em Windows Media (4,93 Mb)
Ouvir em Real Audio (4 B)
Terceiro Bloco - Duração aproximada: 18 minutos
Ouvir em Windows Media (4,25 Mb)
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Ouvir em Real Audio (5 B)
Segundo Bloco - Duração aproximada: 21 minutos
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Terceiro Bloco - Duração aproximada: 18 minutos
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Código Florestal: Grupo de Trabalho da SBPC repudia aprovação dos deputados
JC e-mail 4485, de 26 de Abril de 2012.
Código Florestal: Grupo de Trabalho da SBPC repudia aprovação dos deputados
A nossa expectativa - do grupo de trabalho do Código Florestal da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) - era de que o texto aprovado no Senado Federal fosse melhorado ou pelo menos aprovado na Câmara dos Deputados, e não foi. Pelo contrário, o resultado piorou.
Mesmo no relatório aprovado no Senado mostramos pontos deficientes que precisariam mudar, como por exemplo: as Áreas de Preservação Permanentes (APPS) nas margens de cursos d´água deveriam ser integralmente restauradas e que fossem demarcadas a partir do nível mais alto do rio, e não de um nível regular como foi aprovado.
Enfatizamos que as comunidades tradicionais, agricultores familiares e ribeirinhos deveriam ter um tratamento diferenciado e não que houvesse uma generalização para todos os produtores agrícolas.
Continuamos sendo contrários a incluir APPs no computo das Reservas Legais (RLs). Nas recuperações de RLs o uso de espécies exóticas não deveria ser transformado em uso definitivo. Encaminhamos nossas sugestões para o Senado, mas não foram consideradas. Mesmo assim o texto do Senado era melhor que o aprovado no ano passado na Câmara dos Deputados.
Um projeto que vem sendo discutido há mais de 10 anos e que é tão importante para o País não poderia ser votado em forma de disputa de poder dentro do Congresso Nacional. Foi uma batalha entre partidos políticos e da bancada ruralista versus a bancada ambientalista, venceu quem tinha maior número. Também se observa que mais de 100 deputados faltaram, existem justificativas ou esses deputados não queriam se comprometer perante suas bases eleitorais? É uma disputada na qual quem perde é o País.
A aprovação da liberação de crédito para quem desmatou irregularmente, estados passarem a decidir sobre autorização de exploração agrícola em APPs, faixas de APPs medidas a partir do leito regular, apicuns e salgados não serem considerados áreas de preservação permanente (APPs), anistia para quem desmatou irregularmente, entre outros, são exemplos de pontos polêmicos que irão ser reavaliados pela presidente Dilma Rousseff, pelo menos é o que se espera.
Nós que fazemos parte do GT lamentamos muito o que ocorreu ontem, esperávamos que houvessem acordos entre partidos políticos, ambientalistas e ruralistas, para que o agronegócio brasileiro continuasse crescendo mas com sustentabilidade ambiental, todos teriam que ceder para somar, mas prevaleceram os interesses de grupos e demonstração de poder político, isto é o que interessa no Congresso, os interesses do Brasil ficam em segundo plano.
José Antônio Aleixo da Silva, PhD.
Professor Associado do Departamento de Ciência Florestal (UFRPE)
Diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
Coordenador do Grupo de Trabalho da SBPC que estuda o Código Florestal
A partir do dia 14, motorista que não respeitar ciclista pagará até R$ 574,62
Via Estadão
Por Caio do Valle - Jornal da Tarde
27.04.2012
Além da multa, infração por direção perigosa renderá 7 pontos na carteira; carro que invadir ciclofaixa ou ciclorrota também será punido
SÃO PAULO - Motoristas paulistanos terão de respeitar ciclistas se não quiserem levar multa de até R$ 574,62 e ganhar sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No dia 14 de maio, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai começar a fiscalizar e autuar veículos que não dão prioridade às bicicletas. A partir dessa data, infrações baseadas em cinco artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) já deverão ser aplicadas por 2,4 mil agentes de trânsito. Continua
Por Caio do Valle - Jornal da Tarde
27.04.2012
Além da multa, infração por direção perigosa renderá 7 pontos na carteira; carro que invadir ciclofaixa ou ciclorrota também será punido
SÃO PAULO - Motoristas paulistanos terão de respeitar ciclistas se não quiserem levar multa de até R$ 574,62 e ganhar sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No dia 14 de maio, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai começar a fiscalizar e autuar veículos que não dão prioridade às bicicletas. A partir dessa data, infrações baseadas em cinco artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) já deverão ser aplicadas por 2,4 mil agentes de trânsito. Continua
Universidades de SP descartam cotas
Via Estadão
Por Paulo Saldana
27.04.2012
USP tem programas de inclusão de alunos de escola pública e não pretende adotar sistema
Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais, a USP não pretende adotar o sistema. Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o assunto só foi falado de forma marginal durante debate para reforma do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição.
As universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp) também informaram que não vão adotar cotas. USP, Unesp e Unicamp defendem a prevalência do mérito na seleção, embora tenham ações de inclusão - sem, no entanto, reservar vagas. Continua
Por Paulo Saldana
27.04.2012
USP tem programas de inclusão de alunos de escola pública e não pretende adotar sistema
Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais, a USP não pretende adotar o sistema. Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o assunto só foi falado de forma marginal durante debate para reforma do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição.
As universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp) também informaram que não vão adotar cotas. USP, Unesp e Unicamp defendem a prevalência do mérito na seleção, embora tenham ações de inclusão - sem, no entanto, reservar vagas. Continua
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Secretaria descobre remédios vencidos em ambulatórios de MT
Via Jornal Nacional
27.04.2012
Entre eles, medicamentos para coração e até para tratar doenças graves, como Alzheimer. Todos foram comprados nos últimos anos e encontrados em ambulatórios e hospitais de Várzea Grande.
Um levantamento da secretaria de Saúde de Várzea Grande, em Mato Grosso, descobriu milhares de remédios com prazo de validade vencido em ambulatórios e hospitais da cidade.
Centenas de caixas empilhadas e mais de 20 mil tipos diferentes de remédios. Entre eles, medicamentos para o coração e até para tratar doenças graves, como o Alzheimer. Todos foram comprados nos últimos anos e estão com o prazo de validade vencido. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
Entre eles, medicamentos para coração e até para tratar doenças graves, como Alzheimer. Todos foram comprados nos últimos anos e encontrados em ambulatórios e hospitais de Várzea Grande.
Um levantamento da secretaria de Saúde de Várzea Grande, em Mato Grosso, descobriu milhares de remédios com prazo de validade vencido em ambulatórios e hospitais da cidade.
Centenas de caixas empilhadas e mais de 20 mil tipos diferentes de remédios. Entre eles, medicamentos para o coração e até para tratar doenças graves, como o Alzheimer. Todos foram comprados nos últimos anos e estão com o prazo de validade vencido. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
A parte interna do blog mudou...
... meus amores, e estou bastante perdida.
Espero aprender todas as novidades rapidamente para poder continuar postando.
Sinto muito.
Por enquanto, vou tentar postar alguns links para vocês. Vamos ver se dá certo:
- Código Florestal: Plenário da Câmara aprova relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) e vários destaques
- Código Florestal pode gerar retaliações internacionais ao Brasil
- Los enigmas de la ciudad de Nueva York se ‘desclasifican’ en Internet
Espero aprender todas as novidades rapidamente para poder continuar postando.
Sinto muito.
Por enquanto, vou tentar postar alguns links para vocês. Vamos ver se dá certo:
- Código Florestal: Plenário da Câmara aprova relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) e vários destaques
- Código Florestal pode gerar retaliações internacionais ao Brasil
- Los enigmas de la ciudad de Nueva York se ‘desclasifican’ en Internet
terça-feira, 24 de abril de 2012
Professores não são preparados para ensinar
Via IG
Por Cinthia Rodrigues
23.04.2012
Na faculdade, futuro professor gasta maior parte do tempo com "fundamentos teóricos".
Um professor com poucas oportunidades de aprender a dar aula é como um médico que não sabe tratar do paciente ou um advogado que não conhece os caminhos para defender o réu. Mas o que parece tão contraditório é uma realidade no caso dos educadores. O problema é comprovado por pesquisas, práticas e maus resultados que são tema de série que o iG Educação publica de hoje até quinta-feira.
Em todas as etapas de formação, os docentes enfrentam restrições ao aprendizado do próprio ofício. A universidade reserva a menor parcela do curso a lições de como ensinar, a bibliografia sobre o assunto é desproporcional à demanda e o tempo de aprendizado dentro da escola – apesar de previsto em lei – é desviado para assuntos burocráticos.
Para piorar, o modelo pelo qual os próprios professores aprenderam e que muitos replicam há décadas empaca diante de uma geração moldada pela facilidade e rapidez de resposta da internet. “A sociedade não precisa mais de alguém que traga a informação. Isso o computador pode fazer. No entanto, a sociedade precisa cada vez mais de um mestre que ensine a pensar, a resolver problemas, a produzir conhecimento. Só que dificilmente o educador sabe como fazer isso”, resume o professor emérito em Educação na Universidade de Paris 8 e visitante na Universidade Federal de Sergipe, Bernard Charlot.
Na opinião dele, os problemas de formação são potencializados pela tecnologia a que os alunos têm acesso, mas continuam sendo os mesmos. “A questão não é se o professor sabe promover o aprendizado naquele ambiente, mas se ele tem repertório para ensinar em vez de reproduzir informação”, diz. Continua
Por Cinthia Rodrigues
23.04.2012
Na faculdade, futuro professor gasta maior parte do tempo com "fundamentos teóricos".
Um professor com poucas oportunidades de aprender a dar aula é como um médico que não sabe tratar do paciente ou um advogado que não conhece os caminhos para defender o réu. Mas o que parece tão contraditório é uma realidade no caso dos educadores. O problema é comprovado por pesquisas, práticas e maus resultados que são tema de série que o iG Educação publica de hoje até quinta-feira.
Em todas as etapas de formação, os docentes enfrentam restrições ao aprendizado do próprio ofício. A universidade reserva a menor parcela do curso a lições de como ensinar, a bibliografia sobre o assunto é desproporcional à demanda e o tempo de aprendizado dentro da escola – apesar de previsto em lei – é desviado para assuntos burocráticos.
Para piorar, o modelo pelo qual os próprios professores aprenderam e que muitos replicam há décadas empaca diante de uma geração moldada pela facilidade e rapidez de resposta da internet. “A sociedade não precisa mais de alguém que traga a informação. Isso o computador pode fazer. No entanto, a sociedade precisa cada vez mais de um mestre que ensine a pensar, a resolver problemas, a produzir conhecimento. Só que dificilmente o educador sabe como fazer isso”, resume o professor emérito em Educação na Universidade de Paris 8 e visitante na Universidade Federal de Sergipe, Bernard Charlot.
Na opinião dele, os problemas de formação são potencializados pela tecnologia a que os alunos têm acesso, mas continuam sendo os mesmos. “A questão não é se o professor sabe promover o aprendizado naquele ambiente, mas se ele tem repertório para ensinar em vez de reproduzir informação”, diz. Continua
Caso de estupro abala universidade federal em Juiz de Fora-MG
Via blog do Noblat
24.04.2012
Flávio Tabak, O Globo
Não se fala em outro assunto no bucólico campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. A polícia investiga a denúncia de estupro de uma estudante dentro do Instituto de Artes e Design (IAD), na noite da sexta-feira 13, há dez dias.
Explosiva por si só, a notícia se espalhou pela cidade de pouco mais de 500 mil habitantes, a cerca de 180 quilômetros do Rio, e reacendeu o debate sobre sexismo, velocidade das investigações, trotes discriminatórios e temores com a violência entre jovens.
Pais de estudantes reforçaram os avisos para que seus filhos universitários não se envolvam em “festas perigosas”, enquanto a reitoria promete investigar tudo e proibiu, por ora, eventos festivos do tipo da festa do dia 13.
Alunos mostraram preocupação com a ausência de debate sobre o caso dentro da UFJF; outros acham que a vítima — uma adolescente 17 anos que cursava o primeiro período — bebeu demais e se expôs excessivamente. Marcado por conquistas libertárias, o movimento estudantil vive, em Juiz de Fora e em outras cidades do país, às voltas com denúncias de práticas retrógradas.
Leia mais em Caso de estupro abala universidade federal em JF
24.04.2012
Flávio Tabak, O Globo
Não se fala em outro assunto no bucólico campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. A polícia investiga a denúncia de estupro de uma estudante dentro do Instituto de Artes e Design (IAD), na noite da sexta-feira 13, há dez dias.
Explosiva por si só, a notícia se espalhou pela cidade de pouco mais de 500 mil habitantes, a cerca de 180 quilômetros do Rio, e reacendeu o debate sobre sexismo, velocidade das investigações, trotes discriminatórios e temores com a violência entre jovens.
Focos feministas, seguidos por alguns setores da universidade, fizeram barulho em redes sociais e listas de discussão na internet exigindo apuração da denúncia e mostrando casos de trotes ofensivos contra mulheres.
