sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
O clima está mudando. E rápido
Via O ECO
Gustavo Faleiros
11/12/2008, 16:10
Novas pesquisas mostram que aumento de 1,5 ºC
pode acabar com gelo na Groelândia. (Fonte: NASA)
Durante o ano passado, quase qualquer cidadão do mundo foi avisado de que se o aquecimento global exceder 2ºC, a humanidade entrará em terreno 'desconhecido e perigoso'. Pode soar um pouco assustador, mas o fato é que se trata de um alerta baseado nos dados do 4º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). O limite dos 2ºC se tornou referência para campanhas de ONGs e até serviu de base para os negociadores na última Conferência do Clima em Bali, quando foram criadas as raízes para um futuro acordo climático (o chamado pós-Kyoto).
Mas agora, nos corredores do pavilhão de exposições de Poznan, onde ocorre, até sábado, mais uma rodada de negociações das Nações Unidas sobre o clima, as coisas parecem estar mudando; pelo menos do ponto de vista dos cientistas. A meta de 2ºC pode não ser suficiente para interromper os piores efeitos da mudança climática, como secas e chuvas devastadoras.
Martin Parry, chefe do Departamento de Ciências Ambientais do Imperial College (Londres), que foi o vice-presidente do grupo sobre impactos do aquecimento no IPCC, tem circulado um artigo científíco na conferência, alertando sobre os riscos de não agir agora. Entítulado “As consequências de atrasar ações sobre mudanças climáticas”, seu paper sustenta que as atuais propostas para a redução das emissões de carbono são permissivas a respeito de impactos sobre o homem e a natureza.
“Nós deveríamos estar pensando em algo como 1,5ºC ou até mesmo menos, como aumento máximo”, diz Parry. Em seu artigo, o membro do IPCC demonstra que permitir uma elevação de 2ºC na temperatura global representa, entre outras coisas, que entre 1 bilhão e 2 bilhões de pessoas sofrerão com problemas de suprimento de água. Ou haverá um incremento na extinção de anfíbios e uma drástica queda na produção de cereais. Continua.
Gustavo Faleiros
11/12/2008, 16:10
Novas pesquisas mostram que aumento de 1,5 ºC
pode acabar com gelo na Groelândia. (Fonte: NASA)
Durante o ano passado, quase qualquer cidadão do mundo foi avisado de que se o aquecimento global exceder 2ºC, a humanidade entrará em terreno 'desconhecido e perigoso'. Pode soar um pouco assustador, mas o fato é que se trata de um alerta baseado nos dados do 4º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). O limite dos 2ºC se tornou referência para campanhas de ONGs e até serviu de base para os negociadores na última Conferência do Clima em Bali, quando foram criadas as raízes para um futuro acordo climático (o chamado pós-Kyoto).
Mas agora, nos corredores do pavilhão de exposições de Poznan, onde ocorre, até sábado, mais uma rodada de negociações das Nações Unidas sobre o clima, as coisas parecem estar mudando; pelo menos do ponto de vista dos cientistas. A meta de 2ºC pode não ser suficiente para interromper os piores efeitos da mudança climática, como secas e chuvas devastadoras.
Martin Parry, chefe do Departamento de Ciências Ambientais do Imperial College (Londres), que foi o vice-presidente do grupo sobre impactos do aquecimento no IPCC, tem circulado um artigo científíco na conferência, alertando sobre os riscos de não agir agora. Entítulado “As consequências de atrasar ações sobre mudanças climáticas”, seu paper sustenta que as atuais propostas para a redução das emissões de carbono são permissivas a respeito de impactos sobre o homem e a natureza.
“Nós deveríamos estar pensando em algo como 1,5ºC ou até mesmo menos, como aumento máximo”, diz Parry. Em seu artigo, o membro do IPCC demonstra que permitir uma elevação de 2ºC na temperatura global representa, entre outras coisas, que entre 1 bilhão e 2 bilhões de pessoas sofrerão com problemas de suprimento de água. Ou haverá um incremento na extinção de anfíbios e uma drástica queda na produção de cereais. Continua.