segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Moradores vizinhos aos terrenos da Rhodia ignoram riscos de contaminação
Via Agência Brasil
Por Camila Maciel
24.11.2012
São Paulo – Moradores do entorno de terrenos em São Vicente, na Baixada Santista, que receberam durante décadas o descarte do lixo tóxico resultante do processo de produção da empresa Rhodia, desconhecem os riscos da proximidade com os resíduos. A Agência Brasil esteve no local e ouviu relatos de que, embora a área seja isolada, crianças e adultos frequentam o local para pegar frutos e consumir drogas, dentre outras ações.
O motorista Riberto Tadeu da Silva, 51 anos, mora há 14 anos na comunidade Gleba 2, que fica na lateral da Estação de Espera da Rhodia. Esse terreno acumula cerca de 30 mil toneladas de organoclorados, como o pó da china (pentaclorofenato de sódio) e o hexaclorobenzeno, materiais comprovadamente cancerígenos. O muro da casa dele é um dos que delimitam o território da empresa. “Eu mesmo já pulei com um facão pra cortar o mato que se acumula perto da minha casa”, declarou.
O morador informou que o muro foi construído há cerca de três anos e que antes não havia impedimento para acesso ao terreno. “Passaram o muro aqui, mas também não avisaram nada. Não temos informação nenhuma da área. Só sei que tem o vigilante que passa aqui para não invadirem, não roubarem nada”, relatou. Ele disse ainda que crianças também acessam o terreno para pegar bola e pipa. “Pulam, mas saem logo em seguida. Os seguranças não tiram, porque nem percebem”, acrescentou.
Há 20 anos no local, a dona de casa Hildete Correia de Souza, 55 anos, também confirma que moradores acessam o terreno para pegar frutos. “Tem gente que entra, não é? Tem gente que corta cacho de banana, mas eu mesmo não pego, não. Não tenho medo, mas não arrisco”, disse. Ela relatou que, com a construção do muro, o acesso de usuários de drogas foi dificultado. “Antes do muro, entrava mais gente para usar droga. A gente sentia o cheiro. Era uma bagunça. Agora não se vê mais isso”, contou.
O diretor industrial da Rhodia, Gerson Oliveira, nega que seja possível acessar os terrenos contaminados. “Isso não acontece. Tem o pessoal da vigilância que faz a ronda regular. No instante em que observam qualquer movimento no entorno, a gente aciona as autoridades locais, mas a gente não tem esse problema. Estamos em constante manutenção de cercas e muros para assegurar que nossa área esteja bem protegida”, declarou. Ele assegurou ainda que os resíduos estão confinados e não há risco de contaminação ao meio ambiente e à população.
Em comunidade do bairro Jardim Quarentenário, composta por sete ruas que margeiam outro terreno da Rhodia, também em São Vicente, a violação da área de segurança é uma constante, segundo relataram moradores. A caixa de supermercado Thabita França Alves, 28 anos, mora há 20 anos na região. “Depois do muro, que deve ter uns oito a dez anos, diminuiu as pessoas que iam usar droga lá, mas quando era só cerca, as pessoas entravam muito. Eu mesma, quando era criança, entrava lá para brincar”, relembra. CONTINUA!
Por Camila Maciel
24.11.2012
São Paulo – Moradores do entorno de terrenos em São Vicente, na Baixada Santista, que receberam durante décadas o descarte do lixo tóxico resultante do processo de produção da empresa Rhodia, desconhecem os riscos da proximidade com os resíduos. A Agência Brasil esteve no local e ouviu relatos de que, embora a área seja isolada, crianças e adultos frequentam o local para pegar frutos e consumir drogas, dentre outras ações.
O motorista Riberto Tadeu da Silva, 51 anos, mora há 14 anos na comunidade Gleba 2, que fica na lateral da Estação de Espera da Rhodia. Esse terreno acumula cerca de 30 mil toneladas de organoclorados, como o pó da china (pentaclorofenato de sódio) e o hexaclorobenzeno, materiais comprovadamente cancerígenos. O muro da casa dele é um dos que delimitam o território da empresa. “Eu mesmo já pulei com um facão pra cortar o mato que se acumula perto da minha casa”, declarou.
O morador informou que o muro foi construído há cerca de três anos e que antes não havia impedimento para acesso ao terreno. “Passaram o muro aqui, mas também não avisaram nada. Não temos informação nenhuma da área. Só sei que tem o vigilante que passa aqui para não invadirem, não roubarem nada”, relatou. Ele disse ainda que crianças também acessam o terreno para pegar bola e pipa. “Pulam, mas saem logo em seguida. Os seguranças não tiram, porque nem percebem”, acrescentou.
Há 20 anos no local, a dona de casa Hildete Correia de Souza, 55 anos, também confirma que moradores acessam o terreno para pegar frutos. “Tem gente que entra, não é? Tem gente que corta cacho de banana, mas eu mesmo não pego, não. Não tenho medo, mas não arrisco”, disse. Ela relatou que, com a construção do muro, o acesso de usuários de drogas foi dificultado. “Antes do muro, entrava mais gente para usar droga. A gente sentia o cheiro. Era uma bagunça. Agora não se vê mais isso”, contou.
O diretor industrial da Rhodia, Gerson Oliveira, nega que seja possível acessar os terrenos contaminados. “Isso não acontece. Tem o pessoal da vigilância que faz a ronda regular. No instante em que observam qualquer movimento no entorno, a gente aciona as autoridades locais, mas a gente não tem esse problema. Estamos em constante manutenção de cercas e muros para assegurar que nossa área esteja bem protegida”, declarou. Ele assegurou ainda que os resíduos estão confinados e não há risco de contaminação ao meio ambiente e à população.
Em comunidade do bairro Jardim Quarentenário, composta por sete ruas que margeiam outro terreno da Rhodia, também em São Vicente, a violação da área de segurança é uma constante, segundo relataram moradores. A caixa de supermercado Thabita França Alves, 28 anos, mora há 20 anos na região. “Depois do muro, que deve ter uns oito a dez anos, diminuiu as pessoas que iam usar droga lá, mas quando era só cerca, as pessoas entravam muito. Eu mesma, quando era criança, entrava lá para brincar”, relembra. CONTINUA!