21.01.2011
Escorre pelos escaninhos do Congresso Nacional uma enxurrada de projetos sobre desastres naturais. No Senado, há 48. Na Câmara, 40.
A torrente de projetos revela a repetição no Legislativo de uma tragédia comum ao Poder Executivo: a lamentação depois do fato.
Com uma diferença: no Legislativo a lamúria é mais inútil e irracional. Onde há 88 projetos anti-desastres não há nenhum.
A ação legislativa gira no ritmo do ciclo das chuvas. Começa-se a debater os efeitos das forças da natureza enquanto são contados os corpos do penúltimo desastre.
Depois, os protocolos das duas Casas do Parlamento são inundados de proposições. Algumas sugerem coisas definitivas sem definir muito bem as coisas.
Numa terceira fase, os projetos vão às comissões. Ali, dormitam nas gavetas até o surgimento da tragédia seguinte, que reaquece a atmosfera congressual.
O desastre da região serrana do Rio de Janeiro pegou o Congresso em pleno recesso. Decidiu-se não privar o noticiário da habitual reação pós-fato. Continua
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