domingo, 30 de setembro de 2012
- Um abismo digital em sala de aula
- Internet muda o aprendizado no Brasil
JC e-mail 4593, de 28 de Setembro de 2012.
Um abismo digital em sala de aula
Pesquisa mostra que três em cada quatro adolescentes navegam na internet. Mas 40% dizem que professores não usam a web na escola.
Nascidos na era da tecnologia, as crianças e os adolescentes estão ligados nas novidades e funcionalidades das quatro principais telas que os cercam: da televisão, do telefone celular, do computador e do videogame. Tudo conectado em tempo real pela internet e que faz parte da rotina de uma garotada que já não consegue, sequer, desligar o telefone durante a aula. Mesmo sem ter computador em casa, 75% dos adolescentes com idade entre 10 e 18 anos, navegam na internet. Entre as crianças de 6 a 9 anos, o índice é 47%. Quando se trata de educação, 40% dos jovens dizem que os professores não usam a internet em sala de aula. Para especialistas, existe uma lacuna que precisa ser preenchida por educadores e alunos.
Esses números, apurados pela pesquisa Gerações Interativas Brasil - Crianças e Jovens diante das Telas, feita pela Fundação Telefônica Vivo (ligada à operadora de telefonia), e divulgada ontem, soam como um alerta, segundo a especialista em inclusão digital e professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Amaralina Miranda de Souza. Ela explica que o resultado reflete uma mudança de mentalidade de uma geração para outra, provocada pelos avanços da tecnologia. Mas ressalva que os passos estão lentos. "Fica claro que existe a necessidade de formar professores capacitados para usar esses instrumentos", frisa.
Apesar de lembrar que a maioria dos docentes não teve esse tipo de formação, Amaralina reforça que esse tema deve ser introduzido na agenda diária como um grande aliado da educação, capaz de atender melhor às necessidades dos estudantes. Alguns só se desconectam quando estão dentro da sala de aula, como a estudante Mariana de Oliveira, de 14 anos. Com o celular na mão, ela passa o dia conectada nas redes sociais. "Na escola, só ligo no intervalo", garante a menina. A mãe, Elyene Alves, 40, diz que dá orientações à filha sobre os perigos da internet e como se relacionar com estranhos. Ela diz que, às vezes, é necessário "puxar a orelha" da filha: "Tem dia que a busco no colégio e ela fica mexendo no celular por todo o caminho. Tenho que avisar: 'olha, estou aqui'". CONTINUA!
Trechos da reportagem
Internet muda o aprendizado no Brasil,
levado ao ar pelo Jornal Nacional no dia 28/05/08:
Trecho 1:
“O resultado é que, independentemente da classe econômica e da série, os alunos que sempre usam o computador para fazer a lição de casa têm, em média, notas piores de alunos que nunca usam”, afirmou o professor Jacques Wainer, da Universidade de Campinas (Unicamp).
Trecho 2:
Quem tem mais de 30 anos, lembra como eram os trabalhos no tempo da escola. O professor passava o tema e os alunos vinham até as bibliotecas consultar livros para produzir as pesquisas.
Hoje, na época da internet, são raros os alunos que vêm até as estantes pra resolver o problema. Preferem usar a ponta do dedo. “Dou um Control C + Control V”, confessa a estudante.
Control C captura o texto na tela. Control V põe onde você quiser. Rápido e irresistível. São os comandos preferidos da geração ‘copia e cola’. “Não tenho o costume de ler. Não gosto e faço outra coisa”, revela a estudante.
Trecho 3:
Um trabalho copiado no colégio, outro na faculdade. A psicopedagoga Alba Maria Leme Weiss alerta: a multiplicação da preguiça intelectual logo, logo, cobra seu preço. “A gente corre um risco de uma geração medíocre, de uma geração mediocrizada. De querer tudo rápido, tudo fácil, só que o mercado de trabalho não vai aceitar isso. A vida não aceita isso”, avalia Alba Maria.
Para ler a reportagem completa e ver o vídeo é só clicar aqui!
sábado, 29 de setembro de 2012
Congresso sentencia fim das florestas
Via amazonia.org.br
25.09.2012
Medida Provisória do Código Florestal é aprovada na última votação no Congresso Nacional
Com apenas três votos contrários, a Medida Provisória do Código Florestal, peça faltante no quebra-cabeças da nova legislação, foi aprovada hoje no plenário do Senado Federal. O resultado é a liberação de ainda mais áreas de floresta para novos desmatamentos e anistia a criminosos ambientais.
Em nome do que chamaram de “um acordo possível” para evitar uma dita “insegurança jurídica” no campo, o governo curvou-se aos anseios da bancada ruralista, deixando de ouvir os alertas dos cientistas e da sociedade civil. O texto, profundamente modificado pelos parlamentares, permite que novos desmatamentos surjam e que os velhos desmatadores sejam perdoados.
“O governo lavou as mãos e deixou o circo pegar fogo. E pegou. O resultado é um Código Florestal fraco, que não protege nossas matas e, em nome de pequenos agricultores, beneficia grandes desmatadores. Aqueles que saqueiam nosso patrimônio ambiental e destroem florestas apostando na impunidade hoje estão felizes”, afirmou Márcio Astrini, coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace.
“Há algumas semanas, a presidente Dilma escreveu um bilhete à nação, dizendo que não concordava com o texto que foi aprovado. Agora ela precisa fazer valer sua palavra e vetar essa MP que saiu do Congresso”, completou Astrini.
Em uma curta sessão plenária, por pouco a MP não obeteve aprovação unânime. Dos 61 senadores presentes, apenas Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Roberto Requião (PMDB-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ) declararam sua posição contrária ao tratoraço ruralista.
Randolfe Rodrigues foi enfático ao mostrar que muitas das mudanças feitas no texto que veio da presidente Dilma irão piorar a situação florestal do país. O Senador lembrou que “as APP’s (Áreas de Preservação Permanente) são responsáveis pela manutenção da saúde de nossos rios e nascentes. Essa matéria é um desastre para o meio ambiente.”
A MP segue agora para a sanção presidencial. A presidente Dilma Rousseff se disse contrária ao acordo feito entre os parlamentares para que fosse realizada a votação da matéria antes que perdesse sua validade, em 8 de outubro. No entanto, não houve qualquer esforço da parte do Planalto para reverter o quadro de destruição de uma das legislações mais importantes do Brasil.
“Nem mesmo os últimos dados de desmatamento, que apontam um crescimento de mais de 200% em relação ao mesmo período do ano anterior, foram suficientes para frear a sanha ruralista sobre nossas florestas. O caminho agora é aprovar a lei do Desmatamento Zero no Brasil. A proposta de lei de iniciativa popular é uma alternativa aos cidadãos que não concordam com a posição daqueles que deveriam os representar no Congresso Nacional”, concluiu Márcio Astrini. CONTINUA!
25.09.2012
Medida Provisória do Código Florestal é aprovada na última votação no Congresso Nacional
Com apenas três votos contrários, a Medida Provisória do Código Florestal, peça faltante no quebra-cabeças da nova legislação, foi aprovada hoje no plenário do Senado Federal. O resultado é a liberação de ainda mais áreas de floresta para novos desmatamentos e anistia a criminosos ambientais.
Em nome do que chamaram de “um acordo possível” para evitar uma dita “insegurança jurídica” no campo, o governo curvou-se aos anseios da bancada ruralista, deixando de ouvir os alertas dos cientistas e da sociedade civil. O texto, profundamente modificado pelos parlamentares, permite que novos desmatamentos surjam e que os velhos desmatadores sejam perdoados.
“O governo lavou as mãos e deixou o circo pegar fogo. E pegou. O resultado é um Código Florestal fraco, que não protege nossas matas e, em nome de pequenos agricultores, beneficia grandes desmatadores. Aqueles que saqueiam nosso patrimônio ambiental e destroem florestas apostando na impunidade hoje estão felizes”, afirmou Márcio Astrini, coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace.
“Há algumas semanas, a presidente Dilma escreveu um bilhete à nação, dizendo que não concordava com o texto que foi aprovado. Agora ela precisa fazer valer sua palavra e vetar essa MP que saiu do Congresso”, completou Astrini.
Em uma curta sessão plenária, por pouco a MP não obeteve aprovação unânime. Dos 61 senadores presentes, apenas Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Roberto Requião (PMDB-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ) declararam sua posição contrária ao tratoraço ruralista.
Randolfe Rodrigues foi enfático ao mostrar que muitas das mudanças feitas no texto que veio da presidente Dilma irão piorar a situação florestal do país. O Senador lembrou que “as APP’s (Áreas de Preservação Permanente) são responsáveis pela manutenção da saúde de nossos rios e nascentes. Essa matéria é um desastre para o meio ambiente.”
A MP segue agora para a sanção presidencial. A presidente Dilma Rousseff se disse contrária ao acordo feito entre os parlamentares para que fosse realizada a votação da matéria antes que perdesse sua validade, em 8 de outubro. No entanto, não houve qualquer esforço da parte do Planalto para reverter o quadro de destruição de uma das legislações mais importantes do Brasil.
“Nem mesmo os últimos dados de desmatamento, que apontam um crescimento de mais de 200% em relação ao mesmo período do ano anterior, foram suficientes para frear a sanha ruralista sobre nossas florestas. O caminho agora é aprovar a lei do Desmatamento Zero no Brasil. A proposta de lei de iniciativa popular é uma alternativa aos cidadãos que não concordam com a posição daqueles que deveriam os representar no Congresso Nacional”, concluiu Márcio Astrini. CONTINUA!
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Via Láctea está envolta em halo de gás quente
Via Agência FAPESP
25.09.2012
Agência FAPESP – Um estudo feito por um grupo internacional de astrônomos encontrou evidências de que a Via Láctea está envolta por um enorme halo de gás quente.
A formação se estende por centenas de milhares de anos-luz e tem massa comparável com a soma das massas de todas as estrelas da galáxia. O estudo foi conduzido a partir de observações feitas por meio do Chandra, o observatório de raios X da Nasa, a agência espacial norte-americana.
Se a dimensão e a massa do halo de gás forem confirmadas, isso poderá resultar em uma explicação para o problema conhecido como “bárions perdidos da galáxia”.
Bárions são partículas, tais como prótons e nêutrons, que compõem mais de 99,9% de toda a massa de átomos existente no Universo. Medidas de halos de gases e de galáxias extremamente distantes indicaram que a matéria bariônica presente quando o Universo tinha apenas 4 ou 5 bilhões de anos representava cerca de um sexto da massa e da densidade da matéria não observável – também chamada de matéria escura.
Um censo feito recentemente estimou o total de bárions presente nas estrelas e gases na Via Láctea e em galáxias vizinhas. O resultado apontou que pelo menos metade dos bárions simplesmente não estava presente.
Estudos recentes indicaram que a Via Láctea e suas vizinhas estão envoltas em gases com temperaturas que variam aproximadamente entre 100.000 e 1 milhão de graus celsius. O novo estudo sugere que o halo em torno da Via Láctea pode ter até 2,5 milhões de graus – centenas de vezes mais quente do que a superfície do Sol.
Os cientistas também concluíram que a massa de gás do halo é equivalente à massa de mais de 10 bilhões de vezes a do Sol. E pode ser ainda maior, chegando a 60 bilhões de vezes a do Sol.
A pesquisa feita por Anjali Gupta, da Ohio State University, nos Estados Unidos, e colegas aponta uma possibilidade para a dúvida de onde foram parar os bárions perdidos na Via Láctea: eles estariam escondidos no halo que envolve a galáxia.
E a densidade estimada do halo é tão pequena que halos em outras galáxias podem ter escapado das observações dos astrônomos até hoje. O estudo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal
Lançado em 1999, o Chandra é um dos quatro Grandes Observatórios da Nasa, ao lado do Hubble, do Compton (de raios gama) e do telescópio espacial Spitzer.
O artigo A huge reservoir of ionized gas around the Milky Way: accounting for the missing mass? (doi:10.1088/2041-8205/756/1/L8), de A.Gupta e outros, pode ser lido em http://iopscience.iop.org/2041-8205/756/1/L8/fulltext.
25.09.2012
Agência FAPESP – Um estudo feito por um grupo internacional de astrônomos encontrou evidências de que a Via Láctea está envolta por um enorme halo de gás quente.
A formação se estende por centenas de milhares de anos-luz e tem massa comparável com a soma das massas de todas as estrelas da galáxia. O estudo foi conduzido a partir de observações feitas por meio do Chandra, o observatório de raios X da Nasa, a agência espacial norte-americana.
Se a dimensão e a massa do halo de gás forem confirmadas, isso poderá resultar em uma explicação para o problema conhecido como “bárions perdidos da galáxia”.
Bárions são partículas, tais como prótons e nêutrons, que compõem mais de 99,9% de toda a massa de átomos existente no Universo. Medidas de halos de gases e de galáxias extremamente distantes indicaram que a matéria bariônica presente quando o Universo tinha apenas 4 ou 5 bilhões de anos representava cerca de um sexto da massa e da densidade da matéria não observável – também chamada de matéria escura.
Um censo feito recentemente estimou o total de bárions presente nas estrelas e gases na Via Láctea e em galáxias vizinhas. O resultado apontou que pelo menos metade dos bárions simplesmente não estava presente.
Estudos recentes indicaram que a Via Láctea e suas vizinhas estão envoltas em gases com temperaturas que variam aproximadamente entre 100.000 e 1 milhão de graus celsius. O novo estudo sugere que o halo em torno da Via Láctea pode ter até 2,5 milhões de graus – centenas de vezes mais quente do que a superfície do Sol.
Os cientistas também concluíram que a massa de gás do halo é equivalente à massa de mais de 10 bilhões de vezes a do Sol. E pode ser ainda maior, chegando a 60 bilhões de vezes a do Sol.
A pesquisa feita por Anjali Gupta, da Ohio State University, nos Estados Unidos, e colegas aponta uma possibilidade para a dúvida de onde foram parar os bárions perdidos na Via Láctea: eles estariam escondidos no halo que envolve a galáxia.
E a densidade estimada do halo é tão pequena que halos em outras galáxias podem ter escapado das observações dos astrônomos até hoje. O estudo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal
Lançado em 1999, o Chandra é um dos quatro Grandes Observatórios da Nasa, ao lado do Hubble, do Compton (de raios gama) e do telescópio espacial Spitzer.
O artigo A huge reservoir of ionized gas around the Milky Way: accounting for the missing mass? (doi:10.1088/2041-8205/756/1/L8), de A.Gupta e outros, pode ser lido em http://iopscience.iop.org/2041-8205/756/1/L8/fulltext.
USP lança cinco canais e acervo com mais de 7 mil vídeos na internet
Via Agência FAPESP
27.09.2012
Agência FAPESP – Depois de cinco anos em fase experimental, a IPTV USP entra na segunda fase de execução e promove o lançamento de cinco canais de televisão com transmissão pela internet: Arte e Cultura, Saúde, Ciência, Tecnologia e TV USP.
Na primeira fase, iniciada em 2007, a IPTV (sigla para Internet Protocol Television) tinha duas grandes marcas: a transmissão de eventos que ocorriam na USP – como palestras, conferências e encontros – e um acervo de vídeos feitos sob demanda.