Pais de estudantes reforçaram os avisos para que seus filhos universitários não se envolvam em “festas perigosas”, enquanto a reitoria promete investigar tudo e proibiu, por ora, eventos festivos do tipo da festa do dia 13.
Alunos mostraram preocupação com a ausência de debate sobre o caso dentro da UFJF; outros acham que a vítima — uma adolescente 17 anos que cursava o primeiro período — bebeu demais e se expôs excessivamente. Marcado por conquistas libertárias, o movimento estudantil vive, em Juiz de Fora e em outras cidades do país, às voltas com denúncias de práticas retrógradas.
Leia mais em Caso de estupro abala universidade federal em JF
Em onze anos, casos de estupro aumentaram 88% no Rio de Janeiro
Via Agência Patrícia Galvão/(R7 Notícias)
22.04.2012
Apesar de os principais índices de criminalidade apresentarem queda nos últimos anos, principalmente após a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), um crime gravíssimo tem aumentado no Rio de Janeiro: o estupro. Nos últimos onze anos a quantidade de registros aumentou 88,5%, de acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública).
A quantidade de casos notificados chegou a 4.871 em 2011, uma média de 13 pessoas violentadas sexualmente a cada dia. Em 2000, a média era de sete casos por dia, ano em que houve 2.583 notificações, uma diferença de 2.288 casos na comparação entre os dois períodos. Entre 2010 e 2011, também houve aumento, mas menor, de apenas 6%. Este ano, nos dois primeiros meses, já foram registrados 962 casos de estupro no Estado, com uma média superior à do ano passado, com 16 casos a cada 24 horas. Em março, a quantidade de casos aumentou ainda mais. Foram 545 casos no mês, média de 18 registros por dia.
No sábado (21), PMs foram presos por suspeita de estuprar uma moradora da Rocinha que teria praticado furtos na comunidade. Há uma semana, um caso de estupro em Campo Grande, na zona oeste do Rio também traz como suspeito um policial militar. Uma jovem de 21 anos foi diz ter sido atacada por um PM, que fugiu da delegacia após ser preso. Em fevereiro, um homem foi preso após estuprar uma menina de 12 anos dentro de um ônibus no Jardim Botânico, na zona sul do Rio.
"Ele fugiu e nós não saímos de casa", diz irmão de vítima de estupro
Para a delegada Márcia Noeli, diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher, há três principais motivos para explicar o aumento no número de casos de estupro. Um deles é a criação de uma lei, em 2009, que tipificou como estupro casos que antes eram considerados como atentado violento ao pudor, quando não há penetração pelo órgão sexual masculino, por exemplo.
— Essa lei também inovou ao permitir que, em caso de vítimas menores de 18 anos ou pessoa vulnerável, a ação pública seja incondicionada. Ou seja, qualquer pessoa pode denunciar. Antes, só a representante legal da vítima poderia registrar o caso. Outro fator é o trabalho da polícia, que prende os autores e encoraja as mulheres a denunciar. Mesmo com o aumento de registros, ainda há muitas mulheres que têm medo ou vergonha de denunciar.
Um estudo do ISP divulgado no ano passado com base em dados de 2010 revelou o perfil das vítimas de estupro. As mulheres responderam por 81,2% e os homens ficaram com 15,6%. Em 2009, houve uma mudança na lei e os casos de atentado violento ao pudor passaram a ser considerados como estupro também. Antes, o crime previa penetração vaginal e por isso só as mulheres poderiam ser vítimas deste tipo de crime.
Ainda de acordo com o estudo, do total de mulheres violentadas em 2010, 23,2% tinham até nove anos de idade. As vítimas de 10 a 14 anos respondiam por 30,3% e as de15 a 19 anos, 15,3%. Quase a metade das mulheres vítimas de estupro se declarou branca (43,6%) e apenas 11,9% se declararam pretas.
Outro dado da pesquisa mostra o tipo de relação entre estuprador e vítima. Em 18,2% dos casos, o autor do crime era o pai ou padrasto. Outros parentes respondem por 11,5% dos casos, conhecidos (10,8%), companheiro ou ex-companheiro (10%) e nenhuma relação (26,7%).
Para a delegada, é importante que os filhos tenham confiança nas mães para que contem a elas tudo o que aconteça.
— A criança precisa estar orientada a não permitir que ninguém a toque de forma que incomode, ensinando que é errado um adulto passar a mão em suas partes íntimas, essas coisas. Os pais também precisam estar atentos sobre onde seus filhos andam.
Baixada concentra casos
O capítulo sobre o crime de estupro do Dossiê Mulher também aponta as regiões de maior incidência de casos. Entre as dez áreas com maior quantidade de registros de violência sexual, quatro ficam na Baixada Fluminense. Em primeiro lugar aparece a região patrulhada pelo Batalhão de Mesquita (20º BPM), que inclui as cidades de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis. Em segundo, a cidade de Duque de Caxias.
Para a Márcia, a quantidade de denúncias na baixada está diretamente ligada ao comportamento das mulheres na região.
— Trabalhei muito tempo na Baixada Fluminense. O que percebi é que, tanto na violência sexual quanto na doméstica, as mulheres denunciam mais. Talvez porque, em muitos casos, as casas são geminadas e os vizinhos sabem o que ocorre naquela família. Elas não têm muita coisa a perder. Já em família de alta renda vejo que, quando uma criança é violentada, eles a levam para clínicas psicológicas, mas não a levam para delegacia, pois geralmente são homens ou mulheres públicas.
Vulnerabilidade
Também entraram na lista as áreas patrulhadas pelos Batalhões de Cabo Frio (25º BPM), São Gonçalo (7º BPM), Rocha Miranda (9º BPM), Campo Grande (40º BPM), Belford Roxo (39º BPM), Queimados (24º BPM), Niterói (12º BPM) e Macaé (32º BPM). Conforme reportagem do R7 revelou no dia 4 de março, a baixada sofre com a falta de policiais nas ruas. Enquanto na capital, a proporção é de um PM para cada 478 pessoas, na baixada esse número chega a um PM para cada 1.254 habitantes. As cidades de Belford Roxo e São João de Meriti, por exemplo, contam individualmente com menos policiais do que a UPP do morro Mangueira, por exemplo.
A diretora do DPAM também faz um alerta importante, principalmente para as mulheres.
— Nas questões de crimes sexuais é bom evitar andar sozinha de madrugada ou em ruas escuras. Geralmente os estupradores aproveitam a vulnerabilidade da mulher. Se ela tiver acompanhada será mais difícil ele abordá-la. Se estiver em uma rua iluminada, a abordagem também fica mais difícil. A mulher tem que dificultar para que o autor pense que poderá ser visto e ele geralmente não quer arriscar ser preso.
Acesse em pdf: Em onze anos, casos de estupro aumentaram 88% no Rio de Janeiro (R7 Notícias - 22/04/2012)
fonte
22.04.2012
Apesar de os principais índices de criminalidade apresentarem queda nos últimos anos, principalmente após a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), um crime gravíssimo tem aumentado no Rio de Janeiro: o estupro. Nos últimos onze anos a quantidade de registros aumentou 88,5%, de acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública).
A quantidade de casos notificados chegou a 4.871 em 2011, uma média de 13 pessoas violentadas sexualmente a cada dia. Em 2000, a média era de sete casos por dia, ano em que houve 2.583 notificações, uma diferença de 2.288 casos na comparação entre os dois períodos. Entre 2010 e 2011, também houve aumento, mas menor, de apenas 6%. Este ano, nos dois primeiros meses, já foram registrados 962 casos de estupro no Estado, com uma média superior à do ano passado, com 16 casos a cada 24 horas. Em março, a quantidade de casos aumentou ainda mais. Foram 545 casos no mês, média de 18 registros por dia.
No sábado (21), PMs foram presos por suspeita de estuprar uma moradora da Rocinha que teria praticado furtos na comunidade. Há uma semana, um caso de estupro em Campo Grande, na zona oeste do Rio também traz como suspeito um policial militar. Uma jovem de 21 anos foi diz ter sido atacada por um PM, que fugiu da delegacia após ser preso. Em fevereiro, um homem foi preso após estuprar uma menina de 12 anos dentro de um ônibus no Jardim Botânico, na zona sul do Rio.
"Ele fugiu e nós não saímos de casa", diz irmão de vítima de estupro
Para a delegada Márcia Noeli, diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher, há três principais motivos para explicar o aumento no número de casos de estupro. Um deles é a criação de uma lei, em 2009, que tipificou como estupro casos que antes eram considerados como atentado violento ao pudor, quando não há penetração pelo órgão sexual masculino, por exemplo.
— Essa lei também inovou ao permitir que, em caso de vítimas menores de 18 anos ou pessoa vulnerável, a ação pública seja incondicionada. Ou seja, qualquer pessoa pode denunciar. Antes, só a representante legal da vítima poderia registrar o caso. Outro fator é o trabalho da polícia, que prende os autores e encoraja as mulheres a denunciar. Mesmo com o aumento de registros, ainda há muitas mulheres que têm medo ou vergonha de denunciar.
Um estudo do ISP divulgado no ano passado com base em dados de 2010 revelou o perfil das vítimas de estupro. As mulheres responderam por 81,2% e os homens ficaram com 15,6%. Em 2009, houve uma mudança na lei e os casos de atentado violento ao pudor passaram a ser considerados como estupro também. Antes, o crime previa penetração vaginal e por isso só as mulheres poderiam ser vítimas deste tipo de crime.
Ainda de acordo com o estudo, do total de mulheres violentadas em 2010, 23,2% tinham até nove anos de idade. As vítimas de 10 a 14 anos respondiam por 30,3% e as de15 a 19 anos, 15,3%. Quase a metade das mulheres vítimas de estupro se declarou branca (43,6%) e apenas 11,9% se declararam pretas.
Outro dado da pesquisa mostra o tipo de relação entre estuprador e vítima. Em 18,2% dos casos, o autor do crime era o pai ou padrasto. Outros parentes respondem por 11,5% dos casos, conhecidos (10,8%), companheiro ou ex-companheiro (10%) e nenhuma relação (26,7%).
Para a delegada, é importante que os filhos tenham confiança nas mães para que contem a elas tudo o que aconteça.
— A criança precisa estar orientada a não permitir que ninguém a toque de forma que incomode, ensinando que é errado um adulto passar a mão em suas partes íntimas, essas coisas. Os pais também precisam estar atentos sobre onde seus filhos andam.
Baixada concentra casos
O capítulo sobre o crime de estupro do Dossiê Mulher também aponta as regiões de maior incidência de casos. Entre as dez áreas com maior quantidade de registros de violência sexual, quatro ficam na Baixada Fluminense. Em primeiro lugar aparece a região patrulhada pelo Batalhão de Mesquita (20º BPM), que inclui as cidades de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis. Em segundo, a cidade de Duque de Caxias.
Para a Márcia, a quantidade de denúncias na baixada está diretamente ligada ao comportamento das mulheres na região.
— Trabalhei muito tempo na Baixada Fluminense. O que percebi é que, tanto na violência sexual quanto na doméstica, as mulheres denunciam mais. Talvez porque, em muitos casos, as casas são geminadas e os vizinhos sabem o que ocorre naquela família. Elas não têm muita coisa a perder. Já em família de alta renda vejo que, quando uma criança é violentada, eles a levam para clínicas psicológicas, mas não a levam para delegacia, pois geralmente são homens ou mulheres públicas.
Vulnerabilidade
Também entraram na lista as áreas patrulhadas pelos Batalhões de Cabo Frio (25º BPM), São Gonçalo (7º BPM), Rocha Miranda (9º BPM), Campo Grande (40º BPM), Belford Roxo (39º BPM), Queimados (24º BPM), Niterói (12º BPM) e Macaé (32º BPM). Conforme reportagem do R7 revelou no dia 4 de março, a baixada sofre com a falta de policiais nas ruas. Enquanto na capital, a proporção é de um PM para cada 478 pessoas, na baixada esse número chega a um PM para cada 1.254 habitantes. As cidades de Belford Roxo e São João de Meriti, por exemplo, contam individualmente com menos policiais do que a UPP do morro Mangueira, por exemplo.
A diretora do DPAM também faz um alerta importante, principalmente para as mulheres.
— Nas questões de crimes sexuais é bom evitar andar sozinha de madrugada ou em ruas escuras. Geralmente os estupradores aproveitam a vulnerabilidade da mulher. Se ela tiver acompanhada será mais difícil ele abordá-la. Se estiver em uma rua iluminada, a abordagem também fica mais difícil. A mulher tem que dificultar para que o autor pense que poderá ser visto e ele geralmente não quer arriscar ser preso.
Acesse em pdf: Em onze anos, casos de estupro aumentaram 88% no Rio de Janeiro (R7 Notícias - 22/04/2012)
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
Por que o governo não zela por suas contas como zelamos pelas nossas?
23.04.2012
Comentário - Por Ricardo Noblat
Por que o governo não zela por suas contas como zelamos pelas nossas?
Imagine a seguinte situação: você quer reformar sua casa ou apartamento. Então contrata um mestre de obras e sua equipe.
