M.R.E. - Madrid - 31/01/2011
Ilustración del telescopio espacial Kepler y un sistema planetario . |
Ilustración del telescopio espacial Kepler y un sistema planetario . |
O coletivo de organizações não-governamentais ambientalistas SOS Florestas lançou esta semana em janeiro de 2011 a cartilha Código Florestal: Entenda o que está em jogo com a reforma de nossa legislação ambiental. A publicação busca explicar, com argumentos técnicos, científicos e históricos, as principais consequências das mudanças propostas pelos deputados ruralistas ao Código Florestal.
Com o documento, o SOS Florestas procura levar para parlamentares, imprensa e cidadãos brasileiros um debate que vem ocorrendo em portas fechadas, de forma tendenciosa sem ouvir o movimento social, especialistas e academia. A cartilha será distribuída para parlamentares e tem sua versão eletrônica disponibilizada na íntegra no site do WWF-Brasil.
A cartilha é amparada por diversos estudos científicos que foram ignorados na elaboração do projeto de mudanças no Código Florestal apoiado pelos ruralistas. Demonstra que as mudanças causariam devastação da cobertura florestal às margens de cursos d’água, contribuindo para o assoreamento do leito dos rios, aumentando a velocidade de escoamento das águas, provocando erosões e enxurradas.
Fazem parte da frente SOS Florestas as ONGs Apremavi, Greenpeace, Imaflora, Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto Socioambiental (ISA) e WWF-Brasil.
Baixe aqui a cartilha "Código Florestal: Entenda o que está em jogo com a reforma de nossa legislação ambiental". (Clique com o botão direito e selecione a opção Salvar como...)
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A ação ajuizada pelo Ministério Público Federal do Pará para anular a licença concedida pelo Ibama para a construção do canteiro de obras e realização de obras de melhoria nas estradas de acesso à futura Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, é mais um questionamento de um projeto polêmico e de viabilidade econômica e técnica discutível, mas que o governo quer tornar irreversível. Na sua pressa, que beira a irresponsabilidade, o governo - de Lula e agora o de Dilma - vem forçando o Ibama a aprovar as licenças necessárias, o que já provocou várias substituições de dirigentes do órgão.
A troca mais recente aconteceu há pouco. Na primeira semana de seu mandato, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para discutir o andamento do projeto e decidiram que o Ibama deveria acelerar o licenciamento da instalação do canteiro de obras. Pouco depois, o presidente do Ibama, Abelardo Bayma, pediu demissão. Foi seu substituto interino, Américo Ribeiro Tunes, quem assinou, na quarta-feira passada, a licença prévia para a montagem da área de trabalho para a construção da usina.
O governo tinha pressa porque, se o canteiro não for instalado até março, isso só será possível no ano que vem, por causa do regime de chuvas da região. O adiamento implicaria atraso de um ano no cronograma da obra e, consequentemente, no início de operação da usina - que teria de ser adiado de 2015 para 2016.
Oficialmente, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica, o Ibama precisa emitir três licenças, em diferentes etapas do projeto de Belo Monte. A primeira, a licença prévia, foi concedida no primeiro semestre do ano e permitiu a realização do leilão no qual foi escolhido o consórcio responsável pela construção e operação da usina. A segunda, chamada licença de instalação e aguardada para os próximos dias, de acordo com o ministro de Minas e Energia, permitirá o início das obras. A terceira, a licença de operação, antecederá o início da produção comercial de energia em Belo Monte, daqui a alguns anos.
A que acaba de ser concedida não é nenhuma dessas. Trata-se de uma "licença de instalação específica", cuja emissão, segundo declarou o presidente do Ibama ao jornal O Globo, teve o parecer favorável do departamento jurídico do órgão e da Advocacia-Geral da União (AGU). O Ministério Público Federal considera, porém, que a legislação não prevê a licença de instalação parcial, razão pela qual decidiu contestar na Justiça sua concessão. Além disso, lembram os procuradores, ao conceder a licença prévia de Belo Monte, o Ibama a vinculou ao cumprimento, pelo consórcio vencedor, de 40 condicionantes para a execução das obras. Nenhuma delas foi cumprida até agora.