De acordo com a USP, essas modalidades permanecem e acrescentam-se os novos canais. Na cerimônia de lançamento, no dia 21 de setembro, o coordenador da IPTV, Gil da Costa Marques, ressaltou a importância do projeto, bem como os ganhos para a comunidade em geral. “É uma grande realização para a USP, que colocará à disposição da sociedade tudo o que vem produzindo”, disse.
“É um projeto que permite o acesso democrático ao conteúdo que se produz na USP”, disse Regina Melo Silveira, coordenadora do novo projeto da IPTV, apontando para o cumprimento de um dos papéis da universidade pública.
Todo o conteúdo é aberto, gratuito e irrestrito, exceto alguns vídeos voltados a disciplinas específicas, como, por exemplo, uma cirurgia em que a identidade do paciente deve ser preservada. A nova plataforma suporta até 100 mil acessos simultâneos e todos os vídeos estarão disponíveis para download. CONTINUA!
27.09.2012
Agência FAPESP – Depois de cinco anos em fase experimental, a IPTV USP entra na segunda fase de execução e promove o lançamento de cinco canais de televisão com transmissão pela internet: Arte e Cultura, Saúde, Ciência, Tecnologia e TV USP.
Na primeira fase, iniciada em 2007, a IPTV (sigla para Internet Protocol Television) tinha duas grandes marcas: a transmissão de eventos que ocorriam na USP – como palestras, conferências e encontros – e um acervo de vídeos feitos sob demanda.
De acordo com a USP, essas modalidades permanecem e acrescentam-se os novos canais. Na cerimônia de lançamento, no dia 21 de setembro, o coordenador da IPTV, Gil da Costa Marques, ressaltou a importância do projeto, bem como os ganhos para a comunidade em geral. “É uma grande realização para a USP, que colocará à disposição da sociedade tudo o que vem produzindo”, disse.
“É um projeto que permite o acesso democrático ao conteúdo que se produz na USP”, disse Regina Melo Silveira, coordenadora do novo projeto da IPTV, apontando para o cumprimento de um dos papéis da universidade pública.
Todo o conteúdo é aberto, gratuito e irrestrito, exceto alguns vídeos voltados a disciplinas específicas, como, por exemplo, uma cirurgia em que a identidade do paciente deve ser preservada. A nova plataforma suporta até 100 mil acessos simultâneos e todos os vídeos estarão disponíveis para download. CONTINUA!
Videoaulas de microscopia eletrônica estão na Internet
JC e-mail 4592, de 27 de Setembro de 2012.
Videoaulas de microscopia eletrônica estão na Internet
Curso está sendo disponibilizado no canal do LNNano no Youtube.
O Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) está publicando em seu canal do Youtube uma série de vídeoaulas sobre Microscopia Eletrônica de Transmissão com, em média, 1 hora e 20 minutos de duração. Já foram inseridas nove aulas e, em 30 dias, os vídeos superaram a marca de 1.500 visualizações. De acordo com as estatísticas do Youtube, as aulas estão atraindo o interesse do público de 43 diferentes países, de todos os continentes, sendo cerca de mil visualizações do Brasil. As demais foram divididas entre países da Europa, principalmente do Reino Unido, Alemanha e França; América do Norte - Estados Unidos, México e Canadá; e Ásia e Oriente Médio, liderados pela Índia, Turquia e Emirados Árabes. A América Latina está representada por seis países, com destaque para o Peru.
Os vídeos foram gravados durante o 4º Curso Teórico-Prático de Microscopia Eletrônica de Transmissão, que reuniu 58 participantes em janeiro de 2012, e abordou aspectos fundamentais e tópicos avançados de microscopia eletrônica, incluindo aplicações de difração, espectroscopia de perda de energia e técnicas de microscopia in situ. As aulas foram transmitidas ao vivo pela internet e acompanhadas em tempo real por mais de 750 pessoas, número que agora, por meio da publicação no Youtube, foi multiplicado por dois em menos de um mês. Trata-se do primeiro curso sobre microscopia eletrônica organizado no formato de aulas ministradas por especialistas de vários de países, disponível na Web.
Até o momento, foram disponibilizadas nove aulas ministradas por pesquisadores do próprio LNNano - Carlos Inoki, Jefferson Bettini e Luiz Fernando Zagonel - e por convidados - Mathieu Kociak (Universidade Paris Sud, França), Thomas Hansen (Technical University of Denmark, Dinamarca), Raúl Arenal (Instituto Nanociencia de Aragon, Espanha), Marin van Heel (Leiden University/Imperial College London, Holanda/Reino Unido) e André Luiz Pinto (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas). Outras aulas estão em processo de edição e serão disponibilizadas em breve.
LNNano integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, responsável também pela gestão dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio) e Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).
Confira o canal do LNNano:
http://www.youtube.com/user/NanotecLNNano.
(Ascom do CNPEM)
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Software gratuito auxilia na avaliação postural
Via Agência USP de Notícias
Por João Ortega - joao.ortega@usp.br
26.09.2012
Cientistas do Instituto de Psicologia (IP) da USP desenvolveram um software de avaliação postural que auxilia enfermeiros e fisioterapeutas a traçarem diagnósticos e resolverem problemas físicos. Denominado ApLoB (Avaliação Postural do Laboratório de Biofísica), o programa tem código aberto e gratuito, e pode ser melhorado ou servir de base para outros programas do gênero.
O software foi idealizado pelo engenheiro Carlos López Noriega, em sua pesquisa realizada no programa de pós-graduação em Neurociências e Comportamento (NeC), do IP. Ele conta que a inspiração para o programa surgiu de um outro software, o Sapo (Software de Avaliação Postural), desenvolvido pelo professor Marco Duarte, orientador de Noriega no estudo. “Trata-se de um dos programas mais avançados no setor”, avalia o engenheiro. Entretanto, o Sapo foi criado por um método não usual e com a linguagem de programação Java, que normalmente não é utilizada pela comunidade científica. Assim, ele dificulta qualquer processo que possa desenvolvê-lo mais ou ainda utilizá-lo como base de estudos ou de elaboração de softwares similares. CONTINUA!
Por João Ortega - joao.ortega@usp.br
26.09.2012
Cientistas do Instituto de Psicologia (IP) da USP desenvolveram um software de avaliação postural que auxilia enfermeiros e fisioterapeutas a traçarem diagnósticos e resolverem problemas físicos. Denominado ApLoB (Avaliação Postural do Laboratório de Biofísica), o programa tem código aberto e gratuito, e pode ser melhorado ou servir de base para outros programas do gênero.
O software foi idealizado pelo engenheiro Carlos López Noriega, em sua pesquisa realizada no programa de pós-graduação em Neurociências e Comportamento (NeC), do IP. Ele conta que a inspiração para o programa surgiu de um outro software, o Sapo (Software de Avaliação Postural), desenvolvido pelo professor Marco Duarte, orientador de Noriega no estudo. “Trata-se de um dos programas mais avançados no setor”, avalia o engenheiro. Entretanto, o Sapo foi criado por um método não usual e com a linguagem de programação Java, que normalmente não é utilizada pela comunidade científica. Assim, ele dificulta qualquer processo que possa desenvolvê-lo mais ou ainda utilizá-lo como base de estudos ou de elaboração de softwares similares. CONTINUA!
Depois de quase dois anos, vítimas do césio 137 voltam a receber remédios e pedem assistência médica para todos
Via EcoDebate
Por Joseana Paganine, do Jornal do Senado / Agência Senado
26.09.2012
Vítimas do césio 137 pedem ampliação da assistência médica
Em falta há quase dois anos, os remédios para as 60 vítimas diretas do césio 137 contaminadas há 25 anos em Goiânia, voltam a ser distribuídos este mês. Mas a associação das vítimas quer atendimento médico para todos os mil cadastrados no Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara), que pertence à Secretaria da Saúde do Estado de Goiás.
O fato, que ficou conhecido como o acidente do césio 137, ocorreu no dia 13 de setembro de 1987, quando uma cápsula contendo um pó que emitia luz azul brilhante foi aberta, de modo desavisado, por catadores de material reciclável em Goiânia. O brilho azulado encantou trabalhadores e familiares. Logo se espalhou também pela vizinhança. Em pouco tempo, as pessoas começaram a se sentir mal. Consultada a Vigilância Sanitária, foi constatado que a substância era o elemento químico césio 137, altamente radioativo.
Ainda hoje, o episódio se faz presente na vida dos acidentados e na memória da cidade. Vinte e cinco anos depois, as vítimas reivindicam assistência médica adequada, ressarcimento financeiro e pesquisa científica sobre as consequências da radiação a longo prazo. É o que pede Odesson Alves Ferreira, presidente da Associação das Vítimas do Césio 137 (AVCésio).
Odesson teve um dedo da mão direita amputado e outro da mão esquerda atrofiado por causa do contato com a substância. Era caminhoneiro e motorista de ônibus. Foi obrigado a se aposentar aos 32 anos. É irmão de Devair Ferreira, dono do ferro-velho onde a cápsula foi aberta, e de Ivo Ferreira, também contaminado.
Ele reclama que o Centro de Assistência aos Radioacidentados não vem cumprindo a função. O centro possui cerca de mil cadastrados, mas só 164 pessoas são acompanhadas pela instituição. Dessas, 60 são vítimas diretas do césio e devem receber medicamentos, mas isso não acontece desde novembro de 2010. O restante dos cadastrados não tem direito a assistência médica, apenas a ajuda financeira, no valor de um salário mínimo.
— O centro só existe porque existem os radioacidentados que precisam de assistência. Se ele não dá assistência, não precisa existir. Todos os envolvidos no acidente deveriam ter acompanhamento médico — reclama Odesson. CONTINUA!
Por Joseana Paganine, do Jornal do Senado / Agência Senado
26.09.2012
Vítimas do césio 137 pedem ampliação da assistência médica
Em falta há quase dois anos, os remédios para as 60 vítimas diretas do césio 137 contaminadas há 25 anos em Goiânia, voltam a ser distribuídos este mês. Mas a associação das vítimas quer atendimento médico para todos os mil cadastrados no Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara), que pertence à Secretaria da Saúde do Estado de Goiás.
O fato, que ficou conhecido como o acidente do césio 137, ocorreu no dia 13 de setembro de 1987, quando uma cápsula contendo um pó que emitia luz azul brilhante foi aberta, de modo desavisado, por catadores de material reciclável em Goiânia. O brilho azulado encantou trabalhadores e familiares. Logo se espalhou também pela vizinhança. Em pouco tempo, as pessoas começaram a se sentir mal. Consultada a Vigilância Sanitária, foi constatado que a substância era o elemento químico césio 137, altamente radioativo.
Ainda hoje, o episódio se faz presente na vida dos acidentados e na memória da cidade. Vinte e cinco anos depois, as vítimas reivindicam assistência médica adequada, ressarcimento financeiro e pesquisa científica sobre as consequências da radiação a longo prazo. É o que pede Odesson Alves Ferreira, presidente da Associação das Vítimas do Césio 137 (AVCésio).
Odesson teve um dedo da mão direita amputado e outro da mão esquerda atrofiado por causa do contato com a substância. Era caminhoneiro e motorista de ônibus. Foi obrigado a se aposentar aos 32 anos. É irmão de Devair Ferreira, dono do ferro-velho onde a cápsula foi aberta, e de Ivo Ferreira, também contaminado.
Ele reclama que o Centro de Assistência aos Radioacidentados não vem cumprindo a função. O centro possui cerca de mil cadastrados, mas só 164 pessoas são acompanhadas pela instituição. Dessas, 60 são vítimas diretas do césio e devem receber medicamentos, mas isso não acontece desde novembro de 2010. O restante dos cadastrados não tem direito a assistência médica, apenas a ajuda financeira, no valor de um salário mínimo.
— O centro só existe porque existem os radioacidentados que precisam de assistência. Se ele não dá assistência, não precisa existir. Todos os envolvidos no acidente deveriam ter acompanhamento médico — reclama Odesson. CONTINUA!
Ministério Público quer proteção de fósseis de dinossauros em SP
JC e-mail 4591, de 26 de Setembro de 2012.
Ministério Público quer proteção de fósseis de dinossauros em SP
Sítios arqueológicos em áreas particulares de três cidades do noroeste paulista estariam ameaçados, diz o MPF.
O Ministério Público Federal de Jales, a 601 quilômetros de São Paulo, entrou com ação civil pública na Justiça Federal visando à preservação de sete depósitos com fósseis de dinossauros do Período Cretáceo, há pelo menos 65 milhões de anos.
De acordo com o MPF, eles formam um dos maiores complexos fossilíferos do País, mas correm o risco de se perderem. A ameaça vem principalmente das plantações de cana-de-açúcar e da criação de animais que invadem os sítios paleontológicos, localizados em áreas particulares.
O MPF pediu uma liminar para que as prefeituras de General Salgado, Auriflama e São João de Iracema, além de órgãos da União e do Estado, apresentem em 60 dias o mapeamento dos sítios e um plano para preservá-los.
Na região, os cientistas identificaram 17 espécimes de répteis do Cretáceo, pertencentes a três diferentes espécies de crocodiliformes de médio a grande porte. Duas delas foram descritas a partir desses achados, a Baurussuchus e Armadillosuchus arrudae.
Em General Salgado, onde está a maioria dos sítios, os fósseis foram encontrados na década de 1990. "Além dos esqueletos fossilizados, foram encontrados outros vestígios de vida daquele período (icnofósseis), como cascas de ovos, gastrólitos (pedras presentes no sistema digestivo de animais), coprólitos (fezes conservadas por processo de mineralização), rastros de vertebrados e invertebrados conservados na rocha", descreve na ação o procurador Thiago Lacerda Nobre.
As descobertas foram consideradas "de notável importância científica" pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos, que encaminhou à Global Indicative List of Geological Sites, órgão de referência internacional dos sítios geológicos, recomendação para que o sítio fossilífero de General Salgado fosse considerado Patrimônio Mundial da Humanidade. Segundo Nobre, o laudo do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) concluiu ser grande o potencial de novos achados.
Além das prefeituras, o MPF atribui a órgãos federais, como o DNPM e o Ibama, e ao governo estadual a responsabilidade pela preservação. A ação pede a apresentação, em 120 dias, de projeto de criação de unidades de conservação do patrimônio natural, a serem criadas até três meses depois. A prefeitura de General Salgado informou que há um plano para preservar o sítio, mas o projeto depende do próximo prefeito. Auriflama e São João de Iracema aguardarão notificação da Justiça. O Ibama também não tinha conhecimento da ação e o DNPM colabora com o MPF para preservar os sítios.
(O Estado de São Paulo)
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Educação: o novo negócio do mercado
Via EPSJV - FIOCRUZ
Por Viviane Tavares
20.09.2012
Escolas de diversos estados oferecem cursos técnicos e profissionalizantes em parceria com a iniciativa privada.
Recentemente, o governo do estado do Rio de Janeiro lançou o projeto Dupla Escola. Na ocasião, 50 representantes de grandes empresas como Procter & Gamble (P&G), Embratel, Instituto Ayrton Senna e Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) estavam presentes para fechar ou fortalecer parcerias com a Secretaria Estadual de Educação (SEE) para a criação de cursos técnicos e profissionalizantes nas unidades de ensino público. No entanto, não é exclusividade deste estado este tipo de iniciativa: outros como Pernambuco, Maranhão, São Paulo e Rio Grande do Sul também fecharam parcerias semelhantes.