Ao fim da reforma, você descobre que o mestre de obras superfaturou despesas, desviou verbas, fez pagamentos indevidos e usou material de qualidade inferior.
O que você faz em seguida?
Assina 31 novos contratos como mesmo mestre de obras.
Sim, isso mesmo. Você assina 31 novos contratos como mesmo mestre de obras que o roubou.
Que tal?
Para que eu quero descer!!!
André de Souza, repórter de O Globo, conta, hoje, no jornal, uma história parecida com essa. Trechos do relato dele:
"Após ser apontada como líder de um esquema de corrupção que desviou milhões de reais dos cofres da União e veio a público em agosto de 2010 — na Operação Mão Dupla, feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) com a Polícia Federal (PF) — a construtora Delta continuou assinando contratos de alto valor com órgãos federais.
Desde que o governo tomou conhecimento das graves irregularidades cometidas pela empreiteira em obras de rodovias no Ceará, foram assinados 31 novos contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no valor total de R$ 758 milhões.
(...) Na época, a CGU informou que detectara “um prejuízo estimado em R$ 5 milhões aos cofres públicos da União, afora o risco social decorrente da execução de obras de infraestrutura rodoviária fora das devidas especificações técnicas”.
Mas isso não impediu que o Dnit celebrasse novos contratos com a Delta, sendo três deles (no valor total de R$ 9,6 milhões) no Ceará, onde foram detectadas as irregularidades em 2010.
(...) A empreiteira ganhou destaque recentemente no noticiário por suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro na Operação Monte Carlo.
(...) O grande número de contratos com órgãos públicos obtidos pela Delta se refletem em seu faturamento. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que até 100% dos ganhos da construtora vêm de contratos com o setor público."
Pergunta que você não precisa responder: quem pagará pelo malfeito da Delta - no Ceará ou em qualquer outro lugar?
A Delta tem obras em todos os Estados - e mais no Distrito Federal.
É generosa doadora de dinheiro para campanhas eleitorais.
Pergunta idiota que dispensa resposta: será por isso que governadores e políticos em geral nada dizem a respeito da Delta?
Leia também:
Mesmo denunciada por corrupção, Delta continua a fechar contratos
Comentário - Por Ricardo Noblat
Por que o governo não zela por suas contas como zelamos pelas nossas?
Imagine a seguinte situação: você quer reformar sua casa ou apartamento. Então contrata um mestre de obras e sua equipe.
Ao fim da reforma, você descobre que o mestre de obras superfaturou despesas, desviou verbas, fez pagamentos indevidos e usou material de qualidade inferior.
O que você faz em seguida?
Assina 31 novos contratos como mesmo mestre de obras.
Sim, isso mesmo. Você assina 31 novos contratos como mesmo mestre de obras que o roubou.
Que tal?
Para que eu quero descer!!!
André de Souza, repórter de O Globo, conta, hoje, no jornal, uma história parecida com essa. Trechos do relato dele:
"Após ser apontada como líder de um esquema de corrupção que desviou milhões de reais dos cofres da União e veio a público em agosto de 2010 — na Operação Mão Dupla, feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) com a Polícia Federal (PF) — a construtora Delta continuou assinando contratos de alto valor com órgãos federais.
Desde que o governo tomou conhecimento das graves irregularidades cometidas pela empreiteira em obras de rodovias no Ceará, foram assinados 31 novos contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no valor total de R$ 758 milhões.
(...) Na época, a CGU informou que detectara “um prejuízo estimado em R$ 5 milhões aos cofres públicos da União, afora o risco social decorrente da execução de obras de infraestrutura rodoviária fora das devidas especificações técnicas”.
Mas isso não impediu que o Dnit celebrasse novos contratos com a Delta, sendo três deles (no valor total de R$ 9,6 milhões) no Ceará, onde foram detectadas as irregularidades em 2010.
(...) A empreiteira ganhou destaque recentemente no noticiário por suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro na Operação Monte Carlo.
(...) O grande número de contratos com órgãos públicos obtidos pela Delta se refletem em seu faturamento. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que até 100% dos ganhos da construtora vêm de contratos com o setor público."
Pergunta que você não precisa responder: quem pagará pelo malfeito da Delta - no Ceará ou em qualquer outro lugar?
A Delta tem obras em todos os Estados - e mais no Distrito Federal.
É generosa doadora de dinheiro para campanhas eleitorais.
Pergunta idiota que dispensa resposta: será por isso que governadores e políticos em geral nada dizem a respeito da Delta?
Leia também:
Mesmo denunciada por corrupção, Delta continua a fechar contratos
Meninas estão mais propensas a ter o primeiro contato com álcool, diz pesquisa
Via UNESP - Portal da Universidade
20.04.2012
Estudo da Medicina entrevistou 1.507 estudantes com menos de 18 anos
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina (FM), Câmpus de Botucatu, constatou que o consumo de bebidas alcoólicas pode ser mais precoce entre mulheres do que entre homens. O fato, somado à pouca maturidade das adolescentes, pode favorecer comportamentos de risco, como a prática de sexo sem proteção, alerta o estudo.
A análise observou a prevalência do uso de álcool em adolescentes de escolas da rede pública e particular de Botucatu (a 235 Km de São Paulo). Foram entrevistados 1.507 estudantes de ambos os sexos e menores de 18 anos. Eles informaram aspectos sociodemográficos, consumo de álcool, hábito de beber entre familiares e amigos, além do consumo de outras drogas e comportamentos de violência.
38,8% dos estudantes do ensino fundamental e 73,5% do ensino médio afirmaram já ter consumido álcool na vida. Já o uso da substância nos últimos doze meses foi relatado por 8,5% dos estudantes do ensino fundamental e 40,7% do ensino médio.
Além da precocidade, o levantamento indicou que as estudantes do sexo feminino apresentaram maior propensão para o comportamento de “beber com embriaguez”. O termo é usado para definir um consumo igual ou até maior a 5 doses em uma ocasião para homens e maior ou superior a 4 doses para mulheres. Nesse caso, uma dose equivale a 50 ml de destilado com teor alcoólico de 40%; 350 ml de cerveja (teor alcoólico de 4-5%) e 150 ml de vinho a 12,5% de álcool.
“Os jovens são os que apresentam maiores riscos em relação ao consumo do álcool, com consequências negativas diversas como problemas nos estudos, problemas sociais, práticas de sexo sem proteção, maior risco de suicídio, homicídio e acidentes”, frisa a assistente social Priscila Lopes Pereira, autora do estudo, que é sua dissertação de mestrado na FM. Ela teve a orientação da psiquiatra Florence Kerr-Corrêa, professora da mesma unidade. O trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da prefeitura local e da Diretoria Regional de Ensino de Botucatu. Continua
domingo, 22 de abril de 2012
Agrotóxicos: um mercado bilionário e cada vez mais concentrado
Via Adital
Por Raquel Júnia
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), Fiocruz
18/04/2012
Seminário realizado na Anvisa mostra o processo de concentração da produção e comercialização de insumos agrícolas. Pesquisador alerta para risco à soberania nacional.
O mercado mundial de agrotóxicos movimentou US$ 51,2 bilhões em 2010. E o brasileiro US$ 7,3 bilhões. As seis maiores empresas -Basf, Bayer, Dow, Dupont, Monsanto e Syngenta - controlam hoje 66% do mercado mundial. E, no Brasil, as dez maiores empresas foram responsáveis por 75% da venda nacional de agrotóxicos na última safra. As gigantes do setor estão comprando as empresas menores, tanto de agrotóxicos, quanto de sementes, formando monopólios e oligopólios. Os dados foram apresentados no 2º Seminário Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 11 de abril, com a palestra do professor da Universidade Federal do Paraná Victor Pelaez.
Segundo o pesquisador, que também é coordenador do Observatório da Indústria de Agrotóxicos, a tendência é de que as grandes empresas continuem adquirindo as pequenas. "Existe um ciclo vicioso porque para baixar os preços é preciso produzir em escala maior, e, portanto, as menores empresas não têm condição de se manterem no mercado com os preços menores. Por isso cada vez o mercado se concentra mais", explica.
Victor avalia que se por um lado esse processo de concentração representa um risco para as condições de concorrência do mercado e ainda evidencia o poder econômico e político das empresas, por outro revela também uma resposta da indústria a uma maior exigência das agências reguladoras quanto à segurança na produção e comercialização de venenos. "A trajetória tecnológica nesse ramo de atividade tem evoluído no sentido de buscar moléculas que tenham um bom desempenho agronômico, também combinado com um menor impacto ambiental e à saúde, com substâncias menos tóxicas. Os organismos regulatórios tendem a ser mais exigentes à medida que se desenvolvem novos métodos de análise, inclusive exigindo que alguns produtos sejam eliminados do mercado. Quem tem condição de atender a essas exigências regulatórias são essas grandes empresas. Isso está provocando uma tendência a maior concentração", observa.
Para Pelaez, apesar de haver essa evidência positiva de um maior controle das agências reguladoras, o quadro é preocupante, pois as empresas passam a controlar cada vez mais também os alimentos que as pessoas vão consumir. "Essa dependência a um número muito pequeno de empresas que produzem sementes e todos os insumos é extremamente arriscado para a soberania de qualquer país, não só do Brasil. Essas empresas controlam também o comércio internacional de grãos e definem em primeira instância as políticas agrícolas e alimentares de grande parte do planeta", alerta.
O professor mostrou durante a apresentação que quase todas as grandes corporações do ramo de agrotóxicos adquiriram empresas de sementes nos últimos anos. E aquelas que não participam desse esquema acabam ficando de fora do mercado. "Ao vender para o agricultor, a empresa faz o pacote com a semente e o agrotóxico junto, com uma série de facilidades. Isso dá uma competitividade fantástica às empresas que conseguem ter esse portfólio de produtos. É o que chamamos de economia de escopo. Elas podem dar um desconto grande num produto e ganhar dinheiro em outro produto, e com isso vai faltando espaço e recursos para as empresas que não tiverem essa estratégia", detalha. Continua
Por Raquel Júnia
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), Fiocruz
18/04/2012
Seminário realizado na Anvisa mostra o processo de concentração da produção e comercialização de insumos agrícolas. Pesquisador alerta para risco à soberania nacional.
O mercado mundial de agrotóxicos movimentou US$ 51,2 bilhões em 2010. E o brasileiro US$ 7,3 bilhões. As seis maiores empresas -Basf, Bayer, Dow, Dupont, Monsanto e Syngenta - controlam hoje 66% do mercado mundial. E, no Brasil, as dez maiores empresas foram responsáveis por 75% da venda nacional de agrotóxicos na última safra. As gigantes do setor estão comprando as empresas menores, tanto de agrotóxicos, quanto de sementes, formando monopólios e oligopólios. Os dados foram apresentados no 2º Seminário Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 11 de abril, com a palestra do professor da Universidade Federal do Paraná Victor Pelaez.
Segundo o pesquisador, que também é coordenador do Observatório da Indústria de Agrotóxicos, a tendência é de que as grandes empresas continuem adquirindo as pequenas. "Existe um ciclo vicioso porque para baixar os preços é preciso produzir em escala maior, e, portanto, as menores empresas não têm condição de se manterem no mercado com os preços menores. Por isso cada vez o mercado se concentra mais", explica.
Victor avalia que se por um lado esse processo de concentração representa um risco para as condições de concorrência do mercado e ainda evidencia o poder econômico e político das empresas, por outro revela também uma resposta da indústria a uma maior exigência das agências reguladoras quanto à segurança na produção e comercialização de venenos. "A trajetória tecnológica nesse ramo de atividade tem evoluído no sentido de buscar moléculas que tenham um bom desempenho agronômico, também combinado com um menor impacto ambiental e à saúde, com substâncias menos tóxicas. Os organismos regulatórios tendem a ser mais exigentes à medida que se desenvolvem novos métodos de análise, inclusive exigindo que alguns produtos sejam eliminados do mercado. Quem tem condição de atender a essas exigências regulatórias são essas grandes empresas. Isso está provocando uma tendência a maior concentração", observa.
Para Pelaez, apesar de haver essa evidência positiva de um maior controle das agências reguladoras, o quadro é preocupante, pois as empresas passam a controlar cada vez mais também os alimentos que as pessoas vão consumir. "Essa dependência a um número muito pequeno de empresas que produzem sementes e todos os insumos é extremamente arriscado para a soberania de qualquer país, não só do Brasil. Essas empresas controlam também o comércio internacional de grãos e definem em primeira instância as políticas agrícolas e alimentares de grande parte do planeta", alerta.
O professor mostrou durante a apresentação que quase todas as grandes corporações do ramo de agrotóxicos adquiriram empresas de sementes nos últimos anos. E aquelas que não participam desse esquema acabam ficando de fora do mercado. "Ao vender para o agricultor, a empresa faz o pacote com a semente e o agrotóxico junto, com uma série de facilidades. Isso dá uma competitividade fantástica às empresas que conseguem ter esse portfólio de produtos. É o que chamamos de economia de escopo. Elas podem dar um desconto grande num produto e ganhar dinheiro em outro produto, e com isso vai faltando espaço e recursos para as empresas que não tiverem essa estratégia", detalha. Continua
Comitê lança dossiê no Rio sobre impactos das obras da Copa
Via Agência Brasil
Por Flávia Villela
19/04/2012
Rio de Janeiro - O Comitê Popular Rio, Copa e Megaeventos lança hoje (19) o dossiê Nacional Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos, no Auditório do Clube de Engenharia, no centro. Além da apresentação do documento haverá o debate público Esporte, Paixão e Negócio.