Deve-se destacar que este é apenas um dos muitos questionamentos da usina no Rio Xingu. Empresas especializadas têm dúvidas sobre o real custo da obra, estimado em R$ 19 bilhões pelo governo, mas calculado em pelo menos R$ 30 bilhões por empresas privadas do setor. Como há dúvidas sobre o preço da obra, há também sobre o custo da energia que ali será produzida.
Apresentada pelo governo como a terceira maior usina do mundo - atrás apenas da chinesa Três Gargantas e da binacional Itaipu -, com capacidade total instalada de 11.233,1 megawatts (MW), a usina de Belo Monte, no entanto, raramente produzirá no limite da capacidade. Por operar no sistema chamado de fio d"água, a usina terá sua produção condicionada ao regime do Xingu. Por isso, sua capacidade assegurada é de 4.571 MW médios, bem menor do que a máxima.
Embora mais de uma dezena de empresas privadas participem do capital da sociedade que se responsabilizará pela obra e pela operação da usina, é esmagadoramente majoritária a participação de capital estatal nela. Cerca de dois terços do capital provêm de órgãos ou empresas públicas. O envolvimento de dinheiro público e o interesse político do governo poderão até levar à conclusão da usina de Belo Monte, mas o desconhecido custo de sua construção e da energia que ela vai produzir certamente será pago pela sociedade.
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Com a ajuda do Hubble, astrônomos identificam possível galáxia que se formou quando o Universo tinha apenas 4% da idade atual (divulgação) |
Machados e outras ferramentas de 125 mil anos foram encontradas em sítio arqueológico nos Emirados Árabes
O que é que esta gente estava fazendo lá? Essa é a pergunta que arqueólogos pelo mundo inteiro estão se fazendo agora, com a publicação de um trabalho na "Science" que vai mudar o mapa da ocupação do planeta pela espécie humana.
O que aconteceu foi que arqueólogos encontraram artefatos humanos fora da África muito antes de... bom, muito antes de os humanos terem saído da África -eles não precisaram se esforçar muito para perceber que isso não fazia muito sentido.
É consenso há décadas que o Homo sapiens surgiu na África há 200 mil anos -a noção de "mama África" une os arqueólogos a Chico César- e saiu do continente para ocupar todos os cantos do mundo há 60 mil anos.
Mas as ferramentas humanas de cortar, furar e raspar (especialmente machados) encontradas nos Emirados Árabes têm 125 mil anos, segundo uma técnica chamada datação por luminescência -grosso modo, o solo vai alterando as propriedades químicas originais do material. Quando mais "alteradas", então, mais antigas.
Os donos dos machados poderiam, de fato, ter atravessado o mar Vermelho com certa facilidade, molhando apenas as canelas. O mar estava, dizem os climatologistas, bem mais seco na época, tendo várias regiões rasas.
Os livros didáticos, então, terão de ser alterados agora. "O estudo levanta muito mais perguntas que respostas", diz Jeffrey Rose, arqueólogo da Universidade de Birmingham (Reino Unido).
Ele fala isso porque ninguém sabe se essa expedição humana pioneira teve sucesso (e então seria razoável imaginar que eles acabaram chegando a regiões como a Índia e até a Austrália) ou se estamos falando apenas de uma meia dúzia de perdidos que se afastaram da África e acabaram morrendo, sem deixar descendentes.
Se a última hipótese for a verdadeira, a resposta para a pergunta que inicia este texto é simples: estavam, sim, desbravando a região, mas acabaram fracassando e não são nossos ancestrais, honra que fica reservada mesmo para grupos que saíram da África milhares de anos depois, como já se imaginava.
Mas é difícil cravar essa conclusão. Ao contrário do mar Vermelho, então mais seco, o clima da península Arábica, na época, era bem úmido: esses pioneiros devem ter encontrado grandes savanas, repletas de grandes animais como gazelas.
Se a carne era farta, por que eles teriam morrido fácil? A hipótese de guerra também não convence muito: os neandertais, por exemplo, que talvez pudessem oferecer riscos, viviam bem longe, perto da Europa.
