2011. Final de fevereiro. Fui acometida por uma forte gripe. Forte mesmo. Tossia desesperadamente. Com cigarro na mão, claro! Pela primeira vez na minha vida, resolvi procurar um médico por causa de uma gripe. Não dava para continuar tossindo daquele jeito.
O médico me receitou antibiótico, xarope e etc. Piorei. Muito. Fiquei três dias sem dormir, tossindo dia e noite. A tosse era tanta que tive distensão da musculatura abdominal. Com cigarro na mão, claro!
Voltar ao médico? De maneira alguma! O que ele poderia fazer? Receitar outro antibiótico... Não! O único jeito de interromper aquela tosse seria parar de fumar pelo menos por dois dias! Mas como? E a coragem? Para uma pessoa que dizia ter nascido fumando, onde encontrar coragem? Bem, a única coisa que eu sabia era que daquele jeito não dava para continuar. Muito ansiosa, com cigarro na mão, claro!, me dirigi a uma farmácia e comprei uma caixa de adesivos, com os quais tentaria repor a nicotina por dois dias.
Ao chegar em casa, retirei força do meu próprio desespero e coloquei o primeiro adesivo no braço, certa de que meu desespero iria aumentar muito. Afinal, fumante por décadas, jamais havia passado um dia sem muitos cigarros.
Para minha surpresa – e bota surpresa nisso!-, a minha ansiedade que sempre foi imensa, diminuiu muito naquele primeiro dia com o adesivo de nicotina. No dia seguinte, continuou diminuindo. A tosse? Sumiu! Como por milagre, sumiu! Foi aí que me ocorreu uma idéia, inconcebível até aquele momento: continuar com os adesivos e ver quanto tempo conseguiria ficar sem colocar cigarro na boca. E foi exatamente o que fiz.
Com acompanhamento médico, passei pelas fases do tratamento com os adesivos que repõem nicotina e... sobrevivi. Firme e forte? Nem tão firme, nem tão forte, mas sobrevivi. Faz quatro meses que não ponho cigarro na boca. O que aconteceu comigo de concreto? Então vamos lá: durmo melhor, muito melhor. Minha ansiedade diminui muito, mas muito mesmo. Na realidade, foi muito mais fácil do que eu imaginava. O que digo para mim e para os amigos é que não deixei de fumar, apenas interrompi minha vida de fumante, e espero que esta interrupção dure, pelo menos, vinte anos. Só então me considerarei uma quase ex-fumante.
Mas nem tudo são flores. Às vezes sinto uma vontade imensa de fumar. O que faço nessas horas? Inspiro profundamente e penso naqueles dias em que quase enlouqueci de tanto tossir. Se a vontade passa? Não, não passa de todo, mas eu simplesmente me nego a colocar de novo um cigarro na boca. Vários amigos, amigos chegados, fumantes, que sabem da minha dependência absurda por nicotina me dizem: “Se você está conseguindo, eu também conseguirei!” Sinceramente? Espero, sim, que eles consigam largar o cigarro. Eu? Eu apenas interrompi minha vida de fumante.
Adelidia Chiarelli
The Depths of a Year by Ehren Starks
terça-feira, 31 de maio de 2011
Com cigarro na mão, claro! - Adelidia Chiarelli
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Senado exclui impeachment de Collor da galeria de imagens da Casa
Por MÁRCIO FALCÃO
30.05.2011
O Senado excluiu o processo de impeachment do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) da galeria de imagens da Casa, que conta a história da instituição desde o império até os dias atuais.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), minimizou o fato e disse que o impeachment "não é tão marcante" e "talvez fosse um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil".
O espaço foi reinaugurado hoje e é chamado de "túnel do tempo". A galeria fica entre o plenário e as alas dos gabinetes dos senadores. Em 2007, às vésperas da posse de Collor no Senado, a Casa já havia retirado às referências ao caso, mas depois recuou e devolveu as imagens.
A galeria anterior trazia imagens de passeatas dos caras pintadas que lutaram pelo impeachment de Collor. O painel ainda dizia que em dezembro de 1992 o Senado aprovou a perda do cargo de Collor e de seus direitos políticos.
O novo "túnel do tempo" foi elaborado pela Subsecretaria de Criação e Marketing. Nenhum servidor da secretaria ainda se manifestou sobre o caso. O painel que trata dos fatos de 1990 cita projetos aprovados pela Casa como o tratamento gratuito de HIV e o Estatuto das Micros e Pequenas Empresas.
Também não há referências a crises enfrentadas pelo Senado como a cassação do ex-senador Luiz Estevão, a renúncia do então presidente Jader Barbalho (PMDB-PA) para fugir do processo de cassação, além dos pedidos de cassação de Sarney e Renan Calheiros (PMDB-AL).
Questionado sobre a retirada do impeachment de Collor, Sarney disse que o episódio não deveria ter ocorrido.
"Não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Agora, eu acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente e não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que construíram as história e não os que de certo modo não deviam ter acontecido."
Collor renunciou ao mandato de presidente em 1992 para não sofrer o impeachment.
fonte
Comentário básico:
Quando esse pesadelo acabar, me acordem!!!!
Adelidia Chiarelli
No blog do Josias:
Senado ‘apaga’ da história o impeachment de Collor
Mortes por doenças crônicas caem 20% com luta antifumo
Por Mariana Lenharo
28.05.2011
A política brasileira de combate ao fumo no Brasil, que reduziu pela metade o número de fumantes no País nas duas últimas décadas, mereceu um capítulo inteiro da revista científica britânica Lancet em uma edição especial sobre saúde no Brasil, publicada neste mês. A cruzada antitabagista é tratada como estratégia de sucesso e apontada pelos pesquisadores como um dos principais motivos para a queda de 20% na mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no País, entre 1996 e 2007.
“A diminuição ocorreu, particularmente, em relação às doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas. E isso graças à implementação bem-sucedida de políticas de saúde que levaram à redução do tabagismo e à expansão do acesso à atenção básica em saúde”, diz o artigo. Isso porque, segundo os médicos, o cigarro é o primeiro fator de risco evitável para as doenças mais letais no mundo, as cardiovasculares.
Em 1989, quando o Instituto Nacional do Câncer (Inca) inaugurou o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, 32% dos brasileiros com mais de 15 anos fumavam – índice que caiu para 17,2% para essa mesma faixa da população em 2008, segundo o IBGE. A pesquisa mais recente sobre o tabaco, divulgada há um mês pelo Ministério da Saúde, mostrou que, entre indivíduos acima de 18 anos, 15,1% fumavam – taxa que é um pouco maior na capital, onde chega a 19,6 %.
Hoje, o Brasil tem a menor prevalência de fumantes da América Latina. Mas, mesmo assim, o tabaco ainda provoca cerca de 200 mil mortes por ano no País, segundo a Organização Pan-americana da Saúde (Opas). Cada cigarro contém mais de 4 mil substâncias tóxicas. Entre elas, a nicotina e o monóxido de carbono, que promovem a degradação da camada interna dos vasos sanguíneos, o endotélio.
O resultado disso são vasos de menor calibre para os fumantes e maior propensão a enfartes e derrames (AVCs), explica o cardiologista Carlos Alberto Machado, coordenador de ações sociais da Sociedade Brasileira de Cardiologia. “Outros fatores de risco para essas doenças vêm da interação entre a genética e o ambiente. O tabaco, não. A pessoa escolhe estar sujeita a ele.”
Para o médico Alberto José de Araújo, coordenador da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, os dados apresentados pela Lancet refletem bem o impacto da redução do fumo na saúde da população. “As doenças crônicas custam muito caro ao sistema de saúde e o combate ao fumo é um fator crucial que tem ajudado na redução das doenças cardiovasculares e respiratórias”, diz. Segundo ele, ainda é preciso fazer um trabalho mais intenso entre os jovens, já que o vício costuma surgir na adolescência.
Foi o caso da secretária Angela Maura Mariani Pardo, 49 anos, que começou a fumar aos 18, escondida no banheiro do clube. “Tinha amigas que fumavam durante os bailes. Eu passava mal, mas fumava para fazer parte do grupo”, conta. Há dois anos, ela conseguiu jogar fora seu último maço, seguindo os passos dos pais, que já tinham parado de fumar por recomendação médica. “Minha pele ficou maravilhosa, a respiração mudou. Passei a ter mais fôlego e a fazer ginástica.
Também comecei a sentir melhor o gosto dos alimentos”, conta. Após algumas tentativas frustradas, conseguiu deixar o vício quando aderiu a um programa antifumo desenvolvido pela empresa em que trabalha, com acompanhamento médico e sessões de terapia em grupo.
As mulheres, contudo, estão na contramão da tendência de queda do tabagismo. Entre 2006 e 2010 a porcentagem de fumantes mulheres da capital passou de 14,6% para 16,8%. Isso ajuda a explicar a incidência do câncer de pulmão entre elas: ele já é o segundo mais comum entre as mulheres do País, atrás apenas dos tumores de mama, segundo a médica Tânia Cavalcante, da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro (Conicq), do Inca. O tabagismo, aliás, tem relação com pelo menos dez tipos de tumores.
fonte
Leia também:
LOS MALES DEL TABACO
Los bebés que duermen con fumadores tienen elevados niveles de nicotina
China registra 1/6 das mortes causadas pelo tabagismo em todo mundo
30.05.2011
País tem 300 milhões de fumantes e lidera a produção mundial de cigarros
Efe
Pequim - A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta segunda-feira em Pequim que a China, maior consumidor e produtor de tabaco, concentra um sexto das 6 milhões de mortes relacionadas ao tabagismo no mundo todo.