De acordo com o professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ) Carlos Vainer, que colaborou para a elaboração do levantamento, um dos elementos mais graves identificados no estudo é a política de desinformação por parte das autoridades sobre os impactos das obras da Copa de 2014.
“O Poder Público não informa de maneira clara e democrática quais são os projetos e impactos. As populações não estão sendo consultadas, comunidades estão sendo expulsas de seus bairros arbitrária e perversamente”, disse. Segundo ele, estima-se que pelo menos 170 mil pessoas devam ser removidas nos próximos anos devido às obras de megaeventos nas cidades sede do Mundial.
Participam do debate, o representante da Central dos Movimentos Populares, Marcelo Edmundo, a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik, o professor do Ippur Orlando Santos Júnior e o presidente da Associação de Moradores da Vila Autódromo, Altair Antunes Guimarães, uma das comunidades que lutam na Justiça para não ser desapropriada.
No caso da Vila Autódromo, em Jacarepaguá, zona oeste, vizinha ao bairro nobre da Barra da Tijuca, Altair Guimarães denuncia que a alegação da prefeitura de que a desapropriação é necessária para a construção de um parque olímpico de interesse público é um pretexto para atender a interesses privados, visto que há 19 anos o município entrou com uma ação de desapropriação da área.
“Estamos aqui há 40 anos, nossas casas são tituladas, mas somos pobres e nossas casas enfeiam o bairro. Antes, o motivo para a desapropriação era o impacto ambiental e o dano estético à região. Agora, é por causa da obra para os megaeventos. O que querem é nos tirar daqui para depois venderem o terreno às grandes empreiteiras.”
Também moradora da comunidade, a professora Inalva Mendes Brito informou que os moradores construíram, com o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), um plano popular de saneamento básico e urbanização que já foi apresentado às autoridades. “É um modelo viável de urbanização que prova que não precisamos ser expulsos daqui e que é uma solução mais barata do que a remoção.”
Inalva disse que a forma como os meios de comunicação estão tratando a questão das desapropriações na cidade não é a mais adequada. “Os moradores não estão sendo ouvidos pelas reportagens que estão sendo feitas. Elas mostram uma única visão dos interesses da prefeitura e da especulação imobiliária.”
O Comitê Popular Rio, Copa e Megaevento é composto por um conjunto de organizações e lideranças populares que consideram excludente o modelo de política urbana implementada no Rio, sobretudo, com os preparativos dos Jogos Mundiais Militares Rio 2011, da Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
A Secretaria de Habitação Municipal informou, por meio de nota, que o processo de negociação com as famílias removidas respeita os direitos dos moradores das comunidades, que são avisados com antecedência sobre a remoção e informados sobre a importância do reassentamento, motivado por interesse público mais amplo. As famílias também são recebidas individualmente na própria prefeitura e informadas sobre as alternativas de reassentamento.
De acordo com o órgão, os moradores de Vila Autódromo serão reassentados em apartamentos que estão sendo construídos na Estrada dos Bandeirantes, a cerca de 1 km da Vila Autódromo. Os apartamentos serão de dois e três quartos com área de lazer, equipamentos públicos como creche e escola e área para implantação de atividades comerciais.
Edição: Talita Cavalcante
Por Flávia Villela
19/04/2012
Rio de Janeiro - O Comitê Popular Rio, Copa e Megaeventos lança hoje (19) o dossiê Nacional Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos, no Auditório do Clube de Engenharia, no centro. Além da apresentação do documento haverá o debate público Esporte, Paixão e Negócio.
De acordo com o professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ) Carlos Vainer, que colaborou para a elaboração do levantamento, um dos elementos mais graves identificados no estudo é a política de desinformação por parte das autoridades sobre os impactos das obras da Copa de 2014.
“O Poder Público não informa de maneira clara e democrática quais são os projetos e impactos. As populações não estão sendo consultadas, comunidades estão sendo expulsas de seus bairros arbitrária e perversamente”, disse. Segundo ele, estima-se que pelo menos 170 mil pessoas devam ser removidas nos próximos anos devido às obras de megaeventos nas cidades sede do Mundial.
Participam do debate, o representante da Central dos Movimentos Populares, Marcelo Edmundo, a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik, o professor do Ippur Orlando Santos Júnior e o presidente da Associação de Moradores da Vila Autódromo, Altair Antunes Guimarães, uma das comunidades que lutam na Justiça para não ser desapropriada.
No caso da Vila Autódromo, em Jacarepaguá, zona oeste, vizinha ao bairro nobre da Barra da Tijuca, Altair Guimarães denuncia que a alegação da prefeitura de que a desapropriação é necessária para a construção de um parque olímpico de interesse público é um pretexto para atender a interesses privados, visto que há 19 anos o município entrou com uma ação de desapropriação da área.
“Estamos aqui há 40 anos, nossas casas são tituladas, mas somos pobres e nossas casas enfeiam o bairro. Antes, o motivo para a desapropriação era o impacto ambiental e o dano estético à região. Agora, é por causa da obra para os megaeventos. O que querem é nos tirar daqui para depois venderem o terreno às grandes empreiteiras.”
Também moradora da comunidade, a professora Inalva Mendes Brito informou que os moradores construíram, com o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), um plano popular de saneamento básico e urbanização que já foi apresentado às autoridades. “É um modelo viável de urbanização que prova que não precisamos ser expulsos daqui e que é uma solução mais barata do que a remoção.”
Inalva disse que a forma como os meios de comunicação estão tratando a questão das desapropriações na cidade não é a mais adequada. “Os moradores não estão sendo ouvidos pelas reportagens que estão sendo feitas. Elas mostram uma única visão dos interesses da prefeitura e da especulação imobiliária.”
O Comitê Popular Rio, Copa e Megaevento é composto por um conjunto de organizações e lideranças populares que consideram excludente o modelo de política urbana implementada no Rio, sobretudo, com os preparativos dos Jogos Mundiais Militares Rio 2011, da Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
A Secretaria de Habitação Municipal informou, por meio de nota, que o processo de negociação com as famílias removidas respeita os direitos dos moradores das comunidades, que são avisados com antecedência sobre a remoção e informados sobre a importância do reassentamento, motivado por interesse público mais amplo. As famílias também são recebidas individualmente na própria prefeitura e informadas sobre as alternativas de reassentamento.
De acordo com o órgão, os moradores de Vila Autódromo serão reassentados em apartamentos que estão sendo construídos na Estrada dos Bandeirantes, a cerca de 1 km da Vila Autódromo. Os apartamentos serão de dois e três quartos com área de lazer, equipamentos públicos como creche e escola e área para implantação de atividades comerciais.
Edição: Talita Cavalcante
Justiça condena USP a devolver doação de R$ 1 milhão
Via Estadão
21.04.2012
Família considerou que instituição descumpriu acordo de doação ao não batizar sala
A família do banqueiro Pedro Conde (1922-2003) obteve na Justiça a devolução de cerca de R$ 1 milhão que havia doado à USP para construção de um auditório para 90 pessoas na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
A contrapartida da doação previa que a sala fosse batizada com o nome do banqueiro – pela tradição, as salas da São Francisco só recebem nomes de professores da casa. Um quadro com o retrato de Pedro Conde também deveria ser colocado no local.
O contrato foi assinado em abril de 2009, época em que o atual reitor da USP, João Grandino Rodas, era diretor da Faculdade de Direito. A doação foi aprovada pela Congregação da faculdade, órgão deliberativo com representação de diretores, professores e alunos, e a sala chegou a ser batizada.
No entanto, um ano depois, com uma nova direção da faculdade e após protestos de estudantes, a congregação recuou, alegando que não sabia da obrigação de batismo do auditório. Muitos alunos e professores comemoraram a mudança, alegando que uma sala não poderia homenagear alguém que nunca lecionou na universidade. Continua
21.04.2012
Família considerou que instituição descumpriu acordo de doação ao não batizar sala
A família do banqueiro Pedro Conde (1922-2003) obteve na Justiça a devolução de cerca de R$ 1 milhão que havia doado à USP para construção de um auditório para 90 pessoas na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
A contrapartida da doação previa que a sala fosse batizada com o nome do banqueiro – pela tradição, as salas da São Francisco só recebem nomes de professores da casa. Um quadro com o retrato de Pedro Conde também deveria ser colocado no local.
O contrato foi assinado em abril de 2009, época em que o atual reitor da USP, João Grandino Rodas, era diretor da Faculdade de Direito. A doação foi aprovada pela Congregação da faculdade, órgão deliberativo com representação de diretores, professores e alunos, e a sala chegou a ser batizada.
No entanto, um ano depois, com uma nova direção da faculdade e após protestos de estudantes, a congregação recuou, alegando que não sabia da obrigação de batismo do auditório. Muitos alunos e professores comemoraram a mudança, alegando que uma sala não poderia homenagear alguém que nunca lecionou na universidade. Continua
sábado, 21 de abril de 2012
Convocada pela internet, marcha ‘anticorrupção’ tenta levar manifestantes às ruas de 42 cidades
Via blog do Josias de Souza
21.04.2012
Movimento inaugurado nas redes sociais e batizado de “Dia do Basta” pretende levar manifestantes às ruas de 42 cidades neste sábado (21). Entre elas, São Paulo, Rio, Brasília e Belo Horizonte.
A marcha foi concebida com a pretensão de ser nacional, alcançando pelo menos 22 unidades da federação. Ao longo da semana, sob impulsos do Cachoeiragate, proliferaram na web os vídeos com convocatórias para a marcha. Continua
21.04.2012
Movimento inaugurado nas redes sociais e batizado de “Dia do Basta” pretende levar manifestantes às ruas de 42 cidades neste sábado (21). Entre elas, São Paulo, Rio, Brasília e Belo Horizonte.
A marcha foi concebida com a pretensão de ser nacional, alcançando pelo menos 22 unidades da federação. Ao longo da semana, sob impulsos do Cachoeiragate, proliferaram na web os vídeos com convocatórias para a marcha. Continua
Cachoeira diz que vai “matar a pau” na Caixa Econômica Federal
Via blog do Noblat
20.04.2012
ÉPOCA tem acesso a diálogos em que o bicheiro comemora nomeação e contratos milionários com a CEF. Procurada pela reportagem, o banco afirma que vai abrir processo para apurar o caso
Andrei Meirelles
ÉPOCA teve acesso com exclusividade a diálogos gravados (ouça os áudios abaixo) que mostram como a turma do bicheiro Carlinhos Cachoeira atua para conseguir negócios milionários com a Caixa Econômica Federal.
Em uma conversa gravada pela Polícia Federal, em 14 de abril de 2011, o empresário Cláudio Abreu, então diretor da Delta Construções para o Centro-Oeste, diz, aos gritos, para Cachoeira que eles haviam ganhado um grande contrato com a CEF: a construção em Brasília do Centro Tecnológico da Caixa, uma obra no valor de R$69,7 milhões.
Cachoeira também tinha uma boa notícia para dar para o parceiro Cláudio Abreu. Ele diz que “a Marise” é a nova superintendente da Caixa Econômica em Goiás. Segundo Cachoeira, Marise havia sido indicada por Marcelo Limírio, do laboratório NeoQuímica, também sócio de Cachoeira. “Marise” é Marise Fernandes de Araújo, uma funcionária de carreira que assumiu a Superintendência da CEF 20 dias depois da conversa entre Abreu e Cachoeira.
“Vou levar ela aí para você conhecê-la”, diz Cachoeira. Cláudio Abreu diz que é importante: “Sabe por quê? As obras de saneamento aí do PAC em Catalão, que nós vamos fazer. Isso tudo vai depender da superintendência”, afirma Abreu. Sete meses depois desse diálogo entre Cachoeira e Abreu, a empresa Delta foi contratada, no dia 22 de novembro de 2011, para fazer obras de saneamento em Catalão. Valor do contrato: R$ 25, 1 milhões.
Leia mais em Cachoeira diz que vai “matar a pau” na Caixa Econômica Federal
***
Leia também:
Delta suspende aportes para obras do Maracanã
20.04.2012
ÉPOCA tem acesso a diálogos em que o bicheiro comemora nomeação e contratos milionários com a CEF. Procurada pela reportagem, o banco afirma que vai abrir processo para apurar o caso
Andrei Meirelles
ÉPOCA teve acesso com exclusividade a diálogos gravados (ouça os áudios abaixo) que mostram como a turma do bicheiro Carlinhos Cachoeira atua para conseguir negócios milionários com a Caixa Econômica Federal.
Em uma conversa gravada pela Polícia Federal, em 14 de abril de 2011, o empresário Cláudio Abreu, então diretor da Delta Construções para o Centro-Oeste, diz, aos gritos, para Cachoeira que eles haviam ganhado um grande contrato com a CEF: a construção em Brasília do Centro Tecnológico da Caixa, uma obra no valor de R$69,7 milhões.