Justamente por ser uma região úmida, é difícil que fósseis humanos da época possam ser encontrados hoje na região, trazendo mais informações sobre o que aconteceu com esse grupo. A umidade do solo não favorece a conservação dos ossos -por isso é difícil encontrar fósseis na Amazônia, por exemplo.
Existe uma chance, então, de simplesmente não ser possível saber qual foi o destino daquelas pessoas.
(Ricardo Mioto)
(Folha de SP, 28/1)
Leia também:
El atajo árabe del 'Homo sapiens' al salir de África
Há 19 dias, produziram-se nas dependências da UnB (Universidade de Brasília) cenas que resultaram num pedido de explicações da Presidência da República e na abertura de uma sindicância.
Alunos veterenos da Faculdade de Agronomia e Veterinária submeteram um grupo de calouras a um trote aviltante. Sucedeu o seguinte:
Presidente do Centro Acadêmico de Agronomia da UnB, Caio Batista comandou a “recepção” às alunas. Deu-se por volta das dez horas da manhã de 11 de janeiro.
Caio vestia trajes femininos. Recobria-lhe o torso um pedaço de pano assemelhado a uma faixa presidencial. Segurava uma lingüiça.
Despejava sobre a peça camadas de leite condensado. Formadas em fila, as calouras foram instadas a levar a lingüiça à boca, chupando-a.
Ao redor, cerca de 250 universitários se divertiam com a humilhação alheia. O trote não é original. Repete-se ano após ano.
Os veteranos alegam que a coisa é consentida. Só participa quem quer. Não haveria, portanto, o aviltamento que as imagens sugerem.
Dessa vez, porém, a ignomínia ganhou contornos de denúncia. Foi à Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República um relato do ocorrido.
O texto chegou ao Palácio do Planalto acompanhado de fotos como as que ilustram essa notícia. Imagens captadas pela própria agência noticiosa da UnB.
O material foi à mesa de Ana Paula Gonçalves, ouvidora da Secretaria de Políticas para Mulheres. Ela tomou duas providências.
Remeteu um ofício ao Ministério Público, requerendo providências. Endereçou uma segunda correspondência à reitoria da UnB. Cobrou explicações. Continua
Comentário básico:
Acabei de encontrar no blog do Noblat
um vídeo sobre o assunto. Absurdo!!!!
O primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff deverá gastar em publicidade quase o mesmo valor utilizado por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no último ano de mandato.
O montante aprovado para campanhas publicitárias institucionais do governo em 2011 é de R$ 622 milhões, contra R$ 650 milhões de Lula. O total equivale, para efeito de comparação, aos R$ 700 milhões liberados por meio de Medida Provisória ao Ministério de Integração Nacional para prevenção de tragédias como a ocorrida na Região Serrana do Rio.
Até ser efetivamente aplicada, a verba liberada pela presidente para prevenção de tragédiaas pode demorar um ano ou mais para chegar ao seu destino. Assim como aconteceu com a cidade de Angra do Reis, que, após um ano, ainda espera a ajuda de R$ 30 milhões prometida pelo governo.
Cálculo feito pela ONG Contas Abertas revela que, considerada a população de 190,7 milhões de habitantes, cada brasileiro está pagando R$ 3,27 para obter informações sobre os atos públicos do governo.
Além disso, com os R$ 622 milhões disponíveis, o governo poderia gastar até R$ 1,7 milhão por dia com publicidade, o que deve despertar a cobiça das mais variadas agências e produtoras do país.
Os R$ 622 milhões aprovados serão divididos entre 54 órgãos. Quem ficou com a maior fatia deste bolo foi a própria Presidência da República, que terá à sua disposição R$ 210,3 milhões para gastar em publicidade, cerca de R$ 21 milhões a mais do que foi gasto ano passado, quando a despesa superou R$ 185 milhões.
Leia mais em Publicidade do governo terá em 2011 quase mesma verba liberada para prevenção e resposta a desastres
O Ministério Público Federal no Pará entrou com ação civil pública contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), contestando a autorização, concedida na quarta-feira pelo órgão, para implantação dos canteiros de obras da Usina hidrelétrica de Belo Monte. A decisão do Ibama já provocou uma reação contrária em cadeia na internet - no twitter, um protesto com a tag "parebelomonte" começou a circular já nesta quinta-feira.