Em material de divulgação do projeto Dupla Escola, o objetivo apresentado é "transformar a unidade escolar convencional em um espaço de oportunidade para o aluno". Duas indagações surgem a partir daí. A primeira é que porque o espaço convencional não pode gerar oportunidade? E a outra é: oportunidade para quem? A coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Trabalho e Educação e professora-pesquisadora do Mestrado em Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Aparecida Santos, explica que este fenômeno já vem se apresentando nas últimas duas décadas: "Este momento foi marcado pela implantação do modelo neoliberal no Brasil e seu correspondente projeto pedagógico: o que chamo de gerencialismo de mercado, que consiste na ideia de que a escola de qualidade é aquela não apenas voltada para o mercado, mas também produzida pelo mercado. O conceito de gestão pela qualidade do mercado invade as escolas, transformando um direito em um serviço a ser produzido e oferecido pelo mercado".
Nova tendência
De acordo com a professora-pesquisadora da EPSJV, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Programa de Promoção das Reformas Educacionais na América Latina e Caribe (PREAL) sugerem este modelo gerencialista de mercado no âmbito da educação. "As orientações do neoliberalismo, desde a Conferência de Jontiem, em 1990, o Consenso de Washington e a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentam que educação deve ser concebida como negócio", explica.
E, segundo ela, este é o modelo que tem influenciado a educação brasileira, tanto no caso do ensino básico como no superior. "Em ambos os casos, quem decide é o mercado, mas quem financia é o Tesouro Público. No caso do Brasil, fizemos o dever de casa direitinho: 90% das instituições de educação superior são privadas e recebem progressivamente verbas públicas. No caso da educação básica, ao contrário, 90% são públicas, mas entregues a institutos privados. Há condicionalidades que obrigam de certa maneira as redes municipais, mesmo aquelas que não decidiriam por isso, a aderirem às parcerias, a fim de receberem recursos. O Movimento ‘Todos pela Educação' vincula projetos da Unesco à gestão privada das escolas, por exemplo", aponta.
Gaudêncio Frigotto, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da pós-graduação da EPSJV, ainda complementa que a tendência se dá em um processo de privatização por dentro daquilo que é um direito social e subjetivo na esfera pública. "A consequência disso é que você acaba introduzindo na escola e nos cursos de formação profissional uma visão particular. E isso atinge um dos direitos fundamentais, que é o direito de ter uma educação profissional, mas integrada a uma educação básica que possibilite a constituição de um cidadão capaz de discutir e fazer valer os seus direitos".
Por outro lado, o subsecretário estadual de educação (SEE) do Rio de Janeiro, Antonio Neto, defende que esta é uma necessidade diante das limitações do setor público. "Com esta parceria, na verdade, a prestação pública cria fôlego para trazer outras oportunidades que sozinha ela não conseguiria", argumenta.
Ensino para quem?
O foco de formação destes diferentes estados é unânime: preparar o aluno para o mercado de trabalho e levar estes profissionais a suprirem demandas específicas desse mercado. Antônio Neto explica que, antes de lançar o projeto, foi realizado um mapeamento junto à secretaria de desenvolvimento econômico. "Depois deste mapeamento, percebemos quais áreas em quais lugares demandam quais tipos de profissionais e quais cursos têm mais aderência nesta região", explica.
O programa ‘Maranhão Profissional', por exemplo, segue esta mesma linha de suprimento das demandas por contratações dos empreendimentos implantados e em fase de implantação no Maranhão. O Programa, em parceria com empresas como a Vale e a Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), é responsável pela formação profissional em cursos como assistente administrativo, técnico em elétrica e em mecânica.
Gaudêncio questiona este tipo de formação sob demanda. Ele relembra que o modelo, que era o ideário do sistema S , tornou-se uma política oficial. "É essa a inversão: o interesse particular se sobrepondo a um direito que é universal. E, portanto, essa será uma formação pragmática, particularista e, em certo sentido, alienadora. O aluno deveria ter a possibilidade de escolher qual carreira seguir, optar, e não se formar naquilo que o mercado está precisando para que ele tenha alguma chance de inserção", avalia. O professor cita o artigo ‘Escola e Cidadania ', do economista e professor Luiz Gonzaga Beluzzo, que discute este modelo atual no Brasil sob a ótica "bastarda dos valores originais do humanismo iluminista". "A especialização e a tecnificação crescentes despejam no mercado, aqui e no mundo, um exército de subjetividades mutiladas, qualificadas sim, mas incapazes de compreender o mundo em que vivem. Os argumentos da razão técnica dissimulam a pauperização das mentalidades e o massacre da capacidade crítica", comenta Beluzzo em seu texto.
Parcerias vão além
O Instituto Ayrton Senna é um exemplo de atuação direta na construção do conteúdo pedagógico para a educação pública. Atualmente, a parceria já foi estendida para 25 estados. O objetivo, segundo o instituto,é atuar em grande escala para qualificar a educação pública oferecida a crianças e jovens brasileiros. Esta atuação engloba desde a capacitação dos professores até o projeto político- pedagógico dos cursos. Seguem a mesma linha de atuação a Fundação Itaú e a Fundação Lehmam, ambas com atuação em todo o território nacional. Outro exemplo de interferência direta é o projeto ‘Núcleo Avançado em Educação' (Nave), que começou em 2008, uma parceria da Oi Futuro com os governos dos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco. O Colégio Estadual José Leite Lopes, na Tijuca, Rio de Janeiro, e a Escola Técnica Estadual Cícero Dias, de Boa Viagem, em Recife, contam com um curso técnico de áreas digitais. O ensino médio é desenvolvido pelas secretarias de educação estaduais e a parte profissionalizante é de responsabilidade da empresa, que conta com um departamento denominado 'Diretoria de Educação', em conjunto com os professores da rede estadual de ensino. "O nosso professor participa juntamente com o parceiro e ganha uma gratificação paga pelo governo do estado para que ele permaneça mais tempo na escola por conta do projeto", explica o subsecretário de educação do Rio de Janeiro, Antonio Neto.
O governo de Pernambuco, um dos mais antigos a implantar esse tipo de parceria, e referência para estados como São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, criou dois órgãos para gerir esta relação público-privado: o primeiro é o Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (ICE), que mobiliza a classe empresarial, e outro é o Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental (Procentro), que planeja e implanta os centros baseado na Tecnologia Empresarial Socioeducacional formulada pela Odebrecht, uma das empresas parceiras. Neste programa, sob co-responsabilidade de empresas como Philips, Chesf, Abn-Ambro/Bandepe, está a formulação da grade curricular, a elaboração de planos e metas e o levantamento e indicação de investimento em infraestrutura. De acordo com Aparecida , este é um dos pontos mais críticos deste tipo de parceria porque, além de passar o papel de formulador da política pedagógica do ensino público para a iniciativa privada, o Estado ainda financia estas linhas educacionais e curriculares focadas em nichos de mercado. "O dinheiro continua saindo dos cofres públicos. Quem financia é o Estado, ou seja, o contribuinte. Toda verba investida em educação é recuperada sob três formas: contrapartida fiscal (isenção nos impostos), financiamento direto (o Estado repassa o dinheiro diretamente às empresas) e valorização do capital de marca, que, hoje, é um elemento contábil, considerado ativo intangível, que compõe o valor das ações de uma empresa", enumera.
Por parte da empresa, a estratégia de marketing também é ponto fundamental para a consolidação deste ‘novo negócio'. O Colégio Estadual Erich Walter Heine, considerado a primeira instituição de ensino ecológico da América Latina construída dentro dos padrões da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), da entidade internacional Green Building Council (Conselho de Construções Verdes) de sustentabilidade, é resultado de uma parceria entre a TKCSA e a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e é uma das contrapartidas do benefício fiscal concedido à empresa para os serviços realizados na construção e operação de terminais portuários na Zona Oeste do Rio. Embora o colégio tenha recebido prêmio de sustentabilidade, a TKCSA é, atualmente, acusada de causar sérios riscos ambientais e à saúde de trabalhadores e moradores do entorno das instalações da empresa. "Esta empresa vem causando danos gravíssimos à população e ao ecossistema, mas recebe do governo do estado do Rio de Janeiro o título de modelo de parceria público-privado, sendo referência para o ‘Dupla Escola', por sua ‘escola ecológica'. As ações de responsabilidade social e ambiental, o título de empresas-cidadãs são, do ponto de vista financeiro, bons negócios para as empresas e, do ponto de vista pedagógico e político, péssimos para a sociedade", conclui Aparecida.
fonte
Comentário básico:
Viva o Colégio Estadual Alberto Santos Dumont,
de Ribeirão Preto!!!!
Viva o Grupo Escolar Dona Sinhá Junqueira!!!,
também de Ribeirão Preto!!!!
Viva os meus professores!!!!
Viva os meus colegas!!!!!
Viva a Vila Tibério!!!!
Viva o giz e lousa!!!!!
Adelidia Chiarelli
Por Viviane Tavares
20.09.2012
Escolas de diversos estados oferecem cursos técnicos e profissionalizantes em parceria com a iniciativa privada.
Recentemente, o governo do estado do Rio de Janeiro lançou o projeto Dupla Escola. Na ocasião, 50 representantes de grandes empresas como Procter & Gamble (P&G), Embratel, Instituto Ayrton Senna e Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) estavam presentes para fechar ou fortalecer parcerias com a Secretaria Estadual de Educação (SEE) para a criação de cursos técnicos e profissionalizantes nas unidades de ensino público. No entanto, não é exclusividade deste estado este tipo de iniciativa: outros como Pernambuco, Maranhão, São Paulo e Rio Grande do Sul também fecharam parcerias semelhantes.
Em material de divulgação do projeto Dupla Escola, o objetivo apresentado é "transformar a unidade escolar convencional em um espaço de oportunidade para o aluno". Duas indagações surgem a partir daí. A primeira é que porque o espaço convencional não pode gerar oportunidade? E a outra é: oportunidade para quem? A coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Trabalho e Educação e professora-pesquisadora do Mestrado em Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Aparecida Santos, explica que este fenômeno já vem se apresentando nas últimas duas décadas: "Este momento foi marcado pela implantação do modelo neoliberal no Brasil e seu correspondente projeto pedagógico: o que chamo de gerencialismo de mercado, que consiste na ideia de que a escola de qualidade é aquela não apenas voltada para o mercado, mas também produzida pelo mercado. O conceito de gestão pela qualidade do mercado invade as escolas, transformando um direito em um serviço a ser produzido e oferecido pelo mercado".
Nova tendência
De acordo com a professora-pesquisadora da EPSJV, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Programa de Promoção das Reformas Educacionais na América Latina e Caribe (PREAL) sugerem este modelo gerencialista de mercado no âmbito da educação. "As orientações do neoliberalismo, desde a Conferência de Jontiem, em 1990, o Consenso de Washington e a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentam que educação deve ser concebida como negócio", explica.
E, segundo ela, este é o modelo que tem influenciado a educação brasileira, tanto no caso do ensino básico como no superior. "Em ambos os casos, quem decide é o mercado, mas quem financia é o Tesouro Público. No caso do Brasil, fizemos o dever de casa direitinho: 90% das instituições de educação superior são privadas e recebem progressivamente verbas públicas. No caso da educação básica, ao contrário, 90% são públicas, mas entregues a institutos privados. Há condicionalidades que obrigam de certa maneira as redes municipais, mesmo aquelas que não decidiriam por isso, a aderirem às parcerias, a fim de receberem recursos. O Movimento ‘Todos pela Educação' vincula projetos da Unesco à gestão privada das escolas, por exemplo", aponta.
Gaudêncio Frigotto, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da pós-graduação da EPSJV, ainda complementa que a tendência se dá em um processo de privatização por dentro daquilo que é um direito social e subjetivo na esfera pública. "A consequência disso é que você acaba introduzindo na escola e nos cursos de formação profissional uma visão particular. E isso atinge um dos direitos fundamentais, que é o direito de ter uma educação profissional, mas integrada a uma educação básica que possibilite a constituição de um cidadão capaz de discutir e fazer valer os seus direitos".
Por outro lado, o subsecretário estadual de educação (SEE) do Rio de Janeiro, Antonio Neto, defende que esta é uma necessidade diante das limitações do setor público. "Com esta parceria, na verdade, a prestação pública cria fôlego para trazer outras oportunidades que sozinha ela não conseguiria", argumenta.
Ensino para quem?
O foco de formação destes diferentes estados é unânime: preparar o aluno para o mercado de trabalho e levar estes profissionais a suprirem demandas específicas desse mercado. Antônio Neto explica que, antes de lançar o projeto, foi realizado um mapeamento junto à secretaria de desenvolvimento econômico. "Depois deste mapeamento, percebemos quais áreas em quais lugares demandam quais tipos de profissionais e quais cursos têm mais aderência nesta região", explica.
O programa ‘Maranhão Profissional', por exemplo, segue esta mesma linha de suprimento das demandas por contratações dos empreendimentos implantados e em fase de implantação no Maranhão. O Programa, em parceria com empresas como a Vale e a Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), é responsável pela formação profissional em cursos como assistente administrativo, técnico em elétrica e em mecânica.
Gaudêncio questiona este tipo de formação sob demanda. Ele relembra que o modelo, que era o ideário do sistema S , tornou-se uma política oficial. "É essa a inversão: o interesse particular se sobrepondo a um direito que é universal. E, portanto, essa será uma formação pragmática, particularista e, em certo sentido, alienadora. O aluno deveria ter a possibilidade de escolher qual carreira seguir, optar, e não se formar naquilo que o mercado está precisando para que ele tenha alguma chance de inserção", avalia. O professor cita o artigo ‘Escola e Cidadania ', do economista e professor Luiz Gonzaga Beluzzo, que discute este modelo atual no Brasil sob a ótica "bastarda dos valores originais do humanismo iluminista". "A especialização e a tecnificação crescentes despejam no mercado, aqui e no mundo, um exército de subjetividades mutiladas, qualificadas sim, mas incapazes de compreender o mundo em que vivem. Os argumentos da razão técnica dissimulam a pauperização das mentalidades e o massacre da capacidade crítica", comenta Beluzzo em seu texto.
Parcerias vão além
O Instituto Ayrton Senna é um exemplo de atuação direta na construção do conteúdo pedagógico para a educação pública. Atualmente, a parceria já foi estendida para 25 estados. O objetivo, segundo o instituto,é atuar em grande escala para qualificar a educação pública oferecida a crianças e jovens brasileiros. Esta atuação engloba desde a capacitação dos professores até o projeto político- pedagógico dos cursos. Seguem a mesma linha de atuação a Fundação Itaú e a Fundação Lehmam, ambas com atuação em todo o território nacional. Outro exemplo de interferência direta é o projeto ‘Núcleo Avançado em Educação' (Nave), que começou em 2008, uma parceria da Oi Futuro com os governos dos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco. O Colégio Estadual José Leite Lopes, na Tijuca, Rio de Janeiro, e a Escola Técnica Estadual Cícero Dias, de Boa Viagem, em Recife, contam com um curso técnico de áreas digitais. O ensino médio é desenvolvido pelas secretarias de educação estaduais e a parte profissionalizante é de responsabilidade da empresa, que conta com um departamento denominado 'Diretoria de Educação', em conjunto com os professores da rede estadual de ensino. "O nosso professor participa juntamente com o parceiro e ganha uma gratificação paga pelo governo do estado para que ele permaneça mais tempo na escola por conta do projeto", explica o subsecretário de educação do Rio de Janeiro, Antonio Neto.
