Via Jornal A Cidade
Por Régis Martins
24.11.2012
‘Um Modernismo que veio Depois’ vai ser lançado no Marp com a presença do autor
A artista plástica ribeirão-pretana Odilla Mestriner morreu há três anos, mas deixou uma obra original e instigante que, infelizmente, ainda não teve o devido reconhecimento no cenário nacional e - porque não? - internacional. Na opinião do conterrâneo Tadeu Chiarelli, professor, crítico de arte e diretor do Museu de Arte Contemporânea da USP em São Paulo, Odilla merece ocupar um lugar de
destaque na história das artes do País.
"Penso que até hoje seu trabalho não teve a recepção
que merecia. A complexidade de sua obra, sobretudo o período que vai dos anos
1950 aos 1970, merece estudos mais aprofundados", diz Chiarelli, em entrevista
por e-mail.
O professor vem a Ribeirão Preto no
próximo dia 30 para o lançamento de seu livro "Um Modernismo que veio Depois",
no qual um dos capítulos ao trabalho da artista. Publicado pela editora Alameda,
o livro traz textos escritos por Chiarelli entre 1995 e 2008 e que seguem uma
ordem cronológica, obedecendo à passagem do tempo e da história da arte oficial.
Ou seja, percorre de Anita Malfatti, pioneira do Modernismo nacional, até os
artistas do início da segunda metade do século passado.
"No entanto, como foram escritos em momentos
diferentes, que não seguem a mesma ordem cronológica, eles podem ser lidos à
medida do interesse do leitor. Como se fosse um ‘Jogo de Amarelinha’, lembrando
o livro de [Júlio] Cortázar", informa, referindo-se ao clássico do escritor
argentino que dá ao leitor a opção de ser lido em qualquer ordem.
Diálogos
Chiarelli busca traçar algumas questões importantes da
arte brasileira do período, como, por exemplo, os diálogos entre abstração e
figuração que marcam aquele momento da arte no Brasil e, sobretudo, o que ele
chama de caráter "conservador" do modernismo de 1922.
E onde Odilla se encaixa nisso tudo? "O fato de
dedicar um estudo sobre ela, penso que deixa claro a importância que credito à
sua obra. E isso não apenas pela obra ‘em si’ de Odilla, mas como, a partir
dela, é possível pensar na complexidade do fenômeno artístico assumido no Brasil
após a Segunda Guerra", argumenta.
Para o autor, é necessário um trabalho conjunto
entre poderes públicos e o Instituto Odilla Mestriner para manter a obra da
artista em destaque. "Certamente novas gerações de estudiosos irão se debruçar
sobre ela para, por meio de sua obra, pensar a complexidade de sua poética no
cenário geral da arte do período", comenta.
Serviço
Um Modernismo que veio Depois
Lançamento dia 30/11, às 19h30, no Marp
Rua Barão do Amazonas, 323
Entrada gratuita
Inf.: (16)
3635-2421
Comentário básico:
Viva a Odila!!!
Viva o meu irmão!!!
Viva a Vila Tibério!!!
Adelidia Chiarelli