domingo, 30 de setembro de 2012
- Um abismo digital em sala de aula
- Internet muda o aprendizado no Brasil
JC e-mail 4593, de 28 de Setembro de 2012.
Um abismo digital em sala de aula
Pesquisa mostra que três em cada quatro adolescentes navegam na internet. Mas 40% dizem que professores não usam a web na escola.
Nascidos na era da tecnologia, as crianças e os adolescentes estão ligados nas novidades e funcionalidades das quatro principais telas que os cercam: da televisão, do telefone celular, do computador e do videogame. Tudo conectado em tempo real pela internet e que faz parte da rotina de uma garotada que já não consegue, sequer, desligar o telefone durante a aula. Mesmo sem ter computador em casa, 75% dos adolescentes com idade entre 10 e 18 anos, navegam na internet. Entre as crianças de 6 a 9 anos, o índice é 47%. Quando se trata de educação, 40% dos jovens dizem que os professores não usam a internet em sala de aula. Para especialistas, existe uma lacuna que precisa ser preenchida por educadores e alunos.
Esses números, apurados pela pesquisa Gerações Interativas Brasil - Crianças e Jovens diante das Telas, feita pela Fundação Telefônica Vivo (ligada à operadora de telefonia), e divulgada ontem, soam como um alerta, segundo a especialista em inclusão digital e professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Amaralina Miranda de Souza. Ela explica que o resultado reflete uma mudança de mentalidade de uma geração para outra, provocada pelos avanços da tecnologia. Mas ressalva que os passos estão lentos. "Fica claro que existe a necessidade de formar professores capacitados para usar esses instrumentos", frisa.
Apesar de lembrar que a maioria dos docentes não teve esse tipo de formação, Amaralina reforça que esse tema deve ser introduzido na agenda diária como um grande aliado da educação, capaz de atender melhor às necessidades dos estudantes. Alguns só se desconectam quando estão dentro da sala de aula, como a estudante Mariana de Oliveira, de 14 anos. Com o celular na mão, ela passa o dia conectada nas redes sociais. "Na escola, só ligo no intervalo", garante a menina. A mãe, Elyene Alves, 40, diz que dá orientações à filha sobre os perigos da internet e como se relacionar com estranhos. Ela diz que, às vezes, é necessário "puxar a orelha" da filha: "Tem dia que a busco no colégio e ela fica mexendo no celular por todo o caminho. Tenho que avisar: 'olha, estou aqui'". CONTINUA!
Trechos da reportagem
Internet muda o aprendizado no Brasil,
levado ao ar pelo Jornal Nacional no dia 28/05/08:
Trecho 1:
“O resultado é que, independentemente da classe econômica e da série, os alunos que sempre usam o computador para fazer a lição de casa têm, em média, notas piores de alunos que nunca usam”, afirmou o professor Jacques Wainer, da Universidade de Campinas (Unicamp).
Trecho 2:
Quem tem mais de 30 anos, lembra como eram os trabalhos no tempo da escola. O professor passava o tema e os alunos vinham até as bibliotecas consultar livros para produzir as pesquisas.
Hoje, na época da internet, são raros os alunos que vêm até as estantes pra resolver o problema. Preferem usar a ponta do dedo. “Dou um Control C + Control V”, confessa a estudante.
Control C captura o texto na tela. Control V põe onde você quiser. Rápido e irresistível. São os comandos preferidos da geração ‘copia e cola’. “Não tenho o costume de ler. Não gosto e faço outra coisa”, revela a estudante.
Trecho 3:
Um trabalho copiado no colégio, outro na faculdade. A psicopedagoga Alba Maria Leme Weiss alerta: a multiplicação da preguiça intelectual logo, logo, cobra seu preço. “A gente corre um risco de uma geração medíocre, de uma geração mediocrizada. De querer tudo rápido, tudo fácil, só que o mercado de trabalho não vai aceitar isso. A vida não aceita isso”, avalia Alba Maria.
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