quinta-feira, 1 de novembro de 2012

'Conservar é ferramenta para manter exploração'


JC e-mail 4615, de 31 de Outubro de 2012.
'Conservar é ferramenta para manter exploração'


Diretora do MMA explica por que ainda temos só 1,5% das áreas marinhas e costeiras protegidas e quais são os desafios.

No mesmo mês em que o Brasil reafirmou seus compromissos de proteger a biodiversidade na 11ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, na Índia, um anúncio que passou despercebido mostrou que ao menos em um dos pontos dessa luta o País segue perdendo.

O mero, um dos maiores peixes do Brasil, teve a sua captura proibida pelos próximos três anos. A espécie, que podia ser encontrada em toda a costa brasileira, está criticamente ameaçada de extinção. A proibição de sua pesca vinha de 2002, mas tinha perdido a validade em setembro deste ano. Como nesse período as populações do animal não chegaram a ser recuperar, foi necessário prorrogar a moratória.

O caso ilustra uma situação que alia a exploração excessiva dos recursos pesqueiros com a degradação dos ambientes costeiros do País e vem provocando não só a redução da oferta de peixes como põe em risco toda a biodiversidade marinha.

A recuperação de espécies sobre-exploradas é uma das chamadas Metas de Aichi, as quais 193 países concordaram estabelecer para serem cumpridas até 2020 para interromper a perda de biodiversidade no mundo.

E a realização desse objetivo está diretamente ligada a outro: a criação de unidades de conservação em 10% das áreas marinhas e costeiras. Nesse quesito, o País ainda está muito aquém, pois tem apenas 1,5% desse território protegido. Recentemente, por exemplo, foi adiada a ampliação do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, entre Bahia e Espírito Santo.

Em entrevista, a responsável do governo federal pelo assunto, Ana Paula Prates, diretora de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, fala sobre os desafios e as dificuldades de atingir esses resultados no Brasil. LEIA A ENTREVISTA