segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Déficit de conhecimento ameaça exercício do jornalismo

Via Observatório da Imprensa
Por Carlos Castilho
23.10.2013

A maioria dos jornalistas contemporâneos apresenta um déficit pessoal de conhecimentos capazes de assegurar condições mínimas para informar sobre a complexidade e diversidade dos fatos, dados e eventos deste início da era digital.
Esta é a conclusão, preocupante, do livro Informing the News: The Need for Knowledge-Based Journalism, do professor Thomas Patterson, da Escola Kennedy de Governança, na Universidade Harvard, e que foi lançado em meados de outubro nos Estados Unidos (versão eletrônica disponível na livraria virtual Amazon). 
A ideia central de Patterson é a de que a observação, entrevistas e checagem já não conseguem mais dar conta da necessidade de lidar com fatos, dados e eventos cada vez mais complexos, para os quais a exigência de contextualização se tornou mais importante do que a descrição factual ou reprodução de opiniões e percepções de entrevistados.
O livro discute as abordagens tradicionais tanto da natureza como do exercício do jornalismo e mostra como os manuais de redação e estudos teóricos sobre a atividade estão defasados em relação à realidade surgida após a avalancha informativa e a generalização do uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs).
A maioria dos repórteres atuais já se deu conta que cobrir notícias econômicas, políticas e relacionadas à ciência ou tecnologia exige um conhecimento maior sobre os temas em pauta porque não só as questões se tornaram mais complexas, como também aumentou a sofisticação dos entrevistados no uso de técnicas de construção de imagem e marketing de ideias.
As ferramentas tradicionais de observação, entrevista e checagem já não conseguem mais uma rápida e eficiente identificação de vieses informativos nas declarações de um político ou de um consultor financeiro. Transmitir a informação bruta equivale muitas vezes a disseminar uma mentira deslavada, com o consequente descrédito do profissional e do veículo após a identificação do equívoco.
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