segunda-feira, 2 de abril de 2012

O cinema pós-traumático do Japão

Via ilustríssima
Por DENNIS LIM
DO "NEW YORK TIMES"
Tradução de PAULO MIGLIACCI
27.03.2012

Presume-se há muito que os cineastas devem caminhar com cuidado ao filmar sobre uma tragédia. Quer se trate de uma guerra ou genocídio, ataque terrorista ou desastre natural, a importância de registrar um testemunho entra em choque com o perigo de trivializar ou explorar a calamidade.

Nos anais do cinema-catástrofe, o triplo desastre japonês provou ser um caso incomumente acelerado. Meses depois do poderoso tsunami e terremoto que mataram milhares de pessoas e causaram derretimento de reatores na usina nuclear Fukushima Daiichi, já surgiram filmes sobre o assunto em número suficiente para constituir um subgênero.

O Festival de Cinema de Berlim, no mês passado, exibiu três documentários sobre o desastre e suas consequências, lidando coletivamente com tópicos como as complicações do esforço de limpeza, o sofrimento das pessoas evacuadas e o movimento de oposição à energia nuclear, que ganhou nova energia. Continua