sábado, 18 de setembro de 2010

Cidades verticais, civilização rural?, artigo de Washington Novaes

JC e-mail 4098, de 17 de Setembro de 2010.
Cidades verticais, civilização rural?, artigo de Washington Novaes

Já chegamos a mais de 50% da população global vivendo em áreas urbanas - o que amplia muito certas necessidades, como as de transporte, energia, habitação, alimentação industrializada etc

Washington Novaes é jornalista especializado em Meio Ambiente. Artigo publicado em "O Estado de SP":

Na época em que morou no Rio de Janeiro, de meados da década de 1960 ao início da de 1980, o autor destas linhas se assustava com a rapidíssima verticalização da até ali amena "Cidade Maravilhosa", a partir da derrubada do gabarito de quatro pavimentos nas praias de Ipanema e do Leblon, seguida pelo início da ocupação intensa de São Conrado e da Barra da Tijuca, até então lugares quase só de piqueniques e praias prolongadas dos poucos donos de automóveis.

Dizia, por isso, em tom de blague, que chegaria o dia em que derrubariam o Pão de Açúcar para, com o material de demolição, aterrar a Lagoa Rodrigo de Freitas e, nela e nos vizinhos Jockey Club e Jardim Botânico, erguer imensos edifícios.

Passados 30 anos, a lagoa não foi aterrada, mas, assoreada por esgotos e outros materiais, já provoca enchentes nas chuvas mais fortes; discute-se se uma parte do Jardim Botânico deve ou não ser atribuída a moradores; e, agora (Estado, 10/9), informa-se que o Jockey Club do Rio já negocia 20% de sua área para construção de edifícios de escritórios, um centro comercial e um centro médico.

Será esse um destino inescapável das cidades brasileiras? Há uns dois meses (Estado, 17/6), o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo (Condephaat) decidiu tombar a área ocupada pelo Jockey Club de São Paulo, que também pretendia ceder cerca de 100 mil metros quadrados para a construção de torres comerciais e um shopping center - seguindo uma tendência de verticalização ainda mais forte que a do Rio.

Um mapa da verticalização de São Paulo (Cia. de Imprensa, 25/8) mostra que entre 1990 e 2000, segundo dados do IBGE, os bairros do Jabaquara, Moema, Pinheiros e Ibirapuera registraram mais de oito domicílios novos por metro quadrado de solo. Continua

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