sábado, 4 de dezembro de 2010

China proíbe que críticos do regime deixem país

Via Estadão, há 491 dias sob censura
Por Cláudia Trevisan
04.12.2010


O governo chinês proibiu que críticos do regime de Pequim deixem o país em razão do temor de que eles participem da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2010, no dia 10. O vencedor, anunciado há dois meses, é o dissidente Liu Xiaobo, condenado a 11 anos de prisão sob acusação de subversão.

A mais recente "vítima" da ofensiva oficial foi o artista plástico Ai Wei Wei, impedido ontem de embarcar em um voo para Seul, capital da Coreia do Sul. No dia anterior, o economista Mo Yushi, de 80 anos, foi barrado no aeroporto quando tentava ir para Cingapura.

"Isso me lembra a Revolução Cultural. Eu sou impedido de ir ao exterior e eles me dizem que é pela segurança nacional. É a mesma lógica", afirmou Mo. Cerca de dez ativistas já haviam sido impedidos de deixar o país nas últimas semanas.

A premiação de Liu enfureceu Pequim, que deu início a uma ofensiva global para esvaziar a cerimônia, com ameaças de retaliação aos países que enviarem representantes a Oslo. Rússia, Cuba, Marrocos e Iraque estão entre as nações que recusaram o convite para o evento.

Na quinta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Jiang Yu, afirmou que Liu é um criminoso, condenado nos termos da legislação do país.

Desde o anúncio da premiação, as autoridades de Pequim aumentaram a vigilância sobre críticos que poderiam participar do evento e colocaram alguns deles em prisão domiciliar. A mulher de Liu Xiaobo, Liu Xia, está confinada em seu apartamento em Pequim sob constante vigilância policial. Continua


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