quinta-feira, 2 de setembro de 2010

mundos sob lentes macro (exposição fotográfica)

Fotos:
Lucia Maria Paleari
Sílvia Rodrigues Machado



Flor masculina de Croton glandulosus (Euphorbiaceae), de aproximadamente
4mm, evidenciando nectário com uma gota de néctar, composto de açucares
dos açucares frutose, sacarose e glicose. (Foto:L.M. Paleari)


A vegetação ruderal, conhecida pela maioria das pessoas como mato, é composta por um grupo de plantas bastante diverso. Em geral, as pessoas só se dão conta delas quando estão adensadas em terrenos baldios e plantações, de onde, quase sempre, são eliminadas com o uso de herbicida e capina com enxada.
Ao olhar descuidado da maioria das pessoas elas não apresentam atrativos. Por não possuírem valor ornamental e serem vistas como competidoras por nutrientes com espécies cultivadas, ou por atrapalharem a colheita, essas plantas são consideradas nocivas. Entretanto, nem sempre é assim. Diversos estudos já mostraram que áreas de cultura deixadas com vegetação ruderal não tiveram uma produção de alimento reduzida, quando comparada com a produção de áreas semelhantes, mas sem essa vegetação. Além disso, tais plantas ajudam a conservar o solo dando proteção contra erosão (perda de nutrientes), sol direto e perda excessiva de umidade.

Apenas algumas espécies de plantas ruderais merecem atenção com vistas à eliminação, a depender de onde estejam instaladas e do papel que desempenhem no local.

Croton glandulosus, a planta ruderal que é nosso principal foco de estudo, reúne uma entomofauna (fauna de insetos) minúscula e bastante diversificada. Quanto mais estudamos essa planta e os insetos que usam o seu néctar, pólen e folhas, mais nós nos surpreendemos. São formas, cores, estruturas inimagináveis, relações intrigantes. Em épocas secas, como a que estamos vivendo, muitas das plantas ruderais ainda florescem e servem de recurso alimentar a espécies como as abelhinhas Jataí da família Meliponinae.


Detalhe da flor masculina de Croton glandulosus (Euphorbiaceae), 624 vezes
maior do que o tamanho natural que é de aproximadamente 3,3mm (fotografia
em microscópio eletrônico de varredura, por Silvia Rodrigues Machado).

Se não trabalhássemos com equipamentos tão potentes para obter fotos que nos permitissem revelar e ver detalhes, jamais descortinaríamos tais mundos, inalcançáveis ao nosso olhar desnudo. E são essas maravilhas, retratadas com lentes macro acopladas à máquina fotográfica e também observadas e fotografadas ao microscópio eletrônico de varredura, que estamos mostrando nesta exposição. Além de Croton glandulosus, reunimos também algumas outras espécies de plantas ruderais e insetos a elas associados. Para saber mais detalhes sobre o assunto, acesse http://projetocroton.blogspot.com/

Lucia Maria Paleari
Silvia Rodrigues Machado
UNESP, Instituto de Biociências – Botucatu, SP.

Projeto Croton / Fapesp 08/52134-2


Até 02 de Outubro
De 3ª a 6ª, das 9 às 18 horas
Sábados, das 9 às 13 horas
Museu de Arte Contemporânea [MAC] Itajahy Martins
Av. Dom Lúcio, 755 – Botucatu - SP