terça-feira, 17 de abril de 2012

Brasil, o país dos incorrigíveis otimistas

Via blog do Noblat
16.04.2012

José Roberto de Toledo, O Estado de S. Paulo

O brasileiro é antes de tudo um otimista. Ele acredita que as coisas vão melhorar, sempre. Se estão ruins, ele aposta na virada. Se já estão boas, ele crê que vão melhorar ainda mais. Essa característica se acentuou nos últimos tempos, fruto da percepção da maioria da população de que andou para frente. O otimismo é, portanto, uma projeção do passado recente. Mas não precisávamos exagerar.

Segundo pesquisa do Gallup, o Brasil é onde há proporcionalmente menos pessoas “sofrendo” no mundo. A sondagem foi feita em 146 países, ao longo de 2011. Juntos, eles representam mais de 95% da população mundial.

Computadas as dezenas de milhares de entrevistas, o instituto concluiu que só no Brasil menos de 1% da população se enquadra na categoria “sofrimento”.

Para comparar, na média mundial, 13% estão “sofrendo”. Em 18 países, pelo menos um em 4 habitantes está nessa situação. São aqueles pintados de verde claro no mapa que ilustra este texto. O pior é a Bulgária: 45% da população está “sofrendo”.



Se não “sofrem”, como estão os brasileiros?

Segundo o Gallup, 59% estão “prosperando”, e os demais 41%, “batalhando”. O Brasil é o 9º colocado na proporção de “prósperos”, empatado com a Áustria. Só perde para Dinamarca (74% “prosperando”), Holanda e Canadá (66% ambos), Israel e Suécia (65%), Austrália e Finlândia (64%) e, por pouco, para a Nova Zelândia (60%).

Segundo o instituto, há proporcionalmente mais brasileiros “prosperando” do que há norte-americanos (56%), sul-coreanos (50%), britânicos (50%), franceses (46%), alemães (42%) e japoneses (26%). Todas essas nações aparecem muito à frente do Brasil tanto no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) quanto no da renda per capita.

Mesmo em comparação a outros países ditos emergentes o Brasil aparece muito mais bem colocado na pesquisa. Tem 37 pontos porcentuais de “prosperidade” a mais do que a Rússia (22% “prosperando”, 58% “batalhando” e 19% “sofrendo”.), 41 pontos mais do que a China (18%, 70% e 12%, respectivamente) e inacreditáveis 48 pontos a mais do que a Índia (11%, 66% e 24%).

O Brasil é, portanto, um ponto muito fora da curva. O que explica esse resultado literalmente excepcional? O otimismo.

Leia a íntegra em O otimismo da jabuticaba