O governo de Pernambuco, um dos mais antigos a implantar esse tipo de parceria, e referência para estados como São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, criou dois órgãos para gerir esta relação público-privado: o primeiro é o Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (ICE), que mobiliza a classe empresarial, e outro é o Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental (Procentro), que planeja e implanta os centros baseado na Tecnologia Empresarial Socioeducacional formulada pela Odebrecht, uma das empresas parceiras. Neste programa, sob co-responsabilidade de empresas como Philips, Chesf, Abn-Ambro/Bandepe, está a formulação da grade curricular, a elaboração de planos e metas e o levantamento e indicação de investimento em infraestrutura. De acordo com Aparecida , este é um dos pontos mais críticos deste tipo de parceria porque, além de passar o papel de formulador da política pedagógica do ensino público para a iniciativa privada, o Estado ainda financia estas linhas educacionais e curriculares focadas em nichos de mercado. "O dinheiro continua saindo dos cofres públicos. Quem financia é o Estado, ou seja, o contribuinte. Toda verba investida em educação é recuperada sob três formas: contrapartida fiscal (isenção nos impostos), financiamento direto (o Estado repassa o dinheiro diretamente às empresas) e valorização do capital de marca, que, hoje, é um elemento contábil, considerado ativo intangível, que compõe o valor das ações de uma empresa", enumera.
Por parte da empresa, a estratégia de marketing também é ponto fundamental para a consolidação deste ‘novo negócio'. O Colégio Estadual Erich Walter Heine, considerado a primeira instituição de ensino ecológico da América Latina construída dentro dos padrões da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), da entidade internacional Green Building Council (Conselho de Construções Verdes) de sustentabilidade, é resultado de uma parceria entre a TKCSA e a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e é uma das contrapartidas do benefício fiscal concedido à empresa para os serviços realizados na construção e operação de terminais portuários na Zona Oeste do Rio. Embora o colégio tenha recebido prêmio de sustentabilidade, a TKCSA é, atualmente, acusada de causar sérios riscos ambientais e à saúde de trabalhadores e moradores do entorno das instalações da empresa. "Esta empresa vem causando danos gravíssimos à população e ao ecossistema, mas recebe do governo do estado do Rio de Janeiro o título de modelo de parceria público-privado, sendo referência para o ‘Dupla Escola', por sua ‘escola ecológica'. As ações de responsabilidade social e ambiental, o título de empresas-cidadãs são, do ponto de vista financeiro, bons negócios para as empresas e, do ponto de vista pedagógico e político, péssimos para a sociedade", conclui Aparecida.
fonte
Comentário básico:
Viva o Colégio Estadual Alberto Santos Dumont,
de Ribeirão Preto!!!!
Viva o Grupo Escolar Dona Sinhá Junqueira!!!,
também de Ribeirão Preto!!!!
Viva os meus professores!!!!
Viva os meus colegas!!!!!
Viva a Vila Tibério!!!!
Viva o giz e lousa!!!!!
Adelidia Chiarelli
Na contramão do mundo em alta velocidade
Via ecopolítica
Por Sérgio Abranches
21.09.2012
Política de transportes no Brasil vai na contramão do mundo. Custo do transporte público aumenta mais que a inflação e preço dos carros individuais e da gasolina sobe abaixo da inflação. Ainda por cima governo dá incentivo às montadoras para fazer o que não passa de obrigação: aumentar a economia de combustíveis e as emissões de seus carros, que são mais econômicos e menos poluentes no EUA e na Europa.
O IPEA, uma agência criada para subsidiar as políticas públicas com estudos, analisa os gastos das famílias com transportes e detecta essas contradições. Quem faz a política de transportes não deve ler os relatórios do IPEA, nem examinar os mesmos dados – produzidos pelo governo (IBGE) – para tomar suas decisões. Além de andar na contramão do mundo, o governo mantém suas agências de costas umas para as outras, desperdiçando recursos e inteligência e errando na formulação das políticas.
O governo fechou acordo com as montadoras para reduzir o custo final dos veículos, diminuindo o IPI, o Imposto sobre Produtos Industriais. A condição é que os carros consumam menos combustível e poluam menos. Vai dar incentivo para o que não passa de obrigação das montadoras. Um mesmo modelo de carro aqui no Brasil consome de duas a três vezes mais que esse modelo na Europa ou nos Estados Unidos, onde os padrões de eficiência energética são mais exigidos e as normas são cumpridas. Aqui se dá incentivo com dinheiro público paras as empresas fazerem o dever de casa, o feijão com arroz, a obrigação mínima. Quem pensou essa política seguramente não leu o relatório do IPEA o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do próprio governo federal. Esse estudo mostra que, em matéria de transportes, o Brasil anda na contramão do mundo.
Aumentou a renda e caíram os custos do transporte privado, principalmente o preço dos veículos e da gasolina, ao mesmo tempo em que as tarifas de transporte público ficaram mais caras em termos reais, foi o que o IPEA observou comparando as Pesquisas de Orçamentos Familiares entre 2003 e 2009, que mede os gastos das famílias com diversos itens não só para retratar o consumo corrente, mas para subsidiar o peso relativo dos diferentes itens de consumo na inflação. O efeito desse ganho de renda e do encarecimento do transporte público, com barateamento do transporte privado é que a população usa cada vez menos transporte público e mais transporte individual. Caiu o gasto médio das famílias brasileiras com o transporte público. Ou seja, mais carro nas ruas, mais congestionamento, embora não diminuam os ônibus que, durante parte do dia trafegam com baixa lotação, poluindo mais por passageiro. CONTINUA!
Por Sérgio Abranches
21.09.2012
Política de transportes no Brasil vai na contramão do mundo. Custo do transporte público aumenta mais que a inflação e preço dos carros individuais e da gasolina sobe abaixo da inflação. Ainda por cima governo dá incentivo às montadoras para fazer o que não passa de obrigação: aumentar a economia de combustíveis e as emissões de seus carros, que são mais econômicos e menos poluentes no EUA e na Europa.
O IPEA, uma agência criada para subsidiar as políticas públicas com estudos, analisa os gastos das famílias com transportes e detecta essas contradições. Quem faz a política de transportes não deve ler os relatórios do IPEA, nem examinar os mesmos dados – produzidos pelo governo (IBGE) – para tomar suas decisões. Além de andar na contramão do mundo, o governo mantém suas agências de costas umas para as outras, desperdiçando recursos e inteligência e errando na formulação das políticas.
O governo fechou acordo com as montadoras para reduzir o custo final dos veículos, diminuindo o IPI, o Imposto sobre Produtos Industriais. A condição é que os carros consumam menos combustível e poluam menos. Vai dar incentivo para o que não passa de obrigação das montadoras. Um mesmo modelo de carro aqui no Brasil consome de duas a três vezes mais que esse modelo na Europa ou nos Estados Unidos, onde os padrões de eficiência energética são mais exigidos e as normas são cumpridas. Aqui se dá incentivo com dinheiro público paras as empresas fazerem o dever de casa, o feijão com arroz, a obrigação mínima. Quem pensou essa política seguramente não leu o relatório do IPEA o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do próprio governo federal. Esse estudo mostra que, em matéria de transportes, o Brasil anda na contramão do mundo.
Aumentou a renda e caíram os custos do transporte privado, principalmente o preço dos veículos e da gasolina, ao mesmo tempo em que as tarifas de transporte público ficaram mais caras em termos reais, foi o que o IPEA observou comparando as Pesquisas de Orçamentos Familiares entre 2003 e 2009, que mede os gastos das famílias com diversos itens não só para retratar o consumo corrente, mas para subsidiar o peso relativo dos diferentes itens de consumo na inflação. O efeito desse ganho de renda e do encarecimento do transporte público, com barateamento do transporte privado é que a população usa cada vez menos transporte público e mais transporte individual. Caiu o gasto médio das famílias brasileiras com o transporte público. Ou seja, mais carro nas ruas, mais congestionamento, embora não diminuam os ônibus que, durante parte do dia trafegam com baixa lotação, poluindo mais por passageiro. CONTINUA!
Velho Chico, Adeus
JC e-mail 4590, de 25 de Setembro de 2012.
Velho Chico, Adeus
Livro escrito por cem pesquisadores traça o mais completo perfil sobre a vegetação da região do São Francisco e anuncia a "extinção inexorável" de um dos mais importantes rios brasileiros.
É equivalente a dar oito voltas na Terra - ou a andar 344 mil quilômetros - a distância percorrida por pesquisadores durante 212 expedições ao longo e no entorno do Rio São Francisco, entre julho de 2008 e abril de 2012. O trabalho mapeia a flora do entorno do Velho Chico enquanto ocorrem as obras de transposição de suas águas, que deverão trazer profundas mudanças na paisagem. Mais do que fazer relatórios exigidos pelos órgãos ambientais que licenciam a obra, o professor José Alves Siqueira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, Pernambuco, reuniu cem especialistas e publicou o livro "Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação" (Andrea Jakobsson Estúdio). A obra foi lançada em Recife este mês.
Em 556 páginas e quase três quilos de textos, mapas e muitas fotos, a publicação é o mais completo retrato da Caatinga, único bioma exclusivo do Brasil e extremamente ameaçado. O título do primeiro dos 13 capítulos, assinado por Siqueira, é um alerta: "A extinção inexorável do Rio São Francisco". CONTINUA!
Garimpo ilegal domina área de Belo Monte
JC e-mail 4590, de 25 de Setembro de 2012.
Garimpo ilegal domina área de Belo Monte
Os canadenses da companhia Belo Sun poderão enfiar a mão num verdadeiro vespeiro se levarem a cabo seu projeto bilionário de mineração de ouro na região de Volta Grande do Xingu, mesmo endereço onde está sendo erguida a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
As polêmicas geradas pelo projeto de mineração não se restringem à utilização de explosivos para extrair toneladas de ouro a apenas 14 km de distância da futura barragem da usina. Antes disso, a Belo Sun terá de resolver a situação com aproximadamente dois mil garimpeiros que, atualmente, já retiram ouro dessa mesma região, tudo de forma absolutamente irregular.
Há pelo menos três garimpos em plena atividade na Volta Grande do Xingu retirando ouro da região sem autorização, uma informalidade que foi confirmada pela própria gerência de mineração da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Pará, órgão responsável pelo licenciamento ambiental desses empreendimentos. "Estão todos irregulares, não há hoje nenhuma lavra de ouro na Volta Grande que tenha licenciamento ambiental autorizado", disse Ronaldo Lima, gerente de mineração da Sema. CONTINUA!
SBPC e ABC divulgam carta sobre o Código Florestal
JC e-mail 4590, de 25 de Setembro de 2012.
SBPC e ABC divulgam carta sobre o Código Florestal
Documento foi encaminhado aos senadores na manhã de hoje (25). Confira a íntegra do texto.
Senhores Senadores,
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vem mais uma vez manifestar sua preocupação com o Código Florestal, desta vez por meio de alterações na MP 571/2012 aprovadas pela Comissão Especial e reiterada pela Câmara dos Deputados, que representam mais retrocessos, e graves riscos para o País.
O Brasil deveria partir de premissas básicas que ele próprio aprovou em fóruns internacionais, como por exemplo, na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Nela, sob coordenação do Brasil, os países aprovaram o documento "O Futuro que Queremos".
O documento ressalta o compromisso com um futuro sustentável para o planeta de modo que haja a integração equilibrada das dimensões social, econômica e ambiental. O documento reconhece a importância da colaboração da comunidade científica e tecnológica para o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da conexão entre a ciência e as políticas, mediante avaliações científicas confiáveis que facilitem a adoção de decisões informadas. Reafirma a necessidade de promover, fortalecer e apoiar uma agricultura mais sustentável, que melhore a segurança alimentar, erradique a fome e seja economicamente viável, ao mesmo tempo em que conserva as terras, a água, os recursos genéticos vegetais e animais, a diversidade biológica e os ecossistemas e aumente a resiliência à mudança climática e aos desastres naturais. Também reconhece a necessidade de manter os processos ecológicos naturais que sustentam os sistemas de produção de alimentos. Além disto, ressalta os benefícios sociais, econômicos e ambientais que as florestas, seus produtos e serviços, podem proporcionar para as pessoas e para as economias. Para que isto ocorra, os países concordaram em envidar esforços para o manejo sustentável das florestas, a recomposição, a restauração e o florestamento, para aumentar as reservas florestais de carbono.
Caso o Senado aprove a MP 571/2012 o Brasil deixaria de cumprir os compromissos que assumiu com seus cidadãos e com o mundo, aprovando medidas que não privilegiam a agricultura sustentável e que não reconhecem a colaboração da ciência e da tecnologia nas tomadas de decisão. Reiteramos que a ciência e a tecnologia permitem conciliar a produção agrícola com a proteção ambiental em benefício da própria agricultura. E, que a destruição indiscriminada dos ecossistemas resulta sempre em elevados prejuízos econômicos. A degradação das terras, das águas, do clima e da biodiversidade ultrapassam o impacto ao meio ambiente, afetando a saúde, além de comprometer também a produção agrícola. CONTINUA!
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Mapa mostra como a injustiça ambiental afeta a saúde coletiva no país
Via EcoDebate
Por Daniela Lessa, da Fundação Oswaldo Cruz
24.09.2012
“Nenhum crescimento econômico deveria justificar assassinatos, qualquer tipo de violência ou a perda da qualidade de vida das populações, atingidas em seus territórios. Mas não é isso o que acontece.” (Marcelo Firpo, pesquisador da Ensp/Fiocruz)
Hoje há, pelo menos, 343 conflitos ambientais no Brasil com impacto na saúde coletiva. As populações mais atingidas são indígenas (33,67%), agricultores familiares (31,99%) e quilombolas (21,55%), em regiões rurais (60,85%), urbanas (30,99%) e em áreas com características não definidas (8,17%). Esses são alguns dos dados apresentados pelo Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, elaborado pela Fiocruz e pela ONG Fase. Misto de espaço para denúncias e instrumento de monitoramento, o projeto sistematiza e traz a público – por meio de seu site – informações sobre casos de injustiça ambiental em todo o Brasil.
O mapa enfoca a relação entre essas injustiças ambientais e os problemas de saúde, adotando uma concepção ampliada de saúde. Ou seja: considera não apenas sua dimensão biomédica, mas questões relacionadas aos conflitos, à qualidade de vida, cultura, tradições e violência. Segundo o coordenador geral do projeto, o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Marcelo Firpo, a questão essencial é o combate ao atual modelo de desenvolvimento que despreza os direitos humanos em favor de um produtivismo exacerbado. “Nenhum crescimento econômico deveria justificar assassinatos, qualquer tipo de violência ou a perda da qualidade de vida das populações, atingidas em seus territórios. Mas não é isso o que acontece”, critica. Além de Firpo, o mapa conta com a coordenadoria executiva de Tania Pacheco e outros pesquisadores que avaliam, sistematizam e revisam as informações antes de disponibilizá-las no site.
