GIULIANA MIRANDA
SABINE RIGHETTI
08.09.2010
A indústria farmacêutica está novamente no centro de um escândalo. Documentos confidenciais da gigante Wyeth --hoje incorporada à Pfizer-- mostram que a companhia sistematicamente plantava artigos favoráveis a seus medicamentos em periódicos científicos.
O caso mais emblemático é o do remédio Prempro, usado para reposição hormonal em mulheres na menopausa. Nos EUA, o produto gerou uma ação pública, movida por 14 mil pessoas, que acusam a droga de aumentar o risco de câncer de mama.
Para garantir opiniões positivas sobre a substância, a Wyeth pagava para empresas especializadas produzirem textos que ressaltassem suas qualidades --algumas não comprovadas-- e escondessem efeitos colaterais, como casos de câncer.
O material pronto era oferecido a pesquisadores "de verdade", que assinavam como autores do trabalho.
Essas "pesquisas" eram submetidas a diversos periódicos científicos, que publicavam o material como se fosse independente. Alguns acabaram em veículos renomados, como a "Archives of Internal Medicine". Continua