16.12.2011
Fernando Duarte e Graça Magalhães Ruether, O Globo
Em meio a uma de suas mais graves crises políticas, a União Europeia (UE) está em sintonia num aspecto indesejado: o desemprego.
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela agência de estatísticas Eurostat, o índice de desemprego dos 27 países da UE atingiu 9,8% em outubro, o maior patamar da série histórica, iniciada em 1995. São 23 milhões sem emprego, e 2011 foi um dos piores anos na História recente para procurar emprego no continente.
A maioria (16 milhões) está nos 17 países que compõem a zona do euro, cujo índice atingiu 10,3%, o maior desde a criação do euro, em 1999. Mas há diferenças. Enquanto Áustria, Luxemburgo e Holanda estão abaixo de 5%, a Espanha tem o impressionante índice de 22,8%. Superou até a Grécia, que registrou desemprego de 17,7% no terceiro trimestre.
Já na Alemanha o número de desempregados recuou a 2,7 milhões, com a menor taxa desde 1991: 6,4%. Mas o de subempregados cresceu, para 3,9 milhões. E os analistas mostram pessimismo para 2012, por causa da crise da dívida no bloco. Mesmo assim, o "milagrinho econômico alemão", como é chamado, é motivo de admiração. No fim dos anos 90, eram cinco milhões de desempregados.
A principal causa da queda do desemprego alemão foi a chamada "agenda 2010", criada pelo ex-chanceler Gerhard Schröder (1998-2005), e a política de arrocho salarial. Até os sindicatos ajudaram, com renúncia a aumentos salariais, o que reduziu os custos de produção e elevou o superávit comercial.
Leia mais em Europa já tem 23 milhões de desempregados