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haveria mobilização antiterremoto?
Embora deva oferecer pouco conforto às vítimas do terremoto no Haiti, a sismologia vem fazendo algum progresso na busca de uma descoberta definitiva que permitirá prever catástrofes pavorosas como a de terça-feira. Estudos de eventos ultralentos nas profundezas da terra, chamados tremores não vulcânicos, mostram indícios vagos, porém promissores, de que algum dia o mesmo tipo de sinais subterrâneos que nos ajudam a prever quando um vulcão está prestes a entrar em erupção talvez nos advirta sobre a nucleação - o início explosivo - de um terremoto, fenômeno até agora imprevisível.
Os estudos mais interessantes estão sendo realizados, a um custo muito alto, em Parkfield, na Califórnia (um pouco ao norte da encruzilhada onde James Dean morreu num acidente de carro, há quase 55 anos). Nesse lugar foi feita uma profunda perfuração diretamente na falha de San Andreas, que se estende por 1.480 quilômetros ao longo da junção entre as placas tectônicas da América do Norte e do Pacífico. Pesquisadores de instituições acadêmicas e do governo à frente desse programa de perfuração procuram descobrir o que acontece no ponto preciso de contato entre as duas placas. Parece bastante provável que os tremores não vulcânicos - mesmo os de baixo impacto, porém mensuráveis -, detectados em perfurações profundas feitas sob a falha de San Andreas, estejam de algum modo associados aos terremotos destrutivos que ocorrem a profundidades menores, ou seja, acima deles. O que os cientistas gostariam de determinar é se seria possível distinguir a assinatura de um tremor não vulcânico na crosta profunda, antes da ocorrência de um grande terremoto em um ponto muito acima, de forma a poder emitir algum sinal de alerta. Continua
Sobre o Big One e a Falha de San Andreas leia aqui e aqui.