07.12.2010
Reportagem do site Slate consultou especialistas que reprovaram estudo.
Material avaliado poderia ter adquirido o elemento químico por acidente.
Uma reportagem publicada nesta terça-feira (7) no site Slate traz críticas de cientistas ao estudo divulgado pela Nasa na última quinta-feira sobre uma bactéria que consegue viver com o elemento químico arsênio em seu DNA. O anúncio repercutiu na imprensa mundial pelo fato de todas as formas de vida até então conhecidas serem baseadas principalmente na combinação de apenas seis átomos básicos: carbono (C), hidrogênio (H), nitrogênio (N), oxigênio (O), fósforo (P) e enxofre (S).
Para a professora de microbiologia Rosie Redfield, da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, o trabalho denominado "Uma bactéria que consegue crescer usando arsênio em vez de fósforo" é "sem sentido". "Fiquei impressionada com o nível ruim de ciência do artigo", disse ao site. Ela pretende escrever uma carta à revista "Science", que publicou o estudo, formalizando suas queixas.
Para o microbiologista Forest Rohwer, da Universidade Estadual de San Diego (EUA), especialista em novas espécies de bactérias e vírus em recifes de corais, a descoberta seria interessante, se fosse confiável. "Nenhum dos argumentos foi muito convincente", disse o cientista. Já Shelley Copley, da Universidade de Colorado, vai mais longe. "O artigo não deveria ter sido publicado." Continua