Cachoeira também tinha uma boa notícia para dar para o parceiro Cláudio Abreu. Ele diz que “a Marise” é a nova superintendente da Caixa Econômica em Goiás. Segundo Cachoeira, Marise havia sido indicada por Marcelo Limírio, do laboratório NeoQuímica, também sócio de Cachoeira. “Marise” é Marise Fernandes de Araújo, uma funcionária de carreira que assumiu a Superintendência da CEF 20 dias depois da conversa entre Abreu e Cachoeira.
“Vou levar ela aí para você conhecê-la”, diz Cachoeira. Cláudio Abreu diz que é importante: “Sabe por quê? As obras de saneamento aí do PAC em Catalão, que nós vamos fazer. Isso tudo vai depender da superintendência”, afirma Abreu. Sete meses depois desse diálogo entre Cachoeira e Abreu, a empresa Delta foi contratada, no dia 22 de novembro de 2011, para fazer obras de saneamento em Catalão. Valor do contrato: R$ 25, 1 milhões.
Leia mais em Cachoeira diz que vai “matar a pau” na Caixa Econômica Federal
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Leia também:
Delta suspende aportes para obras do Maracanã
Dilma reitera que não negocia anistia a desmatador para votar Código Florestal
Via Estadão
Por Marta Salomon
20 de abril de 2012
Presidente afirma que não abre mão do texto da reforma do Código aprovado pelo Senado
BRASÍLIA - Em reunião nesta sexta-feira no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff recusou-se a negociar a anistia a desmatadores, como defende o relator da reforma do Código Florestal na Câmara, Paulo Piau (PMDB-MG), apurou o Estado. O deputado previu na quinta uma "batalha campal" na votação que definirá as regras de proteção ambiental nas propriedades privadas do País, na qual pretende derrotar o governo, na terça-feira.
Apesar do risco de derrota, a presidente reiterou o apoio ao texto da reforma do Código Florestal aprovado pelo Senado em dezembro. Esse texto exige a recuperação de parte da vegetação nativa às margens de rios. Também prevê condições especiais para pequenas propriedades da agricultura familiar.
A previsão é de que o texto do Senado permita recuperar cerca de 330 mil quilômetros de Áreas de Preservação Permanente (APPs)desmatadas no País, uma parte do passivo ambiental acumulado nos últimos anos, em que as regras previstas pelo Código Florestal em vigor foram ignoradas pelos proprietários de terra. Esse texto ainda enfrenta resistência de ambientalistas, além de forte oposição de ruralistas. Continua
Por Marta Salomon
20 de abril de 2012
Presidente afirma que não abre mão do texto da reforma do Código aprovado pelo Senado
BRASÍLIA - Em reunião nesta sexta-feira no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff recusou-se a negociar a anistia a desmatadores, como defende o relator da reforma do Código Florestal na Câmara, Paulo Piau (PMDB-MG), apurou o Estado. O deputado previu na quinta uma "batalha campal" na votação que definirá as regras de proteção ambiental nas propriedades privadas do País, na qual pretende derrotar o governo, na terça-feira.
Apesar do risco de derrota, a presidente reiterou o apoio ao texto da reforma do Código Florestal aprovado pelo Senado em dezembro. Esse texto exige a recuperação de parte da vegetação nativa às margens de rios. Também prevê condições especiais para pequenas propriedades da agricultura familiar.
A previsão é de que o texto do Senado permita recuperar cerca de 330 mil quilômetros de Áreas de Preservação Permanente (APPs)desmatadas no País, uma parte do passivo ambiental acumulado nos últimos anos, em que as regras previstas pelo Código Florestal em vigor foram ignoradas pelos proprietários de terra. Esse texto ainda enfrenta resistência de ambientalistas, além de forte oposição de ruralistas. Continua
Um código para a falta de estratégia, artigo de Washington Novaes
JC e-mail 4481, de 20 de Abril de 2012.
Um código para a falta de estratégia, artigo de Washington Novaes
Washington Novaes é jornalista. Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de hoje (20).
Pode-se começar pelo fim: quaisquer que sejam a data e o desfecho da votação no Congresso do projeto de Código Florestal parece não haver razão para otimismo. Por vários motivos - que, simplificadamente, levariam à conclusão de que o panorama atual na área da conservação da biodiversidade e dos ecossistemas, assim como dos recursos naturais em geral, tenderá a continuar o mesmo; porque, do governo federal aos estaduais e municipais, faltam estratégias que coloquem essa preocupação no centro de nossas políticas públicas e porque faltam recursos para orientar, fiscalizar, impedir iniciativas danosas, punir os faltosos. Sem falar na complacência com desmatadores, reiterada nas últimas semanas.
Também se pode começar pela saudade e pela constatação de quanto faz falta um cientista como o professor Aziz Ab'Saber, que pela vida afora se cansou de alertar para a inexistência no Brasil de um Código de Biodiversidades, que criasse regras diferenciadas para o "mosaico vegetacional de nosso território" - macrobiomas, minibiomas, ecossistemas, faixas litorâneas, extremamente diferenciados e pedindo regras específicas para cada um. Tais como "as duas principais faixas de florestas tropicais brasileiras, a zona amazônica e a zona das matas atlânticas; o domínio dos cerrados, cerradões e campestres; a complexa região semiárida dos sertões nordestinos; os planaltos de araucárias e as pradarias mistas do Rio Grande do Sul - além do nosso litoral e do Pantanal mato-grossense". Que sentido faz, por exemplo, estabelecer a mesma largura para faixas de proteção à beira-rio em volumosos caudais amazônicos e rios de outras regiões e dimensões?
Para esse ângulo das águas amazônicas têm chamado cada vez mais a atenção muitos cientistas de instituições da área, em alguns documentos já comentados neste espaço. E em outros, como os agora entregues ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, ressaltando o contrassenso de o governo federal criar Instituto Nacional de Águas em Foz de Iguaçu e Frutal e deixar de lado toda a Amazônia, que não tem instituição equivalente. É o caso de papers assinados por professores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Instituto Nacional de Pesquisas em Áreas Úmidas (INCT-Inau da Universidade Federal de Mato Grosso) e do Museu da Amazônia e Laboratório de Potamologia do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas.
O primeiro desses documentos põe ênfase na multiplicidade de tipos de áreas úmidas "naturais ou artificiais, permanentemente ou periodicamente inundadas por água rasa, parada ou corrente, doce, salobra ou salgada, ou com solos permanentemente ou periodicamente encharcados, que apresentam uma vegetação adaptada a estas condições". Cerca de 20% da superfície do País pode ser considerada área úmida. Plantas que vivem em solos cobertos ou saturados com água têm, para se adaptarem à falta de oxigênio, características específicas no seu sistema radicular. Áreas costeiras com influência do mar - mangues, lagoas, pântanos - precisam ser diferenciadas de áreas úmidas interiores, sem influência marítima. E assim por diante, com veredas, buritizais, áreas alagáveis ao longo de grandes rios amazônicos, áreas do Cerrado e do Pantanal, etc.
Chega-se aí à questão dos serviços ambientais prestados por essas áreas, que vão da absorção do excesso de água durante as chuvas à regulação da descarga, à influência no microclima pela evapotranspiração (um exemplo é a "exportação" de chuva amazônica para o Cerrado, por esse caminho) e muito mais. Mas essas áreas úmidas não são consideradas ecossistemas específicos, nem mesmo na Constituição brasileira. E o produto final de todas as omissões e faltas é a "destruição progressiva" de tais áreas; o "uso inadequado de terras, desmatamento de encostas, impermeabilização da superfície do solo, aumento dos volumes de chuvas e de erosão (que resulta em deslizamentos e formação de voçorocas, formação de enchentes, agravadas pela retificação e canalização de riachos e rios); aumento das queimadas (por falta de água infiltrada)". E as áreas úmidas serão cada vez mais importantes com estações mais chuvosas e secas mais intensas. "Nesse contexto", dizem os cientistas, "a proposta do novo Código Florestal se mostra completamente anacrônica".
Outro documento lembra que "não sabemos quanta água existe na Amazônia", porque conhecemos as vazões, "mas falta o elo subterrâneo do ciclo hidrológico". Segundo o IBGE, 45% da água subterrânea potável do País está na Região Amazônica; mas há formações geológicas que não são aquíferas. Já a Agência Nacional de Águas mostra que 58% das cidades da Região Norte são abastecidas exclusivamente por água subterrânea e 7% têm sistemas mistos. No Tocantins e em Roraima, 60% da água de abastecimento é subterrânea; no Pará, 76%; no Amazonas, 71%. Todo o Polo Industrial de Manaus usa água subterrânea. E o desmatamento na Amazônia aumenta o escoamento superficial (com água de má qualidade) e reduz a carga dos aquíferos. Não há pesquisa sobre a interação da água subterrânea com os ecossistemas amazônicos. Menos de 10% da população da região dispõe de acesso a água tratada.
São exemplos do tratamento deficiente que vem sendo dado às questões, apenas com o Código Florestal. E mesmo que este seja aprovado em sua versão menos danosa, como se fará para que seja cumprido? Como já se escreveu neste espaço mais de uma vez, o Ministério do Meio Ambiente tem apenas pouco mais de 0,5% do Orçamento federal. Como fiscalizar? Como cobrar multas, mesmo quando aplicadas? Como se adequar às especificidades de cada área apontadas pelos cientistas?
É pena. Recursos naturais são hoje o fator escasso no mundo. E o Brasil poderia valer-se disso, pela situação excepcional que desfruta. Mas, ao que parece, continuaremos apenas pensando em lucros imediatos.
Um código para a falta de estratégia, artigo de Washington Novaes
Washington Novaes é jornalista. Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de hoje (20).
Pode-se começar pelo fim: quaisquer que sejam a data e o desfecho da votação no Congresso do projeto de Código Florestal parece não haver razão para otimismo. Por vários motivos - que, simplificadamente, levariam à conclusão de que o panorama atual na área da conservação da biodiversidade e dos ecossistemas, assim como dos recursos naturais em geral, tenderá a continuar o mesmo; porque, do governo federal aos estaduais e municipais, faltam estratégias que coloquem essa preocupação no centro de nossas políticas públicas e porque faltam recursos para orientar, fiscalizar, impedir iniciativas danosas, punir os faltosos. Sem falar na complacência com desmatadores, reiterada nas últimas semanas.
Também se pode começar pela saudade e pela constatação de quanto faz falta um cientista como o professor Aziz Ab'Saber, que pela vida afora se cansou de alertar para a inexistência no Brasil de um Código de Biodiversidades, que criasse regras diferenciadas para o "mosaico vegetacional de nosso território" - macrobiomas, minibiomas, ecossistemas, faixas litorâneas, extremamente diferenciados e pedindo regras específicas para cada um. Tais como "as duas principais faixas de florestas tropicais brasileiras, a zona amazônica e a zona das matas atlânticas; o domínio dos cerrados, cerradões e campestres; a complexa região semiárida dos sertões nordestinos; os planaltos de araucárias e as pradarias mistas do Rio Grande do Sul - além do nosso litoral e do Pantanal mato-grossense". Que sentido faz, por exemplo, estabelecer a mesma largura para faixas de proteção à beira-rio em volumosos caudais amazônicos e rios de outras regiões e dimensões?
Para esse ângulo das águas amazônicas têm chamado cada vez mais a atenção muitos cientistas de instituições da área, em alguns documentos já comentados neste espaço. E em outros, como os agora entregues ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, ressaltando o contrassenso de o governo federal criar Instituto Nacional de Águas em Foz de Iguaçu e Frutal e deixar de lado toda a Amazônia, que não tem instituição equivalente. É o caso de papers assinados por professores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Instituto Nacional de Pesquisas em Áreas Úmidas (INCT-Inau da Universidade Federal de Mato Grosso) e do Museu da Amazônia e Laboratório de Potamologia do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas.
O primeiro desses documentos põe ênfase na multiplicidade de tipos de áreas úmidas "naturais ou artificiais, permanentemente ou periodicamente inundadas por água rasa, parada ou corrente, doce, salobra ou salgada, ou com solos permanentemente ou periodicamente encharcados, que apresentam uma vegetação adaptada a estas condições". Cerca de 20% da superfície do País pode ser considerada área úmida. Plantas que vivem em solos cobertos ou saturados com água têm, para se adaptarem à falta de oxigênio, características específicas no seu sistema radicular. Áreas costeiras com influência do mar - mangues, lagoas, pântanos - precisam ser diferenciadas de áreas úmidas interiores, sem influência marítima. E assim por diante, com veredas, buritizais, áreas alagáveis ao longo de grandes rios amazônicos, áreas do Cerrado e do Pantanal, etc.
