quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Núcleo organiza evento em defesa de direitos dos animais

Via Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
14.09.2012

Os seres vivos que não têm possibilidade de se manifestar, como os animais, também são sujeitos de direitos. Nesse sentido, os seres humanos são responsáveis pela formulação de códigos de proteção, segurança e preservação das espécies. Este princípio é adotado nas pesquisas do Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos (Diversitas), da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, que também recebe e encaminha denúncias sobre maus tratos com animais. Nos dias 20 e 21, o Diversitas realiza o “VI Seminário de Direito e Ética Animal”, com o tema “Crueldade Consentida: Diversão Perversa”.

“Cada vez que uma espécie se desorganiza e é eliminada, todo o ecossistema se desequilibra, por isso o homem, como predador, precisa intervir com códigos e leis”, ressalta a professora Zilda Iokoi, da FFLCH, que coordena o Diversitas. “Isso inclui o estabelecimento de uma ética que leve a práticas que não submetam nenhum animal a condições degradantes, para preservar as espécies”.

O Diversitas possui um Observatório que recebe denúncias de crueldade para com os animais pela internet, neste site. “Em média são recebidas de duas a três denúncias por semana”, afirma a professora. Uma triagem é feita pelos pesquisadores do Núcleo, e quando a violência é comprovada, o caso é encaminhado a um promotor público. Os casos também servem de base para pesquisas. “A partir dos processos são discutidos procedimentos éticos, a difusão de ideias de tolerância, além da elaboração de propostas de políticas públicas e projetos de leis”, acrescenta Zilda.

Com o evento deste ano, o Diversitas pretende levar para a sociedade a discussão sobre o abuso de animais com fins de recreação, o que inclui estudos sobre a realização de rodeios. “Essa prática, que envolve valores altíssimos, serve apenas de competição entre criadores, que valorizam seus produtos, submetendo os animais à dor”, alerta a professora. A crítica também se estende à “Farra do Boi”e às rinhas de briga de galo, entre outras atividades consideradas tradicionais. “Se, por um lado, há necessidade da preservação cultural, é preciso também discutir o direito à vida, pois práticas intolerantes não se justificam”. CONTINUA!