Por Patrícia Campos Mello
10.10.2010
Os 33 operários isolados há 66 dias a 688 metros de profundidade celebram fim da perfuração e esperam que resgate comece amanhã
"Éramos como crianças com doces", disse ontem um dos mineiros quando as brocas romperam no teto do refúgio onde 33 operários estão presos há 66 dias no Chile. Às 8h05, quando começaram a cair pedaços de rocha, os homens gritaram e choraram de alegria. De cima, a equipe de resgate acompanhava em vídeo as reações. No Campo Esperança, onde estão 2 mil pessoas, uma sirene tocou mais de uma hora. O sino da escolinha também.
Agora, o resgate dos 33 mineiros presos a 688 metros de profundidade entra na fase final e mais arriscada. Nesta etapa, os mineiros terão de ajudar em seu próprio salvamento. Primeiro, limparão os fragmentos que caíram no refúgio durante a perfuração. Depois, dinamitarão a saída do túnel para garantir que a cápsula Fênix, usada para içá-los à superfície, não fique entalada. "Eles são mineiros, são acostumados a lidar com explosivos, não há problemas", disse Laurence Golborne, o ministro da Mineração.
O governo prevê que o resgate comece a partir de amanhã à noite. A grande aposta, porém, é que o salvamento comece na terça-feira, quando chega à mina o presidente Sebastián Piñera. A operação tem aumentado a popularidade do dirigente chileno. "O que começou como uma tragédia, está terminando como bênção. Este é o momento pelo qual estamos esperando há muito tempo", disse Piñera. Continua
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