Autor: REDE FAOR
FÓRUM DA AMAZÔNIA ORIENTAL
A Amazônia brasileira vem sendo violentada por grandes projetos de infraestrutura, agronegócio, exploração mineral, entre outros, que produzem diariamente fome, violências urbanas e rurais, com assassinatos e ameaças de morte, desmatamento – resultante do avanço das monoculturas que favorecem o agronegócio, as mudanças climáticas e um modelo de dês-envolvimento, baseado no crescimento econômico, servindo às empresasagroexportadoras e mineradoras e latifundiários do agronegócio, consórcios de grandes empresas para construírem Hidrelétricas nos rios da Amazônia Teles Pires, Xingu e Madeira, entre outros, violando os direitos fundamentais direito à terra, à preservação de sua cultura e segurança alimentar, de comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas, extrativistas, entre outras.
Em nome deste Des-envolvimento o governo brasileiro dá sustentação ao projeto do capital contra anatureza, projeto de exaustão das riquezas naturais da Amazônia, e do mundo, desconsiderando a voz dos povos amazônidas que gritam por justiça socioambiental e por vida no planeta Terra. Exemplos de violações só dos últimos dias:
- Assassinato de 3 quilombolas em Tomé – Açu em decorrência do avanço da monocultura do dendê em território quilombola e da disputa por terra nesta região;
- O conflito envolvendo índios Munduruku da Aldeia Teles Pires, fronteira entre Pará e Mato Grosso, e a Polícia Federal do Brasil, que resultou na morte de 2 indígenas e diversas violações de direitos constitucionais dos povos Munduruku e Kayabi;
- Greve de trabalhadores nos canteiros de obras da UHE de Belo Monte, no rio Xingu, que resultou na queima total dos alojamentos de três sítios da obra, mais de 5 mil funcionários demitidos e 5 funcionários assassinados durante os tumultos na luta por melhores condições de trabalho.
Reiteramos nossa denuncia contra o projeto do governo do Brasil. Projeto de destruição da floresta, dos rios e da vida na Amazônia e deixamos claro que compartilhamos de outro desenvolvimento para nosso povo, um novo modelo de produção, distribuição e consumo, baseado na agroecologia, na economia solidária e numa matriz energética diversificada e descentralizada, que garanta a segurança e soberania alimentar, outra visão de território, que estamos construindo ao longo do tempo, articulando o uso sustentável da floresta e o livre uso da biodiversidade.
Belém, 13 de novembro de 2012.