Na ação, o MPF pede a suspensão imediata da licença parcial ou fragmentada concedida ontem pelo Ibama para instalação dos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte. Também são citados o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e o Consórcio Norte Energia, que ganhou a licitação para construir a usina.
De acordo com o procurador Ubiratan Cazzeta, do MPF no Pará, o foco da ação é o fracionamento da licença concedida.
"São três as etapas de um licenciamento deste tipo: a licença prévia, que foi concedida ainda no ano passado, a licença de instalação e a licença de operação. A licença prévia concedida tinha como condição para o prosseguimento do processo o cumprimento de 40 condicionantes - ambientais, sociais e de infra-estrutura. Entendemos que não se pode conceder licença para instalação do canteiro de obras se ainda não se sabe sobre o cumprimento das condicionantes", explicou Cazzeta. Ele afirma, ainda, que não existe na legislação brasileira a possibilidade de concessão de licença de instalação em partes. "A licença de instalação é uma só. Não se pode conceder licença só para o canteiro de obras." Continua
SÃO PAULO - O Ibama autorizou nesta quarta-feira, 26, ao consórcio Norte Energia, responsável pela obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), a implantar a infraestrutura necessária para a instalação do canteiro de obras do empreendimento. A licença, chamada de "autorização de supressão de vegetação", foi assinada nesta quarta pelo presidente substituto do Ibama, Américo Ribeiro Tunes, e está disponível no site da instituição. Com ela, o consórcio poderá fazer todo o procedimento de acampamento, canteiro industrial e área de estoque de solo e madeira.
A licença permite a supressão de 238,1 hectares de vegetação. Deste total, 64,5 hectares estão em Área de Preservação Permanente (APP). A autorização vale por 360 dias, a partir de hoje, e estabelece uma série de condições que deverão ser observadas pelos empreendedores, sob o risco de cancelamento da licença. Continua
BRASÍLIA - A partir desta quarta-feira, 26, os profissionais de saúde e os estabelecimentos públicos de ensino estão obrigados a notificar as secretarias municipais ou estaduais da Saúde sobre qualquer caso de violência doméstica ou sexual que atenderem ou identificarem.
A obrigatoriedade consta da Portaria nº 104 do Ministério da Saúde, publicada nesta quarta no Diário Oficial da União, texto com o qual o ministério amplia a relação de doenças e agravos de notificação obrigatória.
Atualizada pela última vez em setembro de 2010, a Lista de Notificação Compulsória (LNC) é composta por doenças, agravos e eventos selecionados de acordo com critérios de magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de controle e compromissos internacionais com programas de erradicação, entre outros fatores.
Com a inclusão dos casos de violência doméstica, sexual e outras formas, a relação passa a contar com 45 itens. Embora não trate especificamente da violência contra as mulheres, o texto automaticamente remete a casos de estupro e agressão física, dos quais elas são as maiores vítimas. A Lei 10.778, de 2003, no entanto, já estabelecia a obrigatoriedade de notificação de casos de violência contra mulheres atendidas em serviços de saúde públicos ou privados.
Responsável pelas delegacias da Mulher de todo o Estado de São Paulo, a delegada Márcia Salgado acredita que a notificação obrigatória dos casos de violência, principalmente sexual, vai possibilitar o acesso das autoridades responsáveis a números mais realistas. De acordo com Márcia, os casos de agressão contra a mulher não tinham de ser obrigatoriamente notificados às autoridades policiais. Continua
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JERUSALÉM - O Google apresentou nesta quarta-feira, 26, em Tel Aviv, um novo sistema que facilita o acesso aos arquivos fotográficos e documentários do Museu do Holocausto, o Yad Vashem, em Jerusalém.
O novo sistema, chamado Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR, da sigla em inglês), foi apresentado pelo diretor do Museu do Holocausto, Avner Shalev, e o diretor executivo da Google em Israel, Yossi Matias.
