Edição Impressa 171 – Maio 2010
Via EcoDebate
08.11.2011
Pesquisadores da USP e de outras universidades estão se articulando entre si e com outras instituições para evitar consequências similares do declínio das populações dos polinizadores naturais. No final do ano passado, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou R$ 5 milhões para que grupos de pesquisa de seis estados – Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Minas, Pernambuco e Pará – avaliem o impacto dos polinizadores sobre a produtividade de algodão, tomate, maçã, melão, canola, caju e castanha do Brasil. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), que tem mostrado interesse nesse campo desde a divulgação da Declaração de São Paulo sobre a Conservação e Uso Sustentado dos Polinizadores, em 1999, começou este ano a receber um financiamento internacional de R$ 7 milhões para implantar um projeto complementar, o Polinizadores do Brasil. “Precisamos mostrar aos agricultores exatamente o que eles podem fazer”, diz Bráulio Dias, diretor de conservação da biodiversidade do MMA. “Nossa estratégia é de ganha-ganha, em termos econômicos e ambientais.”
Os participantes desse trabalho desejam saber o mais rapidamente possível quão próximo o Brasil está de uma crise de polinizadores. “Ainda não chegamos a uma, mas estamos caminhando para lá”, diz Vera Fonseca. A crise pode já ter chegado e não ter sido detectada porque as causas estão aí: o desmatamento contínuo, o crescimento das cidades e a intensificação das alterações climáticas, que forçam a migração das populações de abelhas e de outros polinizadores de matas nativas como borboletas, aves e morcegos. “A Iniciativa Europeia de Polinizadores, que reuniu 85 instituições de pesquisa, detectou que havia uma crise de declínio de polinizadores por lá e já começou a agir para reverter o que for possível e evitar o pior.” Continua
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