sábado, 16 de janeiro de 2010

Nossa embaixatriz: notas sobre a atuação diplomática

Via Blog Pesquisadores da Unicamp no Haiti - 16.01.2010
Trecho da matéria:

"[...] Aos poucos, enquanto sua proeminente testa e suas bochechas se enchiam de suor, ela discorreu sobre grandes temas, aliando ciência, religião e política de maneira única. Em poucos minutos, a embaixatriz do Brasil no Haiti explicou por que um rabino, as placas tectônicas, seu marido, os mortos e o Brasil eram interdependentes.

Ela não nos perguntou nada. Não sabia quem éramos, ou o que fazíamos aqui. Quando soube que de um grupo da Unicamp se tratava, não titubeou: “A EMBAIXADA NÃO TEM NENHUM COMPROMISSO COM A UNICAMP. O EMBAIXADOR PROIBIU QUE FOSSEM HOSPEDADOS EM NOSSAS DEPENDÊNCIAS. ELE É O EMBAIXADOR, ELE MANDA; SE HOSPEDAMOS VOCÊS TEMOS QUE HOSPEDAR TODOS”.

E seguiu, com pérolas: “A EMBAIXADA NÃO VAI EVACUAR NINGUÉM PORQUE EU NÃO VOU SAIR DAQUI. VOCÊS DEVEM VOLTAR PARA O BRASIL COMO VIERAM. VOCÊS SABEM ONDE FICA O AEROPORTO, COMPREM PASSAGEM; VOCÊS SABEM ONDE FICA A RODOVIÁRIA, DE LÁ SAEM ÔNIBUS PARA A REPÚBLICA DOMINICANA”. E prosseguiu com a máxima: “NÃO TEMOS NENHUMA RESPONSABILIDADE SOBRE VOCÊS. VOCÊS ESTAVAM NO LUGAR ERRADO NA HORA ERRADA, SINTO MUITO”.

Poderíamos reproduzir detalhes de suas observações sobre a situação atual do Haiti ou sobre a política haitiana. Não o fazemos porque, com franqueza, sentimos vergonha alheia. Seu auto-centramento e sua falta de sensibilidade quanto aos impasses vividos pelos haitianos não fizeram nada além de nos constranger: ela pode ocupar a posição que ocupa? [...]" Matéria completa AQUI!


Veja também a matéria: Estudantes acusam embaixatriz de negar abrigo no Haiti , publicada pelo Portal Terra, onde se lê: "O Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar as afirmações postadas no blog. Segundo a assessoria, a embaixatriz não é uma funcionária da embaixada e que, mesmo assim, estaria trabalhando de forma voluntária para ajudar a todos que buscam por socorro.

"O que se sabe é que a embaixatriz, apesar de não ser funcionária, está trabalhando de forma abnegada desde que aconteceu o terremoto. Esse relato é surpreendente, porque bate de frente com outras informações que recebemos, que dão conta de que ela estaria com boa vontade de ajudar", afirmou a assessoria de imprensa do MRE""