25.11.2011
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo revela que os efeitos maléficos da poluição vão muito além do sistema respiratório. Os poluentes também atingem o sistema nervoso. A experiência conduzida pela bióloga Paula Bertacini submeteu embriões de galinha ao efeito dos poluentes e concluiu, logo na primeira fase do experimento, que as partículas provocam uma redução no número de neurônios e geram falha de desenvolvimento. Matéria de Julio Cabral, no Correio Braziliense.
A pesquisa partiu da coleta de amostras de poluentes no Bairro da Consolação, Centro de São Paulo, onde está localizada a Faculdade de Medicina. Muito movimentado e eternamente congestionado, o lugar foi escolhido pela poluição veicular, com grande participação de veículos pesados a diesel, automóveis e motocicletas — um local que poderia ser em qualquer outro grande centro, ressalta a pesquisadora.
O estudo, parte do doutorado de Paula Bertacini, começou em 2007. A cientista explica que, como não foram observadas alterações externas nos animais em ambientes controlados, a pesquisa passou a buscar mudanças internas, em tecidos. A iniciativa faz parte do programa do Laboratório de Poluição Atmosférica Ambiental (LPAE) da faculdade e conta com a coordenação de Paulo Saldiva, que também é coordenador do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental. O grupo de pesquisa do laboratório já estudou os efeitos nocivos dos poluentes sobre os sistemas respiratório, cardiovascular, endócrino e reprodutor. Continua