19 abril 2011
Mais de cinquenta organizações não governamentais, associações e grupos cívicos por toda a Europa concentram-se hoje em Bruxelas diante dos escritórios das multinacionais de sementes e o Parlamento Europeu para exigir o direito de reproduzir, semear e trocar livremente as sementes de cultivo.
Em Bruxelas as organizações, reunidas no movimento europeu “Campanha Europeia pelas Sementes Livres” (1), entregarão as assinaturas recolhidas no âmbito da petição europeia pelas sementes livres (2) à Comissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu. Em Lisboa, pelas 16 horas, os dinamizadores locais da Campanha entregam uma cópia da petição à representação portuguesa da Comissão Europeia, no Largo Jean Monnet (3). A animação prevista inclui uma pequena peça de teatro intitulada “se me mentes”.
Hoje é o último dia das Jornadas Internacionais de Acção, marcando o ponto alto da Campanha pelas Sementes Livres que denuncia a revisão em curso da legislação europeia em matéria de produção e comercialização de sementes (4). Esta revisão vai favorecer a crescente privatização das sementes agrícolas por uma dúzia de multinacionais, com graves consequências para horticultores e agricultores pequenos e para a segurança e autonomia alimentares, não só na Europa como em todo o mundo.
O mercado das sementes é hoje um oligopólio, com dez empresas a controlar 67% do mercado global de sementes comerciais (5). Através da manipulação genética, as patentes e a cobrança de direitos para a reprodução de sementes estas empresas estão a condicionar a diversidade genética do nosso planeta. Continua