segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Imagens realistas rompem com a tradição

Via Estadão, há 171 dias sob censura - Por Phillip Kennicott - 18.01.2010

Mídia divulga fotos sobre o Haiti mais vívidas que as dos últimos desastres e as atuais guerras

THE WASHINGTON POST

As imagens que chegam do Haiti são mais fortes que as de desastres naturais recentes e das guerras em curso. Não está claro se isso reflete a magnitude e proximidade do desastre ou alguma mudança na disposição dos meios de comunicação de apresentar, com exatidão, o horror da devastação no país.

Ou será o Haiti uma exceção? Haverá algo na condição essencial do país e de seu povo que autorize a nova licença da mídia? As convenções usuais de mais sugerir que exibir traumas parece ter se esvaziado. Corpos cobertos de poeira e argamassa, mortos empilhados nas ruas sem lençóis para ocultá-los ? essas são violações do código não escrito de que a morte só pode ser vista, na etiqueta estabelecida da mídia dominante, por analogia ou metáfora.

Na sexta-feira, o Washington Post exibiu a foto de uma garota com o torso esmagado sob o peso do concreto. O New York Times exibiu a de um homem morto numa maca improvisada, coberto pela poeira branca que faz os corpos ? vivos ou mortos ? parecerem esculturas. Continua

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