terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Sobre a entrevista realizada com um seqüestrador em pleno ato criminoso
Via Carta Maior - 08/12/2008
DEBATE ABERTO
Está na rede
A Rede TV afirma que sempre vai defender "a liberdade de expressão e o não cerceamento do jornalismo de informar os telespectadores". Gostaria de saber onde há informação numa entrevista realizada com um seqüestrador em pleno ato criminoso.
Laurindo Lalo Leal Filho
Não há palavras para descrever. Só vendo. Quem puder entre no
Youtube e assista a algo inacreditável. A conversa do produtor do
programa "A Tarde é Sua", apresentado por Sonia Abrão, na Rede TV, com
Lindemberg Alves, em plena ação de sequestro da menina Eloá. Por mais
que o fato já tenha sido comentado, qualquer descrição do que
aconteceu fica muito longe da realidade. Trata-se da visão trágica dos
limites a que chega a dignidade humana. E aqui não falo do
sequestrador e sim de quem o entrevista, dos seus chefes e patrões.
Eles mentem, usurpam funções especializadas pretendendo-se
negociadores, violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e intervêm
indevidamente numa ação do Estado, representado naquele momento pelas forças policiais.
A espetacularização da notícia na TV não é novidade, com
conseqüências trágicas em alguns casos. Escola Base e Bar Bodega são
apenas os exemplos mais conhecidos. E o caso Isabela Nardoni, o mais
recente. Mas nunca a televisão havia ultrapassado o limite da
informação (ainda que distorcida ou sensacionalista) passando à
intervenção. No caso Eloá, a TV mudou o rumo dos acontecimentos ao
bloquear as negociações telefônicas da polícia com o seqüestrador e
interferir no seu humor. No vídeo ele chega a dizer para o
entrevistador: "não me deixa nervoso não" que responde do alto do seu
conhecimento psicológico pedindo calma. Continua
DEBATE ABERTO
Está na rede
A Rede TV afirma que sempre vai defender "a liberdade de expressão e o não cerceamento do jornalismo de informar os telespectadores". Gostaria de saber onde há informação numa entrevista realizada com um seqüestrador em pleno ato criminoso.
Laurindo Lalo Leal Filho
Não há palavras para descrever. Só vendo. Quem puder entre no
Youtube e assista a algo inacreditável. A conversa do produtor do
programa "A Tarde é Sua", apresentado por Sonia Abrão, na Rede TV, com
Lindemberg Alves, em plena ação de sequestro da menina Eloá. Por mais
que o fato já tenha sido comentado, qualquer descrição do que
aconteceu fica muito longe da realidade. Trata-se da visão trágica dos
limites a que chega a dignidade humana. E aqui não falo do
sequestrador e sim de quem o entrevista, dos seus chefes e patrões.
Eles mentem, usurpam funções especializadas pretendendo-se
negociadores, violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e intervêm
indevidamente numa ação do Estado, representado naquele momento pelas forças policiais.
A espetacularização da notícia na TV não é novidade, com
conseqüências trágicas em alguns casos. Escola Base e Bar Bodega são
apenas os exemplos mais conhecidos. E o caso Isabela Nardoni, o mais
recente. Mas nunca a televisão havia ultrapassado o limite da
informação (ainda que distorcida ou sensacionalista) passando à
intervenção. No caso Eloá, a TV mudou o rumo dos acontecimentos ao
bloquear as negociações telefônicas da polícia com o seqüestrador e
interferir no seu humor. No vídeo ele chega a dizer para o
entrevistador: "não me deixa nervoso não" que responde do alto do seu
conhecimento psicológico pedindo calma. Continua