"O uso do tabaco é a principal causa de morte evitável no mundo e na China. A cada ano, 1 milhão de pessoas morrem na China por doenças relacionadas ao tabagismo", afirmou o representante da OMS no país asiático, Michael O'Leary.
Os males relacionadas, no caso, são ataques cardíacos, câncer e doenças pulmonares, entre outros, sem incluir o enorme número de fumantes passivos, dos quais as crianças representam 25% do total, acrescentou O'Leary.
Por esta razão, a OMS solicitou nesta segunda-feira ao Governo chinês que aproveite o monopólio estatal no setor do tabaco para prevenir o contínuo aumento de mortes por tabagismo em um país com mais de 300 milhões de fumantes - maior número de viciados em nicotina do planeta - e que lidera a produção mundial de cigarros.
"A indústria chinesa do tabaco é 100% estatal. E isto significa uma tremenda oportunidade para que o governo a ponha sob controle", afirmou a doutora Sarah England, da OMS em Pequim, lembrando que nesta terça-feira será celebrado o Dia Mundial sem Tabaco. Continua
SBPC e ABC comentam Código Florestal
26.05.2011
Agência FAPESP – A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgaram nesta quarta-feira (25/5) uma nota comunicando sua posição sobre a decisão da Câmara dos Deputados em relação à reforma do Código Florestal.
Nota da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) sobre a decisão da Câmara dos Deputados com relação ao Código Florestal
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciência (ABC), tendo em vista a decisão majoritária da Câmara dos Deputados sobre o substitutivo do Código Florestal esclarecem que:
. Nunca houve convite oficial por parte do Parlamento Nacional para que a ABC e SBPC, entidades representantes da comunidade científica brasileira, participassem das discussões sobre o substitutivo do código florestal.
. A participação ocorreu em função de uma demanda da própria comunidade científica que resultou na formação de um grupo de trabalho (GT) composto por cientistas das diferentes áreas abrangidas no código florestal. Os trabalhos foram iniciados no dia 07 de julho de 2010, e resultaram na publicação do livro O Código Florestal e a ciência. Contribuições para o diálogo, que foi lançado em Brasília, no dia 25 de março.
. Durante o período de trabalho, várias pessoas e entidades foram convidadas para dialogarem com o GT. Duas cartas foram produzidas e enviadas a todos congressistas e presidenciáveis alertando da necessidade de mais tempo para estudos aprofundados sobre os vários aspectos tratados no código florestal e seu substitutivo.
.Reconhecem a importância do agronegócio na produção de alimentos e na balança comercial brasileira, bem como a necessidade de que o desenvolvimento e a ampliação do agronegócio ocorram sem prejuízos à preservação e conservação dos recursos ambientais do País.
.Entendem que a agricultura familiar, responsável por 38,8% do valor bruto da produção agropecuária, representando 84,4% do número total dos estabelecimentos rurais que ocupam 24,3% da área agriculturável do Brasil, deve ter um tratamento especial por parte da legislação ambiental. Tratamento semelhante deve ser conferido às áreas consolidadas em ambientes urbanos e rurais que não provoquem degradação ambiental.
. Que o código florestal de 1965 (Lei 4771), apesar de construído com o aporte científico da época, necessita de aprimoramentos à luz da ciência e tecnologia disponíveis na atualidade. Ao mesmo tempo entendem que o Projeto de Lei nº 1.876 aprovado na Câmara dos Deputados também não resolve as necessidades de modificações na legislação anterior, pois o mesmo não contempla uma fundamentação científica e tecnológica.
.Que em função dos fatos expostos acima, a SBPC e ABC solicitaram mais dois anos para construção de um código florestal com base científica e tecnológica considerando aspectos jurídicos não punitivos e com equidade econômica, social e ambiental.
Desta forma, a SBPC e a ABC consideram precipitada a decisão tomada na Câmara dos Deputados, pois não levou em consideração aspectos científicos e tecnológicos na construção de um instrumento legal para o país considerando a sua variabilidade ambiental por bioma, interação entre paisagens urbanas e rurais que propiciem melhores condições de vida para as populações com uma produção agrícola ambientalmente sustentável.
Esclarecem também que esta decisão não tem nenhum vínculo com movimentos ambientalistas ou ruralistas, pois o mais importante é a sustentabilidade do País.
Reafirmam que estão dispostas a colaborar na construção de um código florestal/ambiental justo e que confiam que o Senado considere os aspectos científicos e tecnológicos na análise do substitutivo aprovado na Câmara dos Deputados.
São Paulo, 25 de maio de 2011.
Helena B. Nader, presidente da SBPC
Jabob Palis Júnior, presidente da ABC
José A. Aleixo da Silva, coordenador do GT
fonte
São Paulo perde mais de 12 mil árvores em quatro meses
Por Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli
29.05.2011
Em 120 dias, quase um Ibirapuera desmatado.
Morumbi é um dos mais afetados; Prefeitura prevê compensação, que nem sempre ocorre.
Uma das metrópoles menos verdes do mundo, São Paulo perdeu nos primeiros quatro meses do ano 12.187 árvores. É como se quase um Ibirapuera inteiro tivesse sumido entre 1.º de janeiro e 30 de abril - o parque tem 15 mil árvores - para dar lugar a prédios, conjuntos habitacionais e obras de infraestrutura. Os números fazem parte de um levantamento da Comissão do Verde e Meio Ambiente da Câmara Municipal, obtido com exclusividade pelo Estado.
Todos os cortes - que incluem também pedidos particulares e a retirada de 621 árvores mortas (5,1% do total) - foram autorizados pela Prefeitura. O governo sempre exige um replantio de mudas maior do que o número de cortes autorizados. Mas a eficácia dessa compensação ambiental é duvidosa e muitas vezes executada sem sucesso ou qualquer tipo de fiscalização.
No caso das licenças emitidas neste ano, muitas obras nem começaram. Mas, ao checar como tem sido feita a compensação de parte das 7.044 árvores cortadas com autorização do governo no primeiro trimestre do ano passado, a reportagem constatou que o replantio não ocorreu ou tem falhas graves. Em relação ao total do ano de 2010, a Prefeitura divulgou apenas um número parcial (o de novas construções), que aponta 10.693 árvores cortadas.
Pelas autorizações de 2010, é possível observar, por exemplo, como alguns dos últimos fragmentos de mata na região do Morumbi, na zona sul, estão desaparecendo para dar lugar a torres com mais de 20 andares. A impermeabilização avança sobre terrenos localizados entre o Panamby e a Vila Andrade, em um imenso matagal que ainda separava os condomínios de classe média alta das favelas do Campo Limpo. Sem a mata, que agregava espécies nativas da Mata Atlântica, como araucárias e aroeiras, essa divisão na zona sul praticamente sumiu - e o ar agradável da região também parece estar com os dias contados. Continua
Novo Código permite desmatar mata nativa em área equivalente ao Paraná
Por Andrea Vialli e Afra Balazina
28.05.2011
As mudanças nas regras de preservação de mata nativa nas propriedades rurais, que constam do novo Código Florestal aprovado pela Câmara, ampliam em 22 milhões de hectares a possibilidade de desmatamento no País - o equivalente ao Estado do Paraná. O número representa as áreas de reserva legal que poderão ser desmatadas legalmente caso o texto seja aprovado no Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
Os cálculos foram feitos a pedido do Estado pelo professor Gerd Sparovek, do Departamento de Solos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), com base no texto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) e na emenda 164, aprovados na Câmara na terça-feira. A conta leva em consideração a dispensa de recuperação da reserva legal, que é a área, dentro das propriedades rurais, que deve ser mantida com vegetação nativa e varia de 20% a 80% das terras.
O texto aprovado na Câmara agradou à bancada ruralista, mas desagradou às entidades científicas, aos ambientalistas e ao governo - a presidente disse que poderá vetar parte da proposta, que, entre outros pontos, anistia produtores rurais que desmataram até 2008 e diminui as áreas de vegetação nativa em encostas e margens de rios. Também retira a proteção de áreas sensíveis, como restingas e mangues.
"O texto consolida a área agrícola do Brasil exatamente como ela está atualmente", diz Sparovek. Ele explica que isso atende às reivindicações dos produtores rurais, mas torna difícil a conciliação entre produção agrícola e ambiente. "O novo Código permite que nenhum hectare daquilo que já foi desmatado precise ser restaurado", analisa. Continua
domingo, 29 de maio de 2011
Berta Lange de Morretes, a bióloga que leciona na USP há 70 anos
Por Mariana Mandell
29.05.2011
Jonne Roriz/AE Exemplo. Berta, na sala que ocupa há 50 anos na USP: aulas na graduação e pós-graduação |
Na USP, o professor se aposenta aos 70 anos. Mas, caso queira, pode continuar - só que de forma voluntária. Ou seja: ele não recebe nada por isso. Especializada na área de botânica, mais especificamente em anatomia vegetal, Berta ainda leciona: dá aulas em uma turma de graduação e duas de pós-graduação - e também desenvolve pesquisas. E não pensa em parar. "Estou estudando o efeito de radiações ionizantes sobre a estrutura dos órgãos das plantas", conta.
Berta ingressou na USP em 1938, na primeira turma do curso de História Natural (hoje, Ciências Biológicas). Formou-se em 1941 e nunca mais abandonou o Instituto de Biociências (IB) da universidade. Mesmo caminhando com dificuldade - sofreu um acidente há 15 anos, quando um ônibus do qual descia acelerou -, ela faz quatro excursões por ano com os alunos. "Eles vão à mata, colhem as plantas e trazem para mim. Explico dentro do carro", conta com a voz mansa, com um pouco de sotaque.