Chega-se aí à questão dos serviços ambientais prestados por essas áreas, que vão da absorção do excesso de água durante as chuvas à regulação da descarga, à influência no microclima pela evapotranspiração (um exemplo é a "exportação" de chuva amazônica para o Cerrado, por esse caminho) e muito mais. Mas essas áreas úmidas não são consideradas ecossistemas específicos, nem mesmo na Constituição brasileira. E o produto final de todas as omissões e faltas é a "destruição progressiva" de tais áreas; o "uso inadequado de terras, desmatamento de encostas, impermeabilização da superfície do solo, aumento dos volumes de chuvas e de erosão (que resulta em deslizamentos e formação de voçorocas, formação de enchentes, agravadas pela retificação e canalização de riachos e rios); aumento das queimadas (por falta de água infiltrada)". E as áreas úmidas serão cada vez mais importantes com estações mais chuvosas e secas mais intensas. "Nesse contexto", dizem os cientistas, "a proposta do novo Código Florestal se mostra completamente anacrônica".
Outro documento lembra que "não sabemos quanta água existe na Amazônia", porque conhecemos as vazões, "mas falta o elo subterrâneo do ciclo hidrológico". Segundo o IBGE, 45% da água subterrânea potável do País está na Região Amazônica; mas há formações geológicas que não são aquíferas. Já a Agência Nacional de Águas mostra que 58% das cidades da Região Norte são abastecidas exclusivamente por água subterrânea e 7% têm sistemas mistos. No Tocantins e em Roraima, 60% da água de abastecimento é subterrânea; no Pará, 76%; no Amazonas, 71%. Todo o Polo Industrial de Manaus usa água subterrânea. E o desmatamento na Amazônia aumenta o escoamento superficial (com água de má qualidade) e reduz a carga dos aquíferos. Não há pesquisa sobre a interação da água subterrânea com os ecossistemas amazônicos. Menos de 10% da população da região dispõe de acesso a água tratada.
São exemplos do tratamento deficiente que vem sendo dado às questões, apenas com o Código Florestal. E mesmo que este seja aprovado em sua versão menos danosa, como se fará para que seja cumprido? Como já se escreveu neste espaço mais de uma vez, o Ministério do Meio Ambiente tem apenas pouco mais de 0,5% do Orçamento federal. Como fiscalizar? Como cobrar multas, mesmo quando aplicadas? Como se adequar às especificidades de cada área apontadas pelos cientistas?
É pena. Recursos naturais são hoje o fator escasso no mundo. E o Brasil poderia valer-se disso, pela situação excepcional que desfruta. Mas, ao que parece, continuaremos apenas pensando em lucros imediatos.
Riso causa medo no Sindicato dos Jornalistas de Brasília
Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
20.04.2012
Ao ler que o Sindicato dos Jornalistas pediu para a Presidência da República e o Itamaraty proibirem a participação em futuras entrevistas coletivas do grupo de jornalismo humorístico CQC, baseado em um incidente durante a coletiva de Ms. Clinton, fiquei assustada.
Gente, pensei, que será que esses doidos fizeram com a frágil Hillary? A taquicardia provocada pelo susto começou a amainar ao ler que era o Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Bem, pensei, meno male. De Brasília? Ora, ora…
E continuei a ler até saber que a grosseria foi oferecer à secretária de Estado uma daquelas máscaras que usamos no carnaval. Ué? Isso lá ofende alguém? Ou o que ofendeu foi o pessoal do Sindicato não ter tido a mesma ideia genial, já que a sutileza não é o forte dos personagens oficiais daquela triste cidade?
Sim, Brasília é uma cidade triste, caturra, estranha. Tem muita autoridade, gente chata, mal humorada ou que só ri quando o vento sopra a seu favor. E não me digam que é implicância ou qualquer coisa no gênero pois em meu coração há lugares especialíssimos para cinco crianças ali nascidas e que eu amo de paixão.
No extraordinário livro O nome da Rosa, Umberto Eco se vale da Poética de Aristóteles e de incontáveis citações para desenvolver uma doutrina a respeito do Riso, repleta de implicações teológicas e culturais.
Seu porta-voz para essa doutrina é o monge bibliotecário Jorge de Burgos que teme o riso por alarmante e espiritualmente perigoso, pois rir afasta o medo e sem o medo, a fé não seria possível. Ou seja, sem o medo do Demônio, não haveria mais necessidade de Deus.
Aparentemente o pessoal do Sindicato dos Jornalistas de Brasília – é bom repetir, de Brasília! – concorda com Jorge de Burgos e teme que o riso leve os brasileiros a raciocinar e a reexaminar com mais rigor aquilo que lhes é dito pela Imprensa Oficial, a que não ri, e que perca a fé no que lhes é dito. Só pode ser isso. Continua
20.04.2012
Ao ler que o Sindicato dos Jornalistas pediu para a Presidência da República e o Itamaraty proibirem a participação em futuras entrevistas coletivas do grupo de jornalismo humorístico CQC, baseado em um incidente durante a coletiva de Ms. Clinton, fiquei assustada.
Gente, pensei, que será que esses doidos fizeram com a frágil Hillary? A taquicardia provocada pelo susto começou a amainar ao ler que era o Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Bem, pensei, meno male. De Brasília? Ora, ora…
E continuei a ler até saber que a grosseria foi oferecer à secretária de Estado uma daquelas máscaras que usamos no carnaval. Ué? Isso lá ofende alguém? Ou o que ofendeu foi o pessoal do Sindicato não ter tido a mesma ideia genial, já que a sutileza não é o forte dos personagens oficiais daquela triste cidade?
Sim, Brasília é uma cidade triste, caturra, estranha. Tem muita autoridade, gente chata, mal humorada ou que só ri quando o vento sopra a seu favor. E não me digam que é implicância ou qualquer coisa no gênero pois em meu coração há lugares especialíssimos para cinco crianças ali nascidas e que eu amo de paixão.
No extraordinário livro O nome da Rosa, Umberto Eco se vale da Poética de Aristóteles e de incontáveis citações para desenvolver uma doutrina a respeito do Riso, repleta de implicações teológicas e culturais.
Seu porta-voz para essa doutrina é o monge bibliotecário Jorge de Burgos que teme o riso por alarmante e espiritualmente perigoso, pois rir afasta o medo e sem o medo, a fé não seria possível. Ou seja, sem o medo do Demônio, não haveria mais necessidade de Deus.
Aparentemente o pessoal do Sindicato dos Jornalistas de Brasília – é bom repetir, de Brasília! – concorda com Jorge de Burgos e teme que o riso leve os brasileiros a raciocinar e a reexaminar com mais rigor aquilo que lhes é dito pela Imprensa Oficial, a que não ri, e que perca a fé no que lhes é dito. Só pode ser isso. Continua
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Sindicato de jornalistas pede ao governo que restrinja trabalho do CQC
Via Blog do Noblat
19.04.2012
TERRA
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal pediu nesta quinta-feira a colocação de limites para impedir que os humoristas do programa da Band Custe o Que Custar (CQC) prejudiquem o trabalho da imprensa em Brasília.
A onda de reclamações que chegou ao sindicato diz respeito ao mais recente episódio, a visita da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
"Sem desmerecer o trabalho humorístico, consideramos que nossa sociedade carece, em maior grau, de informações de qualidade e, nesse sentido, defendemos sempre a preponderância da atividade jornalística sobre a humorística", justifica o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Brasília em comunicado.
Na mesma nota, o sindicato pede que as assessorias de imprensa dos organismos governamentais, principalmente as da Presidência e a do Itamaraty, "adotem as medidas necessárias para garantir tal preponderância".
Os líderes sindicais alegam que "perante os abusos da equipe do CQC" são necessárias medidas das assessorias de imprensa para garantir as condições de trabalho dos jornalistas. "Não nos consta que em qualquer outro lugar do mundo profissionais do jornalismo e humoristas recebam o mesmo tipo de credenciamento", acrescenta a nota.
O sindicato protestou principalmente pelo incidente provocado pelos humoristas do programa CQC na entrevista coletiva que a secretária americana de Estado concedeu na segunda-feira junto ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Segundo os jornalistas que participavam da coletiva, a entrevista foi interrompida quando um dos humoristas do CQC, sentado como sempre nos locais destinados à imprensa, tentou entregar uma máscara de Carnaval a Hillary Clinton.
Os membros da equipe de segurança impediram a entrega e retiraram rapidamente à secretária de Estado da sala de entrevistas diante do protesto de jornalistas e fotógrafos, e de empurrões entre humoristas e comunicadores. Continua
19.04.2012
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal pediu nesta quinta-feira a colocação de limites para impedir que os humoristas do programa da Band Custe o Que Custar (CQC) prejudiquem o trabalho da imprensa em Brasília.
A onda de reclamações que chegou ao sindicato diz respeito ao mais recente episódio, a visita da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
"Sem desmerecer o trabalho humorístico, consideramos que nossa sociedade carece, em maior grau, de informações de qualidade e, nesse sentido, defendemos sempre a preponderância da atividade jornalística sobre a humorística", justifica o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Brasília em comunicado.
Na mesma nota, o sindicato pede que as assessorias de imprensa dos organismos governamentais, principalmente as da Presidência e a do Itamaraty, "adotem as medidas necessárias para garantir tal preponderância".
Os líderes sindicais alegam que "perante os abusos da equipe do CQC" são necessárias medidas das assessorias de imprensa para garantir as condições de trabalho dos jornalistas. "Não nos consta que em qualquer outro lugar do mundo profissionais do jornalismo e humoristas recebam o mesmo tipo de credenciamento", acrescenta a nota.
O sindicato protestou principalmente pelo incidente provocado pelos humoristas do programa CQC na entrevista coletiva que a secretária americana de Estado concedeu na segunda-feira junto ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Segundo os jornalistas que participavam da coletiva, a entrevista foi interrompida quando um dos humoristas do CQC, sentado como sempre nos locais destinados à imprensa, tentou entregar uma máscara de Carnaval a Hillary Clinton.
Os membros da equipe de segurança impediram a entrega e retiraram rapidamente à secretária de Estado da sala de entrevistas diante do protesto de jornalistas e fotógrafos, e de empurrões entre humoristas e comunicadores. Continua
Médicos temem que falte silicone para cirurgias
Via blog do Josias de Souza
Por Josias de Souza
Foto: Luiz Alves
19.04.2012
Realizou-se na Comissão de Seguridade Social da Câmara um debate revelador. A sessão foi convocada para discutir a encrenca dos implantes de mamas de silicone de duas marcas: a francesa PIP e a holandesa Rofil. Representantes de entidades médicas declararam-se preocupados com o risco de “desabastecimento” dos produtos no mercado brasileiro. A escassez decorre de resolução da Anvisa que tornou draconianas as regras desse comércio.
Chama-se Denis Calazans um dos doutores que foram ao microfone da comissão. Preside a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Disse que, no curto prazo, as restrições impostas pela Anvisa são inviáveis. Queixou-se nos seguintes termos: “O desabastecimento deve se agravar e os prejudicados são a classe médica e a população.” Curioso, muito curioso, curiosíssimo.
Até onde a vista consegue alcançar, 24,5 mil próteses mamárias registraram problemas. Vazaram depois de implantadas no organismo. No Brasil, as mulheres que carregam no peito próteses PIP e Rofil somam 12,5 mil. Por ora, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu 110 notificações de rupturas. Problemas reportados pelas pacientes, não pelos médicos. Em muitos casos, a substituição será custeada pelo SUS.
Foi contra esse pano de fundo que a Anvisa apertou o garrote. Primeiro, proibiu a comercialização dos implantes inseguros. Depois, numa resolução de 22 de março, regulamentou o balcão. Agora, antes de ir à prateleira e ao corpo das mulheres, os produtos terão de ser certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Passarão por testes de composição e resistência.
Um dos signatários do requerimento de convocação da sessão, o deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) expôs, em português direto, os motivos que o levaram a abrir o debate sobre próteses: “O que pedimos ao presidente da Anvisa é que tenha bom-senso, a fim de que a norma não inviabilize o desejo das mulheres de colocarem próteses.”
Presente, o dirigente da Anvisa, Dirceu Barbano (na foto lá do alto), respondeu de forma singela: “Se houver diminuição da disponibilidade, vamos ficar felizes porque serão menos produtos de má qualidade no mercado.” Para ele, só haverá escassez de implantes se os fornecedores não tiverem próteses de comprovada qualidade para fornecer à clientela.
São de 2009 as primeiras notícias sobre o vazamento de próteses em quantidade acima do razoável. Os doutores silenciaram. A Anvisa só tomou providências quando os incidentes ganharam as proporções de flagelo. Nesse cenário em que se mistura a aética e a inepcia, o debate da Câmara parece enviesado. A platéia esperava que os congressistas entrassem na briga do lado das pacientes.
Por Josias de Souza
Foto: Luiz Alves
19.04.2012
Realizou-se na Comissão de Seguridade Social da Câmara um debate revelador. A sessão foi convocada para discutir a encrenca dos implantes de mamas de silicone de duas marcas: a francesa PIP e a holandesa Rofil. Representantes de entidades médicas declararam-se preocupados com o risco de “desabastecimento” dos produtos no mercado brasileiro. A escassez decorre de resolução da Anvisa que tornou draconianas as regras desse comércio.
