Em audiencia com ministros, Movimento entrega 1,35 milhão de assinaturas contra usina e documento à Dilma Rousseff, mas governo diz que investimentos ja são grandes demais para retroagir, apesar de problemas no processo
Publicado em 20 de dezembro de 2011
Por Xingu Vivo
No final desta terça feira, 17, os representantes do Movimento Gota D’água Sergio Marone, Maria Paula e Natalia Dill, acompanhados da coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia Melo, e do padre Ricardo Rezende, do Movimento Humanos Direitos, foram recebidos em audiência pelos ministros da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, e de Minas e Energia, Edison Lobão, para discutir o polêmico projeto de Belo Monte. Na oportunidade, foi feita a entrega simbólica do 1,35 milhão de assinaturas colhidas pelo Gota D’água contra a usina.
De acordo com Antônia Melo, apesar de garantirem uma predisposição para ampliar o diálogo sobre a política energética brasileira, os representantes do governo foram taxativos ao afirmar que Belo Monte não será paralisada em função dos grandes investimentos já feitos na obra. “Quando falamos dos problemas da falta de diálogo com as populações atingidas, Lobão tentou argumentar que Belo Monte é um projeto gestado por mais de 40 anos, período em que os indígenas, por exemplo, teriam sido suficientemente ouvidos. Mas no fim admitiram falhas no processo de Belo Monte, ao dizer que os próximos projetos de hidrelétricas na Amazônia seriam conduzidos de forma diferente”, relata.
Segundo a coordenadora do Xingu Vivo, o governo admitiu que o número de assinaturas coletadas pelo Gota D’água é expressivo, e que, diante disso, estaria disposto a ampliar o dialogo. Também deixou claro que estaria envolvendo o movimento em futuras discussões por serem seus membros “formadores de opinião”. “Os ministros falaram que querem realizar um grande seminário sobre política energética em fevereiro de 2012, e convidaram o Gota D’água a participar. O movimento agradeceu o convite, mas ponderou que levará especialistas que confrontam a visão técnica do governo”.
Já segundo Sergio Marone, que leu uma extensa carta endereçada a presidente Dilma Rousseff, “ao passo que o governo se mostrou irredutível [acerca de Belo Monte], nós continuaremos a nossa campanha pela imediata paralisação da obra, ao mesmo tempo em que pressionaremos pela abertura de um debate sobre política energética que envolva um dialogo verdadeiro, onde as demandas das populações são ouvidas e consideradas”. Continua