terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pesquisa sobre anêmonas de tubo sugere que América do Sul teve “mar interno”

Via Agência Fapesp
Por Fábio de Castro
O5.09.2012


Estudo sobre processo evolutivo de
diversificação de organismos
marinhos reforça teoria geológica de
 que há 10 milhões de anos existia uma
 língua de oceano que cortava o
continente desde o Caribe até o
 Uruguai, cobrindo toda a bacia
 Amazônica (ilustração: Science)
Agência FAPESP – Depois de estudar por quatro anos o processo evolutivo de diversificação de um grupo de anêmonas de tubo do Atlântico Sul, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) obteve um resultado inesperado: o estudo biológico acabou contribuindo para reforçar a teoria geológica de que, há cerca de 10 milhões de anos, a bacia Amazônica era ocupada por um mar interno que ligava o Caribe ao Uruguai.

O estudo, publicado na revista PLoS One, teve o objetivo inicial de identificar, por meio de análises genéticas e moleculares, em que momento da evolução ocorreu a diferenciação entre duas espécies de anêmonas de tubo do gênero Isarachnanthus, do grupo Ceriantharia presentes no oceano Atlântico.

Os resultados mostraram, no entanto, que o cenário mais provável para a diferenciação das duas espécies – e de uma terceira existente no oceano Pacífico – seria coerente com a chamada teoria da “rota marinha da Amazônia no Mioceno médio”.

Segundo essa teoria, um passagem marinha ligava o Caribe à região atual da costa do Uruguai, entre 9 milhões e 11 milhões de anos atrás, cortando ao meio o continente. A maior parte do Brasil atual, nesse período conhecido como Mioceno médio, teria sido uma ilha separada do resto da América do Sul por uma língua de oceano. CONTINUA!