segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Línguas em perigo: o pensamento ameaçado

Via Correio da UNESCO
Editorial
2009 - número 2



© John-Thor Dahlburg
Tevfik Esenç (1982): último falante da língua ubykh
 (Turquia), falecido em 1992.

Com a morte de Marie Smith Jones, no ano passado, a língua eyak do Alaska (EUA) foi extinta; com o falecimento de Tevfik Esenç, a língua ubykh da Turquia extinguiu-se em 1992; o mesmo ocorreu com o manês, da ilha de Man, quando Ned Maddrell faleceu, em 1974. Assim, no decorrer das últimas três gerações, verificou-se o desaparecimento de cerca de 200 línguas, de acordo com o novo "Atlas UNESCO das Línguas em Perigo no Mundo".

Este número do Correio, publicado por ocasião do Dia Internacional da Língua Materna (21 de fevereiro), debruça-se sobre este fenômeno especialmente inquietante: com a extinção das línguas, desaparecem não só palavras, mas também saberes preciosos, como maneiras de se ver o mundo e de se comunicar, além de universos de pensamento.


A versão eletrônica do Atlas UNESCO das Línguas em Perigo no Mundo (3ª edição) apresenta dados atualizados a respeito de cerca de 2.500 línguas. Ele poderá ser completado, corrigido ou atualizado permanentemente, graças à colaboração de seus usuários.

Como se trata de uma ferramenta digital interativa, ele permite proceder a pesquisas segundo vários critérios. Além do registro "extinta" (a partir de 1950), o Atlas classifica as línguas ameaçadas de extinção segundo 4 níveis de vitalidade: vulnerável, sob ameaça, seriamente ameaçada e em situação crítica.

Alguns dados são particularmente preocupantes: entre as 6 mil línguas existentes no mundo, mais de 200 extinguiram-se no decorrer das últimas três gerações, 538 estão em situação crítica, 502 seriamente ameaçadas, 632 sob ameaça e 607 em estado vulnerável. Continua


Atlas Interactivo UNESCO de las Lenguas en Peligro en el Mundo