Chama-se Denis Calazans um dos doutores que foram ao microfone da comissão. Preside a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Disse que, no curto prazo, as restrições impostas pela Anvisa são inviáveis. Queixou-se nos seguintes termos: “O desabastecimento deve se agravar e os prejudicados são a classe médica e a população.” Curioso, muito curioso, curiosíssimo.
Até onde a vista consegue alcançar, 24,5 mil próteses mamárias registraram problemas. Vazaram depois de implantadas no organismo. No Brasil, as mulheres que carregam no peito próteses PIP e Rofil somam 12,5 mil. Por ora, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu 110 notificações de rupturas. Problemas reportados pelas pacientes, não pelos médicos. Em muitos casos, a substituição será custeada pelo SUS.
Foi contra esse pano de fundo que a Anvisa apertou o garrote. Primeiro, proibiu a comercialização dos implantes inseguros. Depois, numa resolução de 22 de março, regulamentou o balcão. Agora, antes de ir à prateleira e ao corpo das mulheres, os produtos terão de ser certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Passarão por testes de composição e resistência.
Um dos signatários do requerimento de convocação da sessão, o deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) expôs, em português direto, os motivos que o levaram a abrir o debate sobre próteses: “O que pedimos ao presidente da Anvisa é que tenha bom-senso, a fim de que a norma não inviabilize o desejo das mulheres de colocarem próteses.”
Presente, o dirigente da Anvisa, Dirceu Barbano (na foto lá do alto), respondeu de forma singela: “Se houver diminuição da disponibilidade, vamos ficar felizes porque serão menos produtos de má qualidade no mercado.” Para ele, só haverá escassez de implantes se os fornecedores não tiverem próteses de comprovada qualidade para fornecer à clientela.
São de 2009 as primeiras notícias sobre o vazamento de próteses em quantidade acima do razoável. Os doutores silenciaram. A Anvisa só tomou providências quando os incidentes ganharam as proporções de flagelo. Nesse cenário em que se mistura a aética e a inepcia, o debate da Câmara parece enviesado. A platéia esperava que os congressistas entrassem na briga do lado das pacientes.
Pesquisa avalia o impacto de excesso de barragens na Amazônia
JC e-mail 4480, de 19 de Abril de 2012.
Pesquisa avalia o impacto de excesso de barragens na Amazônia
Estão previstos 150 novos barramentos de rio, sendo que 50% serão de alto impacto ambiental e 80% causarão perdas de florestas.
Uma das regiões de maior biodiversidade do planeta, a Amazônia está sofrendo grande pressão por conta da construção de hidrelétricas. Estudo publicado nesta quarta-feira (18) na revista "PLoS ONE" revela que há projetos para 150 novas barragens nos seis maiores rios que conectam os Andes à Amazônia. Isto representa um aumento de 300% em relação às já existentes em uma área que se espalha por cinco países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
De acordo com a pesquisa, cujos autores principais são Matt Finer (das ONGs Salve as Florestas da América e Centro para Leis Internacionais de Meio Ambiente) e Clinton Jenkins (da Universidade da Carolina do Norte), mais da metade das barragens seriam para grandes usinas, com capacidade superior a 100 megawatts. Cerca de 40% dos projetos já estão em estado avançado.
Ao analisar cada um dos 150 projetos, os pesquisadores observaram que 60% deles provocariam, em muitos rios, quebra da conectividade entre as cabeceiras protegidas dos Andes e as planícies da Amazônia. Além disso, 80% das barragens propostas vão provocar perda de florestas. Pelo menos 50% destas novas construções foram consideradas de alto impacto ambiental e somente 19%, de baixo.
"As cinco barragens de maior impacto ambiental estão associadas ao acordo energético entre Peru e Brasil (Inambari, Mainique, Paquitzapango, Tambo 40 e Tambo 60), por causa da fragmentação do rio e da necessidade de construção de estradas, linhas de transmissão e de infraestrutura", destacou Finer.
Os Andes fornecem a maioria dos sedimentos, nutrientes e matéria orgânica para a Amazônia. Muitas espécies de peixes amazônicos desovam em rios que dependem da influência andina, incluindo os que migram para as cabeceiras. "A energia hidrelétrica pode ser boa se houver um planejamento estratégico", ressaltou Finer. "Recomendamos que as barragens de baixo impacto sejam priorizadas, e as de alto, eliminadas, com cuidadosa reconsideração em relação às de médio impacto. Além disso, é preciso evitar a perda da conexão entre os Andes e a Amazônia".
Para o geólogo Albano Araújo, coordenador de Conservação de Água Doce da ONG The Nature Conservancy (TNC), a construção de barragens é a principal ameaça não apenas à Amazônia, mas também ao Pantanal. Ele participou de uma pesquisa publicada em fevereiro que avaliou os riscos ecológicos na bacia do Rio Paraguai.
"A barragem quebra a conectividade ao longo do rio e a chamada conectividade lateral. A variação entre seca e cheia cria áreas que inundam regularmente. Vários processos ecológicos na Amazônia dependem desta inundação sazonal", explicou. "É necessário levar em conta a questão ecológica para decidir se há ou não barragens. E os impactos podem ser minimizados na construção e na operação".
Ainda é necessário realizar mais estudos para entender melhor as consequências ambientais de barragens, ressalta Jenkis. "A interrupção da conexão entre entre os Andes e as planícies da Amazônia é muito importante. Ainda há muitas incertezas porque ainda é um sistema pouco estudado. O impacto total das barragens propostas ainda não é conhecido, mas isto deveria ser determinado antes da construção delas, e não depois, quando será tarde demais", ressaltou Jenkis.
(O Globo)
Comentário básico:
tenho de concordar
com a Didi:
perdemos o pé
da involução humana.
Adelidia Chiarelli
Pesquisa avalia o impacto de excesso de barragens na Amazônia
Estão previstos 150 novos barramentos de rio, sendo que 50% serão de alto impacto ambiental e 80% causarão perdas de florestas.
Uma das regiões de maior biodiversidade do planeta, a Amazônia está sofrendo grande pressão por conta da construção de hidrelétricas. Estudo publicado nesta quarta-feira (18) na revista "PLoS ONE" revela que há projetos para 150 novas barragens nos seis maiores rios que conectam os Andes à Amazônia. Isto representa um aumento de 300% em relação às já existentes em uma área que se espalha por cinco países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
De acordo com a pesquisa, cujos autores principais são Matt Finer (das ONGs Salve as Florestas da América e Centro para Leis Internacionais de Meio Ambiente) e Clinton Jenkins (da Universidade da Carolina do Norte), mais da metade das barragens seriam para grandes usinas, com capacidade superior a 100 megawatts. Cerca de 40% dos projetos já estão em estado avançado.
Ao analisar cada um dos 150 projetos, os pesquisadores observaram que 60% deles provocariam, em muitos rios, quebra da conectividade entre as cabeceiras protegidas dos Andes e as planícies da Amazônia. Além disso, 80% das barragens propostas vão provocar perda de florestas. Pelo menos 50% destas novas construções foram consideradas de alto impacto ambiental e somente 19%, de baixo.
"As cinco barragens de maior impacto ambiental estão associadas ao acordo energético entre Peru e Brasil (Inambari, Mainique, Paquitzapango, Tambo 40 e Tambo 60), por causa da fragmentação do rio e da necessidade de construção de estradas, linhas de transmissão e de infraestrutura", destacou Finer.
Os Andes fornecem a maioria dos sedimentos, nutrientes e matéria orgânica para a Amazônia. Muitas espécies de peixes amazônicos desovam em rios que dependem da influência andina, incluindo os que migram para as cabeceiras. "A energia hidrelétrica pode ser boa se houver um planejamento estratégico", ressaltou Finer. "Recomendamos que as barragens de baixo impacto sejam priorizadas, e as de alto, eliminadas, com cuidadosa reconsideração em relação às de médio impacto. Além disso, é preciso evitar a perda da conexão entre os Andes e a Amazônia".
Para o geólogo Albano Araújo, coordenador de Conservação de Água Doce da ONG The Nature Conservancy (TNC), a construção de barragens é a principal ameaça não apenas à Amazônia, mas também ao Pantanal. Ele participou de uma pesquisa publicada em fevereiro que avaliou os riscos ecológicos na bacia do Rio Paraguai.
"A barragem quebra a conectividade ao longo do rio e a chamada conectividade lateral. A variação entre seca e cheia cria áreas que inundam regularmente. Vários processos ecológicos na Amazônia dependem desta inundação sazonal", explicou. "É necessário levar em conta a questão ecológica para decidir se há ou não barragens. E os impactos podem ser minimizados na construção e na operação".
Ainda é necessário realizar mais estudos para entender melhor as consequências ambientais de barragens, ressalta Jenkis. "A interrupção da conexão entre entre os Andes e as planícies da Amazônia é muito importante. Ainda há muitas incertezas porque ainda é um sistema pouco estudado. O impacto total das barragens propostas ainda não é conhecido, mas isto deveria ser determinado antes da construção delas, e não depois, quando será tarde demais", ressaltou Jenkis.
(O Globo)
Comentário básico:
tenho de concordar
com a Didi:
perdemos o pé
da involução humana.
Adelidia Chiarelli
Governo ignora cientistas em debates importantes
JC e-mail 4480, de 19 de Abril de 2012.
Governo ignora cientistas em debates importantes
Presidente da SBPC, principal órgão científico do País, diz que o avanço da pesquisa nacional não a tornou influente.
Justamente agora que o Brasil atingiu a 13ª posição na produção científica mundial, aumentou a quantidade de universidades federais e o número de pesquisadores, o País deu um "tiro no pé" reduzindo em 22% os recursos federais para ciência, diz a biomédica Helena Nader.
Para a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o governo erra ao ignorar o que a ciência nacional tem a dizer nos debates públicos sobre temas importantes, como o novo Código Florestal ou a conferência Rio+20.
Na semana passada a presidente Dilma Rousseff afirmou que os cientistas deveriam ser avaliados também por patentes, além de produção científica. O que a senhora pensa disso?
A universidade até pode fazer patente, mas esse não é o seu papel. O grande produtor de patentes deve ser a iniciativa privada. A Capes [Coordenação de Pessoal de Nível Superior] hoje pontua programas de pós-graduação com patentes. Mas querer que a universidade se responsabilize por patentes é um erro, mesmo que sejam feitas em parcerias com empresas. Essas parcerias ainda são muito frágeis.
Por que são frágeis?
As leis são problemáticas e deixam o cientista em uma posição vulnerável. Há problemas na interpretação das leis, como a Lei do Bem [de 2005, que trata prioritariamente de pesquisa em empresas]. Hoje, um professor com dedicação exclusiva em uma universidade pode, pela legislação, dedicar um dia por semana para um projeto em parceria com uma empresa. Mas isso pode causar problemas no Ministério Público, que entende que ele está deixando de fazer pesquisa e ensino. O professor concursado pode colocar em risco a carreira dele. Precisamos de uma legislação mais clara.
O Código Nacional de Ciência e Tecnologia, que tramita no Congresso desde setembro do ano passado, resolveria isso?
Essa proposta é fantástica. Mas o texto ainda está sendo aprimorado [o texto compila leis atuais ligadas à pesquisa, relacionadas por exemplo à importação e compra de equipamentos]. A questão é que no Brasil as empresas multinacionais quase não fazem ciência, diferentemente do que acontece na Índia e na China. O Brasil precisa ter mais pesquisa e desenvolvimento nas empresas.
Mas as empresas costumam alegar que falta mão de obra para fazer pesquisa no Brasil.
Houve um aumento grande no número de cientistas nos últimos 20 anos, mas ainda não foi suficiente. No entanto, aqui temos cientistas de primeira. Nós não existíamos como ciência pesada há 20 anos! Isso aconteceu nas universidades e nos institutos de pesquisa. E não adianta dizer que os cientistas das universidades são voltados à ciência básica [produção do conhecimento] e não à ciência aplicada [que gera produtos e inovações] porque essa polarização é fictícia. As duas formas de pesquisa se complementam.
A SBPC tem se manifestado recorrentemente em relação ao corte de 22% de recursos federais à ciência. Houve algum retorno do governo?
Por enquanto, nada. Só se essa resposta estiver sendo formulada agora, enquanto estamos conversando (risos). E os números dos cortes ainda serão piores. Se o PIB [Produto Interno Bruto] crescer, a porcentagem destinada à ciência ficará menor ainda. O "PAC da Ciência" previa 1,8% para ciência em 2015. Isso não vai acontecer. Nós tiramos o chapéu quando o presidente Lula criou universidades federais. Essas instituições têm professores com, no mínimo, doutorado. Agora que a ciência tem força, nós cortamos o dinheiro?
A SBPC também tem brigado para alterar o texto do Código Florestal, que deve ser votado na semana que vem. Os cientistas estão sendo ouvidos?
Os cientistas não são ouvidos pelo governo porque não temos uma "bancada de cientistas" no Congresso, como têm os ruralistas. A ciência nacional cresceu e se fortaleceu, temos pesquisadores sendo disputados por instituições de pesquisa respeitadas em todo o mundo. Agora os cientistas deveriam ser ouvidos. Nós temos uma proposta para o Código Florestal, assim como temos um material que levaremos para discussão na Rio+20. Deveríamos ser mais ouvidos.
