Por Gilberto Scofield Jr., Ronaldo D'Ercole e Danielle Nogueira, O Globo
08.05.2011
A decisão do governo brasileiro de entregar para a iniciativa privada a administração dos principais aeroportos do país vem movimentando os corredores das quatro maiores empreiteiras nacionais: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão.
Trata-se de novo e promissor braço de negócios para as quatro gigantes que, ao longo dos últimos anos, turbinadas por uma quantidade de investimentos no país vista somente na época do "milagre econômico", na década de 70, deixaram de ser apenas construtoras e se transformaram em verdadeiros conglomerados de infraestrutura, atuando em áreas que vão de petróleo e energia elétrica a telecomunicações e agronegócio.
As cifras impressionam. As principais obras em andamento hoje no Brasil, ou já contratadas, nas quais "as quatro irmãs" estão envolvidas, somam R$ 138,7 bilhões, segundo levantamento feito pelo GLOBO.
Boa parte das obras integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como saneamento, reurbanização de favelas e hidrelétricas, entre elas Belo Monte (PA) e as usinas no Rio Madeira (RO).
Na carteira das empreiteiras também estão reformas dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, como o Maracanã. Mas a concorrência vem aumentando.
Ano passado, segundo o Portal Transparência da Controladoria Geral da União, o governo federal gastou R$ 16,1 bilhões com obras, um orçamento dividido por 5.709 construtoras.
Deste total, as quatro grandes ficaram com R$ 988 milhões. No acumulado de 2004 a 2010, para um total de gasto federal de R$ 49 bilhões, elas ficaram com R$ 3,5 bilhões.
Leia mais em Quatro empreiteiras concentram R$ 138 bilhões em obras no país
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