Nascida em 28 de junho de 1917, na cidade de Iffeldorf, na região dos lagos da Alemanha, Berta veio para o Brasil, mais precisamente para Curitiba (PR), aos 2 anos. Foi criada em uma casa onde o respeito às artes, à natureza e às pessoas era primordial. Seu pai, brasileiro, foi à Europa estudar zoologia e artes. A mãe deu aulas de canto para Jair Rodrigues e de empostação de voz para a atriz Irene Ravache.
O interesse por plantas e animais veio dos passeios que fazia com a família. "Criança, sempre que vê bicho, quer pisar, mas meu pai dizia: "Não pode, ele sente dor como você"", lembra. "Se a gente não obedecesse, ele nos dava um puxão para mostrar que doía mesmo." Continua
Leia também:
Professora mais velha da USP tem 93 anos
sábado, 28 de maio de 2011
Um brasileiro honesto
Por Ruth de Aquino
27.05.2011
Estava ali, na poltrona 13 do ônibus que faz a rota Friburgo-Rio. Um celular esquecido pelo passageiro. Entre a poltrona e o vidro, havia algo mais. O motorista Joilson Chagas, de 31 anos, abriu o “pacote rústico” e tomou um susto. Nunca tinha visto tanto dinheiro junto: R$ 74.800. Não passou aos superiores. “É tentador. Nessa hora, nem nos colegas a gente confia.” Por sorte ou destino, Joilson conseguiu devolver tudo ao dono. “O dinheiro não era meu. É bom ficar com o que é nosso.”
Joilson levou o dinheiro de volta a Friburgo. Ao chegar ao ponto final, na Ponte da Saudade, avistou um senhor humilde chorando na porta da padaria. “Perdi um celular”, dizia ele, “deve ter sido no centro do Rio.” Joilson perguntou: “O celular é este?”. O senhor, agricultor de 80 anos, emocionou-se: “É esse mesmo. Não tinha mais nada no ônibus?”. Joilson disse que ele precisava explicar direitinho o que perdera. E ele falou: “Eram R$ 74.800 para pagar o transplante de minha filha, que não é coberto pelo SUS”. Joilson entregou o pacote e não aceitou recompensa. “O dinheiro estava contado para a cirurgia e para a passagem. Eu não podia aceitar nada”, ele me disse. “Também sou pai de família.”
A história de Joilson aconteceu no dia 19 de abril e correu mundo. No Facebook, ele recebeu mensagens da Holanda, da Espanha, dos Estados Unidos, do Japão. Foi a programas de televisão. Ganhou plaqueta da empresa elogiando seu ato. Foi homenageado na semana passada no Palácio Guanabara, do governo do Estado. Recebeu cartas de alunos da 2ª à 5ª série de uma escola do Rio, dizendo: “Motorista, foi lindo o que você fez, você foi meu herói”. Num dos envelopes, havia R$ 2 e um bilhete: “Desculpe não dar mais, era o que eu tinha no bolso”. Joilson treme a voz. Quer encontrar e beijar essas crianças. “O que eu fiz era para ser uma coisa normal. O ser humano é repleto de valores, mas não põe em prática.”
Ele começou a dirigir em transportadora quando tinha 18 anos. Concluiu o segundo grau. É casado, seu filho Gabriel tem 14 anos e sua mulher está grávida de cinco meses, de outro menino. Nas enxurradas em Friburgo, Joilson perdeu a casa, os móveis, e mora de favor na casa da irmã. A escola onde sua mulher era professora também foi levada pelas águas. Agora, ela costura. Joilson constrói uma nova casa. Trabalha 16 horas por dia como motorista, faz duas viagens de ida e volta no ônibus da Viação 1001, tem uma folga por semana. “Cai na segunda ou na terça.” O primeiro ônibus sai às 5h30 de Friburgo. Ganha R$ 1.000 líquidos por mês, mas paga R$ 500 ao pedreiro que ergue sua “casinha”. Joilson faz biscates de pintura: “A necessidade faz o sapo pular”.
Seu único bem hoje é uma “motinha”. Mas ele confia que “Deus está abrindo portas” e se preocupa com muita gente em Friburgo ainda abandonada em abrigos. Seu sonho é ter negócio próprio. Uma loja de autopeças. “Sempre vesti a camisa das empresas em que trabalhei, mas queria ter uma lojinha.” Depois da enchente, a empresa deu a ele “uma cama de solteiro para o filho, um guarda-roupa de três portas e um sofazinho”. Joilson gosta de diminutivos. Porque a vida sempre correu assim. Da casa para o trabalho, a estrada, os engarrafamentos, a paciência com passageiros mais estressados. A igreja e a beira do rio, onde pesca de anzol. “Meu lazer é ver televisão com a família comendo uma pipoquinha.”
A atitude de Joilson não lhe rendeu só alegria. Quando descansava no dormitório da empresa, alguns colegas jogaram seu crachá no vaso sanitário e escreveram na parede do banheiro “Chagas otário”. “Me chamaram ainda de babaca, palhaço, puxa-saco. Meu filho virou motivo de chacota no colégio. Mas não teve vergonha, sentiu orgulho de mim. A gente vive num mundo estranho. Perderam os valores”, diz.
Eu queria que Joilson pudesse estar na lista da ÉPOCA desta semana dos 40 brasileiros com menos de 40 anos que representam o futuro do país. “Educação hoje é uma coisa rara. Mas é tudo na vida. Tento passar para o meu filho. Fazer o bem faz bem. Acho que eu servi de exemplo para muitos políticos, muita gente.”
fonte
Sono de operador e rádio pirata quase causaram colisões
Por Gabriel Castro
28.05.2011
Relatórios obtidos por VEJA detalham 24 situações de risco na região de Brasília apenas em 2010. Uma delas envolveu avião da Presidência
A manobra feita por uma aeronave da TAM na região de Brasília não foi um incidente isolado. VEJA teve acesso aos relatórios das 24 ocorrências semelhantes registradas em 2010 (a maioria, em dezembro) somente na região da capital federal. A conclusão é assustadora. Há documentos que mostram aeronaves desobedecendo os controlares, interferência de rádios piratas e a exaustão dos responsáveis por monitorar os voos e falhas de comunicação.
Uma das aproximações perigosas ocorreu em 11 de dezembro entre um jato da TAM e uma pequena aeronave. Em sua defesa, o controlador justifica, candidamente: “Estava efetuando coordenações com o controle Brasília e Uberaba e não observei o conflito”. Ele lista também um fator importante que contribuiu para o lapso: “Dormi muito pouco a noite anterior, em decorrência de problemas com insônia devido à alta carga de trabalho. O meu sono está totalmente desregulado. Raramente consigo dormir quatro horas seguidas”. Continua
Ministério do Meio Ambiente atualiza lista de desmatadores da Amazônia
Por Karina Miotto
26.05.2011
Fazenda Estância Bahia, no Mato Grosso. Crédito: Greenpeace/Daniel Beltra |
Com a entrada na lista os municípios ficam impedidos de emitir novas autorizações de desmatamento acima de cinco hectares por ano nos imóveis com área superior a quatro módulos fiscais e podem ter seus cadastros cancelados no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR). Desmatadores que derrubaram a floresta ilegalmente serão autuados, terão suas áreas embargadas pelo Ibama e seus dados serão disponibilizados online no Cadastro de Áreas Embargadas, ferramenta utilizada por bancos para emissão de novos créditos rurais, concedidos mediante regularidade ambiental do imóvel. Os bancos ainda poderão suspender a liberação das parcelas e até mesmo finalizar antecipadamente o financiamento, caso o proprietário não apresente documento de regularidade ambiental do imóvel rural no prazo de 12 meses da data da autuação. Continua
Leia também:
- Como José e Maria foram mortos no faroeste do Brasil por defenderem a floresta
MPF/MG investiga presença de substâncias cancerígenas em esmaltes
27.05.2011
Associação ProTeste encontrou, em esmaltes de cor branca, níveis acima dos admitidos na Comunidade Europeia
O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) instaurou inquérito civil público para investigar denúncia sobre a presença de substâncias cancerígenas em esmaltes de cor branca comercializados no Brasil.
Segundo a Associação de Consumidores Pro Teste, os esmaltes contêm, em sua fórmula, as substâncias Toluene e Furfural, bem como dibutyl phtalat e 2-Nitroluene, em níveis acima dos limites de tolerância admitidos na Comunidade Européia.
Na verdade, o dibutyl phtalate já foi banido de cosméticos, inclusive esmaltes, em toda a Europa. As outras substâncias são comprovadamente cancerígenas.
O problema, segundo a ProTeste, é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não estipulou limites para uso do Toluene e Furfural, e sequer menciona as demais substâncias na Resolução 79/2000, que lista os ingredientes proibidos e os que devem ter suas quantidades limitadas em cosméticos.
De acordo com o MPF, a legislação brasileira, em especial o Código de Defesa do Consumidor, estabelece que os produtos colocados à venda no mercado não poderão trazer riscos à saúde ou à segurança dos consumidores, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a fornecer as informações necessárias e adequadas a respeito.
“Se há fabricantes no Brasil que utilizam tais substâncias na composição de seus cosméticos, deveria haver regulamentação específica pela Anvisa para estabelecer limites máximos de tolerância ou até bani-los do comércio e impedir sua fabricação”, afirma o procurador da República Fernando de Almeida Martins.
O MPF requisitou informações à Anvisa para saber se o órgão tem conhecimento dos fatos apontados pela pesquisa da ProTeste e que providências teria tomado para proteger os consumidores.
Também foram notificadas para prestar informações as empresas que produzem as marcas de esmalte com irregularidades.
Elas terão o prazo de 15 dias corridos para resposta.
