23.11.2011
Num Brasil lógico, ou pelo menos num país mais simples, uma mulher de 101 anos jamais seria tratada com descaso num hospital público.
Mas o país, infelizmente, não é simples. O Brasil dos serviços públicos mais parece uma desculpa preventiva para se prevenir contra a lógica.
Assim, depois de driblar o tempo por mais de um século, dona Alzira foi levada pelo azar, intempestivamente, para o leito de um hospital de Manaus.
Com a bacia fraturada, precisa implantar uma placa no corpo. Antes, tem de fazer os exames pré-cirúrgicos. Aguarda há arrastados 21 dias.
Ouvido, Daniel Roger, diretor-técnico do hospital, disse:
“Como é uma cirurgia eletiva, não de urgência, ela estava aguardando realizar os exames, para entrar na programação do centro cirúrgico.”
Num país lógico, diretor de hospital público que servisse lero-lero a uma mulher de 101 anos necessitada de cirurgia seria um ex-diretor.
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