domingo, 23 de janeiro de 2011

Burocracia ainda é um dos principais entraves à pesquisa científica no País

Via Estadão
Por Alexandre Gonçalves
23.01.2011

Falta de recursos financeiros deixa de ser a principal reclamação. Dificuldades para compra e importação de insumos obrigam cientistas a mudar definição inicial de projetos

Na quarta-feira, o biólogo brasileiro Stevens Rehen encontrou à venda na internet um meio de cultura para células-tronco. Por 73 libras esterlinas (cerca de R$ 195), qualquer internauta pode adquirir 500 mililitros do produto, licenciado por uma universidade americana e comercializado por uma firma inglesa.

Na embalagem, não há qualquer indicação de que o substrato custou três anos de pesquisa e vários dissabores para Rehen, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) responsável pela primeira linhagem brasileira de células de pluripotência induzida. Infelizmente, as vendas no site não renderão ao País um único centavo.

Sua história ilustra bem a frustração de muitos pesquisadores brasileiros. Satisfeitos com o aumento das verbas públicas destinadas à ciência, ainda se debatem com uma burocracia kafkiana - como a define Rehen - e uma imensa dificuldade para transformar descobertas de bancada em produtos. Continua