Fonte: Ministério Público Federal em Minas Gerais
Assassinado em Rondonia sobrevivente do massacre de Corumbiara
Local: Internacional - AC
Fonte: Terra Magazine
Link: http://terramagazine.terra.com.br
Altino Machado
O agricultor Adelino Ramos, de 56 anos, que participou da invasão da fazenda Santa Elina, palco do massacre de Corumbiara (RO), em agosto de 1995, foi assassinado na manhã desta sexta-feira (27) no distrito de Vista Alegre do Abunã (RO).
Mais conhecido como Dinho ou Buritis, o ex-líder líder do Movimento Camponês Corumbiara (MCC) estava em seu carro, acompanhado da esposa e duas filhas, quando foi abordado e atingido com cinco tiros.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o agricultor foi alvejado por um motociclista. Porém, Moradores de Vista Alegre do Abunã contaram que o assassino do agricultor chegou andando em uma rua nas proximidades de uma feira livre.
O homem atirou cinco vezes e continuou andando e se escondeu na mata quando a mulher de Adelino, identificada como Eliana, começou a gritar. Ela está sob proteção policial porque viu o assassino.
O assassinato de Adelino Ramos é o terceiro na Amazônia Legal nesta semana. Na terça-feira (24), José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros numa estrada vicinal em Nova Ipixuna, sudeste do Pará.
A CPT denuncia que madeireiros estão ameaçando de morte a agricultura Nilcilene Miguel de Lima, de Lábrea, presidente da Associação “Deus Proverá”, no sul do Amazonas.
Assentada na região há sete anos, Nilcilene desenvolve atividades de cultivo familiar ligadas à conservação do meio ambiente, da floresta e ao ativismo social.
A rica região de Lábrea, na divisa dos estados do Acre, Rondônia e Amazonas, tem sido palco de muitos conflitos nas últimas décadas por causa da luta pela posse terra, principalmente para pecurária e exploração madeireira.
Leia também:
- VIOLÊNCIA NO CAMPO
- CRESCE NÚMERO DE ASSASSINATOS NO CAMPO
- Oposição lista em ação ‘supostos’ clientes de Palocci
- Palocci não entrega lista de clientes a procurador
- Palocci usou servidor para cuidar de consultoria
sexta-feira, 27 de maio de 2011
A Terra em nossas mãos
Por Fernando Reinach
26.05.2011
Em 1885, durante o Congresso Geológico Internacional de Bolonha, na Itália, um grupo de cientistas decidiu que a era geológica em que vivemos seria denominada Holoceno. Há duas semanas, em Londres, um grupo semelhante se reuniu na Geological Society para discutir se não seria o caso de declarar o fim do Holoceno e o início de uma nova era geológica, o Antropoceno.
Essa discussão não passaria de uma quirela semântica, não fosse a definição de Antropoceno: a era em que a força das atividades humanas se sobrepõe às grandes forças da natureza. O novo nome seria o reconhecimento de que esse momento chegou.
As eras geológicas são demarcadas pelos eventos que deixaram cicatrizes no planeta. O Holoceno inicia quando acaba o último período glacial, há 12 mil anos, quando o gelo deixa de cobrir parte da Europa, os oceanos sobem 35 metros e a Inglaterra se torna uma ilha. O Jurássico se inicia quando os dinossauros sofrem sua grande extinção, provavelmente causada pelo impacto de um meteoro, há 200 milhões de anos. O Cambriano é demarcado pelo surgimento dos primeiros organismos multicelulares, há 542 milhões de anos. A primeira era, Hadeana, inicia-se com o surgimento da Lua, há 3,6 bilhões de anos.
Eventos que mudaram o curso da história da Terra. A atividade humana e seu efeito justificam uma nova era geológica? Sabemos o suficiente sobre nosso impacto para declarar o início do Antropoceno? Esses temas foram discutidos em Londres.
Em 2002, Paul Crutzen, ganhador do Nobel de Química pela descoberta do mecanismo da destruição da camada de ozona, propôs que estávamos no início do Antropoceno. Nos últimos anos, a ideia ganhou força. Continua
***
The Depths of a Year by Ehren Starks
Procuradoria começa a apurar patrimônio de Palocci
27.05.2011
O Ministério Público Federal abriu investigação contra o ministro Antonio Palocci. Deseja-se apurar se o chefe da Casa Civil enriqueceu ilicitamente.
Deve-se a iniciativa ao procurador da República José Rocha Júnior, lotado no Distrito Federal.
Em notícia veiculada na Folha, as repórteres Andreza Matais e Fernanda Odila informam que José Rocha expediu dois ofícios.
Num, dirigido à Receita Federal, requisitou as declarações de Imposto de Renda da Projeto, a consultoria de Palocci.
Noutro, dirigido à empresa, requereu a relação dos clientes que se serviram da consultoria companheira de Palocci.
O procurador quer verificar se o salto patrimonial de Palocci e compatível com o faturamento de sua empresa.
Em caso de inconsistências, Palocci pode tornar-se alvo de uma ação judicial por improbidade administrativa. Continua
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Cem vezes mais água na lua do que o estimado
Por ALICIA RIVERA - Madrid
26/05/2011:
Jantar em família previne obesidade
Por VERÔNICA DANTAS
25.05.2011
Filha de pai hipertenso e de mãe preocupada com sua saúde, Maria Luiza Felippe Ferreira, de 12 anos, já cansou de ouvir que a alimentação saudável é para o seu bem. O que ela não sabia é que uma pesquisa divulgada neste mês pelo Pediatrics, jornal oficial da Academia Americana de Pediatria, mostrou que fazer pelo menos três refeições semanais em família ajuda a controlar a ingestão de alimentos com calorias vazias, reduz a obesidade e afasta crianças e adolescentes da anorexia e bulimia.
O estudo Is Frequency of Shared Family Meals Related to the Nutritional Health of Children and Adolescents? acompanhou os hábitos alimentares de 182.836 crianças e jovens com idades entre 2,8 anos e 17,3 anos e constatou redução de 12% em sobrepeso no grupo acostumado a almoçar ou jantar com a família. Apontou também um consumo 20% menor de alimentos ricos em calorias e a diminuição de 35% no desenvolvimento de distúrbios alimentares.
A mãe de Maria Luiza, Rita Felippe Ferreira, conta que a filha sempre esteve abaixo do peso e sua preocupação não é com sobrepeso, mas com o elevado triglicérides verificado em seu sangue num exame feito há dois anos. “Se eu já pegava no pé dela, agora pego mais”, diz, lembrando que o marido, Nilton Carlos de Oliveira, é hipertenso.
Como não gosta de verdura e raramente ingere frutas, a menina, de 1,66 m e 47 quilos, reclama um pouco do rigor alimentar mantido pelos pais, mas já aprendeu que almoço e jantar são momentos sagrados e deve estar acompanhada da família. Continua
Milicianos vendem apartamento do Minha Casa, Minha Vida
26.05.2011
A deficiente visual Maria Aparecida Silva, de 60 anos, vive com o filho desempregado num casebre de madeira numa área de risco no alto do Morro São Sebastião, em Realengo, na Zona Oeste. Cadastrada no programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, sua família é uma das 74 da região que foram impedidas por milicianos de ocupar, em fevereiro passado, apartamentos no Condomínio Ferrara, em Campo Grande.
Invadidos pela milícia do ex-PM Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, os 143 apartamentos de dois quartos e sala eram destinados ao reassentamento de famílias com renda inferior a três salários-mínimos, mas vinham sendo vendidos ilegalmente por valores que variavam de R$ 5 mil a R$ 40 mil. Até uma imobiliária de fachada era usada nas negociações.
Na manhã desta quinta-feira, por determinação da Justiça, que atendeu a um pedido da Caixa Econômica, uma operação da PM e da Polícia Federal será realizada para a retomada dos imóveis.
[Ontem], oficiais de Justiça, apoiados por policiais militares e funcionários da Secretaria municipal de Habitação, entregaram notificações aos invasores , com prazo de 24 horas para que deixassem os apartamentos.
Os futuros moradores, contudo, temem represálias dos paramilitares, que ameaçam expulsar os reassentados e depredar os imóveis.
Leia mais em Milicianos tomaram imóveis do Minha Casa, Minha Vida e passaram a vendê-los por até R$ 40 mil
fonte
Leia também:
- Campinas: motivo para propina era dívida de campanha
- Gays se dizem indignados com recuo do governo
- MPF cobra R$ 430 mi em restituições de Santander e Itaú Unibanco
- Vereadora que queria matar animais diz estar sendo ameaçada
- Palocci atendeu banco parceiro da União
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Desmatamento vai aumentar com voto da Câmara sobre Código Florestal
Por Sérgio Abranches
25.05.2011
O desmatamento vai aumentar. Aumentou com a expectativa de aprovação das mudanças no Código Florestal. Vai aumentar mais com a aprovação na Câmara. O novo código é uma licença prévia para desmatar. A licença permanente virá, se o Senado aprovar o que a Câmara fez e o Executivo sancionar.
Não por outra razão, ontem, quando estavam seguros da vitória os ruralistas passaram a reconhecer que para eles não dá para produzir sem desmatar. Anistia indiscriminadas e injustificadas alimentam a certeza da impunidade. Esse tipo de abertura desmoraliza qualquer lei e qualquer regra. É um risco moral, além de ser um risco real e imediato.
Aliados dos ruralistas que preferem aparecer como “moderados”, “independentes”, ou uma “terceira via” entre os ambientalistas e os ruralistas, quando arrolam as virtudes do que se passou na noite de ontem na Câmara, mostram que a distância que os separa dos ruralistas é quase nenhuma, mas é enorme a que os aparta dos ambientalistas.
Dois argumentos muito usados por eles após a votação para desqualificar as críticas ao que foi aprovado merecem resposta.
A primeira diz que agora o agronegócio está legalizado. É uma falácia lógica e jurídica.