Os dois reforçaram a importância da iniciativa, anunciada na véspera do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, para que seja lembrado o massacre de 6 milhões de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Em entrevista coletiva, Shalev explicou que um dos objetivos da instituição que preside "é a busca de formas inovadoras para que a enorme quantidade de informação de nossos arquivos esteja acessível a um público cada vez maior".
O diretor ainda afirmou que nesse empenho "o Google é um parceiro que vai nos ajudar a chegar às novas gerações, a um público jovem". "Trabalhamos para levar à rede a herança cultural e a história do mundo", comentou Matias.
Em uma primeira fase, o novo sistema permitirá o acesso em alta resolução de 130 mil fotografias de vítimas do massacre nazista, que podem ser localizadas através dos arquivos do Museu do Holocausto.
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Na violência entre casais, frequentemente, a mulher é a vítima, é o que mostra os trabalhos realizados por instituições governamentais e outras entidades que se debruçam sobre o estudo do tema. Porém, quando essa violência é estratificada por idade, percebe-se que entre a faixa de jovens, de 15 a 19 anos, de ambos os sexos, desempenham o papel de agressor e de vítima ao mesmo tempo, como mostra pesquisa feita na Fiocruz Pernambuco. Diferente da maioria dos estudos existentes, no qual a violência é pesquisada apenas tendo um dos sexos como agressor ou vítima, o estudo Perpetração da violência sexual entre namorados adolescentes em Recife – PE: prevalência, padrão de direcionalidade e fator de associação abordou a mutualidade da violência entre casais de namorados.
O toque forçado caracteriza violência sexual (Foto: Fabíola Tavares) |
A pesquisa considerou como violência sexual ações que vão desde a insinuação, passando eplo toque forçado, até o estrupo. A violência sexual foi um ato assumido por 67,3% dos 290 jovens namorados que participaram do estudo, como já cometido por ambos os parceiros. No entanto, quando as ações são praticadas apenas por um dos namorados, vê-se que, isoladamente, os rapazes agridem mais (23,7%) do que as garotas (9%). Continua
Câmeras de TVs capturaram os diversos ângulos da tragédia que se abateu sobre a região serrana do Rio de Janeiro. As imagens do alto e de baixo mostravam cenas de destruição e pessoas desesperadas. Casas, vidas e projetos de futuro arrastados montanha abaixo pelas chuvas de janeiro. Chuvas que desde o final de semana passado traziam dor e sofrimento aos moradores mais pobres de municípios da Grande São Paulo.
As esperadas tragédias de janeiro, neste ano, ganharam uma dimensão diferente. Não ficaram circunscritas aos lugares distantes, lá nas periferias onde pobres constroem suas precárias habitações em várzeas e margens de rios. As águas derrubaram casas luxuosas em cenários nos quais se desenvolve uma indústria turística requintada, destinada ao consumo conspícuo da burguesia e da classe média alta. A lama que varreu do mapa as casas mais vulneráveis, mas também adentrou as pousadas e hotéis de luxo da região serrana fluminense. Às mortes dos que, destituídos de identidade, tornam-se números nas estatísticas oficiais, somaram-se àquelas de pessoas com nome, sobrenome e vinculação com empresas e instituições que formatam o poder no país.
Por um momento, na inenarrável dor da perda, parecemos mais próximos. O bolo amargo que teima em não descer pela garganta de cada um de nós, cada vez que revemos as cenas de destruição, pareceu germinar uma solidariedade para além das classes sociais. E isso não seria pouco em um país no qual, normalmente, como aponta-nos o sociólogo Jessé Sousa, o valor da vida humana é maior ou menor dependendo do estrato social a que o indivíduo pertence. Continua
Novo presidente da Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, que também será responsável pela gestão de políticas de leitura, pretende estimular a produção de obras mais baratas e sonha com livrarias populares
Fazer do livro um artigo acessível a todos é a grande meta do jornalista e escritor Galeno Amorim. Confirmado na última sexta-feira como novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Amorim vai administrar a distribuição de obras para seis mil unidades públicas gerenciadas por prefeituras, além de traçar os rumos da oitava maior biblioteca do mundo em acervo.
