Por Marc Dourojeanni
O5.10.2010
É muito popular a crença de que os avestruzes, quando ameaçados, preferem ignorar o problema escondendo a cabeça. Parece um gesto covarde e perigoso, mas os políticos que gostam de impor suas vontades ao povo sabem muito bem aproveitá-lo em benefício próprio. O governo peruano está dando um excelente exemplo deste tipo de atitude em função das perguntas e dúvidas da sociedade sobre os impactos que a Amazônia sofrerá com o Acordo Energético entre Brasil e Peru. Está fazendo o mesmo com as diversas inquietudes despertadas pela já anunciada construção das centrais hidrelétricas de Inambari e Paquitzapango, que são as mais adiantadas entre as que estão incluídas neste Acordo. Sua única resposta, se se pode chamar assim, foi acelerar a concessão de recursos hídricos e do potencial hidrelétrico da Amazônia peruana, sem restrições nem limites convincentes.
A opinião pública recebeu o primeiro alerta sobre a proposta de construção das centrais hidrelétricas no Peru para atender as demandas do Brasil em abril de 2009, em decorrência da assinatura de um memorando de entendimento pelos presidentes Garcia e Lula. Mas na verdade os governos vinham conversando sobre este assunto há alguns anos, embora não fosse de de conhecimento público. Continua
Leia também:
- Banco de Notícias
- A fé entrou na campanha (trecho)
- Nomeado de Erenice nos Correios fecha contrato superfaturado em R$ 2,8 mi
- Marina: a responsabilidade de vinte milhões de votos
- Para petistas, campanha de Dilma no 1º turno foi 'insossa'
- PT tenta apagar fama 'antiverde' de Dilma