Selecionando conflitos sistematicamente denunciados pelas próprias populações, por movimentos sociais e pela Rede Brasileira de Justiça Ambiental desde o início de 2006, o mapa revela que a principal resultante do impacto ambiental sofrido pelas populações é a piora em sua qualidade de vida (79,8%). O segundo grave problema das comunidades é a violência, nas formas de ameaça (37,71%), coação física (15,82%), lesão corporal (12,12%) e assassinato (10,10%). Outros problemas de saúde também impactados significativamente em situações de injustiça ambiental são doenças não transmissíveis (40,07%) e insegurança alimentar (30,98%).
Violência e insalubridade
Firpo ressalta que os números da violência são essenciais na análise da interface entre saúde, ambiente, direitos humanos e democracia, demonstrando o quanto as populações que lutam por seu modo de vida e contra os interesses econômicos são atacadas. Quanto às doenças não transmissíveis, ele resgata o conceito de zonas de sacrifício ou infernais – do sociólogo americano Robert Bullard – e resume: “Por exemplo, pessoas passam a habitar áreas poluídas e sem a mínima infraestrutura próximas aos grandes empreendimentos, fábricas poluentes ou lixões em busca de empregos e sobrevivência, e acabam sofrendo pelo agravamento de doenças como câncer e problemas respiratórios.”
Em relação à insegurança alimentar, a questão é diretamente ligada à degradação ambiental e às transformações nos modos de vida locais. “As monoculturas de eucalipto, por exemplo, geram problemas de acesso à água e isso afeta outras culturas agrárias. No caso de populações tradicionais, como indígenas e quilombolas, a ruptura nos modos de vida não é apenas material, mas também simbólica”, exemplifica.
O projeto teve apoio inicial do Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde e deverá continuar a ser apoiado, a partir do final deste ano, pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Visite o site do Mapa e conheça detalhes sobre os conflitos ambientais no Brasil e seus impactos sobre a saúde coletiva.
Por Daniela Lessa, da Fundação Oswaldo Cruz
24.09.2012
Selecionando conflitos sistematicamente denunciados pelas próprias populações, por movimentos sociais e pela Rede Brasileira de Justiça Ambiental desde o início de 2006, o mapa revela que a principal resultante do impacto ambiental sofrido pelas populações é a piora em sua qualidade de vida (79,8%). O segundo grave problema das comunidades é a violência, nas formas de ameaça (37,71%), coação física (15,82%), lesão corporal (12,12%) e assassinato (10,10%). Outros problemas de saúde também impactados significativamente em situações de injustiça ambiental são doenças não transmissíveis (40,07%) e insegurança alimentar (30,98%).
Violência e insalubridade
Firpo ressalta que os números da violência são essenciais na análise da interface entre saúde, ambiente, direitos humanos e democracia, demonstrando o quanto as populações que lutam por seu modo de vida e contra os interesses econômicos são atacadas. Quanto às doenças não transmissíveis, ele resgata o conceito de zonas de sacrifício ou infernais – do sociólogo americano Robert Bullard – e resume: “Por exemplo, pessoas passam a habitar áreas poluídas e sem a mínima infraestrutura próximas aos grandes empreendimentos, fábricas poluentes ou lixões em busca de empregos e sobrevivência, e acabam sofrendo pelo agravamento de doenças como câncer e problemas respiratórios.”
Em relação à insegurança alimentar, a questão é diretamente ligada à degradação ambiental e às transformações nos modos de vida locais. “As monoculturas de eucalipto, por exemplo, geram problemas de acesso à água e isso afeta outras culturas agrárias. No caso de populações tradicionais, como indígenas e quilombolas, a ruptura nos modos de vida não é apenas material, mas também simbólica”, exemplifica.
O projeto teve apoio inicial do Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde e deverá continuar a ser apoiado, a partir do final deste ano, pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Visite o site do Mapa e conheça detalhes sobre os conflitos ambientais no Brasil e seus impactos sobre a saúde coletiva.
Justiça determina mudança em atestado de óbito de Herzog
Via Estadão
Por Roldão Arruda
24.09.2012
Na causa da morte do jornalista constará que ‘decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do Exército’
Atendendo a pedido da Comissão Nacional da Verdade, o juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2.ª Vara de Registros Públicos do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou na segunda-feira, 24, a retificação do atestado de óbito de Vladimir Herzog. Pela determinação judicial, daqui para a frente constará que a morte do jornalista "decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do 2.º Exército-SP".
Herzog foi preso no dia 25 de outubro de 1975, no período do regime militar, e levado para interrogatórios nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2.º Exército. Na versão das autoridades da época, ele teria cometido suicídio na prisão.
No laudo da época, assinado pelo legista Harry Shibata, consta que Herzog morreu "por asfixia mecânica" – expressão utilizada para casos enforcamento. CONTINUA!
Por Roldão Arruda
24.09.2012
Na causa da morte do jornalista constará que ‘decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do Exército’
Atendendo a pedido da Comissão Nacional da Verdade, o juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2.ª Vara de Registros Públicos do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou na segunda-feira, 24, a retificação do atestado de óbito de Vladimir Herzog. Pela determinação judicial, daqui para a frente constará que a morte do jornalista "decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do 2.º Exército-SP".
Herzog foi preso no dia 25 de outubro de 1975, no período do regime militar, e levado para interrogatórios nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2.º Exército. Na versão das autoridades da época, ele teria cometido suicídio na prisão.
No laudo da época, assinado pelo legista Harry Shibata, consta que Herzog morreu "por asfixia mecânica" – expressão utilizada para casos enforcamento. CONTINUA!
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Pertence renuncia à presidência da Comissão de Ética da República
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MPF denuncia Petrobras por ‘crime ambiental’
Via blog do Josias de Souza
Por Josias de Souza
24.09.2012
O ministerrio Público Federal protocolou na Justiça Federal uma denúncia contra a Petrobras e dois executivos da estatal. Acusa-os de “crime ambiental”. O caso envolve o derramamento de óleo da Reduc (Refinaria Duque de Caxias) na Baía da Guanabara e arredores (Rio Iguaçu e manguezais). Algo que teria provocado danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição da flora.
A Reduc recebe petróleo extraído nas plataformas da Petrobras. A refinaria extrai do óleo a chamada água de produção, também chamada de “água negra”. Trata-se de uma mistura que inclui substâncias tóxicas como graxas, fósforo, fenóis e nitrogênio amoniacal. Esses resíduos deveriam ser tratados antes de ser descartados. CONTINUA!
Por Josias de Souza
24.09.2012
O ministerrio Público Federal protocolou na Justiça Federal uma denúncia contra a Petrobras e dois executivos da estatal. Acusa-os de “crime ambiental”. O caso envolve o derramamento de óleo da Reduc (Refinaria Duque de Caxias) na Baía da Guanabara e arredores (Rio Iguaçu e manguezais). Algo que teria provocado danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição da flora.
A Reduc recebe petróleo extraído nas plataformas da Petrobras. A refinaria extrai do óleo a chamada água de produção, também chamada de “água negra”. Trata-se de uma mistura que inclui substâncias tóxicas como graxas, fósforo, fenóis e nitrogênio amoniacal. Esses resíduos deveriam ser tratados antes de ser descartados. CONTINUA!
Publicação revela novo tipo de doença no Brasil
JC e-mail 4589, de 24 de Setembro de 2012.
Publicação revela novo tipo de doença no Brasil
Pesquisa brasileira sobre um novo tipo de doença, a tireoidite química autoimune, foi aceita para publicação em um dos periódicos mais conceituados sobre imunologia, o Journal of Clinical Immunology.
O estudo, da professora de endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em Santo André (SP), Maria Angela Zaccarelli Marino, analisou, durante 15 anos, moradores da capital paulista e de quatro cidades do Grande ABC. Ao todo foram avaliados mais de seis mil pacientes e o resultado sugere a descoberta do novo tipo de doença.
A pesquisa teve início após a constatação de muitos casos de tireoidite crônica autoimune na região da divisa entre Santo André, Mauá e São Paulo, onde estão instaladas indústrias do setor petroquímico. Os moradores estudados, de 1989 a 2004, foram acompanhados por consultas médicas e exames laboratoriais de sangue com dosagens dos hormônios tireoidianos.
Foram avaliadas 6.306 pessoas com idades de 5 a 78 anos. De acordo com a pesquisadora, os pacientes foram divididos em dois grupos segundo o local de moradia. Na região próxima ao parque industrial petroquímico estavam 3.356 pacientes do grupo 1. O grupo 2 foi composto por 2.950 de uma região afastada de área industrial.
Os resultados mostraram que, em 1992, somente 2,5% da população do grupo 1 sofriam de tireoidite crônica autoimune. Em 2001, o mesmo grupo já apresentava taxa de 57,6%. Já a população que vivia longe da área químico-industrial não teve aumento significativo no período. Na comparação geral dos 15 anos, o grupo 1 apresentou 905 pacientes com a doença, contra somente 173 do grupo 2. A região que concentra as indústrias petroquímicas tinha cinco vezes mais casos de tireoidite crônica autoimune na comparação com a área residencial estudada.
Os resultados levaram a pesquisadora a sugerir o novo tipo de doença: a tireoidite química autoimune, ligada a fatores ambientais, principalmente à poluição por agentes químicos. "A poluição pode ser o fator desencadeante para formação de anticorpos antitireoideanos, que são substâncias que agridem a glândula tireoide ocasionando a tireoidite crônica autoimune. Os poluentes funcionariam como gatilho para desencadear o problema", detalha Dra. Maria Angela.
A pesquisadora alerta que a tireoidite crônica autoimune está relacionada com outras doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, artrite reumatoide, diabetes tipo 1, hepatite crônica autoimune, vitiligo e lúpus eritematoso sistêmico. "Em crianças, o aumento de casos de tireoidite crônica autoimune foi acima de 40% no período estudado. São dados preocupantes, visto que a doença é a maior causa de hipotireoidismo primário, que se não for tratado adequadamente pode levar a danos irreversíveis".
Gilda Martins descobriu que estava com tireoidite crônica autoimune em 2004, por meio de um exame de rotina. Ela mora em Santo André, perto das indústrias petroquímicas, há 20 anos. "A doença atrapalha muito. Eu sempre fui uma pessoa ativa, não sou parada. Com essa doença eu subo uma ladeira e me sinto cansada, Não tenho mais um bom sono, é a noite toda acordando, fora os problemas respiratórios".
Gilda terá de tomar um medicamente diariamente, até o fim da vida, para repor as substâncias que não são mais produzidas pela tireoide afetada pela doença. "Por não ter uma noite tranquila, fico muito irritada a ponto de explodir, e a pele muito seca, unhas quebradiças", acrescenta.
(Agência Brasil)
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Crianças e jovens não vão à escola
Via EPSJV - FIOCRUZ
Por Viviane Tavares
20.09.2012
Principais problemas são a pobreza extrema, qualidade e a falta de acesso
Para falar de educação não é possível levar em conta somente números, mas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23% da população brasileira, ou seja, 45 milhões de pessoas, têm entre 4 e 17 anos, e deveriam estar cursando o ensino básico . No entanto, 8%, ou 3,8 milhões de crianças e jovens nessa faixa etária, estão fora da escola. A menos de um mês das eleições municipais, percebemos que a educação básica, que de acordo com a Emenda 59 , deve ser obrigatória para esta faixa etária, ainda é um dos pontos cruciais a serem debatidos e pensados antes, durante e depois do período eleitoral.
Entre os principais entraves para a universalização do ensino fundamental no país, segundo o relatório "Todas as crianças na escola em 2015 - Iniciativa global pelas crianças fora da escola ", produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Campanha Todos pela Educação, estão a exclusão em razão de deficiências ou de dificuldades de acesso, a pobreza extrema e o trabalho infantil, problemas comuns a municípios de todo o país. Por conta destes e de tantos outros motivos, o censo escolar de 2011 mostra ainda que houve um decréscimo de cerca de 1% no número de matrículas da educação básica em relação a 2010, o equivalente a 577.270 matrículas nas escolas. No entanto, 300 mil crianças e adolescente de 4 a 17 anos sequer conseguiram ter acesso a elas.
A coordenadora do programa de ensino da UNICEF, Maria de Salete Silva, explica que o acesso e a evasão não estão condicionados somente ao número de vagas, embora haja municípios como os de Altamira, no Maranhão, e de Alagoinhas, na Bahia, onde o número de matrículas realizadas no ensino básico em 2011 correspondeu a apenas a metade do total de crianças e jovens entre 4 e 17 anos residindo nesses municípios. "A gente não pode afirmar que as crianças estão fora da escola por falta de vaga. Pode ser por serem comunidades muito isoladas, isso acontece muito na Amazônia, por exemplo. Existem escolas e existem vagas, mas as crianças e jovens não conseguem chegar. Além disso, há os casos das crianças com deficiência, em que as próprias famílias acham que não adianta colocar na escola", explica.
Vale lembrar que a Emenda 59, aprovada em novembro de 2009, prevê o atendimento de 100% da população de 4 a 17 anos nas redes públicas de ensino. E estabelece que os gestores públicos têm até 2016 para cumpri-la, ou seja, justamente no término da gestão destes futuros prefeitos.
Por Viviane Tavares
20.09.2012
Principais problemas são a pobreza extrema, qualidade e a falta de acesso
Para falar de educação não é possível levar em conta somente números, mas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23% da população brasileira, ou seja, 45 milhões de pessoas, têm entre 4 e 17 anos, e deveriam estar cursando o ensino básico . No entanto, 8%, ou 3,8 milhões de crianças e jovens nessa faixa etária, estão fora da escola. A menos de um mês das eleições municipais, percebemos que a educação básica, que de acordo com a Emenda 59 , deve ser obrigatória para esta faixa etária, ainda é um dos pontos cruciais a serem debatidos e pensados antes, durante e depois do período eleitoral.
Entre os principais entraves para a universalização do ensino fundamental no país, segundo o relatório "Todas as crianças na escola em 2015 - Iniciativa global pelas crianças fora da escola ", produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Campanha Todos pela Educação, estão a exclusão em razão de deficiências ou de dificuldades de acesso, a pobreza extrema e o trabalho infantil, problemas comuns a municípios de todo o país. Por conta destes e de tantos outros motivos, o censo escolar de 2011 mostra ainda que houve um decréscimo de cerca de 1% no número de matrículas da educação básica em relação a 2010, o equivalente a 577.270 matrículas nas escolas. No entanto, 300 mil crianças e adolescente de 4 a 17 anos sequer conseguiram ter acesso a elas.