Ex-secretário de Cultura de Ribeirão Preto e com passagens pelo governo Lula, inclusive na FBN, ele foi incumbido pela ministra Ana de Hollanda de preparar o terreno para a criação do Instituto Nacional de Livro e Leitura. Para isso, num primeiro momento ele vai acumular a gestão dos acervos das bibliotecas com as elaborações de políticas públicas para o setor.
Entre suas metas, Amorim pretende criar um mecanismo de incentivo para que as editoras apostem em livros populares, mais baratos, a fim de alcançar os consumidores das classes C, D e E.
Em entrevista ao Globo, ele expôs sua visão sobre direito autoral e acesso à leitura, e disse imaginar uma livraria popular nos moldes das farmácias populares.
- Quais serão as prioridades de sua gestão à frente da Biblioteca Nacional?
Eu gostaria de acelerar o processo de inserção da Biblioteca Nacional no cenário brasileiro e também no cenário internacional. E, em outra ponta, gostaria de fortalecer o Plano Nacional do Livro e Leitura, de forma a ampliar o acesso ao livro e aumentar o índice de leitura no Brasil, que hoje é de 4,7 obras lidas por habitante por ano.
- Como ampliar esse acesso?
É possível buscar com o setor privado a criação de um livro popular. Seria um livro mais barato, sobretudo para esse novo leitor que vem das classes C, D e E. A principal forma de acesso ao livro é via biblioteca pública. Mas, ao mesmo tempo, é preciso criar condições para as pessoas poderem comprar um livro mais barato. Isso é importante para o leitor, que aumenta suas possibilidades; para as editoras, que recuperam produtos fora de catálogo e podem criar subprodutos; para o autor, que pode ampliar a quantidade de exemplares; e também para as livrarias, que podem oferecer um produto diferenciado. Pode, por exemplo, haver uma livraria popular, como são as farmácias populares. Continua
Os acontecimentos dos últimos dias envolvendo o drama das pessoas nos alagamentos em São Paulo, Minas Gerais e especialmente no Rio de Janeiro são o retrato de mais uma crônica de tragédia anunciada que, ao que tudo indica, infelizmente, se repetirá no ano que vem, assim como já aconteceu no ano passado, no anterior, no anterior etc. Um longo etecetera de catástrofes, que poderiam ter sido evitadas.
Como é que o agente público, tão eficiente para multar e cobrar, não consegue sequer prever a quantidade de chuvas que cairá? Como é que não obtém antecipadamente a medida da quantidade de água de uma represa e quanto ela ainda poderia suportar nos dias seguintes? Como é que não enxerga a ocupação desordenada de áreas de risco? Continua
Os municípios da região serrana do Rio atingidos pelas chuvas que já causaram mais de 790 mortes devem se preparar para enfrentar uma verdadeira “epidemia de problemas mentais”. A perda de parentes e amigos vai deixar marcas que levarão meses, até anos para, cicatrizar. O alerta é da psicóloga Katrina Pereira, que trabalha no Hospital Pedro Ernesto, no Rio. Desde os primeiros dias da catástrofe, ela se transferiu para Nova Friburgo, onde está atuando como voluntária no hospital de campanha da Marinha.
“A nossa cidade vai sofrer com a saúde mental durante muito tempo e vai precisar de um suporte. Os lutos patológicos vão ser grandes, porque muitas pessoas não conseguiram sequer enterrar seus familiares. Então, fica aquela esperança de que podem estar em algum hospital, que tenham sido socorridos. Outros conseguiram enterrar, mas foi de uma forma tão rápida que nem elaboraram ainda essa perda“, explicou a psicóloga.
Katrina Pereira alertou também para um possível aumento de casos de suicídio, que deve ser detectado com antecedência por uma rede de atendimento público. “Haverá aumento nos casos de depressão e riscos de suicídio e a cidade vai ter que acordar para isso. Perder filhos, mulher, perder tudo, acaba ficando sem sentido para a vida.”
Segundo ela, também haverá mais incidência de doenças físicas como pressão alta, diabetes e úlceras, decorrentes de problemas psicológicos. Outros buscarão nas drogas e no alcoolismo uma fuga para a dor das perdas.
