JC e-mail 4100, de 21 de Setembro de 2010.
Nossas universidades e a educação nacional, artigo de Lighia B. Horodynski-Matsushigue e Otaviano Helene
"Na época de guindar novos sujeitos a postos de mando, a comunidade educacional e os eleitores deveriam preocupar-se em garantir, nos postos executivos e nos legislativos, federais e estaduais, representação da sociedade que tenha clareza sobre as necessidades prementes na área da educação"
Lighia B. Horodynski-Matsushigue é professora aposentada do Instituto de Física da USP e foi vice-presidente da regional São Paulo do Andes-SN; Otaviano Helene é professor no Instituto de Física da USP e ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Artigo publicado no "Correio Braziliense":
Se há algo tão previsível quanto as fases da lua, são as promessas em ano eleitoral. De candidatos a prefeito a candidatos a presidente da República, passando por candidatos aos legislativos das diferentes esferas da União, todos prometem melhorar as oportunidades educacionais com qualidade, mesmo que, de fato, isso nem seja de sua alçada.
Este ano, por óbvio, não é diferente. Pena, contudo, que, após tantos anos de promessas, a realidade seja outra: o Brasil colocado nos últimos lugares em comparações internacionais sobre o ensino básico; jovens saindo do ensino médio sem as mínimas condições de entenderem o conteúdo de um texto de dificuldade pequena; falta de professores nesse nível de ensino, em especial nas áreas de cunho científico; milhares de mestres e doutores desempregados, embora haja "universidades" sem doutor; isso sem considerar que a oferta de oportunidades educacionais está muito aquém da necessária à boa formação da juventude brasileira, conforme verificado por todos os dados disponíveis. Continua