Por DÂMARIS THOMAZINI, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
25.05.2011
Criança sem fome não é sinônimo de criança bem alimentada. No mundo, segundo dados do Unicef e da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 2 bilhões de pessoas – de classes altas e baixas – sofrem com a falta de nutrientes essenciais, como vitamina A, zinco, ferro e iodo. Por não ser detectada clinicamente, essa deficiência é chamada de fome oculta.
Mesmo com um consumo adequado de calorias, grande parte da população está longe de ser considerada bem nutrida, por isso este mal pode passar despercebido pelos pais e deixar sequelas graves em crianças. “As pessoas se alimentam adequadamente, mas não se nutrem. Assim, o estômago é enganado, mas as células, não”, diz a nutricionista funcional Flávia Sguario.
Mulheres e crianças compõem o grupo mais atingido pela falta de nutrientes essenciais. Nos pequenos, a carência nutricional acontece principalmente devido a variações na alimentação. “Na fase lactente [até os dois anos de idade], uma criança tem que consumir porções ricas em ferro em alimentos de origem animal, como carnes. Geralmente há a recusa pela dificuldade na mastigação e pela variação de apetite – comum após o primeiro ano de vida”, explica a gastropediatra e nutróloga Junaura Barreto, membro do departamento científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No caso das mulheres, a perda de ferro ocorre na menstruação e, nas gestantes, pelo aumento da demanda do mineral pelo feto e depois no período de lactação. Continua