Por Jamil Chade, correnspondente em Genebra, Lourival Sant?Anna,
enviado especial em Porto Príncipe
Desabrigados serão levados para o interior e ficarão em 'cidades improvisadas'; objetivo é aliviar pressão sobre ONGs
ABRIGO - Menina brinca em acampamento improvisado em Porto Príncipe: ONU adverte para o risco de doenças nos campos que não têm proteção, água ou higiene básica
Diante das dificuldades de socorrer um país arrasado pelo terremoto do dia 12, o governo do Haiti prepara-se para dar início a uma megaoperação para levar 400 mil pessoas para o interior e criar "cidades improvisadas" - eufemismo para acampamentos de desabrigados -, cada uma para acomodar cerca de 10 mil pessoas em tendas.
O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Paul Antoine Bienaimé, em um novo plano em conjunto com as agências internacionais para evitar a proliferação de doenças em Porto Príncipe. A iniciativa é uma tentativa de dar uma resposta às críticas de que o sistema de distribuição de alimentos e remédios não está funcionando. A ONU estima que terá de alimentar cerca de 2 milhões de desabrigados pelo terremoto por cerca de seis meses (leia quadro).
A esperança é a de que esses novos acampamentos ou "cidades" aliviem a pressão contra o governo e as agências internacionais de ajuda humanitária. Segundo informações da ONU, um batalhão do Brasil está erguendo um campo de desabrigados no bairro de Croix des Bouquets, a 13 quilômetros da capital, que poderia abrigar temporariamente até 30 mil pessoas. O objetivo no médio prazo é construir casas no local com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Estimativas da ONU apontam que cerca de metade dos edifícios de Porto Príncipe foi destruída ou gravemente danificada. Continua
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