quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Rotina desastrosa



JC e-mail 3937, de 26 de Janeiro de 2010.
Rotina desastrosa


Grupo de pesquisadores da UFSCar lança livro Sociologia dos Desastres. Segundo eles, tragédias se repetem porque Brasil não tem cultura de prevenção e proteção civil contra desastres

A cada ano, em períodos de chuvas mais intensas, repetem-se pelo Brasil as cenas de tragédias provocadas por enchentes e deslizamentos de terra. Esses desastres periódicos são, muitas vezes, indevidamente atribuídos apenas à intensidade dos fenômenos naturais. No entanto, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), um grupo de especialistas no tema adota uma perspectiva mais crítica: os desastres são recorrentes no país por falta de uma cultura de prevenção e proteção civil.

Essa é uma das principais conclusões do livro Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil, lançado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (Neped), do Departamento de Sociologia da UFSCar. A obra é fruto dos estudos realizados no núcleo desde 2003 e reúne artigos de 12 especialistas diferentes.

Organizado pela coordenadora do Neped, Norma Valêncio, e pelos pesquisadores Mariana Siena, Victor Marchezini e Juliano Costa Gonçalves, o livro tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Defesa Civil.

De acordo com Mariana, o foco do grupo é a relação entre desastres, direitos humanos, defesa civil e dimensões políticas e institucionais. "Estudamos também as dimensões psicossociais dessa associação. Para isso, trabalhamos com entrevistas in loco, por exemplo, com moradores que perdem suas casas em desastres", disse Mariana à Agência Fapesp. Continua