Ela explica que cada indivíduo vai trabalhar de forma diferente essas perdas e que, nesse momento, é importante que se fortaleça a rede de relacionamentos em torno da pessoa atingida pela tragédia, seja de vizinhos, colegas de trabalho ou amigos. Só agora, alerta a psicóloga, passados mais de dez dias da tragédia é que as pessoas vão realmente acordar para o que aconteceu.
“Depois que ela [vítima] sair da fase aguda [da crise psicológica], é preciso fazer um trabalho para que se crie novamente esperança para reconstruir uma casa, para ir atrás de uma vida melhor, de um novo emprego, de uma nova família. Não vai apagar essa dor que ficou. A saudade vai se estender, mas existe vida pela frente. Cada um vai encontrar um motivo próprio para encarar e superar tudo isso”, assegurou a psicóloga com otimismo. Continua
Falta de recursos financeiros deixa de ser a principal reclamação. Dificuldades para compra e importação de insumos obrigam cientistas a mudar definição inicial de projetos
Na quarta-feira, o biólogo brasileiro Stevens Rehen encontrou à venda na internet um meio de cultura para células-tronco. Por 73 libras esterlinas (cerca de R$ 195), qualquer internauta pode adquirir 500 mililitros do produto, licenciado por uma universidade americana e comercializado por uma firma inglesa.
Na embalagem, não há qualquer indicação de que o substrato custou três anos de pesquisa e vários dissabores para Rehen, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) responsável pela primeira linhagem brasileira de células de pluripotência induzida. Infelizmente, as vendas no site não renderão ao País um único centavo.
Sua história ilustra bem a frustração de muitos pesquisadores brasileiros. Satisfeitos com o aumento das verbas públicas destinadas à ciência, ainda se debatem com uma burocracia kafkiana - como a define Rehen - e uma imensa dificuldade para transformar descobertas de bancada em produtos. Continua
Dilúvio. Capela de Santo Antônio, em Nova Friburgo, dia 21: 'Precisamos estar preparados para um número cada vez maior de tragédias relacionadas a mudanças climáticas' |
Rubbish! É a resposta - em bom inglês - do biogeógrafo americano Jared Diamond para a pergunta sacada com frequência pelos "céticos do clima" no afã de congelar o debate ambiental: o aumento da temperatura do planeta, ao qual se atribui a intensificação dos ciclos de calor e frio testemunhada hoje por toda a parte, pode ser o resultado de um ciclo natural da Terra? Rubbish - lixo, besteira. "A ideia de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje são naturais é tão ridícula quanto a que nega a evolução das espécies", fustiga o autor de Colapso (Record, 2005), um tratado multidisciplinar de 685 páginas na edição brasileira que analisa as razões pelas quais grandes civilizações do passado entraram em crise e virtualmente desapareceram. E a questão assustadora que emerge de seu olhar sobre as ruínas maias, as estátuas desoladoras da Ilha de Páscoa ou os templos abandonados de Angkor Wat, no Camboja, é: será que o mesmo pode acontecer conosco?
A resposta de Diamond, infelizmente, é sim. Ganhador do Prêmio Pulitzer por sua obra anterior, Armas, Germes e Aço (Record, 1997), em que focaliza as guerras, epidemias e conflitos que dizimaram sociedades nativas das Américas, Austrália e África, o cientista americano há anos nos adverte sobre os cinco pontos que determinaram a extinção de civilizações inteiras. O primeiro, é a destruição de recursos naturais. O segundo, mudanças bruscas no clima. O terceiro, a relação com civilizações vizinhas amigas. O quarto, contatos com civilizações vizinhas hostis. E, o quinto, fatores políticos, econômicos e culturais que impedem as sociedades de resolver seus problemas ambientais. Salta aos olhos em sua obra, portanto, a centralidade que tem a ecologia na sobrevivência dos povos.
