terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Apenas 12% dos brasileiros sabem nome de cientista

JC e-mail 4174, de 10 de Janeiro de 2011.
Apenas 12% dos brasileiros sabem nome de cientista


Apesar do aumento de interesse declarado por ciência, poucos conhecem pesquisador ou instituição científica. Enquete do governo que consultou 2.016 pessoas também mostra que a maioria não frequenta museus de ciências

Não é só por bola de futebol que o brasileiro se interessa, mas também por pipetas e microscópios. Pelo menos é isso o que sinaliza uma pesquisa do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia). De acordo com os dados, o brasileiro está mais interessado em ciência e tecnologia do que estava em 2006 e o interesse declarado (ou seja, o que a pessoa afirma ter) já supera até o tema "esportes".

No entanto, apenas 12% dos entrevistados conseguem citar o nome de um cientista brasileiro e só 18% sabem mencionar de cabeça uma instituição científica.

Quem consegue nomear está na parte mais rica da população. "Isso mostra que o Brasil ainda é uma país extremamente desigual", analisa o físico Ildeu de Castro Moreira, coordenador do trabalho.

E os cientistas mais citados são Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. "Praticamente ninguém menciona cientistas sociais, sendo que o Brasil têm nomes importantíssimos como Paulo Freire e Gilberto Freyre", completa.

A pesquisa consultou 2.016 brasileiros com objetivo de investigar as atitudes e percepções dos brasileiros sobre a ciência e tecnologia. O trabalho dá continuidade a uma investigação similar realizada em 2006.

Resultados

A amostra foi desenhada de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de modo que os resultados possam ser projetados para o que o brasileiro "médio" pensa sobre vários temas.

O nível de interesse em ciência e tecnologia aumentou significativamente desde 2006. O número de interessados ou muito interessados no tema subiu de 41% para 65% dos respondentes.

Em meio ambiente, o interesse disparou de 58% para 83% no mesmo período - empatando com o gosto por medicina e saúde. Para o coordenador do trabalho, o resultado condiz com o momento atual de preocupações ambientais no mundo e no Brasil - especialmente na Amazônia. Continua


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