segunda-feira, 23 de abril de 2012

Meninas estão mais propensas a ter o primeiro contato com álcool, diz pesquisa

Via UNESP - Portal da Universidade
20.04.2012

Estudo da Medicina entrevistou 1.507 estudantes com menos de 18 anos

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina (FM), Câmpus de Botucatu, constatou que o consumo de bebidas alcoólicas pode ser mais precoce entre mulheres do que entre homens. O fato, somado à pouca maturidade das adolescentes, pode favorecer comportamentos de risco, como a prática de sexo sem proteção, alerta o estudo.

A análise observou a prevalência do uso de álcool em adolescentes de escolas da rede pública e particular de Botucatu (a 235 Km de São Paulo). Foram entrevistados 1.507 estudantes de ambos os sexos e menores de 18 anos. Eles informaram aspectos sociodemográficos, consumo de álcool, hábito de beber entre familiares e amigos, além do consumo de outras drogas e comportamentos de violência.

38,8% dos estudantes do ensino fundamental e 73,5% do ensino médio afirmaram já ter consumido álcool na vida. Já o uso da substância nos últimos doze meses foi relatado por 8,5% dos estudantes do ensino fundamental e 40,7% do ensino médio.

Além da precocidade, o levantamento indicou que as estudantes do sexo feminino apresentaram maior propensão para o comportamento de “beber com embriaguez”. O termo é usado para definir um consumo igual ou até maior a 5 doses em uma ocasião para homens e maior ou superior a 4 doses para mulheres. Nesse caso, uma dose equivale a 50 ml de destilado com teor alcoólico de 40%; 350 ml de cerveja (teor alcoólico de 4-5%) e 150 ml de vinho a 12,5% de álcool.

“Os jovens são os que apresentam maiores riscos em relação ao consumo do álcool, com consequências negativas diversas como problemas nos estudos, problemas sociais, práticas de sexo sem proteção, maior risco de suicídio, homicídio e acidentes”, frisa a assistente social Priscila Lopes Pereira, autora do estudo, que é sua dissertação de mestrado na FM. Ela teve a orientação da psiquiatra Florence Kerr-Corrêa, professora da mesma unidade. O trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da prefeitura local e da Diretoria Regional de Ensino de Botucatu.  Continua