Instituição é pioneira em divulgar ciência - A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência foi fundada em 1948, com um grupo inicial de 265 sócios que incluía nomes como o microbiologista José Reis (1907-2002), um dos criadores do jornalismo científico no País. A instituição seguia os moldes de outras sociedades similares já existentes no exterior.
A SBPC criou em 1982 a revista "Ciência Hoje", um dos primeiros e mais influentes órgãos de divulgação científica no Brasil. Durante a ditadura militar, o órgão ajudou a fortalecer a pressão da sociedade civil pela redemocratização.
Hoje, a SBPC tem o papel de agregar cerca de cem sociedades científicas e soma em torno de 10 mil sócios ativos. Membros da instituição participam de mais de 20 comissões e conselhos do governo federal.
O órgão faz uma reunião anual, a cada ano numa região diferente do País, que funciona como um grande congresso científico, com apresentação de pesquisas de várias áreas. Também há reuniões regionais.
(Folha de São Paulo)
Governo ignora cientistas em debates importantes
Presidente da SBPC, principal órgão científico do País, diz que o avanço da pesquisa nacional não a tornou influente.
Justamente agora que o Brasil atingiu a 13ª posição na produção científica mundial, aumentou a quantidade de universidades federais e o número de pesquisadores, o País deu um "tiro no pé" reduzindo em 22% os recursos federais para ciência, diz a biomédica Helena Nader.
Para a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o governo erra ao ignorar o que a ciência nacional tem a dizer nos debates públicos sobre temas importantes, como o novo Código Florestal ou a conferência Rio+20.
Na semana passada a presidente Dilma Rousseff afirmou que os cientistas deveriam ser avaliados também por patentes, além de produção científica. O que a senhora pensa disso?
A universidade até pode fazer patente, mas esse não é o seu papel. O grande produtor de patentes deve ser a iniciativa privada. A Capes [Coordenação de Pessoal de Nível Superior] hoje pontua programas de pós-graduação com patentes. Mas querer que a universidade se responsabilize por patentes é um erro, mesmo que sejam feitas em parcerias com empresas. Essas parcerias ainda são muito frágeis.
Por que são frágeis?
As leis são problemáticas e deixam o cientista em uma posição vulnerável. Há problemas na interpretação das leis, como a Lei do Bem [de 2005, que trata prioritariamente de pesquisa em empresas]. Hoje, um professor com dedicação exclusiva em uma universidade pode, pela legislação, dedicar um dia por semana para um projeto em parceria com uma empresa. Mas isso pode causar problemas no Ministério Público, que entende que ele está deixando de fazer pesquisa e ensino. O professor concursado pode colocar em risco a carreira dele. Precisamos de uma legislação mais clara.
O Código Nacional de Ciência e Tecnologia, que tramita no Congresso desde setembro do ano passado, resolveria isso?
Essa proposta é fantástica. Mas o texto ainda está sendo aprimorado [o texto compila leis atuais ligadas à pesquisa, relacionadas por exemplo à importação e compra de equipamentos]. A questão é que no Brasil as empresas multinacionais quase não fazem ciência, diferentemente do que acontece na Índia e na China. O Brasil precisa ter mais pesquisa e desenvolvimento nas empresas.
Mas as empresas costumam alegar que falta mão de obra para fazer pesquisa no Brasil.
Houve um aumento grande no número de cientistas nos últimos 20 anos, mas ainda não foi suficiente. No entanto, aqui temos cientistas de primeira. Nós não existíamos como ciência pesada há 20 anos! Isso aconteceu nas universidades e nos institutos de pesquisa. E não adianta dizer que os cientistas das universidades são voltados à ciência básica [produção do conhecimento] e não à ciência aplicada [que gera produtos e inovações] porque essa polarização é fictícia. As duas formas de pesquisa se complementam.
A SBPC tem se manifestado recorrentemente em relação ao corte de 22% de recursos federais à ciência. Houve algum retorno do governo?
Por enquanto, nada. Só se essa resposta estiver sendo formulada agora, enquanto estamos conversando (risos). E os números dos cortes ainda serão piores. Se o PIB [Produto Interno Bruto] crescer, a porcentagem destinada à ciência ficará menor ainda. O "PAC da Ciência" previa 1,8% para ciência em 2015. Isso não vai acontecer. Nós tiramos o chapéu quando o presidente Lula criou universidades federais. Essas instituições têm professores com, no mínimo, doutorado. Agora que a ciência tem força, nós cortamos o dinheiro?
A SBPC também tem brigado para alterar o texto do Código Florestal, que deve ser votado na semana que vem. Os cientistas estão sendo ouvidos?
Os cientistas não são ouvidos pelo governo porque não temos uma "bancada de cientistas" no Congresso, como têm os ruralistas. A ciência nacional cresceu e se fortaleceu, temos pesquisadores sendo disputados por instituições de pesquisa respeitadas em todo o mundo. Agora os cientistas deveriam ser ouvidos. Nós temos uma proposta para o Código Florestal, assim como temos um material que levaremos para discussão na Rio+20. Deveríamos ser mais ouvidos.
Instituição é pioneira em divulgar ciência - A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência foi fundada em 1948, com um grupo inicial de 265 sócios que incluía nomes como o microbiologista José Reis (1907-2002), um dos criadores do jornalismo científico no País. A instituição seguia os moldes de outras sociedades similares já existentes no exterior.
A SBPC criou em 1982 a revista "Ciência Hoje", um dos primeiros e mais influentes órgãos de divulgação científica no Brasil. Durante a ditadura militar, o órgão ajudou a fortalecer a pressão da sociedade civil pela redemocratização.
Hoje, a SBPC tem o papel de agregar cerca de cem sociedades científicas e soma em torno de 10 mil sócios ativos. Membros da instituição participam de mais de 20 comissões e conselhos do governo federal.
O órgão faz uma reunião anual, a cada ano numa região diferente do País, que funciona como um grande congresso científico, com apresentação de pesquisas de várias áreas. Também há reuniões regionais.
(Folha de São Paulo)
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Relação entre cientistas e jornalistas é debatida em seminário
Por Karina Toledo
18.04.2012
Agência FAPESP – Com as ações de divulgação científica ganhando cada vez mais peso no meio acadêmico, a relação entre jornalistas e pesquisadores parece mudar para melhor. Mas é preciso ter em mente que cientistas eminentes não são autoridades em todos os assuntos.
O alerta foi feito pelo biólogo Thomas Lewinsohn, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), durante sua participação no seminário Ciência na Mídia, realizado pela FAPESP no dia 16 de abril.
“Antigamente os pesquisadores davam muito peso para publicação em revistas científicas, o que lhes garantia prestígio acadêmico e financiamento, e quase nenhuma atenção à divulgação científica, que servia apenas para aumentar a popularidade. Hoje estamos perto de um equilíbrio entre os dois ramos”, afirmou.
Percebeu-se que além de popularidade, a exposição na mídia afetava também a influência e o poder de decisão no meio acadêmico, aumentando as chances de ter um projeto financiado e, consequentemente, elevando o prestígio acadêmico.
Um exemplo claro do novo paradigma, segundo Lewinsohn, é a mudança no sistema de avaliação dos cursos de pós-graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Hoje se dá um peso maior à visibilidade do trabalho dos cientistas que compõem os quadros”, avaliou.
Outro sinal é a transformação pela qual as mais importantes revistas científicas, entre elas Science e Nature, passaram nos últimos anos, ganhando novas seções com conteúdo noticioso e linguagem mais acessível. Continua
Veja também:
Cresce valorização da divulgação científica
18.04.2012
Agência FAPESP – Com as ações de divulgação científica ganhando cada vez mais peso no meio acadêmico, a relação entre jornalistas e pesquisadores parece mudar para melhor. Mas é preciso ter em mente que cientistas eminentes não são autoridades em todos os assuntos.
O alerta foi feito pelo biólogo Thomas Lewinsohn, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), durante sua participação no seminário Ciência na Mídia, realizado pela FAPESP no dia 16 de abril.
“Antigamente os pesquisadores davam muito peso para publicação em revistas científicas, o que lhes garantia prestígio acadêmico e financiamento, e quase nenhuma atenção à divulgação científica, que servia apenas para aumentar a popularidade. Hoje estamos perto de um equilíbrio entre os dois ramos”, afirmou.
Percebeu-se que além de popularidade, a exposição na mídia afetava também a influência e o poder de decisão no meio acadêmico, aumentando as chances de ter um projeto financiado e, consequentemente, elevando o prestígio acadêmico.
Um exemplo claro do novo paradigma, segundo Lewinsohn, é a mudança no sistema de avaliação dos cursos de pós-graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Hoje se dá um peso maior à visibilidade do trabalho dos cientistas que compõem os quadros”, avaliou.
Outro sinal é a transformação pela qual as mais importantes revistas científicas, entre elas Science e Nature, passaram nos últimos anos, ganhando novas seções com conteúdo noticioso e linguagem mais acessível. Continua
Veja também:
Cresce valorização da divulgação científica
Esforço descontínuo
Revista Pesquisa Fapesp
Por FABRÍCIO MARQUES
Edição 194 - Abril de 2012
Cientistas e empresários protestam contra corte de 23% no orçamento federal de ciência e tecnologia
Por FABRÍCIO MARQUES
Edição 194 - Abril de 2012
Cientistas e empresários protestam contra corte de 23% no orçamento federal de ciência e tecnologia
Líderes da comunidade científica e do setor empresarial deflagraram mobilização para pressionar o governo a rever o corte de 23% do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciado em janeiro. Um manifesto publicado no jornal Folha de S. Paulo no dia 21 de março criticou o segundo ano consecutivo de cortes nos recursos do ministério, que dessa vez perdeu R$ 1,5 bilhão dos R$ 6,7 bilhões aprovados pelo Congresso, e mostrou o impacto que a redução terá sobre o esforço de inovação das empresas e o desenvolvimento do país. “Os repetidos cortes e contingenciamentos de recursos destinados à pesquisa científica e à inovação são incompatíveis com os recentes compromissos do governo para manter o status conquistado pelo Brasil, hoje dono da sexta maior economia do mundo e reconhecido como uma nação de liderança global”, afirmou o manifesto, assinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as federações das indústrias dos estados de São Paulo (Fiesp), do Rio de Janeiro (Firjan), do Paraná (Fiep), da Bahia (Fieb) e, de Minas Gerais (MG), a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), além da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC). “Em países vencedores no campo da inovação, o investimento é fruto de aportes relevantes tanto do setor privado quanto do público. O Brasil necessita de uma alta taxa de inovação para melhorar seus índices sociais e intensificar seu desenvolvimento científico e tecnológico”, esclareceu o documento. Continua
Ex-ministros de Ambiente advertem que Rio+20 segue rumo ao retrocesso
Via Estadão
Por Giovana Girardi
18.04.2012
Grupo encaminha relatório com críticas de que a ausência ambiental compromete economia verde
Há um elevado risco de que a Rio+20 seja não apenas irrelevante, mas configure um retrocesso dos avanços alcançados na Rio 92. Esta é a opinião que um grupo de ex-ministros do Meio Ambiente e especialistas na área apresentou nesta quarta-feira, em São Paulo, ao lançar o documento Rio Mais ou Menos 20?. O texto traz críticas e sugestões não só à conferência, como também à atuação do governo brasileiro.
"Em 92, o Brasil estava alavancando uma agenda interna e externa que tem resultados importantes até hoje", lembrou a ex-ministra Marina Silva. Agora, afirma, houve um "exílio" da problemática ambiental na Rio+20.
Em geral, o governo federal e a ONU têm manifestado que a conferência não é de ambiente, que não é mais hora de discutir só esse aspecto, mas sim o desenvolvimento sustentável, o que significa englobar três pilares: social, econômica e ambiental.
A percepção de vários ambientalistas, cientistas, organizações civis e do grupo reunido nesta quarta, porém, é de que, desse modo, não só a agenda está muito diluída, fraca e sem foco, como a parte ambiental está muito aquém do que seria necessário para o mundo de fato trilhar para a tal economia verde.
"Não há desenvolvimento que não tenha de ser pensado no social, econômico e ambiental, mas dizer que meio ambiente não vai ser discutido, no meu entendimento, é um retrocesso sim à visão de 92", diz Marina. Continua
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"Em 92, o Brasil estava alavancando uma agenda interna e externa que tem resultados importantes até hoje", lembrou a ex-ministra Marina Silva. Agora, afirma, houve um "exílio" da problemática ambiental na Rio+20.
Em geral, o governo federal e a ONU têm manifestado que a conferência não é de ambiente, que não é mais hora de discutir só esse aspecto, mas sim o desenvolvimento sustentável, o que significa englobar três pilares: social, econômica e ambiental.
A percepção de vários ambientalistas, cientistas, organizações civis e do grupo reunido nesta quarta, porém, é de que, desse modo, não só a agenda está muito diluída, fraca e sem foco, como a parte ambiental está muito aquém do que seria necessário para o mundo de fato trilhar para a tal economia verde.
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