Foi na semana subsequente à pior catástrofe natural da história do País, na região serrana do Rio de Janeiro - a mesma em que um arrepiante tornado surgiu nos céus de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense -, que Jared Diamond falou por telefone ao Aliás. Às vésperas do lançamento no Brasil de um de seus primeiros livros, O Terceiro Chimpanzé (1992), o professor de fisiologia e geografia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, fala das providências cruciais que o ser humano deverá tomar nos próximos anos para garantir sua existência futura. Diz que as elites políticas, seja nos EUA, na Europa, nos países pobres e nos emergentes, tendem a tomar decisões pautadas pelo retorno em curto prazo - até um ponto em que pode não haver mais retorno. Avalia que o Brasil dos combustíveis verdes tem sido "uma inspiração para o mundo", mas também um "mau exemplo" na preservação de suas florestas tropicais. E fala da corrida travada hoje, cabeça a cabeça, entre "o cavalo das boas políticas e aquele das más", que vai determinar o colapso ou a redenção das nossas próximas gerações. Continua
A foto acima exibe imagem captada nas dependências da UnB em julho de 2010. Depois de atravessar o stress do vestibular, os calouros foram submetidos ao trote. Deu-se num curral assentado atrás do Centro Acadêmico de Agronomia, sob o comando de estudantes veteranos.
Com as testas encostadas na extremidade superior de cabos de vassoura, os novatos rodaram até ficar tontos. Alguns levaram palmadas. Zonzos, meteram-se numa “piscina” em que se misturavam lama, restos de vegetais, folhas, galhos e lixo.
Foi apenas uma das passagens da temporada de trotes de 2010. Houve mais. As boas-vindas aos calouros oscilaram entre a humilhação e a homofobia. Desde então, a cúpula da UnB discute o que fazer para evitar a reiteração das práticas. Continua
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Repetição básica:
Para mim isso é conivência com a delinquência!
Adelidia Chiarelli
Escorre pelos escaninhos do Congresso Nacional uma enxurrada de projetos sobre desastres naturais. No Senado, há 48. Na Câmara, 40.
A torrente de projetos revela a repetição no Legislativo de uma tragédia comum ao Poder Executivo: a lamentação depois do fato.
Com uma diferença: no Legislativo a lamúria é mais inútil e irracional. Onde há 88 projetos anti-desastres não há nenhum.
A ação legislativa gira no ritmo do ciclo das chuvas. Começa-se a debater os efeitos das forças da natureza enquanto são contados os corpos do penúltimo desastre.
Depois, os protocolos das duas Casas do Parlamento são inundados de proposições. Algumas sugerem coisas definitivas sem definir muito bem as coisas.
Numa terceira fase, os projetos vão às comissões. Ali, dormitam nas gavetas até o surgimento da tragédia seguinte, que reaquece a atmosfera congressual.
O desastre da região serrana do Rio de Janeiro pegou o Congresso em pleno recesso. Decidiu-se não privar o noticiário da habitual reação pós-fato. Continua
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FEIRA DE SANTANA, Bahia - Apenas seis meses depois de entregues as chaves, o primeiro empreendimento do Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias de baixa renda tornou-se uma espécie de assentamento urbano com comércio ilegal de apartamentos e abandono dos imóveis por falta de pagamento das prestações de R$ 50, colocando em xeque o programa xodó da presidente Dilma Rousseff. Continua
Comprador de um dos apartamentos do Nova Conceição é proprietário de uma picape de luxo, último modelo
Via Estadão
Por Edna Simão e Tiago Décimo
21.01.2011
A debandada das famílias de baixa renda pressionadas pelas cobranças da Caixa Econômica Federal (CEF) começa a mudar o perfil do Residencial Nova Conceição. O cenário antes de apartamentos simples e de gente sem bens contrasta com a picape Nissan Frontier bege metálica, último modelo, estacionada na alameda A, à entrada do conjunto. O valor de mercado do veículo (modelo 2011) oscila entre R$ 90 mil e R$ 121 mil.
O proprietário do automóvel, um comerciante identificado apenas por "Cigano" no conjunto, que teria como principal negócio a venda de colchões, é pouco conhecido no condomínio. Segundo os relatos, ele não conversa com os vizinhos e prefere não ser abordado. Continua
Cartas de amor - F. Pessoa / Voz: M. Bethânia
Mundo - Drummond / Voz: Drummond
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