domingo, 24 de outubro de 2010

Expansão da cana-de-açúcar ameaça Cerrado, alertam pesquisadores


JC e-mail 4122, de 22 de Outubro de 2010.
Expansão da cana-de-açúcar ameaça Cerrado, alertam pesquisadores


Migração do cultivo e crescimento do número de usinas, especialmente em Goiás considerado o coração do cerrado, coloca em risco preservação da metade que resta do Bioma

No encerramento do 5º Fórum de Ciência e Tecnologia no Cerrado, realizado pela SBPC/GO em Anápolis (GO) de 18 a 21 de outubro, foram discutidas as formas como o processo de invasão do Cerrado pela produção de cana-de-açúcar vem interferindo na preservação da biodiversidade e na forma como a população vem sendo tratada.

Com cerca de metade da sua área já extinta, o Cerrado sofre atualmente com a proliferação de novas indústrias para o processamento da cana e plantações. A expansão sucroalcooleira, que começou efetivamente com o Pró-álcool (iniciativa do governo federal) em 1970, hoje já transforma a região sudoeste de Goiás na nova Ribeirão Preto (SP) - região que mais se desenvolveu no setor -, devido a sua alta produção.

Nesta primeira iniciativa, na década de 70, somente áreas próprias eram usadas para o plantio. Antes, o solo era restrito, mas agora, com avanços tecnológicos, é possível que indústrias e plantações cheguem a qualquer lugar. A estimativa é de que, se todos os projetos de construção de novas usinas forem aprovados, o número subirá de 36 para 74, e Goiás vai gerar cerca de 33% da produção nacional.

Segundo estudos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 64% das áreas próprias para a expansão da cana estão no Cerrado, o que equivale a cerca de 18 milhões de hectares, mais da metade de toda a área do Estado de Goiás. A tendência para 2018 é de que a agricultura avance sobre as pastagens e outras culturas de passando de 12 para 38% de ocupação. Continua


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