A coordenadora do programa de ensino da UNICEF, Maria de Salete Silva, explica que o acesso e a evasão não estão condicionados somente ao número de vagas, embora haja municípios como os de Altamira, no Maranhão, e de Alagoinhas, na Bahia, onde o número de matrículas realizadas no ensino básico em 2011 correspondeu a apenas a metade do total de crianças e jovens entre 4 e 17 anos residindo nesses municípios. "A gente não pode afirmar que as crianças estão fora da escola por falta de vaga. Pode ser por serem comunidades muito isoladas, isso acontece muito na Amazônia, por exemplo. Existem escolas e existem vagas, mas as crianças e jovens não conseguem chegar. Além disso, há os casos das crianças com deficiência, em que as próprias famílias acham que não adianta colocar na escola", explica.
Vale lembrar que a Emenda 59, aprovada em novembro de 2009, prevê o atendimento de 100% da população de 4 a 17 anos nas redes públicas de ensino. E estabelece que os gestores públicos têm até 2016 para cumpri-la, ou seja, justamente no término da gestão destes futuros prefeitos.
Vídeo mostra tumulto antes de professora chamar aluno de 'macaco'
Do G1 PA, com informações do Fantástico
23.09.2012
Antropóloga faz gesto obsceno a alunos após agredir segurança no Pará.
Polícia apura o caso; professora se disse arrependida e pediu desculpas.
Imagens exclusivas divulgas neste domingo (23) pelo Fantástico mostram uma confusão na Universidade do Estado do Pará (Uepa) antes de uma professora brigar alunos e chamar um deles de "macaco", após já ter usado o mesmo adjetivo para agredir verbalmente um vigia da instituição.
O caso ocorreu dia 14 de setembro e a professora Daniela Cordovil, que dá aulas de religião africana na Uepa, foi indiciada pela polícia por injúria racial após ter ofendido o segurança da Uepa. A professora se disse arrependida do fato e afirma que reconhece o erro. Ela pediu desculpas aos envolvidos. Ao Fantástico, ela explicou que usou o termo "macaco" no sentido de "macaquice".
As imagens registram um tumulto no corredor quando a professora agride Rubens dos Santos, segurança da universidade há três anos. De acordo com os alunos, ao verem a movimentação, eles foram até a portaria defender o servidor e começaram a gravar a discussão.
As cenas mostram um dos estudantes, Paulo de Paula, chamando a polícia. "Olha só, aqui na frente da Uepa, tem uma mulher chamando o segurança, que é negro, de macaco! Isso é crime e eu gostaria que a policia viesse aqui prender pelo crime de discriminação e racismo!", diz o aluno ao celular. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
23.09.2012
Antropóloga faz gesto obsceno a alunos após agredir segurança no Pará.
Polícia apura o caso; professora se disse arrependida e pediu desculpas.
Imagens exclusivas divulgas neste domingo (23) pelo Fantástico mostram uma confusão na Universidade do Estado do Pará (Uepa) antes de uma professora brigar alunos e chamar um deles de "macaco", após já ter usado o mesmo adjetivo para agredir verbalmente um vigia da instituição.
O caso ocorreu dia 14 de setembro e a professora Daniela Cordovil, que dá aulas de religião africana na Uepa, foi indiciada pela polícia por injúria racial após ter ofendido o segurança da Uepa. A professora se disse arrependida do fato e afirma que reconhece o erro. Ela pediu desculpas aos envolvidos. Ao Fantástico, ela explicou que usou o termo "macaco" no sentido de "macaquice".
As imagens registram um tumulto no corredor quando a professora agride Rubens dos Santos, segurança da universidade há três anos. De acordo com os alunos, ao verem a movimentação, eles foram até a portaria defender o servidor e começaram a gravar a discussão.
As cenas mostram um dos estudantes, Paulo de Paula, chamando a polícia. "Olha só, aqui na frente da Uepa, tem uma mulher chamando o segurança, que é negro, de macaco! Isso é crime e eu gostaria que a policia viesse aqui prender pelo crime de discriminação e racismo!", diz o aluno ao celular. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
domingo, 23 de setembro de 2012
Indígenas e ribeirinhos do Xingu poderão ser impactados por maior mineração de ouro do País
Via Instituto Socioambiental (ISA)
18.09.2012
Além da hidrelétrica de Belo Monte, outro grande projeto ameaça o bem-estar de índios e ribeirinhos na Volta Grande do Xingu. Trata-se daquela que pode ser a maior mineração de ouro do Brasil e que começou a ser licenciada no Pará. Primeira audiência pública aconteceu no dia 13 de setembro, em Senador José Porfírio. Expectativa de implantação das obras é 2013 e operação até 2015, acompanhando o cronograma da hidrelétrica de Belo Monte. Empresa pretende implantar empreendimento em área diretamente afetada pela usina, mas estudos ambientais ignoram impactos cumulativos sobre as populações tradicionais
Um dos maiores projetos de mineração de ouro do Brasil pode ser instalado na Volta Grande do Xingu – trecho do Rio Xingu que será mais drasticamente impactado pela hidrelétrica de Belo Monte, onde estão duas Terras Indígenas (TIs) e centenas de famílias de ribeirinhos.
Na quinta-feira (13), em Senador José Porfírio (PA), aconteceu a primeira audiência pública para apresentar à população local o projeto que prevê a extração de 4,6 toneladas de ouro por ano, durante 12 anos, e a produção de milhares de toneladas de rejeitos tóxicos, que serão armazenados em imensas barragens localizadas à beira do Xingu. A mina, de acordo com o projeto, seria instalada a menos de 20 quilômetros da barragem de Belo Monte e a 16 quilômetros da TI Arara da Volta Grande, na área diretamente impactada pela usina.
CLIQUE AQUI PARA VER O MAPA AMPLIADO
Belo Monte acumula impactos nessa região. Um dos maiores problemas causados pela usina será a redução em até 80% da vazão do Rio Xingu, com a piora considerável na qualidade da água, o que afetará severamente os estoques pesqueiros, principal fonte de sobrevivência da população local. Mesmo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pelo licenciamento da hidrelétrica, não tem certeza da magnitude das alterações que o rio sofrerá nesse trecho. Por isso, uma das condições da licença ambiental da hidrelétrica é realizar um monitoramento permanente das condições socioambientais locais, para que medidas adicionais possam vir a ser adotadas (leia a licença de instalação de Belo Monte).
Apesar da acumulação de efeitos negativos na Volta Grande do Xingu, sobretudo com relação à contaminação da água, os estudos ambientais apresentados pela mineradora ignoram os impactos que serão causados pela usina. Não há, por exemplo, uma análise do que poderá ocorrer com as populações indígenas e ribeirinhas com o eventual vazamento de rejeitos tóxicos num rio já com água com a qualidade comprometida. E nem do efeito que a operação da mina poderá ter sobre a segurança da barragem de Belo Monte.
A inexistência dos dados chocou até um funcionário da Eletrobrás, presente na audiência pública. Preocupado com a proximidade das obras, Pedro Alberto Bignelli indagou sobre a interferência da operação da mina, que será realizada com explosivos, no canteiro de obras e a barragem de Pimental, de Belo Monte. CONTINUA!
18.09.2012
Além da hidrelétrica de Belo Monte, outro grande projeto ameaça o bem-estar de índios e ribeirinhos na Volta Grande do Xingu. Trata-se daquela que pode ser a maior mineração de ouro do Brasil e que começou a ser licenciada no Pará. Primeira audiência pública aconteceu no dia 13 de setembro, em Senador José Porfírio. Expectativa de implantação das obras é 2013 e operação até 2015, acompanhando o cronograma da hidrelétrica de Belo Monte. Empresa pretende implantar empreendimento em área diretamente afetada pela usina, mas estudos ambientais ignoram impactos cumulativos sobre as populações tradicionais
Um dos maiores projetos de mineração de ouro do Brasil pode ser instalado na Volta Grande do Xingu – trecho do Rio Xingu que será mais drasticamente impactado pela hidrelétrica de Belo Monte, onde estão duas Terras Indígenas (TIs) e centenas de famílias de ribeirinhos.
Na quinta-feira (13), em Senador José Porfírio (PA), aconteceu a primeira audiência pública para apresentar à população local o projeto que prevê a extração de 4,6 toneladas de ouro por ano, durante 12 anos, e a produção de milhares de toneladas de rejeitos tóxicos, que serão armazenados em imensas barragens localizadas à beira do Xingu. A mina, de acordo com o projeto, seria instalada a menos de 20 quilômetros da barragem de Belo Monte e a 16 quilômetros da TI Arara da Volta Grande, na área diretamente impactada pela usina.
Belo Monte acumula impactos nessa região. Um dos maiores problemas causados pela usina será a redução em até 80% da vazão do Rio Xingu, com a piora considerável na qualidade da água, o que afetará severamente os estoques pesqueiros, principal fonte de sobrevivência da população local. Mesmo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pelo licenciamento da hidrelétrica, não tem certeza da magnitude das alterações que o rio sofrerá nesse trecho. Por isso, uma das condições da licença ambiental da hidrelétrica é realizar um monitoramento permanente das condições socioambientais locais, para que medidas adicionais possam vir a ser adotadas (leia a licença de instalação de Belo Monte).
Apesar da acumulação de efeitos negativos na Volta Grande do Xingu, sobretudo com relação à contaminação da água, os estudos ambientais apresentados pela mineradora ignoram os impactos que serão causados pela usina. Não há, por exemplo, uma análise do que poderá ocorrer com as populações indígenas e ribeirinhas com o eventual vazamento de rejeitos tóxicos num rio já com água com a qualidade comprometida. E nem do efeito que a operação da mina poderá ter sobre a segurança da barragem de Belo Monte.
A inexistência dos dados chocou até um funcionário da Eletrobrás, presente na audiência pública. Preocupado com a proximidade das obras, Pedro Alberto Bignelli indagou sobre a interferência da operação da mina, que será realizada com explosivos, no canteiro de obras e a barragem de Pimental, de Belo Monte. CONTINUA!
De 23 hidrelétricas planejadas na Amazônia, 7 são em áreas intocadas
Via blog do Noblat/O Globo
23.09.2012
O governo planeja instalar na Amazônia pelo menos 23 novas hidrelétricas, além das seis já em construção na região. Segundo levantamento do GLOBO, ao todo, essas 29 hidrelétricas vão gerar 38.292 MW, quase metade dos 78.909 MW produzidos pelas 201 usinas hidrelétricas em operação hoje no país. Sete delas, como as das bacias do Tapajós e do Jamanxim, serão feitas no coração da Amazônia, em áreas de floresta contínua praticamente intocadas.
Outras estão em áreas remanescentes importantes de floresta amazônica, como o conjunto de sete hidrelétricas planejadas nos rios Aripuanã e Roosevelt, no Mosaico de Apuí, com impacto direto em 12 unidades de conservação de proteção integral e terras indígenas. A região, ao Sul do Amazonas, foi considerada de prioridade extremamente alta para conservação pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2006.
Leia mais em De 23 novas hidrelétricas planejadas na Amazônia, sete serão construídas em áreas intocadas
O governo planeja instalar na Amazônia pelo menos 23 novas hidrelétricas, além das seis já em construção na região. Segundo levantamento do GLOBO, ao todo, essas 29 hidrelétricas vão gerar 38.292 MW, quase metade dos 78.909 MW produzidos pelas 201 usinas hidrelétricas em operação hoje no país. Sete delas, como as das bacias do Tapajós e do Jamanxim, serão feitas no coração da Amazônia, em áreas de floresta contínua praticamente intocadas.
Outras estão em áreas remanescentes importantes de floresta amazônica, como o conjunto de sete hidrelétricas planejadas nos rios Aripuanã e Roosevelt, no Mosaico de Apuí, com impacto direto em 12 unidades de conservação de proteção integral e terras indígenas. A região, ao Sul do Amazonas, foi considerada de prioridade extremamente alta para conservação pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2006.
Leia mais em De 23 novas hidrelétricas planejadas na Amazônia, sete serão construídas em áreas intocadas
Assoprem, assoprem, por Maria Helena RR de Sousa
Via blog do Noblat
Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
21.09.2012
Curioso o discurso do senador Jorge Viana, do Acre, pronunciado na última terça-feira. Texto bom, lúcido, inteligente. Comprova a intrepidez do senador que ousou subir à tribuna do Senado Federal para elogiar, com garra, nosso ex-presidente, o ex-operário Lula.
Mas será que Lula precisa de defesa? Ele não é amado pelo povo? E não é o povo, depois dos 10 anos petistas, quem manda no Brasil?
Ou ainda será a oposição? Afinal, temos oposição? A opinião pública é ou não é a voz do povo? Será que nosso povo é a eterna Maria vai com as outras, apesar de estar bem de vida, intelectual e financeiramente falando? O Brasil hoje não é outro? Não é uma nação que ombreia com todas as demais?
Então porque esse medo, esse horror à elite? Afinal, antes que eu me alongue, quem é a nossa elite? Penso que seria útil esclarecer a quem se referem como elite, sabe, é muito bom saber com quem lidamos. Eu pensava que governadores, netos de governador, como Eduardo Campos, eram elite. Estava enganada. Pensava que senadores eram elite. Outro engano. Que um ex-presidente da República fosse elite!
Acho tudo muito confuso.
Além do discurso corajoso do senador acreano, ainda surgiu uma nota instigadora. Ela nos convoca para lutar contra um golpe que está sendo preparado contra o presidente Lula e seu legado.
Vou ser franca. Achei a nota desnecessária, até cruel, apesar de esclarecer um pouco mais quem é elite, quem é povo. Depois do pronunciamento do senador petista, não creio que houvesse necessidade da convocação à sociedade brasileira assinada por membros do povo, em franca defesa do ex-presidente Lula. Acho que isso não foi generoso com um homem que só fez o bem pelo Brasil. Dá ideia que ele está fraco diante de seu povo. Que maldade!
Não é nada disso, como bem declarou o senador acreano em seu pronunciamento, naquela afirmação que certamente fará parte de todos os livros de citações a serem editados no Brasil daqui para frente: “O problema do País, durante muitos séculos, foi sua elite. Não é o seu povo. Isso, os estudiosos da beleza da cultura brasileira já identificaram”.
O problema foi identificado pelos estudiosos da beleza da cultura brasileira! Palavras duplamente abençoadas. Revelam que finalmente foi oficialmente identificada a origem de nossos males e através delas e da coragem de quem as pronunciou, o Senado Federal as registrou e naturalmente tomará as devidas providências.
Abaixo a elite!
Mas continuo a achar maldade com o Lula. Sabe o que mais? Para compensar, vou lhe oferecer um presente. Bem, não é um presente formal, é uma sugestão. Ele que cante para o povo brasileiro, junto com meu pai, João Rubinato (Adoniran Barbosa, para quem gosta de samba) a música que copio a seguir. Não se importe se não tem voz para cantar. Meu pai também não tinha:
Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
21.09.2012
Curioso o discurso do senador Jorge Viana, do Acre, pronunciado na última terça-feira. Texto bom, lúcido, inteligente. Comprova a intrepidez do senador que ousou subir à tribuna do Senado Federal para elogiar, com garra, nosso ex-presidente, o ex-operário Lula.
Mas será que Lula precisa de defesa? Ele não é amado pelo povo? E não é o povo, depois dos 10 anos petistas, quem manda no Brasil?
