O polêmico artista, pioneiro da arte-performance no país, tem sua trajetória recontada em mostra no Museu de Arte Moderna
Artista plástico, performático, cenógrafo, engenheiro, arquiteto... Flavio de Carvalho (1899-1973) era acima de tudo um iconoclasta. Em 1931, realizou sua Experiência nº 2, em São Paulo, caminhando de chapéu no sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi. Quase foi linchado. Em 1956, andou de saiote e sandálias pelo centro da cidade, num protesto contra a ditadura dos costumes que leva o homem dos trópicos a se vestir como o europeu. Performances irreverentes eram só parte da produção de Carvalho, ligado ao movimento modernista e criador do Clube dos Artistas Modernos, em 1932. Entre telas, desenhos e aquarelas expostos no MAM, há os retratos expressionistas que fez dos escritores Mário de Andrade e Jorge Amado. O trabalho de engenheiro e arquiteto é representado por projetos como o da reforma do Viaduto do Chá, de 1938, exibido na entrada da exposição. Há ainda maquetes, projetos de cenários e figurinos e documentos do espetáculo Bailado do Deus Morto, escrito e montado por Carvalho em 1933 (o teatro foi fechado pela polícia após três exibições).
FLAVIO DE CARVALHO A partir de 16/4. Em cartaz até 13/6. Terça a domingo 10h/17h30. MAM: Parque do Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, tel. 5085-1300. Ingressos: R$ 5,50.
Legenda da imagem:
Autorretrato (1965): o artista, numa visão expressionista de si mesmo