Por Luana Caires
16.05.2011
De acordo com o relatório da FAO, a quantidade de alimentos perdidos é praticamente igual nos países ricos e nos em desenvolvimento. O que muda é o padrão do desperdício. Nas nações mais pobres as perdas decorrem basicamente da infraestrutura deficiente e dos baixos níveis de tecnologia para colheita, processamento e distribuição dos produtos.
Já nos países ricos o principal problema é que muitos alimentos em perfeito estado são jogados no lixo pelas redes varejistas e consumidores. Anualmente, a população desses países joga fora quase tanta comida (222 milhões de toneladas) quanto a que é produzida em toda a África subsaariana (230 milhões de toneladas). Só no Brasil, 39 milhões de quilos de comida vão para o lixo todos os dias – quantidade suficiente para alimentar 19 milhões de bocas diariamente, segundo a Organização Não Governamental (ONG) Banco de Alimentos. Isso equivale a população da grande São Paulo.
Além de representar grande contradição em relação ao grave problema da fome no mundo, o desperdício de alimentos aumenta o gasto de recursos – como água, terras, energia e trabalho –, utilizados na sua produção. Uma pesquisa recente do Reino Unido mostra que, por ano, a quantidade de água despendida no cultivo de alimentos que nem chegam a ser consumidos é duas vezes maior que a utilizada para lavar e beber, por exemplo. Continua