Ou ainda será a oposição? Afinal, temos oposição? A opinião pública é ou não é a voz do povo? Será que nosso povo é a eterna Maria vai com as outras, apesar de estar bem de vida, intelectual e financeiramente falando? O Brasil hoje não é outro? Não é uma nação que ombreia com todas as demais?
Então porque esse medo, esse horror à elite? Afinal, antes que eu me alongue, quem é a nossa elite? Penso que seria útil esclarecer a quem se referem como elite, sabe, é muito bom saber com quem lidamos. Eu pensava que governadores, netos de governador, como Eduardo Campos, eram elite. Estava enganada. Pensava que senadores eram elite. Outro engano. Que um ex-presidente da República fosse elite!
Acho tudo muito confuso.
Além do discurso corajoso do senador acreano, ainda surgiu uma nota instigadora. Ela nos convoca para lutar contra um golpe que está sendo preparado contra o presidente Lula e seu legado.
Vou ser franca. Achei a nota desnecessária, até cruel, apesar de esclarecer um pouco mais quem é elite, quem é povo. Depois do pronunciamento do senador petista, não creio que houvesse necessidade da convocação à sociedade brasileira assinada por membros do povo, em franca defesa do ex-presidente Lula. Acho que isso não foi generoso com um homem que só fez o bem pelo Brasil. Dá ideia que ele está fraco diante de seu povo. Que maldade!
Não é nada disso, como bem declarou o senador acreano em seu pronunciamento, naquela afirmação que certamente fará parte de todos os livros de citações a serem editados no Brasil daqui para frente: “O problema do País, durante muitos séculos, foi sua elite. Não é o seu povo. Isso, os estudiosos da beleza da cultura brasileira já identificaram”.
O problema foi identificado pelos estudiosos da beleza da cultura brasileira! Palavras duplamente abençoadas. Revelam que finalmente foi oficialmente identificada a origem de nossos males e através delas e da coragem de quem as pronunciou, o Senado Federal as registrou e naturalmente tomará as devidas providências.
Abaixo a elite!
Mas continuo a achar maldade com o Lula. Sabe o que mais? Para compensar, vou lhe oferecer um presente. Bem, não é um presente formal, é uma sugestão. Ele que cante para o povo brasileiro, junto com meu pai, João Rubinato (Adoniran Barbosa, para quem gosta de samba) a música que copio a seguir. Não se importe se não tem voz para cantar. Meu pai também não tinha:
sábado, 22 de setembro de 2012
Tome Ciência: Pesquisadores do Universo
JC e-mail 4588, de 21 de Setembro de 2012.
Tome Ciência: Pesquisadores do Universo
Programa pode ser visto, a partir do próximo sábado (22) e ao longo da semana, pela TV e pela internet.
A origem do universo sempre intrigou a humanidade. Na busca de respostas para os fenômenos da natureza quase sempre o inexplicável é atribuído a razões sobrenaturais. Mas para os debatedores deste programa - cientistas por opção e profissão - nada é mais natural que procurar explicações para o desconhecido. Ao examinar o Universo com o auxílio das mais avançadas tecnologias, eles questionam inclusive as teorias que já pareciam solidificadas, como a que atribuía a origem de tudo a uma grande explosão, o big bang. Comentam das mais recentes descobertas e explicam a expansão acelerada, que pode vir ser o fim de tudo.
Participantes - Jaime Fernando Villas da Rocha, doutor em astronomia, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador nacional da Comissão de Ensino da Sociedade Astronômica Brasileira. Martin Makler, doutor em física na área de cosmologia, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Nelson Pinto Neto, doutor em física e pesquisador titular do CBPF, com pós-doutorado na Universidade Pierre et Marie Curie, na França. Maurício Ortiz Calvão, com pós-doutorado em física na Universidade California Berkeley, nos Estados Unidos, é professor da Universidade do Estado Rio de Janeiro (UFRJ).
Confira os canais que transmitem o Tome Ciência:
- Na RTV Unicamp, da Universidade Estadual de Campinas (canal 10 da Net Campinas), às 15 horas dos sábados, 21 horas dos domingos, às 15 horas das terças e às 24 horas das quintas-feiras, além da internet (www.rtv.unicamp.br).
- Na TV Alerj, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, às 20 horas dos domingos, com reprises às 20,30 horas das quintas, por satélite (Brasilsat - B4 at 84° W / taxa de símbolos = 3,0 MSps / frequência Banda-C = 3816,0 MHz / FEC = ¾ / frequência banda-L = 1334,0 MHz / polarização = horizontal), pela internet (www.tvalerj.tv) e pelos sistemas a cabo das seguintes cidades do estado: Angra dos Reis (14), Barra Mansa (96), Cabo Frio (96), Campos dos Goytacazes (15), Itaperuna (61), Macaé (15), Niterói (12), Nova Friburgo (97), Petrópolis (95), Resende (96), Rio de Janeiro (12), São Gonçalo (12), Teresópolis (39), Três Rios (96) e Volta Redonda (13).
- Na TV Ales, da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (canal 12 da Net), às 17 horas dos sábados e domingos, com reprises durante a programação.
- Na TV Assembleia, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (em Campo Grande pelo canal 9, em Dourados pelo canal 11, em Naviraí pelo canal 44 e internet - (www.al.ms.gov.br/tvassembleia), às 20 horas dos sábados, com reprises durante a programação.
- Na TV Assembleia do Piauí, às 12 horas dos sábados e às 20 horas dos domingos, pelo canal aberto (16) em UHF, em Teresina, e nas reprodutoras de 22 municípios do Piauí e um do Maranhão, além do satélite (Free-to-Air FTA em modo aberto - Satélite NSS 10 (Starone C2) ou AMC-12 Banda C - Posição orbital dos 37,5º Oeste [W] - Frequência: 3831 - Polarização: Horizontal SR 2893 e FEC ¾).
- Na TV Câmara Angra dos Reis, da Câmara Municipal de Angra dos Reis (canal 14 da Net e internet), às 19 horas das quartas-feiras, com reprises durante a programação.
- Na TV Câmara, da Câmara Municipal de Bagé (canal 16 da Net) durante a programação e no horário fixo das 20 horas das quintas-feiras.
- Na TV Câmara Caxias do Sul, da Câmara Municipal de Caxias do Sul/RS(canal 16 da Net) e pela internet (www.camaracaxias.rs.gov.br), às 12 horas dos sábados, com reprises às 12 horas dos domingos, 16 horas das segundas, 16 horas das terças, 16 horas das quartas, 16 horas das quintas e 20:15 das sextas-feiras.
- Na TV Câmara de Jahu, da Câmara Municipal de Jaú/SP, transmitida pelo canal 99 da Net, pela internet (www.camarajau.sp.gov.br) e pelo sinal aberto digital 61.4, às 21 horas dos sábados e 14 horas dos domingos.
- Na TV Câmara de Lavras, da Câmara Municipal de Lavras/MG, transmitida pelo canal 15 da Mastercabo, às 18 horas dos sábados e domingos.
- Na TV Câmara Pouso Alegre, da Câmara Municipal de Pouso Alegre/MG, transmitida em sinal aberto de TV Digital (59) e pelo canal 21 da Mastercabo, sempre às 18,30 horas das sextas, com reprises durante a programação.
- Na TV Câmara de São Paulo, da Câmara Municipal de São Paulo (canal 13 da NET, 66 e 07 da TVA), às 13 horas dos domingos e 15 horas das segundas, com reprises durante a programação.
- Na TVE Alfenas, afiliada da Rede Minas, em canal aberto (2) e no cabo (8) em Alfenas e por UHF aberto nas cidades de Areado (54) Campos Gerais (23) e Machado (31), além do site www.tvalfenas.com.br, sempre às quintas, a partir das 17 horas.
- Na TV Feevale, da Universidade Feevale de Novo Hamburgo/RS (canal 15 da Net), às 9 horas das terças e quintas-feiras, com reprises durante a programação.
- Na TV UFAM, da Universidade Federal do Amazonas (canal 7 e 27 da Net), com estreia semanal às 16 horas dos sábados e reprises durante a programação.
- Na TV UFG, da Universidade Federal de Goiás, transmitida em canal aberto (14), aos sábados, às 15 horas.
- Na TV UFPR, da Universidade Federal do Paraná, pelos canais 15 da Net e 71 da TVA, às 17 horas dos sábados. Os programas ficam à disposição (on demand) em www.tv.ufpr.br.
- Na TV Unifev, do Centro Universitário de Votuporanga/SP, transmitida em canal aberto (55) UHF para mais 25 municípios da região, nos fins de semana, com estréias aos sábados, às 18 horas, e reprises às 12 horas dos domingos.
- Na TV Unifor, da Universidade de Fortaleza, transmitida pelo canal 4 da Net, nos dias ímpares dos meses ímpares e dias pares dos meses pares, sempre nos horários de 10.30, 15,30 e 22.30 horas.
- Na TV Univap, da Universidade do Vale do Paraíba, com duas exibições diárias em horários rotativos, sempre nos canais a cabo 14 das cidades de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté.
- Na UNOWEBTV, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (SC) - UNOCHAPECÓ, mantida pela Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste - FUNDESTE, transmitida pelo canal 15 da Net local e pela internet (www.unochapeco.edu.br/unowebtv), com estreia às 21 horas dos sábados e reapresentações às terças e quintas-feiras às 21 horas.
Além disso, o programa pode ser visto a qualquer hora no site: http://www.tomeciencia.com.br. O programa, apresentado pelo jornalista André Motta Lima, tem o apoio de pauta das sociedades vinculadas à SBPC, além de um Conselho Editorial de cientistas.
(Informações do Tome Ciência)
Avenida Brasília, por Nelson Motta
Via blog do Noblat
Por Nelson Motta
21.09.2012
Nelson Motta, O Globo
Por graça do acaso, os dois maiores sucessos populares do ano, a novela “Avenida Brasil” e o julgamento do mensalão, vão terminar juntos, ou quase. Condenados e absolvidos pelo Supremo vão se misturar com personagens amados e odiados pelo público, vilões e heróis da ficção e da realidade terão seus destinos cruzados na história viva do país.
Nina e Carminha foram capazes das piores vilanias, mas também poderão ser vistas como heroínas. Não por suas obsessões doentias pela vingança e o poder, mas como sobreviventes dos lixões da vida, que, movidas pela paixão, são levadas a comportamentos heroicos na luta por seus objetivos conflitantes.
Roberto Jefferson e José Dirceu também foram capazes das piores vilanias, mas por suas causas partidárias e objetivos políticos. Movidos por seus instintos mais primitivos, tentam se mostrar heroicos no mensalão, um como mártir da verdade e o outro de uma conspiração das elites. Dirceu diz que o PT pode ter todos os defeitos, menos a covardia. A omertá de Delúbio fez dele um herói, mas Dirceu se imolará por Lula?
Mas o grande herói da novela do mensalão é o ministro Joaquim Barbosa, que passou como um tufão sobre a impunidade de políticos, empresários e banqueiros. Sua já famosa foto de costas, com sua capa negra de Batman justiceiro, virou um ícone que se espalha como um vírus de esperança pela internet, anunciando que a coisa está preta, no bom sentido, para os malfeitores. As redes sociais gritam “Barbosa guerreiro, do povo brasileiro”.
A competência, a independência e a integridade do ministro Joaquim e das ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber têm feito mais pelo orgulho e progresso de negros e mulheres do Brasil do que todos os discursos e campanhas feministas e racialistas recentes.
Nelson Motta é jornalista
Por Nelson Motta
21.09.2012
Nelson Motta, O Globo
Por graça do acaso, os dois maiores sucessos populares do ano, a novela “Avenida Brasil” e o julgamento do mensalão, vão terminar juntos, ou quase. Condenados e absolvidos pelo Supremo vão se misturar com personagens amados e odiados pelo público, vilões e heróis da ficção e da realidade terão seus destinos cruzados na história viva do país.
Nina e Carminha foram capazes das piores vilanias, mas também poderão ser vistas como heroínas. Não por suas obsessões doentias pela vingança e o poder, mas como sobreviventes dos lixões da vida, que, movidas pela paixão, são levadas a comportamentos heroicos na luta por seus objetivos conflitantes.
Roberto Jefferson e José Dirceu também foram capazes das piores vilanias, mas por suas causas partidárias e objetivos políticos. Movidos por seus instintos mais primitivos, tentam se mostrar heroicos no mensalão, um como mártir da verdade e o outro de uma conspiração das elites. Dirceu diz que o PT pode ter todos os defeitos, menos a covardia. A omertá de Delúbio fez dele um herói, mas Dirceu se imolará por Lula?
Mas o grande herói da novela do mensalão é o ministro Joaquim Barbosa, que passou como um tufão sobre a impunidade de políticos, empresários e banqueiros. Sua já famosa foto de costas, com sua capa negra de Batman justiceiro, virou um ícone que se espalha como um vírus de esperança pela internet, anunciando que a coisa está preta, no bom sentido, para os malfeitores. As redes sociais gritam “Barbosa guerreiro, do povo brasileiro”.
A competência, a independência e a integridade do ministro Joaquim e das ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber têm feito mais pelo orgulho e progresso de negros e mulheres do Brasil do que todos os discursos e campanhas feministas e racialistas recentes.
A grande diferença é que a novela acaba e o mensalão continua,
ultrapassando a ficção. Quem diria que mais vilões seriam condenados e presos no
mensalão do que na novela? Cenas dos próximos capítulos: seguindo a
jurisprudência do Supremo, os elencos dos mensalões de Minas e de Brasília serão
condenados pelos juízes, a opinião pública e a história. Oi, oi, oi.
Nelson Motta é jornalista
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Roda de Choro - Noites Cariocas (Jacob do Bandolim)
Instrumental SESC Brasil
O blog faz hoje 4 anos!
Vivaaaaaaa!!!!!!!!
\o/
Vocação para a grandeza e para as mazelas
Via Revista Pesquisa FAPESP
Por CARLOS HAAG
Edição 199 - Setembro de 2012
Globalização adotada com rapidez por São Paulo degradou a sua constituição
urbana e social
Nos anos 1920, Oswald de Andrade ironizava a vocação paulistana de ser uma “torcida indígena a favor de um imperialismo ‘civilizador’”, antecipando que esse entusiasmo paulistano seria fonte tanto de suas grandezas como de suas mazelas. “Nos anos 1990, São Paulo já era o centro econômico nacional e reagiu mais rapidamente do que as outras regiões para abraçar e se adaptar à internacionalização da economia, a globalização”, observa a professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) Sueli Schiffer. “Por um lado, isso trouxe uma concentração crescente de atividades tecnológicas e especializadas muito avançadas, com os benefícios de investimentos massivos em infraestrutura em determinadas áreas e a criação de uma força de trabalho qualificada”, conta. “Mas essa rápida aceitação da globalização auxiliou no deslocamento da população pobre para as áreas periféricas, aumentando a já existente segregação social. Sem falar do aumento do desemprego para os menos qualificados, maior informalidade no mercado de trabalho, violência crescente e aumento das favelas”, observa a pesquisadora, coordenadora do estudo Projetos urbanos e desenvolvimento local: financiamento e gestão.