Desde o início da teoria democrática do direito, sempre esteve claro que a liberdade se dá no silêncio da lei. Thomas Hobbes celebrizou e eternizou essa expressão, que significa dizer: qualquer ato que a lei não proíba explicitamente está permitido. No caso, não havia silêncio da lei: a proibição era gritante. Na maioria dos casos alcançados pelas mudanças, o ato ilegal foi realizado na existência de lei que o vedava e não se pode alegar desconhecimento da lei. Logo só caberia uma forma de legalização legítima: a obediência à lei, a retificação dos atos ilegais, o pagamento das multas pertinentes. Reescrever a lei para enquadrá-la aos desígnios de um grupo, em detrimento do interesse coletivo, não é legalizar. É relaxar a lei. Continua
Dilma chamará ministros para discutir material sobre homofobia
Por Tânia Monteiro
25.05.2011
Presidente achou o material disponível inadequado para tratar o assunto
Brasília, 25 - Assustado com a ameaça feita na noite desta terça-feira, 24, no plenário, de convocação do ministro Antonio Palocci ao Congresso para dar explicações sobre a rápida evolução do seu patrimônio caso o governo não retirasse de circulação os vídeos e cartilhas que tratam de homofobia elaborados pelos ministérios da Educação e da Saúde, o governo decidiu receber as bancadas religiosas no Planalto e anunciar a suspensão de divulgação de qualquer material sobre o tema. Essas decisões foram anunciadas há pouco pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, logo depois do encerramento de uma conversa com parlamentares das bancadas evangélica, católica e de defesa da família. O ministro anunciou que a presidente Dilma Rousseff determinou a suspensão da produção de vídeos e cartilhas contra a homofobia e mandou suspender a divulgação do que já havia sido distribuído. Continua
Fome oculta afeta 2 bilhões no mundo
Por DÂMARIS THOMAZINI, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
25.05.2011
Criança sem fome não é sinônimo de criança bem alimentada. No mundo, segundo dados do Unicef e da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 2 bilhões de pessoas – de classes altas e baixas – sofrem com a falta de nutrientes essenciais, como vitamina A, zinco, ferro e iodo. Por não ser detectada clinicamente, essa deficiência é chamada de fome oculta.
Mesmo com um consumo adequado de calorias, grande parte da população está longe de ser considerada bem nutrida, por isso este mal pode passar despercebido pelos pais e deixar sequelas graves em crianças. “As pessoas se alimentam adequadamente, mas não se nutrem. Assim, o estômago é enganado, mas as células, não”, diz a nutricionista funcional Flávia Sguario.
Mulheres e crianças compõem o grupo mais atingido pela falta de nutrientes essenciais. Nos pequenos, a carência nutricional acontece principalmente devido a variações na alimentação. “Na fase lactente [até os dois anos de idade], uma criança tem que consumir porções ricas em ferro em alimentos de origem animal, como carnes. Geralmente há a recusa pela dificuldade na mastigação e pela variação de apetite – comum após o primeiro ano de vida”, explica a gastropediatra e nutróloga Junaura Barreto, membro do departamento científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No caso das mulheres, a perda de ferro ocorre na menstruação e, nas gestantes, pelo aumento da demanda do mineral pelo feto e depois no período de lactação. Continua
Câmara aprova anistia a desmatador
Por Marta Salomon e Eugênia Lopes
25.05.2o11
Novo Código Florestal é aprovado com 410 votos a favor e 63 contrários
Após votarem o texto do relator Aldo Rebelo, deputados derrotam governo Dilma e dão aval a emenda apresentada pelo PMDB
A Câmara dos Deputados aprovou na noite ontem, por 410 votos a favor, 63 contrários e 1 abstenção, o texto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) que reforma o Código Florestal. Depois, o governo Dilma Rousseff sofreu sua primeira derrota na Câmara. Por 273 votos a favor, 182 contra e 2 abstenções, os aliados aprovaram a inclusão no Código de concessão de anistia aos produtores que desmataram Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens dos rios e encostas até 2008.
Segundo o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a emenda apresentada pelo PMDB e apoiada pela maioria dos partidos da base e de oposição foi considerada uma "vergonha" pela presidente Dilma Rousseff.
O clima da votação do Código foi tenso e acabou em bate-boca entre os governistas.
"Talvez este seja o momento mais tenso desta legislatura. A presidente Dilma considera essa emenda uma vergonha para o Brasil. Ela muda a essência do relatório", afirmou Vaccarezza. "Quero que o líder do governo seja interpelado para saber se a presidente realmente falou que o que esta Casa está votando é uma vergonha. Tenho o direito de saber isso", reagiu irritado o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), relator do Código. "Não acredito que a presidente Dilma tenha dito isso", disse o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP). Continua
Leia também:
- Massacre da motosserra é consumado
- Lista nominal da votação do relatório Aldo Rebelo (PCdoB-SP) do ‘novo’ Código Florestal
terça-feira, 24 de maio de 2011
Líder extrativista é executado no Pará
24.05.2011
O agroextrativista José Claudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo, foram assassinados na noite de ontem (23) em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. O casal havia sido ameaçado de morte por madeireiros da região.
A informação foi confirmada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá. O casal estava saindo do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, onde moravam, a caminho da sede do município, quando foram encurralados em uma ponte por pistoleiros e executados a tiros.
José Claudio vinha sofrendo ameaças de morte por causa de sua luta pelos camponeses e agroextrativistas e de seu projeto, que contava com apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA). Seu nome estava na lista das pessoas ameaçadas no Pará.
"O meu trabalho é em prol da floresta. Eu defendo a floresta em pé e seus habitantes em pé. Mas devido esse meu trabalho eu sou ameaçado de morte pelos empresários da madeira, pelos camaradas que não querem ver a floresta em pé. E isso tem me causado problemas porque quando se fala da vida a gente quer permanecer vivo, igual eu luto pela floresta viva", disse, em vídeo gravado ano passado.
Apesar das ameaças constantes, o casal nunca conseguiu proteção policial.
Assista ao vídeo:
Veja, abaixo, algumas frases de José Claudio Ribeiro.
Sobre a ausência do poder público/autoridades na região:
"Entre um capital e um camarada que defende um meio ambiente, os caras ficam do lado do capital, porque o dinheiro é uma coisa que movimenta grandes pessoas que tem o pensamento em ganhar mais dinheiro. Que não é o meu caso."
Sobre os madeireiros:
"Eles compram madeira de um colono a um preço irrisório, barato demais, e vendem caro no mercado. Eles falsificam documentos, porque eles não têm guia completa, mas arrumam um jeitinho. Vão minando um, vão minando outro e assim por diante eles vão fazendo o mercado ilegal. Eles são os cupins da terra."
Recado para mundo:
"Um recado para o povo do mundo, pessoal que consome produtos florestais: ter cuidado. Quando for comprar uma madeira para fazer as suas casas, procurar a certificação dessa madeira, da onde ela vem, que origem ela tem, porque só assim a gente vai começar a coibir e fazer uma repressão contra esse pessoal. Porque eu tenho um 'provérbio' que diz assim: 'Existe ladrão porque existe quem compra o rouba. Existe a destruição porque compram a madeira ilegal'."
Leia também:
CNS culpa governo por assassinato de líderes extrativistas no Pará
Senado: base do governo impede convocação de Palocci
Enviado por Erich Decat
24.5.2011
A base do governo impediu há pouco no Senado nova tentativa da oposição de convocar o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, para prestar esclarecimento sobre o aumento do patrimônio nos últimos quatro anos.
O embate foi na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado e contou com a presença dos principais líderes do governo e oposição.
“A recusa em divulgar os nomes das empresas beira à hipocrisia. O velho ditado popular de que quem não deve não teme está na ordem do dia”, disparou a senadora Marinor Brito (Psol-PA), uma das autoras do requerimento.
Além da senadora também assinaram o requerimento senadores do PSDB, DEM e PPS.
“A aprovação desse requerimento tornaria a criação da Comissão Parlamentar de Inquério inócua. Basta esclarecer uma pergunta: Para quem o ministro Palocci prestou consultoria?”, acrescentou o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP). Continua
Leia também:
- Assessor de Palocci também tem empresa de consultoria
domingo, 22 de maio de 2011
Astrônomos japoneses afirmam ter descoberto novo tipo de planeta
19.05.2011
Um pastor moderno entre os radicais
Por Rodrigo Cardoso
20.05.2011
Um dos líderes da Assembleia de Deus, a maior e uma das mais conservadoras igrejas evangélicas do Brasil, Samuel Ferreira rompe tradições, libera costumes e atrai fiéis para o seu templo
O evangélico desavisado que entrar no número 560 da avenida Celso Garcia, no bairro paulistano do Brás, poderá achar que não está entrando em um culto da Assembleia de Deus. Maior denominação pentecostal do País – estima-se que tenha 15 milhões de adeptos, cerca de metade dos protestantes brasileiros –, historicamente ela foi caracterizada pela postura austera, pelo comedimento na conduta e, principalmente, pelas vestimentas discretas de seus membros. Por conta dessa última particularidade, tornou-se folclórica por forçar seus fiéis a celebrarem sempre, no caso dos homens, de terno e gravata e, entre elas, de saia comprida, camisa fechada até o punho e cabelos longos que deveriam passar longe de tesouras e tinturas. Era a igreja do “não pode”. Não podia, só para citar algumas interdições extratemplo, ver tevê, praticar esporte e cultuar ritmos musicais brasileiros. A justificativa era ao mesmo tempo simples e definitiva: eram coisas do capeta. Continua
Teto de vidro
Por Elton Alisson
06/05/2011
Agência FAPESP – A pintura de todos os telhados da cidade de São Paulo de branco para, entre outros objetivos, minimizar a absorção de calor e, consequentemente, reduzir o consumo de energia com o uso de ventiladores e ar-condicionado e o efeito de ilha de calor urbana, como pretende promover um Projeto de Lei aprovado em primeira votação na Câmara Municipal de São Paulo no fim de 2010, pode provocar o efeito contrário.
