quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Para reduzir mensalidade, faculdades superlotam classes e laboratórios

Via Estadão, há 404 dias sob censura
Por Luciana Alvarez
Imagem Leonardo Soares/AE
07.09.2010

Educação. Em busca dos estudantes da classe C, instituições particulares adotam modelo de curso de graduação mais barato. Com um número maior de pessoas por sala de aula, é possível diminuir gastos com infraestrutura e professores. Formato divide alunos


O ingresso de estudantes da classe C no ensino superior brasileiro está levando muitas universidades e faculdades particulares a investir num modelo econômico de curso, que associa mensalidades reduzidas com classes muito grandes, formadas em geral por mais de 100 alunos.

A estratégia permite que as instituições fechem as contas no azul, mesmo cobrando mensalidades entre R$ 300 e R$ 500. Com salas maiores, caem os gastos com infraestrutura e, principalmente, o investimento em corpo docente - quanto maiores são as turmas, menos professores são necessários.

O modelo, porém, é polêmico. Alguns alunos aprovam, pela vantagem da mensalidade mais barata. Outros reclamam da bagunça nas aulas, da dificuldade para ouvir os professores, da pouca atenção para cada aluno e da falta de condições apropriadas em laboratórios.

Ao entrar em Educação Física da Universidade Paulista (Unip) no ano passado, Carolina Paiva, de 21 anos, não imaginava que a quantidade de colegas de sala representaria uma barreira ao aprendizado. No laboratório de anatomia, os mais de 100 alunos tinham de se espremer em volta do professor e do único exemplar de corpo.
Continua