O estudo é uma continuação do projeto temático São Paulo: globalização da economia e estrutura urbana, que Sueli realizou com apoio da FAPESP (1998). Em pleno processo de globalização, a pesquisadora analisou, com notável pioneirismo, de que forma, no Brasil, se dava a relação entre a nova estrutura econômica adotada e a organização espacial. “Numa economia desigual, a estrutura espacial acaba sendo afetada e fica desigual. Houve um aumento da renda concentrada na cidade. Ao mesmo tempo, porém, se deu a expulsão de uma grande parcela da população para áreas distantes e sem estrutura apropriada de moradia, uma redefinição forçada das prioridades urbanas, o aumento da deficiência dos problemas de infraestrutura urbana, em especial no transporte e no meio ambiente, num quadro de miséria e desigualdade crescentes, geradoras de uma violência urbana séria”, observa. A “torcida indígena” acabou gerando esplendor e decadência.
“O planejamento urbano dos anos 1950 e 1960 atuava em cidades com acelerado crescimento e intensos fluxos migratórios, em sua grande maioria vindos da área rural, de população de baixa renda e qualificação. A carência de todos os tipos de infraestrutura, mesmo as básicas como água, energia, saneamento e transportes públicos, eram os desafios mais gritantes da gestão e dos planos urbanos”, explica Sueli. CONTINUA!
Por CARLOS HAAG
Edição 199 - Setembro de 2012
Globalização adotada com rapidez por São Paulo degradou a sua constituição
urbana e social
Nos anos 1920, Oswald de Andrade ironizava a vocação paulistana de ser uma “torcida indígena a favor de um imperialismo ‘civilizador’”, antecipando que esse entusiasmo paulistano seria fonte tanto de suas grandezas como de suas mazelas. “Nos anos 1990, São Paulo já era o centro econômico nacional e reagiu mais rapidamente do que as outras regiões para abraçar e se adaptar à internacionalização da economia, a globalização”, observa a professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) Sueli Schiffer. “Por um lado, isso trouxe uma concentração crescente de atividades tecnológicas e especializadas muito avançadas, com os benefícios de investimentos massivos em infraestrutura em determinadas áreas e a criação de uma força de trabalho qualificada”, conta. “Mas essa rápida aceitação da globalização auxiliou no deslocamento da população pobre para as áreas periféricas, aumentando a já existente segregação social. Sem falar do aumento do desemprego para os menos qualificados, maior informalidade no mercado de trabalho, violência crescente e aumento das favelas”, observa a pesquisadora, coordenadora do estudo Projetos urbanos e desenvolvimento local: financiamento e gestão.
O estudo é uma continuação do projeto temático São Paulo: globalização da economia e estrutura urbana, que Sueli realizou com apoio da FAPESP (1998). Em pleno processo de globalização, a pesquisadora analisou, com notável pioneirismo, de que forma, no Brasil, se dava a relação entre a nova estrutura econômica adotada e a organização espacial. “Numa economia desigual, a estrutura espacial acaba sendo afetada e fica desigual. Houve um aumento da renda concentrada na cidade. Ao mesmo tempo, porém, se deu a expulsão de uma grande parcela da população para áreas distantes e sem estrutura apropriada de moradia, uma redefinição forçada das prioridades urbanas, o aumento da deficiência dos problemas de infraestrutura urbana, em especial no transporte e no meio ambiente, num quadro de miséria e desigualdade crescentes, geradoras de uma violência urbana séria”, observa. A “torcida indígena” acabou gerando esplendor e decadência.
“O planejamento urbano dos anos 1950 e 1960 atuava em cidades com acelerado crescimento e intensos fluxos migratórios, em sua grande maioria vindos da área rural, de população de baixa renda e qualificação. A carência de todos os tipos de infraestrutura, mesmo as básicas como água, energia, saneamento e transportes públicos, eram os desafios mais gritantes da gestão e dos planos urbanos”, explica Sueli. CONTINUA!
Mais de 50% dos brasileiros estão na classe média
Via Agência Brasil
Por Yara Aquino
20.09.2012
Brasília - Atualmente mais da metade da população brasileira (53%) fazem parte da classe média, o que significa um total de 104 milhões de brasileiros. Nos últimos dez anos, foram 35 milhões os brasileiros incluídos na classe média. Os dados foram divulgado hoje (20) pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República no estudo Vozes da Classe Média.
A pesquisa classifica como classe média os que vivem em famílias com renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.019 e tem baixa probabilidade de passar a ser pobre no futuro próximo.
De acordo com o estudo, a expansão desse segmento resultou de um processo de crescimento do país combinado com redução na desigualdade. A estimativa é que, mantidas a taxa de crescimento e a tendência de queda nas desigualdades dos últimos dez anos, a classe média chegue a 57% da população brasileira em 2022.
Os dados indicam que a redução da classe baixa foi mais intensa do que a expansão da classe alta. De 2002 a 2012 ascenderam da classe baixa para a média, 21% da população brasileira, enquanto da classe média para a alta ascenderam 6%.
O ministro da SAE, Moreira Franco, destacou o importância do crescimento da classe média para movimentar e impulsionar a economia do país, pois essa fatia da população responde por 38% da renda e do consumo das famílias. “Em torno de 18 milhões de empregos foram criados na última década, esses empregos formais foram associados a uma política adequada de salário mínimo que deu ganhos reais acima da inflação aos brasileiros”, disse Franco.
O crescimento da renda da classe média tem sido maior do que o do restante da população, de acordo com os dados apresentados no estudo. Enquanto na última década a renda média desse segmento cresceu 3,5% ao ano, a renda média das famílias brasileiras cresceu, no mesmo período, 2,4% ao ano.
“A classe média brasileira vai movimentar em 2012 cerca de R$ 1 trilhão”, estimou Renato Meirelles, do instituto de pesquisa Data Popular, que participou da elaboração do estudo.
O estudo usa como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto Data Popular.
Edição: Talita Cavalcante
Por Yara Aquino
20.09.2012
Brasília - Atualmente mais da metade da população brasileira (53%) fazem parte da classe média, o que significa um total de 104 milhões de brasileiros. Nos últimos dez anos, foram 35 milhões os brasileiros incluídos na classe média. Os dados foram divulgado hoje (20) pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República no estudo Vozes da Classe Média.
A pesquisa classifica como classe média os que vivem em famílias com renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.019 e tem baixa probabilidade de passar a ser pobre no futuro próximo.
De acordo com o estudo, a expansão desse segmento resultou de um processo de crescimento do país combinado com redução na desigualdade. A estimativa é que, mantidas a taxa de crescimento e a tendência de queda nas desigualdades dos últimos dez anos, a classe média chegue a 57% da população brasileira em 2022.
Os dados indicam que a redução da classe baixa foi mais intensa do que a expansão da classe alta. De 2002 a 2012 ascenderam da classe baixa para a média, 21% da população brasileira, enquanto da classe média para a alta ascenderam 6%.
O ministro da SAE, Moreira Franco, destacou o importância do crescimento da classe média para movimentar e impulsionar a economia do país, pois essa fatia da população responde por 38% da renda e do consumo das famílias. “Em torno de 18 milhões de empregos foram criados na última década, esses empregos formais foram associados a uma política adequada de salário mínimo que deu ganhos reais acima da inflação aos brasileiros”, disse Franco.
O crescimento da renda da classe média tem sido maior do que o do restante da população, de acordo com os dados apresentados no estudo. Enquanto na última década a renda média desse segmento cresceu 3,5% ao ano, a renda média das famílias brasileiras cresceu, no mesmo período, 2,4% ao ano.
“A classe média brasileira vai movimentar em 2012 cerca de R$ 1 trilhão”, estimou Renato Meirelles, do instituto de pesquisa Data Popular, que participou da elaboração do estudo.
O estudo usa como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto Data Popular.
Edição: Talita Cavalcante
É a geração "nem-nem". Um quinto dos jovens nem estuda, nem trabalha, nem busca emprego
Via O Globo
16.09.2012
16.09.2012
Leia as matérias aqui:
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Pantanal: um bioma ameaçado pelo desmatamento.
Entrevista com Viviane Fonseca Moreira
Via EcoDebate
Por IHU On-line
19.09.2012
“O estado de Mato Grosso foi o recordista de desmatamento nos últimos 15 anos. Tudo isto para produção de soja”, informa a bióloga.
Entre as propostas de alteração do novo Código Florestal, foi aprovada a redução de 20 para 15 metros da recomposição de APPs em margens de rios. Sobre as implicações desta medida para o Pantanal, a bióloga do Instituto Homem Pantaneiro, Viviane Fonseca Moreira, explica que “o problema da definição de APPs no Pantanal é que elas são variáveis, pelo pulso hídrico da região, o que dá a vida a todo o complexo pantaneiro. Se já não era contido o desmatamento com a metragem de preservação maior (20 metros) reduzir isso será ainda pior para a conservação do bioma. O caso do Pantanal e de outros biomas deveria merecer um tratamento em lei específica. Certamente os interesses dos produtores deverão prevalecer e as medidas de recuperação não atenderão em tempo hábil o processo de recuperação”. Na entrevista que concedeu por e-mail à IHU On-Line, Viviane ressalta que “o Pantanal é Patrimônio Nacional na Constituição Federal (1988), Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera pela UNESCO (2000), além de uma das maiores áreas úmidas contínuas do planeta. Entretanto, nos últimos anos, as nascentes dos principais rios (Sepotuba, Cuiabá e Paraguai), vêm sofrendo com a degradação ambiental severa decorrente de desmatamentos. Os impactos das atividades externas ao Pantanal são um ameaça ao bioma e a sua biodiversidade”.
CONFIRA A ENTREVISTA
Por IHU On-line
19.09.2012
“O estado de Mato Grosso foi o recordista de desmatamento nos últimos 15 anos. Tudo isto para produção de soja”, informa a bióloga.
Entre as propostas de alteração do novo Código Florestal, foi aprovada a redução de 20 para 15 metros da recomposição de APPs em margens de rios. Sobre as implicações desta medida para o Pantanal, a bióloga do Instituto Homem Pantaneiro, Viviane Fonseca Moreira, explica que “o problema da definição de APPs no Pantanal é que elas são variáveis, pelo pulso hídrico da região, o que dá a vida a todo o complexo pantaneiro. Se já não era contido o desmatamento com a metragem de preservação maior (20 metros) reduzir isso será ainda pior para a conservação do bioma. O caso do Pantanal e de outros biomas deveria merecer um tratamento em lei específica. Certamente os interesses dos produtores deverão prevalecer e as medidas de recuperação não atenderão em tempo hábil o processo de recuperação”. Na entrevista que concedeu por e-mail à IHU On-Line, Viviane ressalta que “o Pantanal é Patrimônio Nacional na Constituição Federal (1988), Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera pela UNESCO (2000), além de uma das maiores áreas úmidas contínuas do planeta. Entretanto, nos últimos anos, as nascentes dos principais rios (Sepotuba, Cuiabá e Paraguai), vêm sofrendo com a degradação ambiental severa decorrente de desmatamentos. Os impactos das atividades externas ao Pantanal são um ameaça ao bioma e a sua biodiversidade”.
CONFIRA A ENTREVISTA
Senado tem recesso suspenso para votar
Código Florestal
Via Estadão
Por ROSA COSTA, JOÃO DOMINGOS
20.10.2012
Mesmo às vésperas do 1º turno das eleições municipais, senadores devem aprovar o texto da medida provisória antes do dia 8
Para evitar que a medida provisória do Código Florestal perca a validade, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), suspendeu o recesso da Casa na próxima semana, apesar de ser véspera do primeiro turno das eleições municipais.
A MP do Código Florestal perderá a validade se não for aprovada até o próximo dia 8, uma segunda-feira. Os senadores deverão votar o texto aprovado pelos deputados, que alterou a proposta original enviada pela presidente Dilma Rousseff.
As mudanças beneficiaram médias e grandes propriedades na exigência de recuperação da vegetação desmatada ilegalmente às margens dos rios. Como o governo não participou do acordo, há a possibilidade de a presidente Dilma vetar as modificações.
Mas o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), diz que a presidente da República deveria aceitar o acordo feito no Congresso. "Eu, se fosse a presidente, deixaria do jeito que está. O que têm uns metros a mais ou a menos na recuperação das margens dos rios? Para que ficar fazendo onda, mantendo o assunto na pauta, quando ele pode ser resolvido agora de uma vez por todas?" CONTINUA!
Pedido básico:
...e livrai-me,
Senhor,
desses dentes
brancos,
amém.
Adelidia Chiarelli
Por ROSA COSTA, JOÃO DOMINGOS
20.10.2012
Mesmo às vésperas do 1º turno das eleições municipais, senadores devem aprovar o texto da medida provisória antes do dia 8
Para evitar que a medida provisória do Código Florestal perca a validade, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), suspendeu o recesso da Casa na próxima semana, apesar de ser véspera do primeiro turno das eleições municipais.
A MP do Código Florestal perderá a validade se não for aprovada até o próximo dia 8, uma segunda-feira. Os senadores deverão votar o texto aprovado pelos deputados, que alterou a proposta original enviada pela presidente Dilma Rousseff.
As mudanças beneficiaram médias e grandes propriedades na exigência de recuperação da vegetação desmatada ilegalmente às margens dos rios. Como o governo não participou do acordo, há a possibilidade de a presidente Dilma vetar as modificações.
Mas o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), diz que a presidente da República deveria aceitar o acordo feito no Congresso. "Eu, se fosse a presidente, deixaria do jeito que está. O que têm uns metros a mais ou a menos na recuperação das margens dos rios? Para que ficar fazendo onda, mantendo o assunto na pauta, quando ele pode ser resolvido agora de uma vez por todas?" CONTINUA!
Pedido básico:
...e livrai-me,
Senhor,
desses dentes
brancos,
amém.
Adelidia Chiarelli
Estudo associa bisfenol a obesidade em crianças
JC e-mail 4586, de 19 de Setembro de 2012.
Estudo associa bisfenol a obesidade em crianças
Suspeita-se que substância pode estar predispondo as pessoas ao ganho de peso.
Um ano depois de a Anvisa ter proibido a fabricação e a importação de mamadeiras que continham bisfenol A em sua composição, um estudo associou a presença da substância no organismo de crianças e adolescentes com um risco maior de obesidade. O bisfenol aparece no plástico de garrafas e de embalagens de alimentos. Também é usado no revestimento de latas.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Nova York avaliaram 2.838 pessoas de 6 a 19 anos. A urina dos participantes foi analisada para quantificar a presença do bisfenol. Eles foram, então, divididos em quatro grupos, de acordo com a quantidade encontrada.
No grupo com menos bisfenol na urina, havia 10,3% de crianças e adolescentes obesos. Já no grupo com maior quantidade da substância, 22,3% dos participantes estavam com obesidade. O estudo foi publicado hoje no Journal of The American Medical Association (Jama).
Estudos em laboratório já tinham detectado uma relação entre o bisfenol e a obesidade. Essa é, porém, a primeira pesquisa em crianças e adolescentes a avaliar essa hipótese. A endocrinologista Tania Bachega, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e membro do Grupo de Trabalho dos Desreguladores Endócrinos da Regional São Paulo da SBEM, explica que, em cultura de células, já foi observado que o bisfenol seria responsável pela proliferação do tecido adiposo. CONTINUA!
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