Isso porque as tintas imobiliárias comuns, à base de água, são muito suscetíveis à colonização por fungos filamentosos, conhecidos como mofo ou bolor, assim como algas e cianobactérias, que causam o escurecimento de telhados e, consequentemente, o aumento da temperatura interna e do consumo de energia dos imóveis.
E se essas tintas forem aplicadas diretamente nos telhados, sem a completa remoção dos fungos do local, esses microrganismos poderão crescer de forma muito mais acelerada entre as camadas de tinta, apontam estudos realizados no Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Continua
Obras da Copa de 2014 desalojam 65 mil pessoas no País
Por Almir Leite
22.05.2011
"Muitos vão sorrir, mas alguns vão chorar." O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, recorre a esta frase sempre que fala sobre o impacto que a arena do clube terá para Itaquera. O riso virá das oportunidades que o estádio paulistano da Copa de 2014 proporcionará a quem vive na região. O choro fica por conta do "preço a pagar pelo desenvolvimento"". Nessa situação estão pelo menos 5.200 pessoas, ameaçadas de despejo para obras no entorno do estádio. É um risco que aflige outras 60 mil pessoas em várias sedes do Mundial, Em São Paulo, moradores de duas comunidades próximas da Arena do Corinthians, as favelas da Paz e da Fatec (também conhecida por Agreste de Itabaiana), estão apreensivas. Temem que o futuro seja ainda pior que o presente.
Na Favela da Paz, a menos 500 metros da futura arena, reclamam da falta de diálogo do poder público. "Estou aqui há 16 anos, já perdi dois barracos em incêndios e ninguém me ajudou a reconstruir"", diz Diana do Nascimento, mãe de 4 filhos e que os vizinhos garantem ser a mais antiga moradora do local. "Agora que vai ter Copa, chegam aqui e dizem que temos de sair. Falam que é por causa do córrego (Rio Verde), mas não para onde vamos.""
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente confirmou, em nota, que há várias obras previstas na segunda fase das obras do Parque Linear Rio Verde (que o governo admite fazer parte dos projetos da Copa) e que "a área está em fase de desapropriação, pois contava com moradias na área de preservação permanente"". A nota não esclarece se será oferecido algum tipo de benefício aos atuais moradores. A Secretaria Municipal de Habitação diz só realizar realocação de famílias nas áreas em que fará obras de urbanização. Na Favela da Paz, a execução dos projetos está prevista para o período entre 2013 e 2017.
Distante cerca de 3 km do Itaquerão, a Favela da Fatec (na avenida Águia de Haia, em frente ao terminal AE Carvalho), já teve 82 das cerca de 800 famílias removidas - as que ficam à beira do córrego. A retirada de outras 52 está sendo preparada. "A avenida pode servir de passagem para quem vai para o estádio. Acho que fica feio para quem vem do estrangeiro ver uma favela no caminho"", diz a doméstica Andrea Cristina Gonçalves. "Eles pagam R$ 4,3 mil para a família e ela tem se virar para arrumar lugar para morar. Esse dinheiro dá para quê? E não falam em dar um terreno para a gente, em colocar em apartamento da CDHU"", critica.
Continua
Leia também:
- Caso Palocci reabre discussão sobre lobby
- Crise com Palocci expõe ausência de regras anticorrupção
- Palocci deu verba para projeto de cunhada
- O laranja de Romero Jucá
- EDUCAÇÃO: 10% do PIB JÁ!!!
A camareira subversiva
Por RUTH DE AQUINO
20.05.2011
Ela jamais sonhou com a fama. No espaço de uma vida, não se tornaria uma celebridade nem em seu bairro, o Bronx – quanto mais no mundo. Africana, muçulmana, mãe de uma adolescente, a camareira de 32 anos que limpava as suítes do Sofitel em Nova York já achava seu green card um privilégio.
Pelas fotos divulgadas na internet, não é especialmente bonita. Mas, para brancos poderosos e prepotentes, reúne qualidades de sedução particulares: é jeitosa, negra e faxineira. Nunca denunciaria um ataque sexual. Conhece seu lugar.
Nafissatou Diallo é o nome da camareira que derrubou o francês Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor-gerente do FMI e pré-candidato socialista à Presidência na França. Algemado e com a cara de tédio típica dos parisienses, DSK deixou pelos fundos o palco das finanças e da política.
Ele se diz inocente. Mas, pelo encontro casual com Nafissatou em sua suíte de US$ 3 mil, encara agora sete acusações, de crimes sexuais a cárcere privado. Seria a camareira uma arma secreta de Sarkozy, o futuro papai do bebê de Carla, para tirar do páreo um adversário perigoso?
O FMI nomeará um novo diretor, quem sabe uma diretora, se quiser evitar mulherengos. Os socialistas franceses estão escandalizados, mas na direção oposta. Criticam o abuso da polícia americana contra DSK, presumidamente culpado com base na palavra de uma empregada.
Eles são brancos e não se entendem. Existe um oceano, físico e cultural, entre os Estados Unidos e a França. A mídia francesa é leniente com os desvios na vida particular de seus políticos. Se DSK fosse denunciado por uma camareira em Paris, em nenhuma hipótese seria detido antes de ser julgado, por presunção de inocência. Nos EUA, há a presunção inicial de que a vítima fala a verdade.
Me interesso mais pela camareira do que por DSK. Vi muitos se perguntando: será que o ex-diretor do FMI, conhecido pela habilidade em negociações, seria tão idiota e tresloucado a ponto de atacar a moça ao sair nu do banheiro? Mas começam a emergir casos semelhantes de mulheres menos corajosas que a africana.
A loura jornalista francesa Tristane Banon, afilhada da segunda mulher de DSK, tinha 22 anos em 2002 quando diz ter sido atacada por ele: “Parecia um chimpanzé no cio”.
Kristin Davis, ex-cafetina americana, afirmou que uma prostituta brasileira a aconselhou a não mandar mais mulheres para ele: “É bruto”. Continua
Leia também:
- Esposa milionária não poupa esforços para ajudar Strauss-Kahn
- Anne Sinclair, el apoyo de DSK
- Detectives privados buscan desacreditar a la supuesta víctima de Strauss Kahn
- Excesivo DSK
País enfrenta ‘dores do crescimento’
Por Raquel Landim
21.05.2011
SÃO PAULO - Os brasileiros já sentem no seu dia a dia as "dores" do crescimento do País. Atividades cotidianas - pegar um táxi, comer num restaurante, conseguir um quarto de hotel, viajar de avião - tornaram-se verdadeiros desafios, principalmente nos grandes centros. A sensação das pessoas é que o Brasil está "caro" e "lotado".
A situação é um reflexo do avanço da economia e do mais baixo nível de desemprego dos últimos 20 anos. Desde 2003, o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresce, em média, 4% ao ano. A demanda por serviços superou a oferta e a consequência foi a superlotação e a alta dos preços. "O ritmo atual de crescimento é insustentável", diz Fábio Ramos, economista da Quest Investimentos.
Nos últimos 12 meses, comer fora de casa ficou 12,7% mais caro, estacionar o carro subiu 10,9%, a mensalidade da escola das crianças aumentou 9,1%, o aluguel subiu 9,9% e a consulta do médico pesa 10,4% mais no orçamento, revela cálculo da Quest. Boa parte dos reajustes é o dobro da inflação do período medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que já subiu salgados 6,5%.
As pessoas que viajam com frequência percebem com mais intensidade os problemas. O "calvário" começa com as filas intermináveis nos aeroportos e os atrasos dos voos, mas está longe de terminar ao chegar ao destino. Dependendo do horário, conseguir um táxi e um quarto de hotel são proezas. Continua
sábado, 21 de maio de 2011
“Salve o Planeta” e fique também milionário
Por Germano Woehl
19.05.2011
O título deste artigo é o tema do novo vídeo “História do CAP & TRADE” lançado pela ONG norte-americana que produziu “A história das coisas”, que critica o mercado de carbono, citando o exemplo da Indonésia onde estão devastando as florestas tropicais, riquíssimas em biodiversidade, para plantar árvores e gerar créditos para o mercado de carbono.
Quando li um artigo com o alerta de que o mercado de carbono representava uma ameaça aos ecossistemas, não levei a sério. Não acreditava que o ser humano pudesse ser tão perverso. Porém, mudei de ideia quando fui procurado por uma dessas empresas que neutralizam carbono que fez proposta de parceria na prospecção de áreas para plantar árvores. Eu expliquei que o desmatamento na Mata Atlântica é intenso, que está muito difícil salvar as matas preservadas que restam e todo o esforço deveria ser empreendido para salvá-las. A resposta, muito sincera, deles para aliviar minha angústia foi decepcionante: “Não se preocupe! Deixe que os proprietários desmatem estas matas de árvores velhas que não servem para nada, não sequestram carbono, e plante árvores novas que vão ajudar o Planeta a combater o aquecimento global e gerar renda para os proprietários”.
Esta é a lógica por trás de qualquer campanha para “ajudar” a natureza, que vão de reciclagem até a milionária indústria da “restauração” de matas ciliares e corredores ecológicos. Ignora-se a realidade do ritmo alucinante de desmatamento na mesma região onde estes milionários projetos de restauração são implantados.
Centenas de quilômetros de matas ciliares são destruídas todos os dias sem que ninguém se importe porque o combate à devastação não dá dinheiro, não gera renda para as comunidades, só encrenca para o doido que se preocupar com estas “bobagens” de perda de biodiversidade, manutenção da integridade de ecossistemas etc. Recursos para a fiscalização do IBAMA combater a devastação não tem, mas para a milionária indústria da “restauração” está sobrando. Quanto mais devastação, mais dinheiro se ganha.
