Especiais / Reunião Anual da SBPC - 2010
A maioria dos pesquisadores não hesita em atribuir à ação humana o aquecimento global verificado nas últimas décadas, mas alguns cientistas discordam. Os dois pontos de vista foram confrontados em um debate que mobilizou a plateia na reunião anual da SBPC.
No gráfico, tons vermelhos indicam anomalias nas temperaturas de 2005 em relação às médias mantidas entre 1951 e 1980. O aquecimento global seria causado pela ação humana? A questão polarizou debate acalorado na reunião anual da SBPC (imagem: Nasa).
Depois da discussão acalorada sobre transgênicos no primeiro dia da reunião anual da SBPC, ontem foi a vez do aquecimento global. O papel do homem nas mudanças climáticas foi o tema escolhido para a segunda edição do “Ciência em ebulição” – um debate destinado a confrontar pontos de vista antagônicos sobre questões polêmicas da ciência.
De um lado do ringue, tínhamos a visão mais hegemônica sobre o tema – aquela que atribui o aumento da temperatura global verificado nas últimas décadas à ação do homem, por meio da emissão de gases do efeito-estufa (gás carbônico e metano, entre outros) lançados na atmosfera principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento.
Para defender esse ponto de vista, foi escalado um dos cientistas brasileiros mais destacados no estudo dessa questão – o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), time internacional de cientistas reunido pela Organização das Nações Unidas para investigar o tema.
Para confrontá-lo, o escolhido foi o meteorologista Ricardo Augusto Felicio, professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP). Continua