segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Só tenho o que preciso. E está bom assim

Via Revista Piauí





Diário

MARTHA DE SOUSA P. DA SILVA

MARTHA DE SOUSA PEREIRA DA SILVA, de 53 anos, sempre trabalhou como empregada doméstica até que seu marido, Izaías, cismou de voltar para o campo. Ele ligou-se ao Movimento dos Sem-Terra e foi ocupar uma fazenda em Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul. Martha ficou na dúvida: ficar na sua casa em Campo Grande ou juntar-se ao marido para viver num fim de mundo sem água nem luz?

SETEMBRO DE 2005_Meu marido Izaías trabalhava há treze anos como motorista de caminhão da Brahma. Ele fazia entrega de bebida pelo interior do estado. Há pouco tempo, um colega disse ao Izaías que tinha um assentamento do MST aqui perto, em Sidrolândia, e ele encasquetou de ir para lá. O sonho dele sempre foi ter um pedaço de terra e trabalhar nela. Ele nasceu e foi criado no campo. Trabalhou a vida toda na cidade, mas sempre quis voltar. Agora ele só pensa nisso.

Eu e o Izaías estamos casados há 27 anos. Moramos numa casa no Tijuca I, um bairro de Campo Grande. Eu trabalhava em uma casa de família, e eles me ajudaram a comprar a minha casa com o dinheiro do meu trabalho e um financiamento da Cohab. Dez anos depois, vendi, comprei um terreno e construímos nossa segunda casa, bem maior. Tenho três filhos: Rodrigo, Jhoze e Juninho. Todos são adultos e eu já tenho três netos. Continua