No ano passado o BNDES deu R$ 2,5 milhões (dinheiro público) para um projeto de implantação de um bosque de 50 hectares em Minas Gerais, um estado que desmata mais de 12.000 hectares por ano de Mata Atlântica, puxados pelo desenvolvimento que o próprio BNDES incentiva financeiramente. Na propaganda, o BNDES ilude a sociedade, passando a ideia de que um bosque de árvores plantadas compensa a destruição um ecossistema tropical de Mata Atlântica com milhares de espécies de plantas e animais para fornecer carvão para as siderurgias. Do ponto de vista educativo, com esta proposta de plantar um bosque para supostamente compensar a devastação, dá um péssimo exemplo para as pessoas ao minimizar a gravidade que é destruir um ecossistema e aniquilar toda sua biodiversidade.
A fonte destes recursos para satisfazer o ego e alimentar a ignorância de poucos com a implantação de bosques e sustentar a milionária indústria da restauração é uma só: o bolso do contribuinte. Não seria mais racional primeiro deter a devastação da Mata Atlântica destinando estes recursos milionários à fiscalização do IBAMA? O órgão está à míngua, com salários defasados que tira a motivação dos funcionários e sem estrutura adequada de pessoal e equipamentos.
O mais bizarro de todos os exemplos da moda de salvar o planeta e ganhar dinheiro é uma campanha de internet chamada de Pacto pela Restauração da Mata Atlântica. Com este ritmo de devastação da Mata Atlântica alucinante, totalmente fora de controle, não seria mais óbvio um pacto para salvar o que resta? Qualquer fragmento de mata está sendo atacado impiedosamente. Constatei isso até aqui, em São José dos Campos (SP), quando visitei recentemente quase todos os fragmentos de Mata Atlântica nos arredores da área urbana, o que não foi difícil porque são apenas alguns. Em todos eles, constatei que estão sendo destruídos aos poucos com supressão paulatina das árvores maiores e o sub-bosque destruído com o uso frequente de roçadeiras. Continua
Relatório aponta violações dos direitos humanos nas usinas do Rio Madeira
Por Aldrey Riechel
19.05.2011
Na região de Porto Velho, onde estão sendo construídas as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (RO), foram encontrados problemas trabalhistas, diminuição de acesso aos serviços básicos e o agravamento de problemas sociais, como o abuso sexual e estupros. As informações são do Relatório Preliminar que realizou um levantamento das violações dos direitos humanos nas usinas.
Leia a íntegra do Relatório Preliminar de Missão de Monitoramento.
Segundo o relatório o "número de homicídios dolosos cresceu 44% em Porto Velho entre 2008 e 2010, e a quantidade de crianças e adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual subiu 18%. O número de estupros cresceu 208% em Porto Velho entre 2007 e 2010".
De acordo com o documento, as empresas promovem a exploração com a utilização de um "cartão fidelidade". Por meio deste cartão, funcionários que não utilizam seus direitos trabalhistas, como tirar férias, visitar a família e faltar por motivo de doença, ganham benefícios.
Os problemas trabalhistas nas usinas não são novos, o Ministério Público do trabalho já havia ajuizado uma ação contra a obra da hidrelétrica de Santo Antônio alegando "situação de extrema gravidade" e "acentuada grau de negligência". Foram requeridas 109 medidas liminares, mas somente 51 foram cumpridas.
As usinas também pioraram a vida da população local, já que a migração de Porto Velho foi 22% maior do que o previsto no Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), dificultando, ainda mais, o acesso da população aos serviços básicos como atendimento de saúde, educação e moradia. "Em Mutum-Paraná existem 195 crianças fora da escola e os moradores de Jirau não têm acesso ao ensino médio, que é oferecido apenas em Mutum-Paraná", diz o relatório.
Comunidades indígenas também foram listadas no relatório, principalmente pela ausência de consulta às comunidades. "Em que pese a presença de comunidades indígenas na área de influência das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, não foi realizada a oitiva das comunidades indígenas previstas na Convenção 169 da OIT, assim como não foi estudada a presença de índios isolados na região" Apesar dos danos, as usinas contam com amplo apoio governamental, inclusive com expressiva participação acionária. As usinas receberam financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social da ordem de R$ 13,3 bilhões, além de recursos da Sudam (R$ 503 milhões) e do Fundo de Investimento do FGTS (R$ 1,5 bilhão).
As duas usinas, que foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal estão sendo construídas no rio Madeira para geração de 3.150 MW (energia média de 2.218 MW) e 3.300 MW (energia média de 1. 975 MW), respectivamente, pelos consórcios Santo Antonio Energia e Energia Sustentável do Brasil, com previsão de investimento de R$ 28,6 bilhões. Continua
sexta-feira, 20 de maio de 2011
USP decide ampliar atuação da polícia no campus
Por Fernanda Nascimento
20.05.2011
Dois dias após a morte de um aluno no estacionamento da universidade, reunião de emergência decidiu pela entrada da Polícia Militar
O Conselho Gestor da Universidade de São Paulo (USP) decidiu, em reunião realizada nesta sexta-feira, que a Polícia Militar passará a atuar dentro do campus da universidade. O caráter da ação, que terá início imediatamente após a elaboração de um documento, será definido nos próximos dias. Entre os quarenta membros do conselho com direito a voto, apenas o representante do alunos foi contra a atuação da PM na universidade.
O Plano Emergencial de Segurança para a Cidade Universitária, elaborado no início do mês, foi revisto pelo conselho na reunião desta sexta-feira. O objetivo da medida é conter o surto de crime na universidade que, desde o início do ano, registrou dezenas de ocorrências de furtos e seqüestros relâmpagos. Continua
Manifesto: não ao substutivo do Código Florestal!
20.05.2011
O Código Florestal (Lei nº. 4.771, de 15 de setembro de 1965) está baseado em uma série de princípios que respondem às principais preocupações no que tange ao uso sustentável do meio ambiente.
Apesar disso, entidades populares, agrárias, sindicais e ambientalistas, admitem a concreta necessidade de aperfeiçoamento do Código criando regulamentações que possibilitem atender às especificidades da agricultura familiar e camponesa, reconhecidamente provedoras da maior parte dos alimentos produzidos no país.
É essencial a implementação de uma série de políticas públicas de fomento, crédito, assistência técnica, agro industrialização, comercialização, dentre outras, que garantirão o uso sustentável das áreas de reserva legal e proteção permanente. O Censo Agropecuário de 2006 não deixa dúvidas quanto à capacidade de maior cobertura florestal e preservação do meio ambiente nas produções da agricultura familiar e camponesa, o que só reforça a necessidade de regulamentação específica.
Essas políticas públicas vinham sendo construídas entre os movimentos e o Governo Federal a partir do primeiro semestre de 2009, desde então os movimentos aguardam a efetivação dos Decretos Reguladores para a AF que nos diferenciam do agronegócio.
Foi criada na Câmara dos Deputados uma Comissão Especial, para analisar o Projeto de Lei nº. 1876/99 e outras propostas de mudanças no Código Florestal e na Legislação Ambiental brasileira. No dia 09 de junho de 2010, o Dep. Federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP) apresentou à referida Comissão um relatório que continha uma proposta de substituição do Código Florestal.
Podemos afirmar que o texto do Projeto de Lei é insatisfatório, privilegiando exclusivamente os desejos dos latifundiários. Dentre os principais pontos críticos do PL, podemos citar: anistia completa a quem desmatou (em detrimento dos que cumpriram a Lei); a abolição da Reserva Legal para agricultura familiar (nunca reivindicado pelos agricultores/as visto que produzem alimentos para todo o país sem a necessidade de destruição do entorno) possibilidade de compensação desta Reserva fora da região ou da bacia hidrográfica; a transferência do arbítrio ambiental para os Estados e Municípios, para citar algumas.
Estas mudanças, no entanto, são muito distintas das propostas no Projeto de Lei (PL). Nos cabe atentar para o fato de que segundo cálculos de entidades da área ambiental, a aplicação delas resultará na emissão entre 25 a 30 bilhões de toneladas de gás carbônico só na Amazônia. Isso ampliaria em torno de seis vezes a redução estimada de emissões por desmatamento que o Brasil estabeleceu como meta durante a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15) em Copenhague, em dezembro de 2009 e transformada em Lei (Política Nacional de Mudança do Clima) 12.187/2009.
De acordo com o substitutivo, a responsabilidade de regulamentação ambiental passará para os estados. É fundamental entendermos que os biomas e rios não estão restritos aos limites de um ou dois estados, portanto, não é possível pensar em leis estaduais distintas capazes de garantir a preservação dos mesmos. Por outro lado, esta estadualização representa, na prática, uma flexibilização da legislação, pois segundo o próprio texto, há a possibilidade de redução das áreas de Preservação Permanentes em até a metade se o estado assim o entender.
O Projeto acaba por anistiar todos os produtores rurais que cometeram crimes ambientais até 22 de julho de 2008. Os que descumpriram o Código Florestal terão cinco (5) anos para se ajustar à nova legislação, sendo que não poderão ser multados neste período de moratória e ficam também cancelados embargos e termos de compromisso assinados por produtores rurais por derrubadas ilegais. A recuperação dessas áreas deverá ser feita no longínquo prazo de 30 anos. Surpreendentemente, o Projeto premia a quem descumpriu a legislação.
