24.04.2012
Flávio Tabak, O Globo
Não se fala em outro assunto no bucólico campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. A polícia investiga a denúncia de estupro de uma estudante dentro do Instituto de Artes e Design (IAD), na noite da sexta-feira 13, há dez dias.
Explosiva por si só, a notícia se espalhou pela cidade de pouco mais de 500 mil habitantes, a cerca de 180 quilômetros do Rio, e reacendeu o debate sobre sexismo, velocidade das investigações, trotes discriminatórios e temores com a violência entre jovens.
Pais de estudantes reforçaram os avisos para que seus filhos universitários não se envolvam em “festas perigosas”, enquanto a reitoria promete investigar tudo e proibiu, por ora, eventos festivos do tipo da festa do dia 13.
Alunos mostraram preocupação com a ausência de debate sobre o caso dentro da UFJF; outros acham que a vítima — uma adolescente 17 anos que cursava o primeiro período — bebeu demais e se expôs excessivamente. Marcado por conquistas libertárias, o movimento estudantil vive, em Juiz de Fora e em outras cidades do país, às voltas com denúncias de práticas retrógradas.
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