segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Professores da rede pública sofrem com Síndrome de Burnout

Via Agência Fiocruz de Notícias
Por Rita Vasconcelos
03.07.2010

Hoje o trabalho do professor é muito estressante, muito estressante: meu sofrimento é o meu trabalho. É com esta frase, proferida por uma professora do Ensino Fundamental de João Pessoa, que a psicóloga Jaqueline Brito, começa a sua tese em saúde pública Síndrome de Burnout em professores do Ensino Fundamental: um problema de saúde pública não percebido. Desenvolvido na Fiocruz Pernambuco, o estudo trata desta forma de adoecimento que vem acometendo os docentes da rede pública de ensino da capital da Paraíba, mas que certamente pode ser estendida a muitos outros professores no país. O estudo verificou que 23,4% dos professores do nível Fundamental apresentaram alto nível de despersonalização, 55,5 % alto nível de exaustão emocional e 85,7% alto nível de realização pessoal no trabalho. Este último percentual, embora pareça contraditório é na verdade uma característica da Síndrome. As pessoas não atribuem ao trabalho a razão da sua estafa física e emocional.
Jaqueline explica que burnout é um termo resultante de uma composição da língua inglesa: burn, que significa queima, e out, que significa exterior e diz respeito à pessoa que, devido a esse tipo de estresse ligado a atividade profissional, geralmente “pessoas que trabalham com pessoas” - consome-se física e emocionalmente. Três dimensões caracterizam bem a síndrome de burnout: uma é a exaustão emocional. Falta à pessoa energia e entusiasmo para desenvolver o seu trabalho, o seu sentimento é de esgotamento. “Um sintoma comum nesta fase é certo temor em voltar ao trabalho no dia seguinte”, explica Jaqueline.

Outra dimensão da síndrome é a despersonalização. Nela, o profissional passa a tratar os alunos, colegas e a escola de forma distante e impessoal, seu vínculo afetivo é substituído por um vínculo racional. “Estas pessoas são vistas pelos colegas de trabalho como uma pessoa fria, desumana devido ao seu endurecimento afetivo”, diz a pesquisadora. A terceira dimensão da síndrome é a baixa realização no trabalho. Nesta fase o trabalhador costuma se auto-avaliar de forma negativa, não fica satisfeito com seu desenvolvimento profissional e experimenta um sentimento de incompetência e fracasso. Continua

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