O Projeto desobriga a manutenção de Reserva Legal para propriedades até quatro (4) módulos fiscais, as quais representam em torno de 90% dos imóveis rurais no Brasil. Essa isenção significa, por exemplo, que imóveis de até 400 hectares podem ser totalmente desmatados na Amazônia – já que cada módulo fiscal tem 100 hectares na região –, o que poderá representar o desmatamento de aproximadamente 85 milhões de hectares. A Constituição Federal estabeleceu a Reserva Legal a partir do princípio de que florestas, o meio ambiente e o patrimônio genético são interesses difusos, pertencentes ao mesmo tempo a todos e a cada cidadão brasileiro indistintamente. É essencial ter claro que nenhum movimento social do campo apresentou como proposta a abolição da RL, sempre discutindo sobre a redução de seu tamanho (percentagem da área total, principalmente na Amazônia) ou sobre formas sustentáveis de exploração e sistemas simplificados de autorização para essa atividade.
Ainda sobre a Reserva Legal, o texto estabelece que, nos casos em que a mesma deve ser mantida, a compensação poderá ser feita fora da região ou bacia hidrográfica. É necessário que estabeleçamos um critério para a recomposição da área impedindo que a supressão de vegetação nativa possa ser compensada, por exemplo, por monoculturas de eucaliptos, pinus, ou qualquer outra espécie, descaracterizando o bioma e empobrecendo a biodiversidade.
O Projeto de Lei traz ainda a isenção em respeitar o mínimo florestal por propriedade, destruindo a possibilidade de desapropriação daquelas propriedades que não cumprem a sua função ambiental ou sócio-ambiental, conforme preceitua a Constituição Federal em seu art. 186, II.
Em um momento onde toda a humanidade está consciente da crise ambiental planetária e lutando por mudanças concretas na postura dos países, onde o próprio Brasil assume uma posição de defesa do desenvolvimento sustentável, é inadmissível que retrocedamos em um assunto de responsabilidade global, como a sustentabilidade ambiental.
O relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo contradiz com sua história de engajamento e dedicação às questões de interesse da sociedade brasileira. Ao defender um falso nacionalismo, o senhor deputado entrega as florestas brasileiras aos latifundiários e à expansão desenfreada do agronegócio.
Sua postura em defesa do agronegócio é percebida a partir do termo adotado no relatório: Produtor Rural. Essa, mais uma tentativa de desconstrução do conceito de agricultura familiar ou campesina, acumulado pelos movimentos e que trás consigo uma enorme luta política dos agricultores e agricultoras familiares.
Por tudo isso, nós, organizações sociais abaixo-assinadas, exigimos que os assuntos abordados venham a ser amplamente discutidos com o conjunto da sociedade. E cobramos o adiamento da votação até que este necessário debate ocorra e que o relatório do deputado absorva as alterações mencionadas no corpo do texto.
ENTIDADES
CONTAG – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA
CUT – CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
FETRAF – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA FAMILIAR
VIA CAMPESINA
CPT – COMISSÃO PASTORAL DA TERRA
MAB – MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS
MMC – MOVIMENTO DAS MULHERES CAMPONESAS
MPA – MOVIMENTO DOS PEQUENOS AGRICULTORES
MST – MOVIMENTO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS SEM TERRA
ABEEF – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES DE ENGENHARIA FLORESTAL
CIMI – CONSELHO INDIGENÍSTA MISSIONÁRIO
FEAB – FEDERAÇÃO DOS ESTUDANTES DE AGRONOMIA DO BRASIL
MCP – MOVIMENTO CAMPONÊS POPULAR
UNICAFES – UNIÃO NACIONAL DE COOPERATIVAS DA AGRICULTURA FAMILIAR E ECONOMIA SOLIDÁRIA
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
ABRA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REFORMA AGRÁRIA
ABA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGROECOLOGIA
ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS
TERRAS DE DIREITOS
INESC – INSTITUTO DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS
ABONG – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS
AMIGOS DA TERRA BRASIL
ABRAMPA – ASSOCIAÇÃO BRA
MMM – MARCHA MUNDIAL DE MULHERES
SOF – SEMPREVIVA ORGANIZAÇÃO FEMINISTA
SILEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO MEIO AMBIENTE
IBAP – INSTITUTO BRASILEIRO DE ADVOCACIA PÚBLICA
REDLAR – RED LATINOAMERICANA DE ACCIÓN CONTRA LAS REPRESAS Y POR LOS RIOS, SUS COMUNIDADES Y EL ÁGUA
FUNDAÇÃO PADRE JOSÉ KOOPMANS
PROTER – PROGRAMA DA TERRA
IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS
AS-PTA – AGRICULTURA FAMILIAR E AGROECOLOGIA
APTA – ASSOCIAÇÃO DE PROGRAMAS EM TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS
AFES – AÇÃO FRANCISCANA DE ECOLOGIA E SOLIDARIEDADE
CAIS – CENTRO DE ASSESSORIA E APOIO A INICIATIVAS SOCIAIS
CENTRO DE ASSESSORIA JURÍDICA POPULAR MARIANA CRIOLA
CEDEFES – CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO ELÓY FERREIRA DA SILVA
CEPIS – CENTRO DE EDUCAÇÃO POPULAR DO INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE
CNASI – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE ASSOCIAÇÕES DOS SERVIDORES DO INCRA
COMITÊ METROPOLITANO DO MOVIMENTO XINGU VIVO
DIGNITATIS
FASE – SOLIDARIEDADE E EDUCAÇÃO
INSTITUTO MADEIRA VIVO
ONG REPORTER BRASIL
ASSESSOAR
INSTITUTO O DIREITO POR UM PLANETA VERDE
REDE BRASILEIRA DE ECOSSOCIALISTAS
GTA – GRUPO DE TRABALHO AMAZÔNICO
ASSOCIAÇÃO ALTERNATIVA TERRAZUL
REDE ALTERNATIVES INTERNACIONAL
ENTIDADE NACIONAL DOS ESTUDANTES DE BIOLOGIA
ASSOCIAÇÃO DE MULHERES ARRARAS DO PANTANAL
CEDHRO – CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA REGIÃO OESTE DA GRANDE SÃO PAULO
IAMAS – INSTITUTO AMAZÔNIA SOLIDÁRIA E SUSTENTÁVEL
IMCA – INSTITUTO MORRO DA CUTIA DE AGROECOLOGIA
MSU – MOVIMENTO DOS SEM UNIVERSIDADE
FÓRUM ESTADUAL DE DEFESA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DO ADOLESCENTE/SP
FÓRUM BRASILEIRO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
FÓRUM DE MULHERES DO ESPÍRITO SANTO
FÓRUM MUDANÇAS CLIMÁTICAS E JUSTIÇA SOCIAL
FÓRUM BRASILEIRO DE SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
FÓRUM CARAJÁS
FAMOPES – FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES E MOVIMENTOS POPULARES DO ESPÍRITO SANTO
MNLM/RJ – MOVIMENTO NACIONAL DE LUTA PELA MORADIA/RJ
JUSTIÇA GLOBAL
OBSERVATÓRIO NEGRO
PLATAFORMA DHESCA
REDE FAOR – FÓRUM AMAZÔNIA ORIENTAL
REDE DE AGROECOLOGIA DO MARANHÃO
REDE BRASILEIRA DE JUSTIÇA AMBIENTAL
REDE DESERTO VERDE
REDE BRASIL SOBRE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS MULTILATERAIS
AMEDI – AMBIENTE E EDUCAÇÃO INTERATIVA
REDE NACIONAL DE ADVOGADAS E ADVOGADOS POPULARES NO CEARÁ
REDE SOCIAL DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
INSTITUTO GIRAMUNDO MUTUANDO
INSTITUTO POLÍTICAS ALTERNATIVAS PARA O CONE SUL
SAPI – SOCIEDADE DOS AMIGOS DO PARQUE DE ITAÚNAS (ES)
TRIBUNAL POPULAR: O ESTADO BRASILEIRO NO BANCO DOS RÉUS
EKIP NATURAMA
ETNIOKA
TOXISPHERA ASSOCIAÇÃO DE SAÚDE AMBIENTAL
PERSONALIDADES E INTELECTUAIS
LEONARDO BOFF – TEÓLOGO E ESCRITOR
DOM PEDRO CASALDÁLIGA – BISPO EMÉRITO DE SÃO FÉLIZ DO ARAGUAIA
BERNARDO MANÇANO FERNANDES – CÁTEDRA UNESCO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
JOSÉ ARBEX JUNIOR – JORNALISTA E COORDENADOR DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA ESCOLA FLORESTAN FERNANDES
CARLOS WALTER PORTO-GONÇALVES – PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
HORÁCIO MARTINS DE CARVALHO – PROFESSOR E MILITANTE SOCIAL
LADISLAU DOWBOR – PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
LUIZ CARLOS PINHEIRO MACHADO – EX-PRESIDENTE DA EMBRAPA E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
MIGUEL CARTER – PROFESSOR DA AMERICAN UNIVERSITY, WASHIGTON/EUA
SÉRGIO SAUER – RELATOR DO DIREITO HUMANO À TERRA, TERRITÓRIO E ÁGUA DA PLATAFORMA DHESCA
MARIJANE LISBOA – RELATORA DO DIREITO HUMANO AO MEIO AMBIENTE DA PLATAFORMA DHESCA
RUBENS NODARI – PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PAULO KAGEYAMA – PROFESSOR DA UNIVERSIDADE ESALQ/USP
VIRGÍNIA FONTES – PROFESSORA DA FIOCRUZ E DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
IRAN BARBOSA – DEPUTADO ESTADUAL PT/SE
JOÃO ALFREDO TELLES MELO – VEREADOR DE FORTALEZA/PSOL E EX-DEPUTADO FEDERAL
Chico Alencar – Deputado federal PSOL-RJ
Marcelo Freixo – Deputado Estadual PSOL-RJ
Ivan Valente – Deputado federal PSOL-SP